Chazinho de Coca – Wonderwall

“I don’t believe that anybody feels the way I do about you now”

Diga você, amigo palmeirense. Existe alguém nesse mundo que sinta pelo seu time, o mesmo que você? Sim, claro que existe. Existe o seu camarada palmeirense que hoje transborda de emoção, e mesmo que ele não consiga transcrever o que sente, tem dentro de si um sentimento do tamanho do Universo. O que não quer dizer que o seu não seja maior que o dele. No seu mundo ele é. Esse universo de paixões e sentimentos é inerente a cada um e cada um dá a ele o tamanho e a dimensão que bem entender.

Combalidos corações palestrinos devem ter se extinguido ontem. Saudáveis corações palmeirenses, certamente estiveram a ponto de explodir. Todos os corações alviverdes atravessaram a tênue linha entre a tristeza e a alegria extrema. E todos eles, aposto, não mudariam uma vírgula sequer no dramático roteiro da peça palmeirense de ontem.

E que peça, hein amigo? Digna de estatuetas de ouro. Ainda que ela tenha quase se tornado uma peça muito da ingrata. Tortuosa peça. Com altos e baixos ao longo de sua trama. Mas com um final apoteótico.

Final? Bem, final do 1º de mais 4 capítulos que, esperam os palestrinos, essa trama ainda possa render.

Alguns detratores da paixão pela bola dizem que o futebol é um ópio para as massas. Se esse ópio provoca o delicioso entorpecimento sentimental provocado com aquele gol na bacia das almas, Senhor, que sejam então distribuídos pombos sem asas a toda população. A carranca matinal não mais existirá, garanto.

Almas, corações, emoções, paixões, uma enorme paixão. Os adjetivos que descrevem essa história são quentes, são efervescentes, são Palmeiras.
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-Luxa surpreendeu entrando com Wendell na lateral direita, sem Williams e mais ainda com o garoto Souza como 2º volante. Fora o 3-5-2 que é sempre temerário. Não gostei logo de cara, mas tive de dar o braço à torcer. Souza, o “Ferrugem” fez uma belíssima partida. Seguro, com boa saída de bola e firmeza na marcação. Jumar? Mozart? Vale a aposta em Souza.

-O 1º tempo foi muito bom para o Palmeiras. Com 2 bolas na trave e uma certa tranquilidade, mas que não foram suficientes para reverter em gol. Torres deixou o jogo contundido, tornando o Colo-Colo acéfalo e isso ajudou demais o Palmeiras.

-No 2º o time verde voltou com Williams no lugar de Wendell e voltou pior. Williams parecia claramente fora de ritmo e o Colo-Colo dominou a partida.

-Aos poucos a situação tornava-se mais e mais dramática e os jogadores que fazem a diferença, foram caindo um após o outro. 1º Pierre, que até tentou voltar, mas não deu. Depois Diego Souza, que bateu a cabeça ao tentar dar uma bicicleta e foi a nocaute. Para piorar, Marcão, que vinha fazendo boa partida, foi expulso. A vaga parecia estar mesmo destinada ao time chileno.

-Cleiton Xavier era, na minha opinião, o jogador mais apagado do time. No 1º tempo não acertou quase nenhum passe e no 2º estava mal como todo o time. Mas futebol é aquela coisa, não dá pra você enrolar a bandeira e desistir antes do apito final. Aos 42 da etapa final, Cleiton recebeu bola na intermediária, sassaricou pra lá, pra cá – o time chileno todo fechado, não haviam opções para fazer a jogada – ele trouxe para a perna direita, clareou e fez a única coisa que poderia ter feito. Mandou a bola no único lugar onde o goleiro não conseguiria defende-la. Fez o que quase ninguém mais esperava, salvo o torcedor do time. Classificou o quase desclassificado Palmeiras. Salvou a lavoura, engrandeceu o futebol brasileiro ao colocar o 5º time do país na próxima fase e fez a quinta-feira surgir com tonalidades esverdeadas.

Acompanhe o Pombo sem asa de Cleiton Xavier:

O pombo, na voz de José Silvério (O Pai do Gol):
http://www.radiobandeirantes.com.br/audios/col0%20X1palcleitonxavier.mp3

Despeço-me da nobreza com o clássico Wonderwall, do Oasis.

Cheers,

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