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MINHAS VERDADES. POUCAS E “BOAS”

Baseado na ótima coluna do Leandro sobre as verdades corintianas, resolvi elaborar uma lista de situações onde colocarei as minhas verdades. As minhas, não exatamente as de vocês, não exatamente uma verdade verdadeira, mas aquela verdade na qual eu acredito. Vejamos se batem com as de vocês.

Carnaval é uma delícia. Em São Paulo o frisson pelos desfiles das escolas de samba começa já na sexta. Mas a verdade é que eu pouco me interesso por desfiles. Meu barato são mesmo os dias de mamata, de pés para o alto, de completo desbunde. Cervejas, churrascos, pessoas amadas e queridas ao lado. Valeu, festa do povo.

-O Mano convocou a seleção da CBF para amistoso contra a Escócia. Robinho ficou de fora. Lúcio, Elano e Maicon estão de volta. Lucas foi convocado pela 1ª vez. Tudo certinho. A verdade é que desde que saiu do Santos pela 1ª vez Robinho nunca jogou o suficiente para ser jogador de seleção, mais ainda capitão, como vinha sendo com Mano. Lucio é ainda o melhor zagueiro que temos. Maicon o melhor lateral direito, apesar de que o momento de Daniel Alves seja melhor.  Elano a meu ver é um ótimo jogador para clubes. Não para a seleção. Foi um dos poucos destaques do Brasil na Copa passada, para se ter uma idéia do nível técnico da seleção dunguista. Mas a verdade é que hoje, com a contusão de Ganso e a queda vertiginosa de Kaka, não temos grandes opções para o meio. Lucas está lá e mais nada. Cabe sim o Elano dessa vez.

-Mas a minha grande verdade sobre a seleção é que eu pouco me importo com a seleção da CBF. Meu negócio é futebol de clubes. Ainda quando é em Copa do Mundo ou em algum amistoso contra algum país de ponta, vá lá. De resto, pouco me anima.

-Esse papo de Clube dos 13, Globo e CBF já está torrando a paciência. A verdade é que não há mocinhos, apenas vilões. Alguns são vilões do Chapolin, bonachões, “inocentões”. Outros são vilões da Cosa Nostra. Esses manipulam facilmente os vilõezinhos do chapolin com conchavos, com migalhas. A verdade é que no final todos sabemos de que lado todos irão ficar. E sabemos também que o futebol e o torcedor serão os maiores prejudicados, seja lá que acerto for feito. Os clubes também serão. Ou alguém acha que o pensamento dos dirigentes é o bem do próprio clube?

-A Sandy escolhida como a nova “devassa” da cerveja Devassa é o assunto da moda. Que pela saco! Ela é bonitinha até, mas é sem gracinha, sem salzinho, já afirmou que não bebe cerveja nem sem álcool. Mas a verdade é que a escolha dela foi um tiro certeiro de quem está cuidando da conta da cerveja. Fosse qualquer “devassa” de renome nacional e o impacto não teria sido nem perto do que tem acontecido. Ninguém em sã consciência imagina que os caras escolheram a pequena por ela evocar AQUELE espírito de devassidão, né? Não há inocência. É pura malandragem. A cerveja Devassa é hoje a mais comentada do país. Essa é a verdade. Ponto!

-“Noel Gallagher, seu irmão mais novo está mais veloz que você. Confirma que compreendeu o recado?”. Ah malandragem! Desde “Be Here Now” que neguinho sempre quis por fim ao Oasis. Banda que estoura demais virá “artificial”, cai na mesmice. Afirmam os doutores da musicalidade e dos lançadores de melhores bandas da próxima semana. Precisam sempre apontar a próxima tendência. Tudo mala sem alça! A verdade e que se não conseguiu mais lançar algo próximo de Definitely Maybe e Morning Glory, o Oasis ainda lançou discos melhores que a grande maioria das bandinhas da moda desde então. Vampire Weekend? Dá um tempo! Mas enfim o sonho desses virou realidade. O Oasis acabou. Mas a cornetagem continuou.  Se não havia mais banda, ainda existiam os personagens principais – Noel e Liam Gallagher. Liam é muito estrelinha, e de fato é. Mas isso é irritante demais para os nossos formadores de opinião de plantão. Então Noel foi eleito para continuar tendo uma carreira sagaz, quem sabe lançando um disco “rock n roll” de verdade. Nada disso. Quem deu a volta por cima 1º e lançou um discaço de rock foi o irmão mais novo, o estrelinha. Liam e o seu Beady Eye, que conta ainda com os remanescentes do Oasis (Gem Archer, Andy Bell e Chris Sharrock), lançou uma bolacha simples, de rock visceral, despretensioso, sem frescuras. Eu que gosto “pouco”, achei um tesão. Os plantonistas da corneta cravaram: “vergonha alheia o disco”. Nem escutaram direito. Vergonha é viver esperando o melhor lançamento de todos os tempos semana após semana.

É isso, felas. Algumas verdades que são só minhas, mas que podem ser suas, caso queiram. Um excelente carnaval a todos.

Ouça e veja Beady Eye:

Fábio Koff: A ruptura do Clube dos 13 é coisa da CBF e da Globo

Evidente que não vejo o Clube dos 13 como o “Eixo do Bem” do futebol brasileiro. Mas para mim está bem claro, há tempos, mais evidenciado ainda agora com todas as tramas e tramóias referentes a Copa do Mundo no Brasil e a essa enfadonha politicagem em torno de validações de títulos, de taças, de rachas, quem é o “EIXO DO MAL”. Acompanhe abaixo o depoimento de Fábio Koff, presidente do Clube dos 13, concedido e transcrito por Juca Kfouri e extraído por mim do blog do Luis Nassif.

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DEPOIMENTO FÁBIO KOFF

A ruptura do Clube dos 13 é coisa da CBF e da Globo

Dirigente acusa Ricardo Teixeira e Marcelo Campos Pinto por racha

SÓ ME RESTA LUTAR ATÉ O FIM. SE CAIR, CAIR DE PÉ. QUEM SABE SE NÃO LANÇO AGORA A LIGA?

JUCA KFOURI
COLUNISTA DA FOLHA

Na tarde da última quarta- -feira, recebi em meu escritório, no andar de cima de minha casa, o presidente do Clube dos 13, Fábio Koff.

Havia alguns anos que não nos falávamos, fruto de divergências sobre os rumos da entidade que ele dirige. E de críticas ácidas, respondidas por ele no mesmo tom.

Considero que o reencontro de anteontem foi fruto da autocrítica de quem quer retomar um caminho, mesmo que pareça tarde demais.

Na despedida, e fiz questão de ir com ele até o carro, ouvi: “Estou velho para poder ter tempo de fazer novas reconciliações. Tenho certeza de que, com você, não será preciso mais nenhuma”.

Abaixo, seu depoimento, o mais fiel possível porque não foi gravado, mas submetido a ele antes da publicação.

“Não vim para me justificar. Até porque as coisas que não fiz não as fiz ou porque não soube, não tive competência ou força para fazer. E algumas vezes fraquejei.

Errei ao aceitar ser chefe da delegação da seleção brasileira na Copa da França. E fui muito criticado por isso, com razão de quem criticou.

Não queria ir, pensei em dizer não ao convite, mas até minha mulher argumentou que eu vivia criticando e que não poderia recusar ao receber aquela responsabilidade.

Fui, convivi pouco com o Ricardo [Teixeira, presidente da CBF], ele lá, eu cá, mas não posso negar que ele é tão poderoso como abjeto.

Fui traído muitas vezes ao longo desses anos, embaixo do pano, na calada da noite.

O Marcelo [Campos Pinto, principal executivo da Globo Esportes] e a CBF implodiram a FBA [empresa que geria a Série B] e fizeram um contrato de adesão da Série B.

Os clubes fecharam por R$ 30 milhões até 2016, quando poderemos chegar a R$ 1 bilhão por ano. Isso é inaceitável, os clubes menores vão morrer. Vão matar o futebol.

Fraquejei ao não fazer a Liga dos Clubes, como era nosso projeto de vida. Não me senti forte, respaldado o suficiente. O temor em relação a retaliações da CBF é grande, a ponto de ela ter extinguido o conselho técnico dos clubes e ninguém reclamar.

Esta ruptura do Clube dos 13 é coisa do Ricardo e do Marcelo. Eles são vizinhos de sítio e tramam tudo nos churrascos que fazem.

O Andres Sanchez veio até minha sala, encheu-me de elogios e avisou que o Corinthians ia sair. Eu até disse que entendia, que admitia que quem entra pode sair, mas que queria saber o motivo. Ele disse que, quando alguém pega um rumo, tem de ir até o fim. “Mas que rumo?”, perguntei. “O rumo, o rumo”, respondeu.

Convidei-o para a reunião. Ele disse que não, que era assunto para o Rosenberg [Luis Paulo Rosenberg, diretor de marketing do Corinthians].

Ele foi embora, mas tem dívida lá para pagar. Se pagar, ficará claro, para o Cade [Conselho Administrativo de Defesa Econômica], inclusive, quem pagou.

Não falou nada em lisura e está cansado de saber que ganho, líquido, coisa de R$ 52 mil, mais dinheiro do que vi em toda minha vida de juiz, é verdade, mas salário a que faço jus e que, por iniciativa minha, é menor do que deveria ser pelo que fora decidido em Assembleia Geral.

Se prevalecesse a porcentagem sobre o contrato com a TV, seria muitíssimo maior, poderia chegar a R$ 5 milhões por ano, o que evidentemente seria um exagero.

Quanto a termos avisado os concorrentes sobre o ágio concedido à Globo, qual é o problema? Falamos com todos mesmo, com a Globo inclusive, que reagiu muito bem, em ligação que fiz à Márcia Cintra [braço direito de Marcelo Campos Pinto].

Juro que não queria mais uma reeleição. Mas, quando vi a armação para eleger o Kléber Leite, sem nenhuma conversa comigo, até meus filhos e minha mulher, que não queriam mais que eu ficasse, acharam que não, que eu tinha de ir para a luta.

E eu disse com todas as letras para o Marcelo que aquilo era coisa dele e do Ricardo. Ele desconversou, perguntou como estava a saúde de minha mulher, aquela coisa melíflua que ele faz sempre que é pego em flagrante.

E eles compraram votos, empréstimo para um, adiantamento para outro, mas não passaram de oito votos porque nós também trabalhamos sem descanso.

Antes, tinham nos oferecido pegar a segunda divisão para administrar, mas a proposta era tão iníqua que eu me revoltei e denunciei, o que deixou o Marcelo muito irritado. Ele não está acostumado a ser contrariado.

A gota d’água definitiva foi o contrato que o Palmeiras quis fazer no uniforme do Felipão, e a CBF disse que não podia porque era direito de comercialização dela, por causa de um artigo no regulamento das competições que, evidentemente, foi escrito pelo Marcelo, como eu disse para ele, por conhecer o estilo de escrita dele. E ele, constrangido, negou.

Notifiquei judicialmente a CBF. O Ricardo ficou uma fera. Soube que falou palavrão, perguntou quem tinha feito a “cagada”, ao mesmo tempo em que não se conformava porque, em vez de falar com ele, eu o havia notificado.

Ele resolveu que não falaria mais com o Clube dos 13, que só receberia clubes por intermédio das federações estaduais e que o Clube dos 13 não tinha existência legal porque não está no sistema esportivo nacional.

Na hora de pensar no contrato dos direitos do Brasileiro, fui ao Cade tratar do direito de preferência da Globo, que inviabilizava qualquer concorrência. Foi a vez de o Marcelo não me perdoar.

Azar dele. Montamos uma comissão de negociação em que fiz questão de dividir com dois eleitores que votaram em mim e dois que não votaram. Dei carta branca ao Ataíde Gil Guerreiro [diretor-executivo do C13], empresário vitorioso, competente e independente. O resultado do trabalho é precioso.

Só me resta lutar até o fim. Se cair, cair de pé. Quem sabe se não lanço agora a Liga?

Saio de sua casa honrado por nosso reencontro, disposto a ouvir as críticas que merecer e a lutar para, quem sabe, ajudar a evitar também a roubalheira que querem fazer em torno da Copa.

Aliás, e o Orlando Silva Jr.? Que decepção! Mas confio na Dilma. Ela não permitirá a farra que querem fazer.

Enfim, lamento ter perdido um companheiro como o Belluzzo [Luiz Gonzaga Belluzzo, ex-presidente do Palmeiras], um homem de bem, bem preparado, que fez um trabalho para refinanciar as dívidas dos clubes exemplar, estabelecendo teto para se gastar com futebol e escalonando o pagamento da dívida de maneira transparente, muito melhor que essa Timemania, que é uma bobagem.

E lamento que o Juvenal [Juvêncio, presidente do São Paulo] tenha se desgastado com os demais dirigentes do Clube dos 13, porque ele era o meu sucessor natural.

Minha vida foi toda muito boa, não posso me queixar e não me arrependo de nada, a não ser de poucas coisas no futebol que faria diferente. Cheguei ao C13 com um contrato de R$ 10,6 milhões, feito pela CBF. Nada no mundo se valorizou tanto como nossos direitos de transmissão.

Não sou homem de desistir e, com 80 anos, dou-me o direito de estar meio rabugento. Vamos ver como vou fazê-los engolir a rabugice.”

Clique aqui para ir à notícia

Blog do Nassif:

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-guerra-do-clube-dos-13?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter

Para acompanhar pelo Twitter: http://twitter.com/luisnassif

O PÃO E CIRCO DA CBF E DE SEUS CORDEIRINHOS

Informação de momento via ESPN.com.br:

Grandes do Rio se unem ao Corinthians, e implosão do C13 parece inevitável

http://espn.estadao.com.br/futebolnacional/noticia/177421_GRANDES+DO+RIO+SE+UNEM+A+CORINTHIANS+E+POEM+C13+DE+LADO+EM+NEGOCIACAO+POR+DIREITOS

O racha no Clube dos 13 iniciado oficialmente pelo Corinthians, na terça, ganhou a ajuda de peso dos quatro grandes do Rio de Janeiro nesta quarta. Em nota conjunta, Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco anunciaram que negociarão diretamente com as empresas interessadas a venda dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro e não mais via entidade que os representa, como era de costume.

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Atualizado às 14:30 via twitter de Estevam Ciccone: @blogdociccone: Já confirmaram que romperam com o C13: Corinthians, Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo. Outros devem sair tbem…

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Que o Andres Sanches é o maior baba ovo do Ricardo Teixeira há tempos, não é novidade. Que seu apoio irrestrito as patacoadas CBFianas deve-se ao fato de ter ganho o pseudo projeto de estádio, Fielzão, também não.

Mas muito me espanta o Flamengo render-se aos “afagos” do ditador mór de nosso futebol por causa de uma taça idiota de bolinhas e um reconhecimento meramente político, quando na história ele nunca havia deixado de ser o legítimo campeão de 87.

Abrem-se as pernas por pouco nesse mundinho. E os “co-irmãos” cariocas agora vêm juntos.

Outra pergunta que faço inocentemente é: Por que raios a CBF faz tanta questão de que os clubes aceitem a proposta da Rede Globo pela renovação dos direitos de transmissão do Brasileirão, sem sequer ouvir as outras, sendo que tudo leva a crer que essas outras superam a Global?

Entenda você, caro feroz que me acompanha, que diferentemente do que ocorre na Europa, onde os clubes podem negociar seus direitos individualmente com a emissora que quiser, aqui não se pode. Lá o direito pertence ao dono da praça desportiva. Aqui as duas agremiações envolvidas são consideradas soberanas, o que impossibilita que um ou poucos dos clubes que disputam o Brasileirão possam negociar a parte.

Imagine a situação:

Corinthians X Avai jogarão no Pacaembu. O Corinthians tem seus direitos presos junto a Globo e o Avai junto a Record. A transmissão não acontece, pois ambos detêm o direito sobre o espetáculo. O dinheiro não entra, os patrocinadores se vão.  Bela porcaria de negociação à parte, não?

É lógico que a idéia aqui é pressionar para que todos os outros clubes optem pela mesma emissora de sempre, que o Clube dos 13 vá para o espaço e que a CBF volte a ser a mandatária sobre todos os aspectos do futebol brasileiro, sobretudo o financeiro.

É óbvio também que tanto Corinthians quanto os quatro grandes do RJ são marionetes do Ricardo Teixeira. E assim serão quantos outros embarcarem nessa.

Chazinho de Coca – Copa do Mundo no Brasil. Chega de pão e circo.

E continua a novela sobre a utilização ou não do Morumbi para a abertura e mesmo para os demais jogos da Copa do Mundo no Brasil em 2014.

Como já deixei claro aqui mais de uma vez, não sou contra o Brasil receber os maiores eventos do planeta, esportivos ou não. Sou frontalmente contra as pessoas que já estão envolvidas na Copa e também nas Olimpíadas.

Nada irá ocorrer sem a participação de nossos políticos, presidentes de federações, de comitês e de nossa confederação de futebol. Além dos baba-ovos e capachos dos mesmos. Uma cambada que irá deitar e rolar no dinheiro público e realizar conchavos de todos os tipos.

A Fifa torna a Copa do Mundo em um evento altamente custoso. Cria uma série de regras a serem seguidas e que tornam inviável o evento para a maior parte dos países do mundo.
Ainda assim ela criou um rodízio de continentes, como forma de diversificar as culturas que irão receber o evento. Antes disso a ocorrência de Copas na Europa era motivo de criticas de toda parte.

Mas se por um lado ela viabiliza esse rodízio, por outro ela acaba por impedir que países em regiões menos favorecidas do planeta possam bancar o evento. O seu caderno de encargos é o mesmo para a Europa, para a África e para a América do Sul. Oras, é mais do que evidente que mesmo após o boom do crescimento de regiões como o Brasil, ainda estamos distantes de ter as mesmas condições estruturais dos europeus, por exemplo.

Se a intenção da Fifa com esse rodízio é boa, então que ela crie cadernos distintos, de acordo com a região que irá receber a Copa. Caso contrario, não passará de conversa para boi dormir. Ou então uma chance de fazer a festa com a politicagem local. Fico com a 2ª opção.

Vale atentar o leitor que entre as obrigações desse caderno da Fifa está a garantia de que o governo local irá isentar a Fifa e seus parceiros de impostos referentes a todos os serviços e produtos relacionados a Copa. Mamatinha, não?

O Brasil é o auto proclamado país do futebol. Se olhar pelas conquistas da seleção, faz sentido. Em qualquer outro aspecto do esporte, há controvérsias. Mas tudo bem, ela volta ao país após mais de 50 anos.

O Brasil é um país de extensão continental, mas onde a prática do futebol se notabiliza por centros de destaques. Estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Bahia possuem a nata dos grandes clubes. Das grandes massas. Nesses locais o futebol é disputado ao longo de todo o ano. Seus clubes estão nas séries A, B e C do Campeonato Brasileiro. Disputam a Libertadores e a Sulamericana sempre com destaque. Há centros “menores”, mas que possuem grandes clubes, com grandes torcidas. Com grandes estádios, que é o que se busca para a Copa. Goiás, por exemplo.

A farra da Copa no Brasil começa já pela distribuição das sedes. Construir uma Arena em Brasilia e deixar Goiás de fora é uma tremenda bola fora. Claro, obra de manobras políticas, de favores e agrados.

Outro ponto conflitante é a não utilização do Engenhão no RJ. Construído para o último Pan, é um estádio moderno, que com poucas alterações poderia receber facilmente partidas da Copa. Sua construção já se deu sob um derrame de dinheiro público. Onde o orçamento foi estourado por mais de uma vez. Mas a sua não utilização na Copa, sob o pretexto de que o RJ já conta com o Maracanã é absurda. O transforma em um enorme elefante branco, só utilizado pelo Botafogo, que hoje arca com seus custos. Um gasto inútil, para uma competição já inútil como é o Pan.

Ninguém imagina uma Copa no Brasil sem o Maracanã como palco principal. Mas se o RJ possui dois estádios quase prontos para a Copa, por que não utilizá-los? Por que construir uma mega arena na Amazônia, onde não há um único clube dentro das 3 principais divisões do país? Uma Arena que após a Copa ficará as moscas. Que após a Copa será um elefante branco na floresta. Para que gastar milhões em algo que se tornará inútil após sua breve utilização?

O mesmo acontece em SP, onde o Morumbi é o grande (em tamanho) palco para uma Copa. O São Paulo Futebol Clube se diz disposto a arcar com os custos da reforma com dinheiro de investidores e do BNDES. Em comparação aos gastos que as arenas da CBF/Fifa terão, o custo da reforma do Morumbi serão trocados.

Em São Paulo também haverá, a partir de 2012, a mais moderna arena da América Latina – a Arena Palestra Italia. Uma reforma toda bancada por um grande parceiro trazido pelo Palmeiras, a construtora W-Torre. Sem uma única moedinha do dinheiro público, nada. Para 45 mil espectadores devidamente acomodados, poderia muito bem receber jogos da Copa. Enquanto o Morumbi, com sua capacidade para receber mais de 60 mil pagantes, seria o palco de abertura.

É tudo tão lógico, que o fato de não acontecer assim por si só já dá a certeza de que não é exatamente trazer a Copa do Mundo ao Brasil o interesse dos que estão envolvidos.

A notícia de hoje do jornal “Lance!” dá como palavra da CBF de que o Morumbi não será sequer palco da Copa. Que para tal será construída uma Arena em Pirituba, com capacidade de, pasmem, 45 mil espectadores.

Mas a Fifa não exige estádio de 65 mil lugares para palco de abertura?

Terá o fato de Juvenal Juvêncio e Luiz Gonzaga Belluzzo, presidentes de São Paulo e Palmeiras, na eleição para residente do Clube dos 13 terem optado por apoiar um candidato diferente de Ricardão Teixeira, influenciado nessas decisões? Além, lógico, das tantas outras já citadas acima?

Não sou contra a Copa do Mundo no Brasil. Sou a favor do Brasil, em todos os sentidos. Copa com essa cambada envolvida não pode ser boa para o país.

Chega de pão e circo.

Vamos aguardar os próximos capítulos dessa novela sem graça.

Chazinho de Coca – Uma seleção de volantes. Culpa de Ricardo Teixeira.

Quando se pensa em seleção, seja ela do que for, imagina-se a escolha das melhores peças, animais, vegetais, pessoas, jogadores – de futebol, inclusive.

Mas para que essa escolha possa se aproximar do que se entende por justiça, o selecionador deve também ter sido escolhido baseado em seus êxitos, em seus trabalhos anteriores.

No caso mais específico da seleção brasileira de futebol, o sujeito responsável por selecionar os melhores atletas do país deve também ser o melhor ou estar entre os melhores do país.

Dunga sequer era técnico de futebol quando Ricardo Teixeira, o dono da CBF e conseqüentemente do futebol brasileiro, o chamou para assumir o principal posto do esporte que é a paixão nacional.

Então antes de qualquer cornetagem, vamos debitar da conta da CBF do Ricardão a culpa por qualquer insatisfação gerada pela seleção escolhida pelo capitão do tetra.

Feito isso, vamos tentar pensar com a cabeça do Dunga.

Como jogador Dunga foi um voluntarioso volante, aguerrido, comandante em campo. Seu principal mérito não era como jogador, mas como líder.

Marcou uma era de futebol pouco vistoso do Brasil, a chamada “era Dunga”. Depois conquistou o tetra, numa seleção que tinha Romário e Bebeto como estrelas.

Não por acaso o selecionado de Dunga tem a sua cara. Uma zaga praticamente irretocável, deixando margem para discussão apenas na sua lateral esquerda e na opção por Doni no gol, sendo que o cara sequer joga em seu time.

O meio campo de Dunga é de fazer chorar qualquer admirador de um futebol de passes, triangulações, vistoso, de arte, de fazer chorar qualquer admirador do futebol brasileiro. O único verdadeiro meia desse time é Kaká. Cracaço! Mas que vem de uma temporada irregular, além de seguidas contusões. Se Kaká vier a faltar ou se necessário for dar mais qualidade ao setor, Dunga terá de improvisar.

Não, não me venha dizer que Elano é meia. Não é. Julio Baptista muito menos. Exceto Kaká, todo o resto do setor é formado por VOLANTES. Sejam 1º´s ou 2º´s, mas volantes. Volantes, como foi Dunga. Dunga que não tem em seu meio sequer um “Dunga”, no quesito entrega.
Muito menos um Mauro Silva, menos ainda um Mazinho. Ambos, 2º´s volantes na Copa de 94. Ambos, melhores que todos os volantes que Dunga chamou.

Sequer igualar aquela seleção que já era bastante pragmática Dunga conseguiu.

O ataque de Dunga não é lá tão passível de críticas. Mas levar Grafitte e ao mesmo tempo vender o papo de coerência é demais pra minha cabeça. Nada contra a opção. Grafitte vem bem no futebol alemão.

Mas com Dunga Grafitte teve apenas UMA oportunidade e jogou somente vinte e poucos minutos.

Diego Tardelli foi chamado mais de uma dezena de vezes e também vem bem no futebol brasileiro.

Pesou o que aqui? O país onde cada um exerce o seu jogo? O futebol alemão é realmente a cara do Dunga. O brasileiro não.

Se a justificativa para não levar Ganso (e Neymar) é a tal da experimentação e Grafitte carimbou sua passagem para a África atuando somente vinte e poucos minutos, então para mim a palavra de ordem de Dunga é a “incoerência”.

Torcer para essa seleção do Dunga será realmente um exercício patriótico para mim. O meu lado passional, muitas vezes ufanista, irá me dizer – “Vai Josué, tabela com o Gilberto Silva e arma pro Julio Baptista marcar um gol de placa”. Já o racional, antes de duvidar que a cena descrita possa ser capaz de acontecer, irá juntar forças com o lúdico, onde pensarei que se essa seleção faturar o hexa, o verdadeiro futebol brasileiro terá saído derrotado, levantando a taça uma seleção de volantes que bem poderia ser a seleção alemã – com todo o respeito que os tricampeões mundiais merecem.

Obrigado Ricardo Teixeira.