La Mano de Dios – Dramas

Dramas

Para quem gosta de futebol, há certos lances inesquecíveis. Mesmo de olhos fechados, lembramo-nos de jogadas incríveis, gols mágicos, que ficaram como que colados em nossas retinas. Como esquecer, por exemplo, o canudo de Carlos Alberto Torres na Copa de 70, o chapéu e o chute de Pelé em 58, o canudo da falta de Branco em 94, o gol de Romário contra a Suécia em 94, as pedaladas de Robinho, O Gol (com letra maiúscula mesmo) de Maradona contra a Inglaterra, as defesas de São Marcos em 2002, as cobranças de falta de Rogério Ceni, o gol de Mineiro na final contra o Liverpool, o gol de Gabirú na final contra o Barcelona, a comemoração de Washington depois do primeiro gol contra o São Paulo, Renato Gaúcho sentado sozinho após a classificação do Fluminense, o rosto aliviado de Muricy após vencer o Brasileiro de 2007, e muitos outros.

Todos esses lances nos fazem sorrir. Ao mesmo tempo, como se para relativizar as coisas, também nos lembramos daqueles momentos quando vemos que todos esses gênios são apenas humanos. A frustração de Cristiano Ronaldo ao perder o pênalti na final da Champions, o inconsolável Joe Terry ao perder sua cobrança no mesmo jogo, Adriano saindo sozinho em meio a torcedores do Fluminense após a eliminação do São Paulo, toda a raiva de Kléber Pereira ao ver não marcado o pênalti que poderia dar ao Santos a classificação contra o América.

Os últimos dias foram repletos de momentos assim, de glória e de frustração. Independentemente dos vencedores e dos perdedores, são esses lances que garantem a beleza do futebol, que explicam porque um esporte aparentemente tão simples pode cativar tanto. Não são meros jogos. São dramas, batalhas épicas, momentos decisivos na vida de muita gente. Jogos como esses não deveriam ter perdedores. Talvez não tenham.

Em jogos como os dos últimos dias não se vive. Há um “suspense mortal durante noventa minutos”. Em algum lugar, as vítimas do trágico acidente de 58 sorriem, vendo que o o manto vermelho continua em boas mãos. Em algum lugar Nelson Rodrigues sorri, repleto de razão.

Ao som de Black Crowes – Remedy.

Rapidinhas: como joga esse Conca! Como joga esse Adriano! Como joga esse Riquelme! Como joga esse Palermo! Como joga esse Palacio! Como joga esse Tevez! Como joga esse Cristiano Ronaldo! Como joga esse Van der Sar! Como joga esse Lampard! Como joga esse Peter Cech!

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