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Chazinho de Coca – A queda de Benazzi e o retrocesso da Portuguesa.

A queda de Benazzi e o retrocesso da Portuguesa.

A Portuguesa estava fadada a encerrar suas atividades em 2006, quando esteve prestes a cair para a 3ª divisão do Campeonato Brasileiro. Em 2007, disputou a 2ª divisão do Campeonato Paulista e sagrou-se campeã.
No mesmo ano, conseguiu realizar ótima campanha na 2ª divisão do Brasileirão, onde esteve desde 2002 e, tendo terminado entre os quatro primeiros, retornou à elite do nosso futebol.

A Portuguesa é um dos clubes mais endividados do Brasil, sua arrecadação é pífia, e apesar de uma torcida muito pequena, a cornetagem por lá é compatível a dos gigantes do país.

Como a Lusa fez para conseguir todos esses êxitos em 2007, apesar de todos os problemas?Pergunte para Vágner Benazzi.

Benazzi conseguiu isolar o elenco de todos os problemas do clube, criou uma aura vencedora e resgatou o orgulho de sua pequena, mas fanática torcida. Com esses ingredientes, conduziu o time à todos esses ótimos resultados e conquisou a confiança do time e da torcida.

Em 2008, de volta à elite, fez razoável campanha no Paulistão, tendo perdido seu principal jogador e aspirante a craque, Diogo, logo na 1ª rodada. No Campeonato Brasileiro vinha brigando para escapar da parte de baixo da tabela. Entre raros bons resultados, a equipe mais se aproximava da zona de rebaixamento do que se afastava dela.

O desgaste entre elenco, diretoria e torcida era evidente e, de certa forma, natural. O futebol brasileiro, infelizmente é imediatista e o treinador caiu devido aos recentes insucessos.

Benazzi caiu e a diretoria trouxe para seu lugar Valdir Espinozza. Espinozza é conhecido no mundo da bola por ser um cara legal, de boa conversa, boa índole, um gaúcho “acariocado”. Como técnico foi campeão da Libertadores e do Mundo pelo Grêmio em 1983. Depois disso, o que mais conseguiu Espinozza? O que pretende a diretoria da Lusa ao trocar um treinador da nova safra por um “old school”? Esperava-se um da nova geração, com novas idéias, com vontade de se consolidar no cenário.

O medo de um novo rebaixamento demitiu Benazzi. Que tipo de resultado Espinozza pode conseguir junto à Lusa?

O treinador chegou dizendo que o objetivo é a América. Falácia? Ilusão? Espinozza quer trabalhar o motivacional? Difícil interpretar. Mais difícil ainda é entender essa troca de treinadores.

É esperar para ver.

La Mano de Dios – Depois da tempestade…

Depois da tempestade…

Pois é, meus amigos, nada melhor que uma rodada do Brasileiro para esquecermos a seqüência pífia de nossa seleção! Uma rodada que promete grandes emoções, veja você:

– hoje, no Morumbi, o São Paulo recebe o campeão do Brasil. Isso mesmo, o Sport vem lá de Recife passar frio aqui na capital. O São Paulo está voando, aplicou duas sonoras goleadas nas duas últimas rodadas, mas hoje vem desfalcado: Hernanes e Alex Silva estão com a seleção olímpica que joga amanhã no Rio contra um apanhado de jogadores de times cariocas. Ao que tudo indica, Juninho já voltou daquela viagem de carrinho que estava fazendo desde o jogo contra o Palmeiras no fim do Paulistão, e é dele a tarefa de ocupar a vaga de Alex Silva. Hernanes não jogou algumas partidas por contusão e parece que o time consegue se virar bem sem o craque. Aliás, o Muricy parece estar montando o time já se preparando para os desfalques que virão em agosto…

Já o grande Sport vem de ressaca dupla: uma depois da vitória na Copa do Brasil, outra depois da sacolada que tomou na última fase do Brasileiro. O time de Nelsinho Batista vem num 3-5-2, formação que só deu derrotas ao time nas últimas partidas. Apesar disso, os amuletos Carlinhos Bala e Enilton estão de volta. Só lembrando que o Sport é freguês do Tricolor e Rogério Ceni costuma dar sorte nas cobranças contra o time de Recife… garantia de um jogão!

– amanhã o Palmeiras pega o Vasco em São Januário. O Verdão teve uma semana conturbada, com atrasos de salários e muita cornetada de Luxemburgo. Bate-boca de diretoria com comissão técnica, uma festa do caqui. Não me lembro de quem é a frase, mas é sempre bom lembrar que quando a casa não está em ordem é difícil o time jogar… vamos ver como os jogadores e, principalmente, a comissão técnica vão se comportar…

Do outro lado, o sempre conturbado e bastante irregular Vasco vem a campo sem o craque Edmundo, que cumpre suspensão. Na minha opinião, o Vasco, mesmo fraco, leva vantagem, pois joga em casa e enfrenta um adversário com alguns problemas extra-campo. Será que o Palmeiras, assim como o Internacional, é outro cavalo paraguaio desse Brasileirão?

– o Santos vem todo novo. Técnico, time, esquema tático… mas falta muito pra dar pé. Quem sabe frente ao Goiás Cuca consiga dar ao time o mais importante: autoconfiança. Mais do que para os adversários, o time da Vila está perdendo para si mesmo…

Pois é, meus amigos, pelo menos três jogos que prometem, no mínimo, muita emoção. Isso sem falar em Portuguesa x Botafogo e Fluminense x Coritiba… é, pelo andar da carruagem, devemos agradecer pelo fato da seleção só jogar novamente em setembro…

La Mano de Dios – Um olho no peixe, outro no gato

Um olho no peixe, outro no gato

Pois é, meus amigos, a primeira rodada do Brasileirão passou e os resultados são os esperados. Times que disputam outras competições entraram em campo na maioria dos jogos dessarrumados, improvisados ou até mesmo com os reservas. Foi o caso de São Paulo, Fluminense e Santos, todos disputando as quartas de final da Libertadores. Além deles, o Palmeiras – talvez ainda de ressaca do título Paulista – não foi nem sombra do time que encantou no Estadual.

Tudo isso nos leva a questionar mais uma vez até que ponto o calendário do futebol brasileiro é válido. Campeonatos estaduais inchados, que se estendem até o infinito, dando pouco espaço para os times se recomporem; duas outras competições – a Copa do Brasil e a Libertadores – na metade do caminho; além de um campeonato nacional igualmente enorme (vai terminar em 9 de dezembro!) faz com que nenhum time tenha estrutura para agüentar.

O São Paulo, por exemplo, bicampeão nacional, está defendendo o título, e mesmo assim entrou contra o Grêmio pensando no jogo de quarta-feira contra o Fluminense. Sem Jorge Wagner, desconcentrado, perdeu de 1×0 num jogo feio de dar dó.

O Fluminense idem, mas teve a sorte de pegar o fraco Atlético Mineiro e conseguiu sair do Mineirão com um empate em 0x0. Dadas as atuais circunstâncias, foi goleada para o tricolor do Rio.

O Santos pegou o Flamengo ainda traumatizado pela eliminação da Libertadores. Com um time reserva em pleno Maracanã entrou em campo só para cumprir tabela, pois também está todo voltado para as quartas da Libertadores. O placar não poderia ser outro: Flamengo 3×1.

O Campeonato Brasileiro começou com a luz amarela acesa. A mesma luz amarela de todos os anos, desde que passou a ser por pontos corridos. É válido até dizer que para muitos times ainda nem começou.

Se futebol joga-se como se vive, nosso calendário futebolístico é um triste exemplo da organização da sociedade brasileira.

Rapidinhas: A Lusa fez um gol para cada ano que amargou na Segundona, mas também tomou cinco. Jogo de dez gols é coisa rara hoje em dia, e Portuguesa e Figueirense garantiram o espetáculo nessa primeira rodada.

O Corinthians suou para vencer o CRB em pleno Pacaembu. Doutor Sócrates já sentenciou: voltar para a elite não vai ser fácil, e o Corinthians, com esse time, periga ficar na Segundona por um bom tempo.

Pois é, meus camaradinhas, não posso dizer que me empolguei com esse início de Brasileirão. Muitos jogos requentados, com times ainda sem foco. Espero que melhore assim que as outras competições forem acabando…

Me despeço aqui ao som de Blue Cheer – Summertime Blues. Discaço de 68, desse power trio ultra-subestimado. Pra quem curte Cream, é prato cheio!