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KLEBER, O ILUMINADO

A defesa menos vazada do país voltou a tomar um gol depois de longa data. Ainda que Deola pouco tenha trabalhado. Valdívia voltou ao time e jogou a 1 hora que Felipão esperava. Os 5% de chance de Wellington Paulista estrear confirmaram-se em forma de tempo de atuação no jogo. Cicinho jogou demais pela direita e criou as melhores jogadas do time quando Valdívia caia pelo seu lado. Kleber teve dois pênaltis. Neneca defendeu dois pênaltis. Ainda assim Kleber assinalou dois gols e o Verdão venceu a partida de ida contra o Santo André pela Copa do Brasil.

Os 2X1 foram pouco diante da superioridade do líder do Paulistão contra o já rebaixado azulão. Mas foram suficientes para mostrar que um grande jogador precisa muitas vezes contar com a sorte.

No caso de Kleber, entenda-se sorte como bom posicionamento, como entrega, como não desistir da jogada jamais. Mais ainda. Na atual fase do Gladiador, entenda-se sorte como estrela. O cara está iluminado. Assim como o próprio time.

Em outros tempos os pênaltis perdidos sequer dariam rebote. Os de ontem deram. No 1º Neneca espalmou, a bola subiu cheia de efeito e também contando com a precária iluminação do estádio andreense, enganou o bom goleiro em sua queda. Antes de tocar o chão novamente, a bola encontrou Kleber, que já estava de novo pronto para conferir e abrir o placar.

No 2º pênalti de Kleber defendido por Neneca, a bola saiu pela linha de fundo. Na cobrança do escanteio, confusão na área e a bola sobra rente a trave esquerda, onde Kleber se atacou de barriga para ampliar.

O time do Santo André é fraquíssimo, mas Neneca é muito bom goleiro. Infelizmente, para ele, sua grande atuação esbarrou no grande momento do Gladiador.

Kleber merece sim a seleção brasileira. Mas o Palmeiras não merece perde-lo para o time da CBF com seus amistosos modorrentos.

Com o triunfo de ontem o Palmeiras igualou a sequencia invicta de 99 – 15 jogos. Quem era mesmo o técnico do time naquela oportunidade?

Pois é. O que devem então fazer os teóricos do apocalipse e corneteiros de plantão com suas teses de que Felipão está “defasado, ultrapassado”?

O amigo feroz fica a vontade para fazer suas sugestões.

Quanto ao Santo André, lamentável a deterioração de um clube que é o atual vice-campeão Paulista e que já foi inclusive campeão da Copa do Brasil em 2004. O time é um catado, o gramado não serve nem pra usar como cancha de bocha, parte da arquibancada está interditada e a iluminação é de boate. Realmente uma pena. Mas reflete diretamente o momento do time em campo.

Permitir a realização de um jogo de 8ª´s de final da 2ª competição mais importante do país em um gramado daquele mostra o quanto a CBF se importa com as competições nacionais.

“Dane-se a Copa do Brasil. Viva a Copa do Mundo no Brasil”

Ainda no ritmo das apresentações do MUSE e do U2 em território nacional, despeço-me da ferocidade com um vídeo de cada, dos shows de sábado, aos quais estive presente. MUSE – Starlight:

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=DBvPna3LIN0[/youtube]

U2 – Hold me, Thrill me, Kiss me, Kill me:

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=9P6avy5SAPo[/youtube]

 

PS: Minha resenha acerca dos shows:

http://www.ferozesfc.com.br/hold-me-thrill-me-kiss-me-kill-me/

 

Cheers,

Agora quem dá bola é o Santos.

Convidei o santista e feroz (nessa ordem) Jurandir Joy para falar sobre o jogo que deu o título do Paulistão 2010 ao seu Peixe. Este blogueiro não chega a concordar com tudo. Mas em um ponto creio que não há discordâncias – Quem deu bola nesse Paulistão foi o Santos.

Texto: Jurandir Joy
Foto: Ari Ferreira (para o Lancenet!)

Alguns pitacos de um santista sobre a final Santos x Santo André que deu o 18° título paulista para o Alvinegro Praiano

O jogo
Foi o jogo mais dramático que eu já presenciei do Santos. Nem o 5 x 2 sobre o Fluminense em 1995 eu passei tanto mal. Enquanto o time do Santo André se mostrava mais organizado e equilibrado principalmente nos pés de Branquinho e Carlinhos, o Santos contava com a habilidade individual dos seus jogadores e a organização do seu ataque, mas mais uma vez pecava na sua organização defensiva. As expulsões desmontaram a pouca organização tática do time e bastou juntar os cacos e buscar o resultado mais na raça do que na técnica.

Dorival Jr x Sérgio Soares
As alterações realizadas por eles em seus respectivos times na segunda etapa mais atrapalharam do que ajudaram.

Arbitragem
Eu aprendi nos últimos anos que é inútil ficar aborrecido quando o meu time perde por problemas de arbitragem. Há séculos a arbitragem brasileira deixa a desejar. O time ajudado de hoje será o prejudicado de amanhã. Nos dois jogos finais do Paulista aconteceram erros para ambos os times (uns mais graves, outros nem tanto) com um saldo negativo para o Santo André. Agora acho ridículo tentarem desmerecer o título do Santos por conta destes erros. O Santo André teve todas as condições de passar por cima destes erros. Ou seja, não vou ficar discutindo isso.

Homens x Moleques
Ouvi muitas vezes que os meninos do Santos poderiam tremer em momentos decisivos. Mas o que aconteceu na verdade foram os jogadores mais experientes que se mostraram mais imaturos (Marquinhos, Léo e Roberto Brum) e quase botaram tudo a perder. E foi um dos “moleques” (não sei se posso mais chamá-lo assim) que tomou conta do jogo e evitou que o pior acontecesse. Ganso, você é o cara. E Arouca, você é o cara depois do cara.

Neymar
Se você fizer todo jogo gols como estes que fez contra o Santo André, por mim você pode dar uma de “cai-cai”, dar um duplo twist carpado, não interessa. Todo jogador brasileiro tem seu lado “cai-cai”. Se tem alguém a ser cobrado é a arbitragem brasileira. No dia em que todos os juízes seguirem o mesmo critério e não caírem nas artimanhas dos atacantes, o “cai-cai” será minimizado.

Milagre da multiplicação
O Datafolha errou nesta última pesquisa a respeito do tamanho das torcidas dos times brasileiros. É nítido que o Santo André é o time com a maior torcida no Brasil.

Pronto podem despejar seus impropérios na caixa de comentário abaixo.

Chazinho de Coca – Falta só uma faixa para o Santos ser campeão. A faixa.

Texto: João Paulo Tozo
Foto: Miguel Schinchariol (p/ o Lancenet)

Os primeiros 45 minutos da 1ª partida da final do Paulistão foram todinhos azuis. Foram tão azuis que até a Taça de Campeão quase se torna azul. Uma Taça que já era alvinegra para muitos. E que passou a ser ainda mais alvinegra após os 45 minutos finais.

O Santo André jogou tudo aquilo que já havia jogado naqueles 3X1 contra o Palmeiras e mais um pouco. O quadrado azul parecia reluzir bem mais que o alvinegro. Bruno Cesar teve atuação irretocável. Um 1º tempo com 7 chances andreenses contra apenas 3 santistas (números Mauro Betisticos). Dessas chances, uma anotada. Gol de Bruno Cesar.

Foi pênalti de Toninho em Neymar?

Depois de ver umas cinco, das 418 câmeras do jogo, digo que foi. Na hora eu achei que não. O juiz não tem 418 câmeras. Acho complicado crucificá-lo.

Neymar é craque?

É sim. Mas estranhamente foi após a sua saída e entrada de André que o Santos ganhou o jogo. Não só com André, claro. Também não por Neymar ter saído. Mas talvez por Wesley ter sido adiantado e jogado mais próximo dos atacantes. Wesley que pra mim foi o nome do jogo na 2ª etapa.

Robinho continua não me convencendo. Mas Wesley e André deram o tom da partida.

O 1º tempo foi muito azul. O quarteto Andreense jogou tudo o que pode e venceu o grande Santos por 1X0.

Infelizmente, para os de azul, no 2º tempo o Santos jogou tudo o que pode e venceu por 3X1. 3 gols em 24 minutos.

Ao todo foram 11 chances do Santo André contra 9 do Santos (mais números Mauro Betisticos). Mas se o quarteto de azul é ótimo. O trio santista é espetacular. Sim, trio. Robinho não tem jogado no mesmo nível de Neymar, Ganso e André.

Ainda houve tempo para a expulsão de Toninho. O que deu a impressão de que o Campeonato seria pintado definitivamente de alvinegro ontem mesmo. Estranhamente o ótimo Santo André voltou a equilibrar o jogo e chegou a um justo 2º gol com Rodriguinho.

Um 3X2 que ainda não dá o campeonato ao Santos, mas que deixa a Taça precisando de poucas pinceladas para torná-la completamente alvinegra. Talvez falte apenas uma faixa. A faixa.

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Despeço-me do feroz jovem de espírito ao som do The Soft Pack – Answer To Yourself.

Chazinho de Coca – Não há tristeza que dure para sempre.

Os 4X1 sofridos pelo Palmeiras contra o São Caetano foram diferentes dos 3X1 levados ontem pelo Santo André. No 1º o Palmeiras praticamente perdeu por W.O – feliz definição de Mauro Beting ao analisar a apatia da equipe naquele outro desastre.

No desastre de ontem o time pelo menos tentou jogar. Foi muito mais uma vitória da grande surpresa do campeonato do que uma derrota acachapante desse fragilizado Palmeiras.

Mas foi derrota. Foi mais um desastre. Foi mais uma noite triste para o palmeirense. Tristes palmeirenses na arquibancada. Tristes palmeirenses com o ouvido grudado no radinho. Tristes palmeirenses (alguns) dos gramados.

Wendell, com virose, foi desfalque de última hora. Eduardo foi para direita e Armero entrou na esquerda.

Até o 1º gol dos visitantes o Palmeiras trabalhou bem o jogo. Diego Souza e Cleiton Xavier trocavam passes e Robert fazia boa movimentação. Já o Santo André esperava e apostava na velocidade de Branquinho e no oportunismo de Nunes. O Santo André vingou a sua estratégia, e logo aos 8 minutos – gol de Nunes.

Ainda assim o Palmeiras permaneceu buscando o seu jogo. Até que aos 31 minutos Carlinhos arriscou chute e Marcos falhou, na sobra Rodriguinho empurrou para as redes.

Aos 32 Cleiton Xavier saiu contundido. Pronto, estava armado o cenário para mais uma tragédia verde.

Robert ainda aproveitou uma falha da zaga azul e descontou, já no final do 1º tempo.

Na 2ª etapa, com Marquinhos no lugar de Xavier, o Palmeiras passou a apostar na velocidade. Surtia efeito, até que aos 10 minutos, na tentativa de dar mais mobilidade no meio, Zago colocou Ivo no lugar de Eduardo. Ivo é bom de bola, mas a alteração surtiu efeito reverso. Marquinhos teve de cair mais pela direita e as jogadas em velocidade cessaram.

O cenário estava lindo para o Santo André. Postado e esperando um contra-ataque que veio.

Aos 18 minutos Branquinho recebeu a bola livre dentro da área e rolou para Rodriguinho, que fechava rente a trave esquerda de Marcos e que, com um lindo toque de letra, matou Marcão e selou mais um baita resultado do time de Sérgio Guedes. Selou mais um desastre verde em pleno Palestra Itália.

Sacconi ainda entrou no lugar de Souza. Mas foi mais uma tentativa de Zago que naufragou. A alteração não surtiu efeito técnico, já que Diego Souza estava em péssima jornada e Sacconni não é exatamente o cara com condições de mudar panorama tão drástico. Pierre ficou sobrecarregado na marcação dos 2 meias do adversário e o time travou tecnicamente.

A fase do time é péssima. Tudo que pode dar errado, acontece. As peças que podem sustentar alguma esperança de melhora não estão bem. Todo mundo se machuca ao mesmo tempo. A torcida está em pé de guerra com a diretoria, que por sua vez não dá margem para que essa situação mude.

Apegar-se as tradições históricas, a magia, ao peso da camisa, são artifícios já usados a exaustão pela torcida. Parecem não surtir nem mais efeito placebo.

Qualquer reclamação vinda das arquibancadas é justa e até mesmo Marcos deve estar receptível a recebê-las.

Ao final do 1º tempo ele, visivelmente transtornado com o erro e as vaias do pequeno público, disse que a torcida pode ficar “tranqüila”, pois terá de agüentá-lo somente até dezembro. Como se sua aposentadoria fosse um alento.

Sanguíneo como sempre foi, Marcão deverá reavaliar essa situação de cabeça fria.

E o Palmeiras precisa repensar sua temporada. Paulistão já foi pro espaço. A Copa do Brasil pode ser salva. Mas antes o time precisa salvar a dignidade e o futebol que pode jogar, mas esqueceu em algum lugar do passado.

Afinal, não há tristeza que dure para sempre. Pelo menos é o que se costuma dizer.

Marcos fez homenagem às vítimas do terromoto no Chile com bandeira do país, antes do jogo no Palestra Itália (foto: Lancenet)

Chazinho de Coca – Ahhh, esses ídolos.

Marcelinho Carioca é, para muitos, o maior ídolo corintiano de todos os tempos. É o mais vitorioso, sem dúvida alguma.

Ontem o Pé de Anjo defendeu as cores Andreenses contra a sua eterna segunda pele. Quem esperou uma partida morna do ainda craque de 37 anos, teve uma agradável surpresa.

Marcelinho esbanjou classe, categoria, a precisão de sempre nos passes e lançamentos, marcou um golaço em cobrança de falta e só não deu a vitória ao Santo André, por que do outro lado existe um dos atuais ídolos do seu Corinthians – Felipe.

A partida que Felipe fez ontem foi digna de seleção brasileira. Não fosse pela espetacular atuação de seu camisa 1 e o Timão teria levado outra sabugada. Só na 1ª etapa o goleiraço fez pelo menos 4 intervenções cruciais.

Cristian e André Santos fazem mais falta do que se poderia imaginar. O 4-3-3 de Mano Menezes tão aplaudido por todos, ruiu. Não acontece mais os avanços dos alas, principalmente pela esquerda, onde André Santos pintava sempre como um 4º atacante. Para piorar o time está sem Ronaldo e essa ausência evidencia que Dentinho e Jorge Henrique, por mais esforçados que sejam, não conseguem segurar a qualidade ofensiva que o time vinha mostrando até pouco tempo. Soma-se a tudo isso as ausências de Elias (suspenso) e Alessandro (baleado).

Ao menos existe aí a esperança no resgate do futebol do centroavante Souza, que ontem entrou na 2ª etapa quando o Timão já perdia por 1X0 e estava perto de levar o 2º. Souza fez a jogada que originou o pênalti e mostrou que, mesmo não estando em um bom momento, pode incomodar a zaga adversária mais do que um Moradei, por exemplo.
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No time do outro Parque famoso da cidade, o momento é diferente. Dia de estréia do chefe Muricy Ramalho. O ótimo e molhado público foi esperando uma partida mais tranqüila para o anfitrião Palmeiras. Na noite em que Diego Souza jogou com a camisa 100, em comemoração a centésima partida do meia, completada no clássico de domingo, o que se viu foi um Fluminense visivelmente mais acertado em campo e em muitos momentos pressionando os candidatos a líder do campeonato.

Fechadinho e só com Kieza avançado, o tricolor neutralizou Cleiton Xavier e Diego Souza, nitidamente presos pelo gramado encharcado pela chuva que caiu o dia todo. A bola pouco chegou a Obina e o Verdão pouco criou na 1ª etapa

No 2º tempo Muricy mandou Ortigoza no lugar de Souza e o jogo esquentou. Diego Souza começou a encontrar espaços. Tanto que em rápido contra-ataque e numa metida de bola sensacional de Cleiton Xavier, Diego, camisa 100, emendou de bico, na saída de Fernando Henrique. Foi a 20º assistência de Cleiton Xavier na temporada.

Renato Gaúcho mandou Maicon no lugar do volante Fabinho e o atacante começou a fazer uma fumaça na zaga verde. Por outro lado, Diego Souza passou a usar de jogadas de habilidade e com isso criou outras chances para ampliar, mas o resto do time não esteve tão inspirado.

Apesar da visível melhora do Fluminense desde o jogo contra o Cruzeiro, o time segue na zona da lamentação. Já o Palmeiras assumiu a ponta do BR09 e hoje torce para que o Galo Mineiro não vença, o que o deixará como líder isolado da competição.

Veja o que rolou de maroto nas duas partidas:

Santo André 1X1 Corinthians:

Palmeiras 1X0 Flminense:

E me despeço da nobreza ao som de Teenage Fanclub, Sparky´s Dream:

Cheers,