La Mano de Díos – Uma quarta-feira nervosa

Uma quarta-feira nervosa

Pois é, camaradinhas, a quarta-feira foi nervosa no mundo do futebol. Tirando as esmagadoras vitórias de Palmeiras na Copa do Brasil e do Fluminense pela Libertadores, a coisa foi tensa em diversos jogos por aí.

Vou começar falando um pouquinho de alguns deles:

– Estudiantes 3 x 3 Lanús: o atual campeão argentino Lanús travou uma verdadeira batalha com o sempre difícil Estudiantes nas imediações de Buenos Aires em jogo da Libertadores. Jogo difícil, pegado, com duas expulsões e penâlti perdido. Estudiantes vai a 8 pontos e Lanús a 7 e nada está definido no Grupo 2 da Libertadores. A rivalidade argentina dá a impressão de que nossos clássicos muitas vezes são uns Casados x Solteiros. Isso é bom, mas também é ruim, se é que vocês me entendem.

– América 4 x 3 River Plate: com Ortega no banco, vítima de uma semana conturbada após uma aparente recaída ao vício da bebida, o time do cholo Simeone não conseguiu segurar uma vitória que parecia certa contra um América em decadência. Jogo duro, pegado, bastante disputado. Se vale de consolo para o time argentino, o jogo foi no Azteca e lá, pra dar show, só o Brasil de 70.

– River – PI 2 x 1 Botafogo: um dos times que mais bonito vem jogando no país tomou um susto no Piauí e voltou para casa com dois gols no saco. A vitória no Rio de Janeiro é mais do que certa, mas será que essa derrota pode ser vista como um sinal de que as coisas não são tão bonitas quanto parecem? Ou é só mais um passeio da Zebra pelos gramados do mundo?

– Fenehrbaçe 2 x 1 Chelsea: parecia que as quartas de final era o bastante para o time de Zico e Alex, mas um gol redentor de Deivid garantiu a vitória do time turco contra o gigante azul inglês e consertou as coisas. Resta agora vermos o que é o Fener sem sua fervorosa torcida, já que o jogo da volta é na Inglaterra. Não duvido nem um pouco da competência do técnico e eterno ídolo Zico frente a um time com gente do nível de Alex, Deivid e Lugano. Meu palpite: vai dar Fenehrbaçe nas semi-finais.

Eficiente, mas insuficiente: Arsenal 1 x 1 Liverpool

Isso aí, camaradinhas, em partida válida pelas quartas da Liga dos Campeões, o Arsenal não deu conta de sair com a vitória em jogo ontem disputado em casa, no lindo Emirates. Justiça seja feita, os Gunners pressionaram a muralha vermelha (ontem preta) o jogo todo, mas a bola não entrava. Com Van Persie inspirado (sempre, né?), Fabregas dando baile, Gallas sempre firme, o time de Arsène Wenger saiu de campo com um empate amargo contra um Liverpool que veio claramente para se defender. Detalhe para o jovem Bendtner que entrou no segundo tempo e deu uma de zagueiro do Liverpool ao tirar uma bola que o companheiro Fabregas com tanto custo empurrava para dentro do gol. Um dos lances mais bisonhos do futebol, na opinião deste que vos fala.

Tudo está aberto para o jogo de volta terça-feira que vem, mas jogar contra o Liverpool no Anfield não é brincadeira. O Arsenal, que matava a pau no Campeonato Inglês até algumas rodadas atrás e bateu o Milan com muita classe pelas oitavas da Champions League, parece estar voltando a ser o “boring Arsenal” dos anos 70/80, aquele time que joga, joga, joga, e não leva. Veremos!

Curiosidade: em uma semana, serão três Arsenal x Liverpool. O de ontem, o de sábado pelo Campeonato Inglês, e o jogo da volta da Champions na terça que vem.

Ineficiente, mas suficiente: São Paulo 1 x 0 Dep. Luqueño

Tensão total. O São Paulo não foi bem contra um Luqueño que claramente não veio para jogar bola. Com um goleiro-abelha (só fazendo cera) e jogadores cai-cai parando o jogo a todo momento, o Luqueño só faltou botar os reservas em seu campo de defesa, dada a barreira montada para impedir o gol tricolor. Sem nenhum lance ofensivo por parte dos paraguaios, Rogério Ceni foi mero espectador de um jogo duro, díficil graças à ineficiência do time Tricolor, que insistia em atacar pelo meio. Poucas jogadas de linha de fundo, falta de inspiração de Jorge Wagner e péssimo dia (já virou lugar-comum dizer isso) de Richarlysson e Fábio Santos, o São Paulo tinha nos chutes de fora da área de Hernanes a única jogada ofensiva no primeiro tempo.

Parece que depois do chacoalhão do Muricy no intervalo o time voltou com mais garra e esmagou os paraguaios no campo de defesa. Dois lindos dribles de Éder Luis, mais um par de bons chutes de Hernanes, algumas jogadas de linha de fundo de Jorge Wagner e Richarlysson e muito esforço de Adriano – e mesmo assim o gol não saía. Quando tudo parecia perdido e o empate amargo ameaçava pesar na cabeça do torcedor tricolor, eis que aos 48 minutos do segundo tempo um cruzamento de Jorge Wagner encontra a abençoada cabeça de Adriano. O gol pra lavar a alma.

Mais uma vez o São Paulo não jogou bem – há muitos avanços, é verdade -, mas contra o Once Caldas de 2008 esse 1 x 0 foi mais do que o bastante.

Rapidinhas: Será Hernanes o meia que o Tricolor tanto precisa? Só se alguém fizer com categoria o trabalho na lateral-esquerda, para que Richarlysson e Zé Luis possam formar uma dupla de volantes. Fábio Santos não dá conta do recado e os volantes improvisados de laterais estão contralizando muito o jogo. A zaga vai bem, obrigado. André Dias e Miranda figuram entre os melhores do país (apesar de duas vaciladas de André no jogo de ontem). E Alex Silva ainda nem voltou…

A mardita cana tirou mais uma vez um grande jogador de campo. Todo o apoio deste que vos escreve à Burrito Ortega. Ponha a cabeça no lugar e volte logo! Você fez falta ao River!

Isso aí, camaradinhas, a quarta-feira foi um sufoco. Me despeço aqui ao som da mais nova aquisição da casa do Fabinho: James Brown – Try Me, do essencial Live at the Apollo.

Só lembrando: hoje tem Cruzeiro e San Lorenzo pela Libertadores. Jogo que promete!

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