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A química nossa de cada dia

A história da fita é manjada, mas é curiosa
A história contada não é nada mais que uma viagem completamente inverossímil. Mas é um bom pretexto para apresentar “Everyday Chemistry”, coleção de mashups de canções das carreiras-solo de John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr, compiladas como se fossem gravações inéditas dos Beatles. Segundo nos conta o sujeito que adota o nome fictício de James Richards, ele passeava de carro pelo deserto com seu cão. Ao fazer uma parada no acostamento, acaba sofrendo um acidente, pisando em falso no que parecia ser uma toca de coelho e batendo a cabeça. Segundo ele, acorda em uma casa, para onde foi levado por um homem que diz se chamar Jonas, e que diz viver em um mundo paralelo. Pra encurtar esta história, neste mundo paralelo, os Beatles ainda tocam juntos. Inclusive George e John estão vivos. Jonas mostra a ele gravações “inéditas” do quarteto. Impedido pelo tal sujeito de outra dimensão a levar a fita, Richards acaba surrupiando uma delas. De volta ao mundo real, apresenta então esta gravação através do site “The Beatles Never Broke Up“, além de contar a absurda história. Enfim…
Trazendo a história para o mundo real (de verdade), o tal “Everyday Chemistry” não parece eficaz em mostrar uma hipótese do que poderia vir a ser um disco dos Beatles se eles continuassem juntos. Principalmente pela bateria eletrônica que permeia as gravações, o que talvez fosse necessário para fazer com que as colagens ficassem coesas. Como curiosidade, é extremamente interessante. Mas é só. Pra quem deseja conhecer, basta baixar o álbum completo aqui. De cara, logo na primeira canção, “Four Guys”, dá pra sacar as misturas de canções da carreira-solo de Paul McCartney (maioria no disco), principalmente “Band on the run”.
Seja como for, vale conhecer.

Veja aqui “Four Guys”:

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=OSoW78BdjHY&feature=related[/youtube]

De joelhos

Quem é viciado em música como eu, possui alguns discos que servem como trilha sonora da vida em algum determinado momento. Na minha apresentação, descrevi meu primeiro contato com o rock and roll, por meio de um disco de David Bowie. É interessante notar coisas que ficam eternizadas e saem do contexto do ano em que foram lançadas, e que acabam fazendo parte de um novo significado. Além do citado disco do Bowie (o LP “Pin ups”), meu contato com a música se dava pelo fato de meu saudoso pai ter trabalhado na gravadora RCA-Victor como prensista de discos de vinil. Além do chocolate ou lanchinho que ele recebia e guardava para o filho caçula (este que vos escreve), algumas vezes ele trazia discos. Na sua maioria, coisas mais populares, Roberto Carlos, etc.  Ouvir discos em uma velha vitrolinha portátil fez parte da minha formação musical. Tive até um disco autografado do Bozo!

Eu nasci em 1976. Portanto, fui adolescente nos anos 90. Era o início da era grunge, e a gente já começava a se interessar por instrumentos musicais e montar as primeiras bandinhas de garagem.  A essa altura, juntando os discos que meu pai ganhava com os que meus irmãos e eu comprávamos, devíamos ter cerca de 300 discos. Uma quantidade até modesta, comparada com a coleção de grande parte dos audiófilos. Não contente, um amigo da família trouxe alguns vinis, para convertermos em fitas k-7. Ah, esqueci: nesta época, já éramos conhecidos por termos um bom 3 em 1 (inclusive com CD-Player, pouca gente tinha no bairro). Entre estes discos, um deles se tornou grande xodó: “São Paulo 1554 – Hoje”, do Joelho de Porco, gravado no ano em que nasci.

O disco foi lançado em CD com esta capa.

O legal do disco é que a banda mescla letras bem-humoradas com músicas cheias de referências musicais, que vão de Beatles ao hard-rock dos anos 70. O estilo escrachado influenciou bandas como Língua de Trapo, por exemplo.

O disco começa leve com a quase-vinheta “Hey Gordão” ao piano, para logo em seguida cair no rockão “Boeing 723897”. Em grande parte das canções, além dos instrumentos elétricos, um violão de 12 cordas traz sofisticação aos arranjos. Havia a democrática divisão de vozes entre Próspero Albanese, fundador da banda e o baixista Tico Terpins. Completavam a banda Walter Baillot e Flávio Pimenta, guitarrista e baterista, respectivamente. Em formações posteriores, a banda chegou a ter o mestre Zé Rodrix, além do vocalista argentino Billy Bond. A banda voltou a se apresentar recentemente, capitaneada por Albanese, com outros músicos que já passaram pela banda. Grandes ausências dos já falecidos Terpins, Rodrix e Baillot.

O encarte original

Aqui, um faixa a faixa:

  1. “Hey Gordão”: canção curta, com letra que “aconselha” o tal gordão a esquecer o macarrão e “voar como uma pluma”. Boa abertura.
  2. “Boeing 723897”: cantada por Tico Terpins, cita Roberto Carlos (“Quero que tudo vá para o inferno”), até cair em um anunciado andamento seis por oito.
  3. “Mardito fiapo de manga”: a mais bem-humorada do disco, fala sobre o desespero de ter o citado fiapo preso entre os dentes. Piano e violão de 12 cordas conduzem a música.
  4. “Cruzei meus braços… fui um palhaço!”: a primeira que explicita a influência Beatle. O andamento e a guitarra principal são nitidamente influenciadas por George Harrison, especialmente lembrando “While my guitar gently weeps” em alguns momentos.
  5. “Debaixo das palmeiras”: letra que faz referências ao cinema e à música. Em alguns momentos lembra Led Zeppelin, para no final cair num jazz-rock eletrizante, ao estilo de “Lazy” do Deep Purple, para logo em seguida cair no samba e na “Aquarela do Brasil”, citada na letra.
  6. “México lindo”: com um portunhol manjadíssimo, a letra descreve a ida a uma festa em Acapulco com Beatles na eletrola. Apesar de citar “She loves you”, a harmonia lembra mesmo é “Oh, Darling!”.
  7. “Aeroporto de Congonhas”: fala sobre a mania dos paulistanos de – sem opção de praia por perto – levarem a família pra ficar vendo os pousos e decolagens dos aviões. Não sei se isso ainda é comum hoje em dia.
  8. “São Paulo by day”: a letra fala dos trombadinhas que circulam pelo centro de São Paulo. A letra continua atual, com a diferença de que hoje eles já não bebericam cachaça. As drogas mudaram.
  9. “A lâmpada de Edison”: bonita balada, não sei como alguma dessas cantoras chiques ainda não a regravou. Compara os ídolos brasileiros Éder Jofre e Roberto Carlos aos americanos Cassius Clay e Frank Sinatra. “Hoje é o passado do futuro…”, diz a letra.
  10. “Meus vinte e seis anos”: Quase um heavy metal, com riffs de fazer inveja a Toni Iommi, com letra falando sobre pais que projetam uma profissão ou um destino para os filhos, sem que estes possam decidir sozinhos o que querem.

O disco saiu em CD há um tempo, com uma capa diferente do LP. Comprei em CD e faz parte do meu acervo pessoal, junto aos outros dos quais fiz questão de não passar para frente. Compre, baixe, dê um jeito de ouvir.

Enfim, neste meu primeiro texto sobre música para o Ferozes FC, quis contar um pouco sobre uma de minhas influências. Espero que tenham gostado. Aqui, posto “Mardito fiapo de manga”, que alguém resolveu compartilhar pelo Youtube.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=29rmzywzm6w[/youtube]

PERDAS E DANOS

É Amy, agora não é só o jogo do amor que foi perdido, você perdeu mais do que isso. Mas não estou aqui para te julgar, pois agora não é hora de lembrar dos seus problemas com drogas, prisões e agressões.

A maioria das pessoas parecem ter uma certo prazer pela desgraça alheia, e vendo dessa maneira, é de se questionar se vale a pena ter um lado bom e ser uma boa pessoa, já que quase ninguém se importa.

Como não se importaram em saber o quanto você era uma pessoa querida pela sua vizinhança em Camden. Como foi educada e gentil com todos aqueles que você teve contato no hotel em Santa Tereza, onde ficou hospedada, quando passou pelo Brasil.

No casino mórbido, ganhou quem apostou na sua morte. Mas o que eles lucraram com isso? Quem será que eles escolherão para ser a próxima aposta? Pois terão outros, porque os abutres simplesmente não param.

Em nenhum lugar estava escrito que isso tinha que acontecer agora. E mesmo que todos os laudos do mundo apontem que foram as toneladas de drogas ingeridas por você, a causa da sua precoce morte, é preciso enxergar as coisas alem disso tudo.

Querem te colocar de qualquer maneira no famoso Clube 27, onde os frequentadores são estrelas da música que morreram ao atingir essa idade. Mas você pertence a outro clube frequentado por Billie Holiday, Dusty Springfield, Nina Simone e James Etta.

Mulheres talentosas e com vozes poderosas, mas donas de vidas frágeis e sofridas, e que levaram sua arte ao extremo por conta disso. Algumas delas tinham hábitos tão perigosos quanto os seus.

Mulheres que choravam e sofriam por amor, mesmo que esse amor não fosse tao honesto assim. E que acima de tudo sentiam falta de um abraco amigo e/ou familiar quando mais se precisava.

Coisas pequenas, alguns podem dizer, mas a dor é algo que não se pode dimensionar. Cada um tem a sua e tenta conviver com ela da melhor maneira possível e você infelizmente não soube lidar com a sua.

Mas não sera a primeira nem a ultima pessoa a fazer isso.

O que posso fazer agora é te agradecer pela sua pequena obra deixada e desejar que finalmente você descanse em paz!

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=w1evzhSast8[/youtube]

FEROZES FC ENTREVISTA: LEVEL 2!

 

 

Level 2 surgiu para mostrar que os brazucas também são ótimos produtores de Drum’ n Bass.

Suas musicas já foram assinadas por grandes nomes da cena eletrônica mundial, como Bryan Gee dono do selo Liquid V, e DJ Marky dono do selo Innerground Records.

Muito valorizado e respeitado na cena, sua primeira musica de trabalho lançada foi “Going Back”, um petardo que balançou o mundo eletrônico.

Residente em São Paulo, hoje é cotado para grandes festas e eventos internacionais.

Level 2 recentemente lançou seu novo EP pela Liquid V, “Rampage” que está sendo um dos mais tocados, e faz parte do case de muitos DJs ao redor do mundo.

Sempre fui um admirador de seu trabalho, de suas musicas bem trabalhadas e empolgantes, mas esse EP em particular me pegou de jeito. Não canso de ouvi-lo e não vejo a hora de tocar algumas tunes na pista para o público delirar e botar a pista no chão.

O Ep conta com seis faixas:

A: Time to do
B: conquest
C: rampage
D: no time
E: ghetto sounds v.i.p
F: days of rain v.i.p

E já está disponível nos melhores sites de vendas de MP3.

http://itunes.apple.com/us/album/rampage-ep-ep/id442106164

http://download.breakbeat.co.uk/mp3/level-2/rampage.aspx

 

Abaixo um entrevista exclusiva com Level 2!! Enjoy

 

Dido Reis: Com tantas possibilidades e tantos estilos musicais o que o levou a produzir Drum n Bass?

L2: Ja temos muitos bons produtores de outros estilos musicais, eu acho que produzir drum n’ bass para mim é uma terapia, alias, fazer o que gosta é uma terapia!

 

Dido Reis: O cenário do Drum n Bass no Brasil, já esteve em alta, com os Dj´s Marky, Patife entre outros. Qual sua opinião sobre a cena hoje?

L2: Estamos voltando com força total dessa vez, no mês  anterior tivemos 6 festas de Drum n’ Bass, isso é um bom sinal, acredito que agora só tende  a melhorar

 

Dido Reis: Quais são seus Produtores e Djs Preferidos?

L2: No Momento estou ouvindo muita produção nacional, ariscas como L-Side, Subsid e outros são meus favoritos depois dos pioneiros Critycal Dub, la fora Dramatic & DbAudio, Enei & S.P.Y.. e Djs a resposta é bem curta.. DJ Marky!

 

Dido Reis: Quando começa a produção de um EP novo, onde você busca inspiração?

L2: Tudo para mim é inspiração, agora mesmo estou respondendo essa entrevista e estou com meu setup a todo vapor fazendo uma nova faixa, e costumo muito ouvir uma radio do itunes que se chama Project Vibe , isso é minha inspiração.

 

Dido Reis: Conte-nos um pouco da emoção de ser convidado para lançar suas musicas pelo selo Liquid V?

L2: Ser artista do Bryan Gee nao tem preço, o primeiro convite foi incrível, e até hoje me treme as pernas quando ele assina minhas musicas, hoje em dia me sinto respeitado aqui e principalmente lá fora, isso não tem preço!

 

Dido Reis: Seu novo EP, Rampage, foi lançado recentemente com verdadeiros petardos. Desse EP, qual sua preferida para se ouvir na pista?

L2: Conquest é minha faixa favorita do EP ou talvez minha favorita entre todas, acho que o EP foi bem elaborado e faz parte do case de muitos Dj’s como Marky, Grooverider, Sigma, Nu:tone, Break, Die e outros.

 

Dido Reis: Conte-nos um pouco sobre influências musicais?

L2: Escuto de tudo desde RnB ate Soul, Funk, Jazz.. nao importa o estilo o que importa é a boa musica!

 

Dido Reis: Qual a musica que não pode faltar em sua Bag de discos?

L2: Commix – Roots Train. nem sempre toco, mas é meu disco favorito!

 

Dido Reis: Fale sobre sua paixão pela musica e pelo seu time de coração. Qual a influencia dos 2 na sua vida?

L2: Aonde eu estou, o fone de ouvido me acompanha, em casa estou escutando ou produzindo musica, é complicado, agora com relação ao meu time, sem comentários (rs) meu tio me ensinou tudo sobre o SPFC desde meus 6 anos de idade, minha primeira camisa do SPFC com patrocínio da IBF hahaha. bons tempos!

 

Vou lhe aplicar agora o nosso famoso Top 5. Prepare-se!

– Top 5 Dj´s mais rock n roll da cena eletrônica

Marky

Andy C

Friction

S.P.Y.

Rusty

– Top 5 jogadores do São Paulo que dariam bons dj´s

hahahaha

acho que não tem!

– Top 5 dj´s que dariam bons jogadores de futebol

David (Critycal Dub)

David WS

MS2

Chap

Marky

Pernas de Pau FC. (rs)

—–

A dica musical do dia fica por conta do entrevistado.

Level 2 – Conquest

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=uS88W1SUuq0[/youtube]

TEENAGE FANCLUB EM SP – EXERCITANDO SORRISOS

Por: Plínio Cesar

Foto: Marcelo Rodrigues

A segunda vinda do Teenage Fanclub para São  Paulo tinha ares de que seria uma festa para um publico um tanto quanto amadurecido. Talvez por conta do destilado patrocínio do festival, que trouxe a banda, e não permitiu venda de cerveja durante o evento.

E parecia que a noite seguiria por esse rumo, pois quando o quarteto formado por Norman Blake (guitarra) Raymond McGinley (guitarra), Gerard Love (baixo) e Francis MacDonald (bateria) subiram ao palco começaram bem calmamente a apresentação, com guitarras num volume bem baixo e tocando musicas dos dois álbuns mais recentes, “Shadows” (2010) e “Man-Made” (2005).

Esse panorama mudou quando os velhos hits dos anos 90 vieram a tona e a plateia, que havia esgotado os ingressos em menos de 24 horas, deixaram o balançar de cabeças e as dancinhas tímidas de lado para pogarem, pularem abraçados e exercitarem os seus sorrisos, agora de uma forma adolescente.

Entre esses hits, agora bem mais alto e de uma forma mais distorcida, não faltaram “Star Sign”, “The Concept”, “About You”, e “Sparky’s Dream”, provando que os escoceses podem estar maduros, mas continuam em plena forma.

No final do bis os garotos de Glasgow cantaram junto com uma The Week quase lotada, que “Nós envelhecemos todo ano, mas você não muda ou eu não noto sua mudança, eu penso nisso todos os dias mas só por um momento e ai eu sinto isso.” De “Everything Flows”.
Sem duvidas um final memorável!

Set List
Teenage Fanclub 11/05/11 The Week/SP

“Start Again”
“Sometimes I Don’t Need to Believe in Anything”
“The Past”
“It’s All In My Mind”
“Don’t Look Back”
“Baby Lee”
“About You”
“Star Sign”
“I Don’t Want Control of You”
“I Need Direction”
“Mellow Doubt”
“Your Love Is The Place Where I Come From”
“Ain’t That Enough”
“When I Still Have Thee”
“Sparky’s Dream”
“The Concept”

bis
“Sweet Days Waiting”
“My Uptight Life”
“Neil Jung”
“Discolite”
“Everything Flows”

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=iI-uMfoHwoM[/youtube]