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La Mano de Dios – Invertida na Itália


Invertida na Itália

O Chelsea de Felipão tomou um sarrafo ontem na Itália, contra a Roma de Luciano Spalleti. O 3×1 foi avassalador e o Chelsea, que vem fazendo bonito no Inglês – mesmo perdendo em casa contra o Liverpool há duas semanas -, ainda não convenceu na Liga dos Campeões.

Foi o bastante para alguns jornais ingleses já colocarem em dúvida esse Chelsea de Luiz Felipe Scolari. A revista When Saturday Comes publicou uma coluna em seu site sugerindo que os Blues entraram de salto alto. Segundo o artigo de Jamie Hinks, o próprio Felipão, de tanta confiança, estava mais preocupado com o hotel cinco estrelas onde o time ficaria hospedado numa eventual final do campeonato em maio do que com o jogo que teria mais tarde.

O time italiano foi muito superior ao Chelsea, sonolento no primeiro tempo. Resta saber se realmente a grandeza subiu à cabeça dos Blues ou se a Roma resolveu acordar exatamente ontem…

La Mano de Dios – Dramas

Dramas

Para quem gosta de futebol, há certos lances inesquecíveis. Mesmo de olhos fechados, lembramo-nos de jogadas incríveis, gols mágicos, que ficaram como que colados em nossas retinas. Como esquecer, por exemplo, o canudo de Carlos Alberto Torres na Copa de 70, o chapéu e o chute de Pelé em 58, o canudo da falta de Branco em 94, o gol de Romário contra a Suécia em 94, as pedaladas de Robinho, O Gol (com letra maiúscula mesmo) de Maradona contra a Inglaterra, as defesas de São Marcos em 2002, as cobranças de falta de Rogério Ceni, o gol de Mineiro na final contra o Liverpool, o gol de Gabirú na final contra o Barcelona, a comemoração de Washington depois do primeiro gol contra o São Paulo, Renato Gaúcho sentado sozinho após a classificação do Fluminense, o rosto aliviado de Muricy após vencer o Brasileiro de 2007, e muitos outros.

Todos esses lances nos fazem sorrir. Ao mesmo tempo, como se para relativizar as coisas, também nos lembramos daqueles momentos quando vemos que todos esses gênios são apenas humanos. A frustração de Cristiano Ronaldo ao perder o pênalti na final da Champions, o inconsolável Joe Terry ao perder sua cobrança no mesmo jogo, Adriano saindo sozinho em meio a torcedores do Fluminense após a eliminação do São Paulo, toda a raiva de Kléber Pereira ao ver não marcado o pênalti que poderia dar ao Santos a classificação contra o América.

Os últimos dias foram repletos de momentos assim, de glória e de frustração. Independentemente dos vencedores e dos perdedores, são esses lances que garantem a beleza do futebol, que explicam porque um esporte aparentemente tão simples pode cativar tanto. Não são meros jogos. São dramas, batalhas épicas, momentos decisivos na vida de muita gente. Jogos como esses não deveriam ter perdedores. Talvez não tenham.

Em jogos como os dos últimos dias não se vive. Há um “suspense mortal durante noventa minutos”. Em algum lugar, as vítimas do trágico acidente de 58 sorriem, vendo que o o manto vermelho continua em boas mãos. Em algum lugar Nelson Rodrigues sorri, repleto de razão.

Ao som de Black Crowes – Remedy.

Rapidinhas: como joga esse Conca! Como joga esse Adriano! Como joga esse Riquelme! Como joga esse Palermo! Como joga esse Palacio! Como joga esse Tevez! Como joga esse Cristiano Ronaldo! Como joga esse Van der Sar! Como joga esse Lampard! Como joga esse Peter Cech!

La Mano de Díos – Uma quarta-feira nervosa

Uma quarta-feira nervosa

Pois é, camaradinhas, a quarta-feira foi nervosa no mundo do futebol. Tirando as esmagadoras vitórias de Palmeiras na Copa do Brasil e do Fluminense pela Libertadores, a coisa foi tensa em diversos jogos por aí.

Vou começar falando um pouquinho de alguns deles:

– Estudiantes 3 x 3 Lanús: o atual campeão argentino Lanús travou uma verdadeira batalha com o sempre difícil Estudiantes nas imediações de Buenos Aires em jogo da Libertadores. Jogo difícil, pegado, com duas expulsões e penâlti perdido. Estudiantes vai a 8 pontos e Lanús a 7 e nada está definido no Grupo 2 da Libertadores. A rivalidade argentina dá a impressão de que nossos clássicos muitas vezes são uns Casados x Solteiros. Isso é bom, mas também é ruim, se é que vocês me entendem.

– América 4 x 3 River Plate: com Ortega no banco, vítima de uma semana conturbada após uma aparente recaída ao vício da bebida, o time do cholo Simeone não conseguiu segurar uma vitória que parecia certa contra um América em decadência. Jogo duro, pegado, bastante disputado. Se vale de consolo para o time argentino, o jogo foi no Azteca e lá, pra dar show, só o Brasil de 70.

– River – PI 2 x 1 Botafogo: um dos times que mais bonito vem jogando no país tomou um susto no Piauí e voltou para casa com dois gols no saco. A vitória no Rio de Janeiro é mais do que certa, mas será que essa derrota pode ser vista como um sinal de que as coisas não são tão bonitas quanto parecem? Ou é só mais um passeio da Zebra pelos gramados do mundo?

– Fenehrbaçe 2 x 1 Chelsea: parecia que as quartas de final era o bastante para o time de Zico e Alex, mas um gol redentor de Deivid garantiu a vitória do time turco contra o gigante azul inglês e consertou as coisas. Resta agora vermos o que é o Fener sem sua fervorosa torcida, já que o jogo da volta é na Inglaterra. Não duvido nem um pouco da competência do técnico e eterno ídolo Zico frente a um time com gente do nível de Alex, Deivid e Lugano. Meu palpite: vai dar Fenehrbaçe nas semi-finais.

Eficiente, mas insuficiente: Arsenal 1 x 1 Liverpool

Isso aí, camaradinhas, em partida válida pelas quartas da Liga dos Campeões, o Arsenal não deu conta de sair com a vitória em jogo ontem disputado em casa, no lindo Emirates. Justiça seja feita, os Gunners pressionaram a muralha vermelha (ontem preta) o jogo todo, mas a bola não entrava. Com Van Persie inspirado (sempre, né?), Fabregas dando baile, Gallas sempre firme, o time de Arsène Wenger saiu de campo com um empate amargo contra um Liverpool que veio claramente para se defender. Detalhe para o jovem Bendtner que entrou no segundo tempo e deu uma de zagueiro do Liverpool ao tirar uma bola que o companheiro Fabregas com tanto custo empurrava para dentro do gol. Um dos lances mais bisonhos do futebol, na opinião deste que vos fala.

Tudo está aberto para o jogo de volta terça-feira que vem, mas jogar contra o Liverpool no Anfield não é brincadeira. O Arsenal, que matava a pau no Campeonato Inglês até algumas rodadas atrás e bateu o Milan com muita classe pelas oitavas da Champions League, parece estar voltando a ser o “boring Arsenal” dos anos 70/80, aquele time que joga, joga, joga, e não leva. Veremos!

Curiosidade: em uma semana, serão três Arsenal x Liverpool. O de ontem, o de sábado pelo Campeonato Inglês, e o jogo da volta da Champions na terça que vem.

Ineficiente, mas suficiente: São Paulo 1 x 0 Dep. Luqueño

Tensão total. O São Paulo não foi bem contra um Luqueño que claramente não veio para jogar bola. Com um goleiro-abelha (só fazendo cera) e jogadores cai-cai parando o jogo a todo momento, o Luqueño só faltou botar os reservas em seu campo de defesa, dada a barreira montada para impedir o gol tricolor. Sem nenhum lance ofensivo por parte dos paraguaios, Rogério Ceni foi mero espectador de um jogo duro, díficil graças à ineficiência do time Tricolor, que insistia em atacar pelo meio. Poucas jogadas de linha de fundo, falta de inspiração de Jorge Wagner e péssimo dia (já virou lugar-comum dizer isso) de Richarlysson e Fábio Santos, o São Paulo tinha nos chutes de fora da área de Hernanes a única jogada ofensiva no primeiro tempo.

Parece que depois do chacoalhão do Muricy no intervalo o time voltou com mais garra e esmagou os paraguaios no campo de defesa. Dois lindos dribles de Éder Luis, mais um par de bons chutes de Hernanes, algumas jogadas de linha de fundo de Jorge Wagner e Richarlysson e muito esforço de Adriano – e mesmo assim o gol não saía. Quando tudo parecia perdido e o empate amargo ameaçava pesar na cabeça do torcedor tricolor, eis que aos 48 minutos do segundo tempo um cruzamento de Jorge Wagner encontra a abençoada cabeça de Adriano. O gol pra lavar a alma.

Mais uma vez o São Paulo não jogou bem – há muitos avanços, é verdade -, mas contra o Once Caldas de 2008 esse 1 x 0 foi mais do que o bastante.

Rapidinhas: Será Hernanes o meia que o Tricolor tanto precisa? Só se alguém fizer com categoria o trabalho na lateral-esquerda, para que Richarlysson e Zé Luis possam formar uma dupla de volantes. Fábio Santos não dá conta do recado e os volantes improvisados de laterais estão contralizando muito o jogo. A zaga vai bem, obrigado. André Dias e Miranda figuram entre os melhores do país (apesar de duas vaciladas de André no jogo de ontem). E Alex Silva ainda nem voltou…

A mardita cana tirou mais uma vez um grande jogador de campo. Todo o apoio deste que vos escreve à Burrito Ortega. Ponha a cabeça no lugar e volte logo! Você fez falta ao River!

Isso aí, camaradinhas, a quarta-feira foi um sufoco. Me despeço aqui ao som da mais nova aquisição da casa do Fabinho: James Brown – Try Me, do essencial Live at the Apollo.

Só lembrando: hoje tem Cruzeiro e San Lorenzo pela Libertadores. Jogo que promete!