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VASCO: A GRANDE SURPRESA DO INÍCIO DA TEMPORADA

Sem o mesmo brilho de outrora, o campeonato estadual mais charmoso do Brasil começou com uma grande surpresa: o Vasco da Gama.

Afundado em uma crise política sem fim e cotado antes do início da temporada como franco favorito a ser apenas coadjuvante, o Gigante da Colina apostou suas fichas em jogadores sem tanto brilho para poder se reerguer e dar a volta por cima.

Por enquanto o começo é promissor. A equipe comandada por Gaúcho é líder isolada do grupo A da Taça Guanabara, com 100% de aproveitamento. Bernardo, que retornou a São Januário após apagada passagem pelo Santos, provou que seu lugar é mesmo na equipe carioca. O camisa 31 é o grande destaque deste início de campeonato e soma 4 gols em 3 partidas. Aliás, o ataque cruz-maltino tem mostrado eficiência: são 11 gols em 3 pelejas disputadas.

Destaque das páginas dos principais jornais esportivos do País, o zagueiro Dedé, ainda pretendido pelo Corinthians, é a grande estrela do time. O defensor renovou seu vínculo até o meio deste ano. Sua prioridade é ficar no clube.

Voltando a falar do campo, o time dá amostras de que a forma de jogo tem o dedo de Ricardo Gomes, hoje gerente de futebol. Dentro das quatro linhas, os toques rápidos, a movimentação contínua do trio ofensivo formado por Carlos Alberto, Bernardo e Éder Luís, tem surpreendido até o mais pessimista dos vascaínos.

Ao contrário do modorrento Campeonato Paulista, o Cariocão-13 (1°turno-Taça Guanabara e 2°turno-Taça Rio) já ganhou do rival em emoção. Ontem, o Engenhão foi palco do primeiro clássico do futebol brasileiro em 2013. Botafogo e Fluminense fizeram um jogo bastante agradável aos olhos dos torcedores.
Em campo, as duas equipes mostraram competitividade e destaques individuais.

Ainda sem Fred, o Fluminense apostou suas fichas no veloz Wellington Nem, que marcou o gol da equipe de Abel Braga. Do lado alvinegro, palmas para o experiente zagueiro Bolívar, que deixou sua marca pela segunda vez em três jogos com a camisa do Fogão. Final 1×1.

Na próxima quinta-feira, 31, a cidade do Rio de Janeiro novamente voltará suas atenções para o campo. Às 19h30 (horário de Brasília), Flamengo x Vasco farão um clássico que será o divisor de águas para ambas as equipes.

Do lado do Vasco, um  teste para a comprovação da boa fase. No Mengão, ainda sem contar com Carlos Eduardo, grande contratação da temporada, cabe ao volante Elias, outro grande reforço rubro-negro, ser um dos trunfos de Dorival Júnior para derrotar o arqui-rival. A única certeza é que emoção não vai faltar.

Ao torcedor vascaíno, não deve haver empolgação, afinal o Vasco é uma panela de pressão. Qualquer acontecimento se torna algo capaz de mexer com as estruturas do clube. E outra: campeonato estadual costuma enganar. Por tanto, muita calma nessa hora.

Acredito que com mais alguns reforços pontuais, o time pode encorpar e brigar, além do título estadual, por uma vaga na Libertadores. Estamos no início, mas ao contrário de outros, é sempre importante começar a temporada bem.

Sorte ao Vasco.

Bernardo é grande estrela vascaína para a temporada 2013 (Foto: Paulo Sergio)

 

COMO DESFAZER O EFEITO MANADA?

Assunto chato: Em relação a Libertadores, a Fox Sports surgiu para os torcedores insatisfeitos com as abordagens e comentários tendenciosos da detentora de tudo no futebol brasileiro, como um verdadeiro porto seguro. Isso não significa que precise ser o espelho da Globo, só que as avessas.

A Globo hoje trata o Corinthians como um caso a parte no futebol brasileiro. Transmitiu TODOS os jogos do time na Libertadores, enquanto outro clube paulista, o Santos, que além de ser o atual campeão da Libertadores, tem ainda o melhor jogador das Américas, foi relegado a 2º, 3º, 4 º plano. Cobertura chapa branca. Faz-se o que a audiência quer ver, escutar e depois comentar, no lugar de levar a ela o fato como ele é. Mostra-se muito de um e nada de todos os outros. Isso obviamente impacta nos contratos de publicidade, na busca por parcerias financeiras, contratação de jogadores, valorização da marca e bla, bla, bla. Se nada mudar e em alguns anos teremos um Campeonato Brasileiro tão “empolgante” quanto o Espanhol. Com duas forças polarizando tudo e o resto brigando pelas migalhas.

Ontem na transmissão do jogo Corinthians X Vasco, o comentarista pela Fox Sports foi Paulo Lima. E ele se mostrou por diversas vezes indignado com as opções do árbitro em jogadas onde o beneficiado era o Corinthians. Uma em questão me chamou bastante a atenção.

Em disputa de bola bastante viril, Jorge Henrique e Eder Luiz se desentenderam. JH, irritadiço, foi em direção a Eder e ao encará-lo e ser encarado, fez menção em acertar uma cabeçada no adversário. Fez menção, não chegou as vias de fato e isso é nítido na imagem. Vá lá que ele tenha encostado sua testa no narigote do vascaíno. Daí a fazer todo o carnaval que o atacante se prestou ao ridículo, era desnecessário. Eu sendo árbitro não amarelaria ninguém, mas se tivesse alguém a receber algo ali era Eder, pelo circo. Vuadden fez o óbvio em se tratando de assoprador brasileiro e amarelou ambos. Paulo Lima da Fox mostrou-se profundamente indignado. Guerreando contra a imagem, justificou que a expulsão de JH era questão de se aplicar a regra.

Tão absurda foi sua abordagem, que o narrador, Eder Reis, se não me foge a memória (bom narrador, diga-se de passagem), se posicionou contrário ao que o comentarista tentava vender. O clima ficou até um tanto tenso entre eles após esse fato.

Horas antes do jogo, na Globo, as chamadas da partida eram festivas, pareciam textos do Bial com narração do Galvão. Tratavam o Corinthians como a seleção da CBF na final da Copa de 2014 e o Vasco, tão brasileiro e grande quanto o Corinthians, parecia ser a Bósnia em amistoso do sub-17.

Mas este é o padrão Globo ao qual estamos todos acostumados a ver. As alternativas a essa regra televisiva não deve seguir os mesmos preceitos. Deve mostrar-se imparcial, relatando fatos, emitindo opiniões limpas de qualquer bandeira ou carapuça vestida.

Uma boa parte dos torcedores médios tem tentado buscar novas alternativas contra o establishment televisivo. E isso é bom, é ótimo. É a manada buscando sair do curso comum.

Mas há de se haver alternativas limpas e não caminhos que os levem a chafurdar na mesma lama de sempre.

Em tempo: Prefiro citar nomes dos profissionais e órgãos mencionados. Na hora de elogiar e criticar, diga-se. Se prego o jogo limpo nos informativos, prefiro que sejamos assim também.

Comentários sobre os jogaços da Copa do Brasil e Libertadores virão ao final da rodada de hoje.

Cheers,

EMPATE AMARGO

O Vasco da Gama recebeu a equipe Universidad de Chile em São Januário na noite desta quarta-feira 23/11 e teve um páreo duro pela frente. Quem achava que a equipe cruz-maltina teria facilidade no confronto direto com os chilenos se enganou completamente.

A equipe que nesta semana teve uma péssima noticia com a contusão de Éder Luis. O atleta ajudou o time a levantar o caneco da Copa do Brasil e brigar pelos títulos da Copa Sul-Americana e do Campeonato Brasileiro.

Logo no início da partida o time partiu pra cima dos chilenos e contou com a boa atuação do meio-campo Bernardo. O atleta comandou o meio-campo do time cruz-maltino ao lado do reizinho vascaíno Juninho Pernambucano.

 

 

Reizinho Vascino comandou ao lado de Bernardo o meio-campo vascaíno (Foto: Paulo Sérgio - Portal Lancenet)

 

 

O Universidad de Chile não se abateu com a pressão do time da colina e também tentava aproveitar algumas oportunidades em rápidos contra-ataques. Em alguns deles chegando a assustar o arqueiro Fernando Prass. A partida era muito disputada no meio-campo até que Elton acertou um belo chute no travessão do goleiro chileno Herrera e colocou fogo na partida.

Logo após a bola na trave o Vasco voltou a pressionar o adversário e chegou ao gol aos 30 minutos do primeiro tempo com Bernardo e a torcida foi a loucura em São Januário acreditando que o placar poderia aumentar a qualquer momento, porém o primeiro tempo acabou e nada alterou o placar que até o momento era favorável ao time da colina.

 

 

Bernardo comemora o único gol do Vasco na partida (Foto Portal gazetaesportiva.net)

 

 

Na volta do vestiário a mesma cena do primeiro tempo se repetiu, um jogo muito disputado no meio-campo porém com algumas limitações na hora da finalização. Dedé mais uma vez demonstrou segurança na zaga e não deu espaços para os atacantes chilenos que insistiam nas jogadas individuais e nos chutes de fora da área, porém em um lance despretencioso a equipe do Universidad de Chile chegou ao empate após cobrança de falta. Osvaldo González aproveitou bobeada da zaga vascaína e empatou a partida, daí em diante nada se alterou até o apito final e a equipe do Vasco da Gama agora terá de realizar uma grande exibição no Chile pra voltar com a vaga para a final da Copa Sul-Americana .

 

 

Chilenos comemoram o gol de empate diante do Vasco em São Januário (Foto Portal gazetaesportiva.net)

 

 

Agora o Vasco da Gama volta suas atenções para o Campeonato Brasileiro onde enfrenta o Fluminense neste final de semana com a chance de assumir a liderança do BR11 faltando apenas duas rodadas para o final do campeonato. O clássico vai ferver o final de semana carioca já que o Fluminense também espera um tropeço do Corinthians diante do Figueirense para continuar sonhando com o título nacional de 2011.

 

 

Me despeço de meus amigos com o grande Audioslave:

 

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=9nGiMMoYhzQ&feature=related[/youtube]

FIASCO BRASILEIRO NA SULAMERICANA APONTA MEDIOCRIDADE DO BR11

Universidad de Chile 1X0 Flamengo

Libertad 2X0 São Paulo

Independiente Santa Fé 4X1 Botafogo

Vasco 8X3 Aurora

O que os resultados acima mostram ao leitor, além de obviamente indicar que Flamengo, São Paulo e Botafogo foram eliminados da Sulamericana, enquanto o Vasco se classificou?

Para mim serve como argumento contrário ao discurso dos que defendem que o futebol brasileiro é de altíssimo nível. Não é.

Ok, o Campeonato Brasileiro pode ser muito equilibrado. E de fato é. Mas analisem comigo.

Flamengo, São Paulo e Botafogo brigam diretamente pelo título do BR11 e ainda assim foram sumariamente eliminados da chamada “2ª divisão” do futebol sul-americano. Eliminados sumariamente pelos “poderosos” Universidad de Chile, Libertad do Paraguai e Independiente Santa fé da Colômbia. Representantes secundários de países secundários no cenário mundial da pelota. E não me venha dizer que o Libertad é o atual campeão paraguaio e o Universidad é mega tradicional no Chile. A competição é de fato a 2ª do calendário do futebol sul-americano e ponto final.

E esse referencial aponta diretamente para outros postulantes ao título do BR11 e que não disputaram a Sulamericana, como Corinthians e Fluminense. Oras, se mesmo tendo rivais comprovadamente frágeis, como explicar a incrível dificuldade em se distanciar deles?

Concordo que aí entram outras situações como a rivalidade que sempre equilibra os desiguais, o longo calendário, contusões, suspensões e por aí vai. Mas ainda assim o equilíbrio interno é enorme, como enorme foi o fisco brasileiro na Sulamericana diante de adversários de cenários menos bajulados do futebol. O que me leva a entender que o nivelamento existe, mas é rasteiro, é raso, não se faz mediante grandes times.

Alguns gostam de dizer que os grandes campeonatos europeus restringem suas disputas a no máximo 4 ou 5 equipes. Em contrapartida no Brasileirão a disputa gira sempre em torno de uns 10 times. O que é verdade.

É verdade também que os médios e pequenos europeus brigariam para não cair se hipoteticamente disputassem o Brasileirão. Mas é bem verdade também que o campeão brasileiro não chegaria nem perto de brigar por uma vaga na Champions League se também hipoteticamente fosse disputar uma edição da Premier League, por exemplo. Talvez conseguisse um 3º lugar no Campeonato Espanhol, mas este não nos serve como parâmetro.

Exceção feita a situações que fogem da atual normalidade brasileira, como o Santos de Neymar. O Santos do 1º semestre talvez encarasse bem o big Five inglês. Mas em uma competição longa teria sérios problemas para suplantar necessidades técnicas com o elenco reduzido que tem. Encarar em jogo único não me serve de parâmetro. Não confundam essa análise com a possibilidade, que existe sim, apesar de pequena, do Santos bater o Barcelona no mundial de clubes.

No Brasileirão a diferença entre o 1º e o 20º é razoável, enquanto na Inglaterra (que tomamos aqui como exemplo) é abissal. Em contrapartida a distância entre o nosso 1º colocado contra o líder da Premier League é bem grande. Temos então um campeonato equilibrado, com uma distribuição maior de possibilidade entre seus 20 participantes, mas jogos igualmente médios, disputados muito na vontade, pouco na qualidade.

O Vasco é a exceção. O massacre diante do pobre Aurora mostra que o Vasco está hoje como o melhor time do país. Campeão da Copa do Brasil, líder do BR11 e único brasileiro que segue na disputa continental. O Vasco está melhor, como o Santos esteve melhor no 1º semestre.

Times que fugiram pouca coisa da mediocridade (de médio mesmo) do futebol brasileiro, mas que bastou para serem os protagonistas do ano. Não por acaso podem terminar 2011 (o Santos já é) como os campeões continentais na temporada. E, no caso do Vasco, monopolizar as competições nacionais.

Cheers,