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Chazinho de Coca – Com a cara de seu treinador, Brasil vence e convence. Além disso…

Texto: João Paulo Tozo
Foto: Lancenet

…quero fazer um mea-culpa.

É mais do que óbvio que essa seleção brasileira não é a que eu gostaria que estivesse lá defendendo o histórico da amarelinha. Mas também não posso fechar os olhos para o bom jogo, dentro dos padrões Dunga de Qualidade – também na comparação com baixíssimo nível técnico da Copa até aqui – que a seleção praticou ontem.

Muito motivado por todas as discordâncias que tenho com o técnico Dunga, mantive-me cego diante do desenvolto jogo dos brasileiros. Depois assistindo ao VT, notei os exageros em minhas análises feitas na hora do cotejo.

Aos que comigo assistiram a peleja e torceram a favor enquanto eu buscava os vacilos brasileiros para diminuir seus triunfos, minhas sinceras desculpas.

Não, não estou pedindo perdão pelas críticas que faço há tempos, muito menos revendo meus conceitos futebolísticos. É apenas uma reavaliação da partida de ontem. Afinal, erra mais quem insiste no seu erro. Eu os assumo, quando os enxergo.

Vou também continuar cornetando todas as infelicidades ditas pelo nosso treinador, suas atitudes descabidas e sua intensa busca pelos inimigos da pátria. Como também vou elogiar seu time quando assim for merecido.

Dito isso, vamos ao jogo.

Foi uma vitória baseada na força defensiva e no brilho individual dos poucos que podem produzi-lo. Eis a minha definição da bela vitória da seleção brasileira contra a violenta Costa do Marfim.

Não acho que Kaká tenha mostrado estar recuperado. Acho que ele foi sim, pouca coisa melhor do que contra a Coréia do Norte. O time todo foi. Até Felipe Melo.

Mais do que uma suposta recuperação, Kaká mostrou despreparo psicológico ao cair na provocação marfinense. Tá certo que ninguém tem sangue de barata, mas o futebol é também feito de malandragem. Fosse minimamente malandro e quem teria sido punido seria o jogador africano, não o meia brasileiro, que se não deixou o cotovelo com a violência interpretada pelo marfinense, manteve sim uma postura no mínimo agressiva, quando o jogador chegou fungando em seu cangote. A expulsão, entretanto, foi exagerada.

Kaká foi o jogador que mais errou no time. Segundo números de Mauro Cezar Pereira da ESPN, o meia perdeu 12 bolas ao longo do jogo.

Mas ele deu passe preciso para o gol de Elano. Em uma análise fria, sua atuação foi de razoável para boa.

Boa foi a atuação de Luis Fabiano. Boa e malandra.

Boa quando ele quase fura a rede com o petardo que abriu o placar. Malandra quando ele transforma um gol completamente irregular em uma obra-prima.

Completamente irregular, sim. Dois toques com a mão na mesma jogada. Foi o upgrade do “La Mano de Díos” ou então a “Lá Mano Del Diablo”, como definiu o jornal Hermano “Olé”, em sua manchete na capa de hoje.

Está errado o centroavante? Claro que não. Errou e feio o juizão, que viu sim os toques de LF, tanto que depois as imagens o mostram apontando as infrações para o camisa 9. Afinal é o Brasil, o queridinho.

Mas se até hoje criticamos o verdadeiro “La Mano de Díos” de Maradona e a recente classificação da França para a Copa com a ajeitada de mão de Henry, temos de ser coerentes ao assumir o irregular golaço de Luis Fabiano.

Dois pesos e duas medidas? Comigo não, neném.

Aliás, a arbitragem que foi o ponto negativo do jogo. Errando em lances capitais como na expulsão de Kaká, no gol irregular de Luis Fabiano e permitindo que ao final do jogo a partida virasse carnificina, sobretudo por parte dos marfinenses. Elano quase teve a perna arrancada e é dúvida para a próxima partida.

No frigir dos ovos o Brasil venceu e bem.

Ate porque o feio arrumadinho fica bonitinho.


Cheers,

Chazinho de Coca – O oriental versus o horizontal.

O oriental e o horizontal

Holanda e Japão jogaram pela liderança do grupo. O 1º vinha de vitória sobre a Dinamarca e o 2º sobre Camarões.

Os japoneses que hoje não são mais apenas a seleção da correria, mostra hoje uma aplicação tática de fazer inveja. Embora contra a poderosa Holanda os japoneses entraram com a clara proposta de arrancar o empate. O futebol oriental dos japoneses por pouco não obtem o seu êxito.

A poderosa Holanda, credenciada como uma das favoritas ao título e também uma das esperanças de se ver um bom futebol pelos campos sul-africanos, decepcionou. Venceu é bem verdade. Mas foi muito pouco pelo tanto que se espera de Sneijder e Cia. Que ainda não puderam contar com Robben.

O 1º tempo foi mais cruel com os olhos de quem não gosta de jogos a la “suiça” do que a partida de ontem da Inglaterra.

Foram mais de 70% de uma inútil posse de bola holandesa. O futebol mais horizontal da Copa até aqui. Falta de criatividade de quem a tem. Passes para o lado a exaustão. Recuos descabidos para a intermediária. Uma incrícvel incapacidade de assustar a meta japonesa. Sneijder muito isolado.

Resultado? Nenhuma chance de gol criada. Pior. Nenhum futebol apresentado.

Na 2ª etapa a Holanda verticalizou minimamante o seu jogo e rapidamente obteve exito. Foram 10 ou 12 minutos onde o time produziu mais do que em todo o restante do jogo. E assim Sneijder abriu o placar, com um belo petardo, mas que contou com a ajuda do goleirão Kawashima. Mais uma “jabulanada” da Copa.

Então o Japão resolveu sair de seu casulo tático e até criou algumas chances, mas nada de muito agudo.

Satisfeita com a segura vitória, a Holanda só mexeu o caldo e cozinhou o jogo até o final.

Affelay, que entrou no 2º tempo, teve ainda duas chances para transformar um jogo sem graça em goleada, mas parou nas boas saídas de Kawashima.

Um jogo que como diz Mauro Beting, foi um 0X0 com gol.

Melhor para a Holanda, que segue tranquila e pode terminar o dia como classificada, dependendo do que acontecer na partida entre Dinamarca X Camarões.

Em termos de resultado foi muito bom. Até por que Robben ganha mais tempo para se recuperar e só entrar em campo quando estiver mesmo 100%. Ruim para o futebol, que viu mais um joguinho mequetrefe na Copa.

Cheers,

Chazinho de Coca – A Argentina jogou, venceu e convenceu.


Texto: João Paulo Tozo
Foto: Reuters

Contra a outra das Coréias da Copa – a boa (na bola) Coréia – os hermanos partiram logo para o abafa. Com 20 minutos já venciam por 1X0 e criavam chances em sequencia. Os sul-coreanos perdidos, ante a volúpia ofensiva do time de Maradona, não conseguiam organizar-se em campo.

Aos 33 Higuain marcou o seu 1º, em desvio de cabeça de Burdisso, que encontrou o inspirado atacante livre.

Com dois na lomba, os coreanos acordaram, mas só chegaram ao gol em uma falha bisonha do zagueiro Demichellis – zaga, aliás, que é o único ponto de interrogação dessa Argentina até o momento.

No 2º tempo o jogo deu uma esfriada e a Coréia chegou a ameaçar. Até que Yeum Ki-Hum perdeu um gol na cara de Romero. Acabou ali o ímpeto coreano.

Messi ligou a tomada novamente e em grande jogada chutou na trave, no rebote Higuaín recebeu livre – e em impedimento – e guardou o seu 2º tento.

Fatura liquidada, volúpia não saciada.

Os hermanos mantiveram-se no ataque e em mais um grande lance de Messi, o craque deu um passe por cima da zaga e encontrou Aguero, que por sua vez deixou para Higuaín marcar o seu 3º gol, o quarto da Argentina.

Gol que o deixa na artilharia da Copa. Que deixa a classificação argentina muito bem encaminhada. Que deixa o mundo de olho na seleção dos caras.

O próximo jogo é contra a fraca Grécia. Curiosamente a seleção que levou o último gol do gênio Maradona em uma Copa do mundo, em 1994. Um golaço, diga-se de passagem e para variar. Reveja:

A impressão deixada nesse jogo é que a Argentina deixou de ser um selecionado de ótimos jogadores e passou a ser uma equipe forte e formada por esses excelentes jogadores.

De repente Maradona tornou-se, enfim, um técnico de futebol. Será canonizado vivo se for campeão também como técnico.

Falando nos hermanitos e em seu belo jogo, deu vontade de escutar um clássico dos nossos vizinhos. Fiquem com Carlos Gardel – Por Una Cabeza:

Cheers,

Chazinho de Coca – E o Brasil sil sil sil estreou com vitória.

Texto: João Paulo Tozo
Foto: Lancenet!

A vitória da seleção brasileira em sua estréia na Copa foi um excelente resultado. Tendo em vista o empate sem gols entre Portugal e Costa do Marfim então, o resultado frente a “poderosa” Coréia do Norte deixa os comandados do professor Dunga em ótima situação no grupo.

Brasil – 3 pontos
Costa do Marfim – 1 ponto
Portugal – 1 ponto
Coréia do Norte – 0 pontos

Esse cenário somado a alguns detalhes da partida brasileira, nos apresenta alguns pontos a se analisar. Alguns bons, outros nem tanto.

Os bons:

O Brasil deve melhorar muito nas próximas partidas. Até por que jogar pior do que ontem é impossível. Sobretudo nos 45 primeiros minutos e mais a metade do 2º, onde a seleção brasileira mostrou um futebol pífio.

O retrospecto do time do Dunga mostra que contra adversários frágeis o time parece absorver a ruindade alheia. O contrário ocorre quando o rival tem qualidade.

Com a vitória de ontem somado o empate do outro jogo do grupo, basta ao time de Dunga vencer a Costa do Marfim e estará classificado.

Maicon e Juan do time titular, mais Nilmar, Ramirez e Daniel Alves que entraram ao longo da partida, deram demonstrações de que chegam bem a Copa. Robinho teve alguns highlights também.

Outros nem tanto:

Costa do Marfim e Portugal certamente farão placares mais elásticos contra a pior seleção do mundial.

Caso o Brasil empate os dois próximos jogos, no que eu não acredito, mas que não é nada absurdo de acontecer, a classificação para as 8ª´s de final pode ir para a vala. O critério de desempate será o saldo de gols.

Já é mais do que sabido que o time de Dunga é dependente do futebol de Kaká. Ontem vimos que o meia não tem condições físicas de jogar. Sabemos também que Dunga é teimoso, e tirar o meia do time seria dar o braço a torcer para os críticos. A tendência é que se tiver de morrer abraçado ao seu erro, ele assim o fará.

Felipe Melo foi o Felipe Melo de sempre, então não conta. Michel Bastos assustado e Luis Fabiano que esteve inexistente foram, além de Kaká, as grandes decepções da estréia.

O que o Dunga pode fazer para melhorar esse joguinho da seleção?

Pode entrar com o time que terminou o jogo. Sem Kaká e com Nilmar no ataque na posição original de Robinho. Robinho fica mais recuado fazendo a função que Kaká deveria ter feito e não fez. Mais do que tudo isso, Dunga pode entrar com Ramirez no lugar de Felipe Melo, ganhando assim qualidade na saída de jogo, sobretudo para alimentar os contra-ataques que deverão acontecer contra seleções que atacam, como Costa do Marfim e Portugal.

Dunga pode ter um pouco mais de paciência com Elano, afinal esse é um dos seus fiéis escudeiros. Mas eu já entraria com Daniel Alves no lugar do camisa 7. Aliás, Dunga já preparava essa alteração quando Elano marcou o seu gol.

No frigir dos ovos a seleção brasileira estreou com vitória e já assumiu a liderança do grupo. Há quem se contente com isso. Só com isso.

Cheers,

Chazinho de Coca – Itália empata com o Paraguai na estréia.

O que Itália e Brasil possuem de semelhante, além de serem os maiores campeões das Copas?
Se você respondeu “falta de qualidade para mudar o jogo”, acertou? Mas se respondeu “dois técnicos meia boca”, acertou também.

Por sorte de Lippi e Dunga, suas seleções jogam com camisas que pesam 5 toneladas cada. Por azar das seleções os técnicos são eles dois.

Se Dunga deixou R. Gaucho e Ganso em casa comendo pipoca e tomando guaraná. Lippi deixou Totti e Cassano comendo uma pizza e tomando um vinho. Cazzo!

Contra o Paraguai eu já esperava um jogo duro para os lados italianos. O Paraguai vem bem. Classificou-se com tranqüilidade nas eliminatórias daqui. Enquanto a Itália vinha se arrastando nos amistosos. Não a toa eu acertei o resultado no bolão.

Mas a postura italiana surpreendeu de saída. Ofensiva, teve mais de 60 % da posse de bola no 1º tempo. Mas levou gol justamente em bola aérea, ponto forte do selecionado azul. O grande Canavaro falhou ao não subir com o zagueiro Alcaraz. A Itália perdeu-se no jogo e deu margem para o bom Paraguai quase ampliar. A ânsia ofensiva esbarrava na limitação técnica de seus avantes, sobretudo de Gilardino. Ainda que De Rossi tenha estado bem ligado no jogo.

No 2º tempo a Azzurra voltou sem Buffon, machucado.

A Itália voltou abusando dos cruzamentos na área. Mas cadê o Cassano? A sim, ficou na Itália.
Então nada acontecia com os insistentes cruzamentos. Mas aí a estrela italiana brilhou e ofuscou a estrela do goleirão Vilar, do Paraguai. Tanto que em um dos 3.117 cruzamentos, Vilar caçou uma bonita borboleta que sobrevoava no local. Enquanto isso De Rossi emendou para empatar.

Animada a Itália voltou a ter domínio completo do jogo. Até por que o técnico paraguaio entrou com Santa Cruz no lugar de Valdez, em uma alteração que não funcionou. Depois mandou Cardozo no lugar de Barrios, até então o mais lúcido dos sulamericanos. O Paraguai ficou entregue as 5 toneladas históricas da Itália. Mais ainda depois da entrada de Di Natale, que só para o Lippi é reserva do Gilardino. A Azzurra alugou meio campo e de tanto insistir no gol da virada, mostrou mais uma vez ao mundo o tamanho da falta que Totti e Cassano fazem para o time.

Parabéns, Lippi.

Cheers,