La Mano de Dios – Os alvinegros

Os alvinegros

Pois é, meus amigos, e não é que a Copa do Brasil reserva o duelo mais interessante da semana? Hoje enfrentam-se os dois alvinegros mais famosos do Brasil, o de São Paulo e o do Rio de Janeiro.

Hoje, levando em consideração o momento, o Corinthians é mais time e tem ligeira vantagem, mesmo jogando na casa do adversário. Se for levado em consideração o escrete, o Botafogo é aposta certa, pois, afinal de contas, é um time de primeira divisão.

Oras, tirando o xará de Alagoas, todas as disputas de times da primeira contra aqueles da segunda nessa Copa do Brasil eram barbada. E os resultados confirmaram todos os prognósticos. Por que então o duelo dos alvinegros deveria ser diferente?

Primeiramente, porque o time de segunda divisão em jogo não é qualquer um. Estamos falando do eternamente glorioso Corinthians Paulista, o time de Sócrates, Casagrande, Marcelinho, da Gaviões, campeão de quase tudo. E com um time desses não se brinca, mesmo que entre com onze mancos em campo. É a camisa que joga sozinha, já diria Nelson Rodrigues.

Em segundo lugar, talvez mais importante, o outro alvinegro é o Botafogo. Nelson Rodrigues, novamente ele, já comentou que o torcedor botafoguense vive em estado de tristeza, é um eterno sofredor. Oras, mas o corinthiano também é esse sofredor! Mas que diferença de sofrimento…

O torcedor corinthiano, reflexo de seu time, é o sofredor da crucifixão, que tira força de seu sofrimento, que vive de seus revezes, tendo eles como a fonte de sua bravura, que leva os jogadores – mesmo os mais chinelinhos – a darem tudo pelo time, até mesmo o sangue em alguns casos.

A diferença do Botafogo é que o time do excelente Cuca dá a impressão de que já entra em campo perdendo de 1 x 0. E sua torcida muitas vezes é conformada com o status de vice, perdedor, chorão. Uma relação sadomasoquista, plenamente aceita por todos botafoguenses, do técnico, passando pelos jogadores e chegando até o mais fanático torcedor. Um outro tipo de sofrimento.

Meus amigos, com essa postura, não se ganha nem caneta em comício. No duelo dos alvinegros, minha aposta é no paulista.

Me despeço aqui, ao som do gênio Bob Marley – Concrete Jungle. Aquele abraço!

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