Arquivo da tag: Lincoln

O PAVOROSO EMPATE DO PALMEIRAS E A NOVELA KLEBER

Em meio a especulações sobre as chegadas de Henrique e Martinuccio, o fato concreto da semana palmeirense foi a “perda” do atacante Adriano Michael Jackson. Foi também a perda de dois pontos contra o América MG.

Salvo alguma mudança drástica de postura ou elenco, o time mineiro briga para não cair. Com todo o respeito ao tradicional clube e que tem uma das camisas mais bonitas do Brasil, mas é o tipo de jogo onde um suposto postulante a título e/ou vaga na Libertadores já deve contabilizar 3 pontos em sua fatura. Seja dentro ou fora de casa. O Palmeiras perdeu dois pontos, perdeu a vice-liderança e tem agora 4 pontos a menos que o líder Corinthians, que por sua vez tem um jogo a menos.

Se o empate contra o Santos no próximo domingo era um resultado dentro de um prognóstico aceitável, não é mais. A vitória é imprescindível contra o desfalcado campeão da Libertadores. Caso contrário, uma hipotética briga por título já começa a ficar complicada, estando apenas na 9ª rodada.

O jogo foi pavoroso. Individualmente ninguém se salvou. Coletivamente houve dedicação e o gol de empate do Palmeiras chegou depois de muita briga – contra o adversário e contra a bola – mas acabou sendo justo.

Felipão disse após o jogo que não há ligação qualificada entre meio-campo e ataque e que com isso não consegue acionar Maikon Leite.

Em tese, no jogo de ontem, essa deveria ser a função de Lincoln, que reclamou no intervalo da necessidade de ter que criar e marcar. Lincoln deveria reclamar menos e jogar mais, muito mais. Se no futebol de hoje ele reclama da necessidade de ajudar na marcação, de repente o showbol seja um caminho plausível para o camisa 99, que está no clube desde 2010 e até agora não disse ao que veio.

O 4-3-3 de Felipão tem cara de ofensivo e até consegue ter postura ofensiva, mas pouco cria, pouco agride o adversário. Valdívia, apesar de todos os pesares e ressalvas e teses e fatos concretos possíveis e imagináveis, ainda é preponderante para o time. É torcer para o Chile ser eliminado o quanto antes da modorrenta Copa América, além de torcer para o camisa 10 voltar com fome de bola e vontade de mudar sua relação atual com time e torcida.

Se Henrique e Martinuccio chegarem mesmo, muda o patamar do time e do elenco. Mas esse “se” implica em uma série de ponderações. Deixemos para os próximos capítulos.

O capítulo de hoje tem nome e veste a camisa 30. Kleber continua sua novelinha com o Flamengo.

Gosto do Kleber e acho que sem ele o Palmeiras perde muito. Mas com ele no time desde 2010, a verdade é que ganhar mesmo o Palmeiras pouca coisa ganhou.

O que fez Kleber contra o Goiás nas semifinais da Sulamericana? E contra o Corinthians nas semifinais do Paulistão? E nos 6X0 que levou do Coritiba? Foram os jogos chaves do Palmeiras desde a chegada do atacante.

Não estou cornetando o jogo do atacante. O futebol dele é esse aí mesmo. Explosão, força, raça e alguma habilidade. Ganha importância no grupo e na relação com o torcedor por sua declarada paixão pelo clube. Fato raro nos dias de hoje e algo que eu valorizo muito, demais, as vezes mais até do que um brilhantismo técnico maior.

O fato de Kleber receber menos do que Valdívia e Lincoln é mesmo um absurdo. Ele joga e os outros dois até agora fingem que jogam.  Mas ele assinou contrato sabendo o quanto receberia. O quanto ele acha ser válido é uma questão pessoal e nem deveria passar pela comparação com outros jogadores. Ele assinou, ele aceitou receber o que lhe foi proposto.

Se quiser ganhar mais no Palmeiras, conduza então o time a títulos, a vitórias em jogos decisivos. Em momentos onde o diferente deve prevalecer. Se não está satisfeito, se seu suposto amor pelo clube não é grande o suficiente para conquistar o merecido aumento conquistando em campo e não nos bastidores, então o melhor é que vá mesmo para a Gávea receber o dobro, o triplo ou seja lá quanto for que o time carioca tenha lhe oferecido.

Despeço-me da camaradagem feroz com o petardo do Blur – Country House:

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=gpuh1WE-RVw[/youtube]

 

Cheers,

COM PATRICK E LINCOLN PALMEIRAS CUMPRE (MUITO BEM) SUA OBRIGAÇÃO. E AGORA, FELIPÃO?

O Linense é o 17º colocado do Paulistão. Vencê-lo em seus domínios não é nada mais do que obrigação de um grande que aspira brigar pelo título. Mas a boa atuação do Palmeiras transformou o jogo em barbada. Deola sequer sujou o uniforme.

E foi baseado, sobretudo, nas boas atuações de Patrick e de Lincoln que o time conduziu o resultado tranquilamente.

Por mais que Felipão diga que Patrick não é meia, é exatamente por ali que ele vem se destacando, chamando inclusive a atenção de um dos grandes meias da história do Palmeiras – Alex. Que lá da Turquia elogiou o crescimento do garoto.

Da molecada da base que o Verdão vem aproveitando, Patrick é o que mais tem evoluído. Ganhou a vaga de Tinga e agora vai dar uma dor de cabeça dos infernos em Felipão quando o técnico contar com a volta de Valdívia.

Como fazer para armar o meio com Patrick, Valdívia e Lincoln?

Sim, Lincoln. O camisa 99 que há dois meses não atuava e que havia praticamente sido descartado, retornou ontem para ser o cérebro do time que vinha acéfalo sem Valdívia. Não só fez bem sua função, como participou de dois dos três gols do time.

Lincoln é mais cerebral que Valdívia. Distribui mais o jogo. Valdívia é mais explosão, arranca com bola dominada e acha espaços onde não tem. O 1º pode colocar alguém em condições de definir uma partida. O 2º pode ser exatamente esse a decidir a partida. Um é o arco e o outro é a flecha.

Em meu modo de enxergar futebol, os dois são complementares, não se anulam de forma alguma. Devem jogar juntos e transformar um time que vive muito de transpiração em um time de inspiração.

E o Patrick?

Patrick jogaria como joga hoje, partindo de trás, dando opção para os alas espetarem nas pontas e também dar sustentação ao ataque, podendo inclusive ser fator surpresa com arremates de fora da área, como no 1º gol de ontem – golaço, melhor dizendo.

Com dois volantes de ofício que podem ser Chico e Pierre, Lincoln e Patrick podem ser os meias, alimentando um ataque que teria Kleber aberto pela esquerda e Valdívia chegando junto pela direita. Em um time sem centroavantes, quanto mais qualidade ofensiva tiver, melhor.

Esse Palmeiras pode ser melhor do que vem sendo, e para isso sequer precisa de grandes contratações.

Ouçam Oasis, filhotes. Ouçam Supersonic: