Arquivo da tag: Alejandro Sabella

RICARDO GARECA MARCA PARA A ARGENTINA

Na Copa América de 1983, Argentina e Brasil jogaram em Buenos Aires e a seleção anfitriã venceu por 1×0 com gol do atual técnico palmeirense Ricardo Gareca em jogada que começou com roubada de bola do técnico da própria Seleção Argentina na última Copa do Mundo disputada no Brasil, Alejandro Sabella, e posterior troca de passes entre o artilheiro do jogo e Jorge Burruchaga.

gareca gol argentinaNa conclusão, Gareca chutou firme em direção ao gol brasileiro batendo Emerson Leão. Confira.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=q7OtDbFUcjk[/youtube]

UM CRAQUE COM ALMA ARGENTINA

A Copa do Mundo está sensacional. O clima, os jogos, tudo. Dentro de campo, já fomos agraciados com belas partidas, recheadas de emoções e, sobretudo, surpresas. A arbitragem tentou tirar o foco daqueles que são os verdadeiros protagonistas, mas graças aos Deuses do Esporte Rei, não conseguiu.

Falando em protagonista, Lionel Messi, um dos principais desse Mundial, desembarcou no Brasil sem a pressão e expectativa de quatro atrás. Porém, neste domingo, na estreia da Albiceleste diante da Bósnia, esperava-se dele mais que uma atuação de alguém que já foi por quatro vezes o melhor do mundo. Esperava-se raça. Alma. Uma característica obrigatória para quem defende as cores azul e branca da bandeira argentina.

No Maracanã, onde hoje tivemos verdadeiros torcedores de futebol, diferente das plateias de teatro dominantes nos estádios brasileiros, Messi, foi no gramado, o reflexo dos 75 mil que preferiram cantar ao invés de apenas aplaudir.

A Argentina mostrou suas falhas. Táticas e humanas. Não mostrou, nem de longe, aquilo que pode render. Mas o potencial individual da equipe de Sabella é enorme, capaz de decidir uma partida em qualquer lance. Em qualquer arrancada de seu principal jogador.

Copa do Mundo é, realmente, um torneio diferente. Nem todos os craques costumam assimilar as toneladas de pressão que cercam essa competição. Ainda mais para um povo que respira futebol. Que tem na seleção, a representação de sua existência. De seu orgulho. E que nunca viu em seu camisa 10 tais características. Que sempre o achou um “estrangeiro”. Um espanhol. Um estranho.

Hoje, Messi não foi o craque brilhante do Barcelona, ou o jogador de Playstation que alguns acham que ele seja. Foi um guerreiro. Combateu, marcou, brigou. Errou. Entretanto, quando teve a chance, acertou. Foi decisivo. Foi Messi.

Desta vez, com alma argentina.

Messi vibrou bastante após marcar o gol da vitória argentina contra a Bósnia, no Maracanã (Foto: Google)
Messi vibrou bastante após marcar o gol da vitória argentina contra a Bósnia, no Maracanã (Foto: Google)

DESVIRANDO A MESA

Manifestações públicas nas ruas contra a virada de mesa

Após ondas de protestos em todo o país, o campeonato argentino continuará com o formato atual de disputa. Pelo menos por enquanto. A decisão partiu da Associación de Fútbol Argentina (AFA) através de seu presidente, Julio Grondona.

 Que semana no futebol argentino! Tudo começou no último dia 25 de julho quando o manda-chuva local Grondona surgiu com duas notícias bombásticas.

 A primeira, nem tão inesperada, era a demissão de Sergio Batista do cargo de técnico da seleção. Batista não resistiu às pressões decorrentes da má campanha da equipe anfitriã da Copa América. Não ter ganho o torneio continental em casa sem sequer ter chegado próximo ao feito foi a gota d’água para a sobrevida do treinador.

 Já o segundo anúncio do todo poderoso cartola fez tremer as estruturas porteñas desde a província de Jujuy ao norte até a gélida Ushuaia na porta antártica do continente. Mudanças aconteceriam no campeonato argentino a partir de 2012. A proposta era a seguinte: promover a fusão dos 20 clubes da 1ª divisão com as 20 equipes da série B. Pois é, a Argentina teria um campeonato monstro de 40 equipes.

 Desnecessário dizer que as suspeitas gerais recaíram sobre o rebaixamento do River Plate como motivação para a virada de mesa.

 A versão oficial do objetivo da coisa era “federalizar o futebol”. Contudo, muitas outras versões sobre a decisão esdrúxula começariam a surgir ao longo de toda a semana.

 Várias histórias pipocaram na imprensa argentina. Além da óbvia teoria de favorecimento do River Plate, questões de ordem política também rolaram entre as especulações.

Julio Grondona

Vale lembrar que o governo argentino “estatizou” os direitos de transmissão do campeonato nacional. A tv pública paga pelos direitos da série A através do plano “Esporte para todos”. A medida contribuiu para aumentar o clima beligerante entre o governo Kirchner e o grupo privado de comunicações “Clarín” que detinha os direitos e mostrava os jogos em tv paga somente. Já Julio Grondona detém o poder na AFA há mais tempo que Ricardo Teixeira dá as cartas na CBF.

 O chefão da AFA mudaria o discurso. Se antes afirmara que nada o faria mudar de ideia, mais tarde começou a dizer que os dirigentes dos clubes decidiriam. Só que Grondona sabia que necessitaria de 80% de aprovação dentro de um colégio eleitoral de 49 pessoas. O risco de reprovação da proposta existia.

 Quaisquer que tenham sido os motivos da virada de mesa, o melhor de tudo foi a mobilização popular contrária à mudança.

Alejandro Sabella

Através da má repercussão da iniciativa por parte da galera e da negativa de dirigentes para a proposta, a infeliz ideia seria arquivada.

 Manifestações de protesto foram organizadas via redes sociais. A coisa bombou no Facebook. Milhares de pessoas foram às ruas contra as mudanças de regras do campeonato argentino.

 O resultado foi a vitória do povo. O campeonato monstro foi deixado de lado por Grondona.

 Mais uma vez o argentino mostrou conscientização, cultura e senso de politização e está mantido o campeonato nos moldes atuais com os famosos “promedios de puntos” e “promociones”. E o mais importante: o River Plate está sim na série B e terá que retornar à elite argentina via regras do jogo.

 A tempo, a AFA anunciou Alejandro Sabella como o novo técnico da seleção argentina. Sabella foi o treinador campeão da Libertadores de 2009 pelo Estudiantes ao derrotar o Cruzeiro na final.