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O INIMIGO VESTE VERDE

O ano de 2011 começou para o Palmeiras como terminou 2010. Mesmo time, mesma tensão, mesmos resultados em campo, mesma perspectiva.

Não vou falar aqui sobre as “contratações” feitas até aqui e nem nas peças especuladas para chegar.

Tão óbvio como entender as razões dos fracassos do ano que terminou, é entender que se nada mudar, tudo fica como está. Redundância mais do que cabível quando se fala nesse Palmeiras.

Esse Palmeiras de eleições marcadas para a próxima quarta-feira, logo no início da temporada. Comandantes de uma nova era que já teve início sob as ações dos que lá podem sequer permanecer.

Mas se a eleição marcada para uma temporada que já deveria ter suas diretrizes bem delineadas é algo estapafúrdio em um mundo que prega o planejamento, ainda mais absurdo é entender um pleito que pode dar ao seu presidente um vice de outra chapa.

Sim meus caríssimos. Há uma eleição dentro da própria eleição. Além de votar no presidente do clube nos próximos dois anos, excelentíssimos dirigentes terão também de escolher o vice e que não necessariamente deve ser da mesma chapa do presidente escolhido. É a mesma coisa que a Dilma ser presidenta com o Índio da Costa, vice de José Serra, nas eleições de outubro passado.

Mas partindo do pressuposto de que lá estão pessoas que só prezam o bem do clube, imagina-se que qualquer que seja formação da nova diretoria, uma única coisa estará em jogo – o bem da Sociedade Esportiva Palmeiras- pelo menos é assim que deveria ser.

O Inimigo veste verde.

2010 marcou o retorno de três ídolos ao clube de Palestra Italia – Felipão, Kleber e Valdívia.

Se mesmo contando com os três os resultados ficaram longe do esperado, ao menos restou a esperança de que 2011 pode ser diferente já partindo pela presença desses desde o início do ano.

E então surgiram os “Pescarmonas” da vida, que ao invés de usar a imagem desses três para promover um novo momento no clube, estimulando outros bons nomes a vir jogar ao lado desses, preferem açoitá-los publicamente, tornando insustentável uma situação que já não se sustenta há tempos. E ainda falaram de Ronaldinho Gaúcho (se bem que esse não escolheu um caminho tão diferente assim), agora falam de Alex. Logo pinta o nome de Messi, Cristiano Ronaldo. Tudo isso para desviar o foco. Para dar ao torcedor algo para se distrair, que não seja a lixeira política em que se transformou o clube.

Agora surge outro nome nessa novela sem graça – Osório Furlan – guardem esse nome.

Quando o Palmeiras repatriou o chileno Valdívia em 2010, Furlan bancou uma parte do valor, o que o tornou dono de 36% do passe do jogador. Furlan é minoritário, sendo que o Palmeiras é o dono dos outros 54%. Ou seja, em vias de fato, quem manda nessa relação é o Palmeiras.

Em vias de fato, um Conselheiro de clube deve zelar pelo bem desse clube. Osório Furlan é Conselheiro do Palmeiras. E a não ser que ele ache Valdívia um perna de pau, o que ele vem tentando fazer e lesar quem deveria zelar. Furlan é candidato a vice-presidente na chapa Furlan é candidato a vice-presidente na chapa de Salvador Hugo Palaia.

Furlan disse recentemente que Muricy Ramalho pediu a contratação de Valdívia para a disputa da Libertadores. E ontem, em entrevista a Rádio Globo de São Paulo, criou até um factóide para justificar esse pedido do técnico do tricolor carioca, onde segundo fontes de dentro das Laranjeiras, Deco não deverá permanecer no clube e Valdívia seria seu substituto.

Digo factóide, pois a mesma Rádio Globo, só que do RJ, disse a pouco que não há nenhum tipo de informação a esse respeito por lá. Nem sobre a saída de Deco e nem sobre um possível interesse de Muricy em Valdívia.

Na mesma entrevista em que conta essa história, Furlan usou de sua posição política e também de seu status de empresário no caso Valdívia, para ameaçar os conselheiros que irão votar na próxima quarta-feira. Segundo ele, a situação do chileno no clube pode ser uma, caso ele seja eleito vice-presidente, mas pode ser outra, caso ele saia derrotado do pleito. Uma ameaça pública, em rede nacional, sem medo de ser feliz.

É com esse tipo de gente que o Palmeiras vive o seu dia-a-dia. É com pseudo-palmeirense como esse Osório Furlan no topo da direção do clube que o Palmeiras precisa sair desse buraco sem fim que continua sendo cavado por mãos inescrupulosas. É nas tramas de tipinhos como esse que os rivais sustentam suas teses de apequenamento do alviverde imponente.

E é, infelizmente, na continuidade dessa política tacanha, desprovida de planejamento estruturado, que escolhe seus líderes enquanto os rivais escolhem seus soldados, que o Palmeiras continuará dando murro em ponta de faca pelos próximos tempos. Até que caia uma bomba atômica lá dentro e as eleições diretas sejam adotadas. Acabando de vez com esse ciclo vicioso de velhos de velhas idéias que forjam uma palestrinidade pintada em preto, vermelho, azul, grená, qualquer cor, menos a verde.

Chazinho de Coca – Wonderwall

“I don’t believe that anybody feels the way I do about you now”

Diga você, amigo palmeirense. Existe alguém nesse mundo que sinta pelo seu time, o mesmo que você? Sim, claro que existe. Existe o seu camarada palmeirense que hoje transborda de emoção, e mesmo que ele não consiga transcrever o que sente, tem dentro de si um sentimento do tamanho do Universo. O que não quer dizer que o seu não seja maior que o dele. No seu mundo ele é. Esse universo de paixões e sentimentos é inerente a cada um e cada um dá a ele o tamanho e a dimensão que bem entender.

Combalidos corações palestrinos devem ter se extinguido ontem. Saudáveis corações palmeirenses, certamente estiveram a ponto de explodir. Todos os corações alviverdes atravessaram a tênue linha entre a tristeza e a alegria extrema. E todos eles, aposto, não mudariam uma vírgula sequer no dramático roteiro da peça palmeirense de ontem.

E que peça, hein amigo? Digna de estatuetas de ouro. Ainda que ela tenha quase se tornado uma peça muito da ingrata. Tortuosa peça. Com altos e baixos ao longo de sua trama. Mas com um final apoteótico.

Final? Bem, final do 1º de mais 4 capítulos que, esperam os palestrinos, essa trama ainda possa render.

Alguns detratores da paixão pela bola dizem que o futebol é um ópio para as massas. Se esse ópio provoca o delicioso entorpecimento sentimental provocado com aquele gol na bacia das almas, Senhor, que sejam então distribuídos pombos sem asas a toda população. A carranca matinal não mais existirá, garanto.

Almas, corações, emoções, paixões, uma enorme paixão. Os adjetivos que descrevem essa história são quentes, são efervescentes, são Palmeiras.
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-Luxa surpreendeu entrando com Wendell na lateral direita, sem Williams e mais ainda com o garoto Souza como 2º volante. Fora o 3-5-2 que é sempre temerário. Não gostei logo de cara, mas tive de dar o braço à torcer. Souza, o “Ferrugem” fez uma belíssima partida. Seguro, com boa saída de bola e firmeza na marcação. Jumar? Mozart? Vale a aposta em Souza.

-O 1º tempo foi muito bom para o Palmeiras. Com 2 bolas na trave e uma certa tranquilidade, mas que não foram suficientes para reverter em gol. Torres deixou o jogo contundido, tornando o Colo-Colo acéfalo e isso ajudou demais o Palmeiras.

-No 2º o time verde voltou com Williams no lugar de Wendell e voltou pior. Williams parecia claramente fora de ritmo e o Colo-Colo dominou a partida.

-Aos poucos a situação tornava-se mais e mais dramática e os jogadores que fazem a diferença, foram caindo um após o outro. 1º Pierre, que até tentou voltar, mas não deu. Depois Diego Souza, que bateu a cabeça ao tentar dar uma bicicleta e foi a nocaute. Para piorar, Marcão, que vinha fazendo boa partida, foi expulso. A vaga parecia estar mesmo destinada ao time chileno.

-Cleiton Xavier era, na minha opinião, o jogador mais apagado do time. No 1º tempo não acertou quase nenhum passe e no 2º estava mal como todo o time. Mas futebol é aquela coisa, não dá pra você enrolar a bandeira e desistir antes do apito final. Aos 42 da etapa final, Cleiton recebeu bola na intermediária, sassaricou pra lá, pra cá – o time chileno todo fechado, não haviam opções para fazer a jogada – ele trouxe para a perna direita, clareou e fez a única coisa que poderia ter feito. Mandou a bola no único lugar onde o goleiro não conseguiria defende-la. Fez o que quase ninguém mais esperava, salvo o torcedor do time. Classificou o quase desclassificado Palmeiras. Salvou a lavoura, engrandeceu o futebol brasileiro ao colocar o 5º time do país na próxima fase e fez a quinta-feira surgir com tonalidades esverdeadas.

Acompanhe o Pombo sem asa de Cleiton Xavier:

O pombo, na voz de José Silvério (O Pai do Gol):
http://www.radiobandeirantes.com.br/audios/col0%20X1palcleitonxavier.mp3

Despeço-me da nobreza com o clássico Wonderwall, do Oasis.

Cheers,

A nova era da Sociedade Esportiva Palmeiras.

A nova era da Sociedade Esportiva Palmeiras.

Este seria um mero post informativo acerca das eleições do Palmeiras. Deu o óbvio, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo é o novo presidente do Palmeiras.

Fato aguardado por noventa e tantos por cento da angustiada e verdadeira torcida alviverde.

Mas a segunda-feira, dia 26 de janeiro de 2009, marcou aquela que entrou para a história, como a maior e mais importante eleição da história do clube. Os fatos decorrentes disso não me permitem fazer um mero post informativo. Portanto já me adianto e me desculpo pelo provável discurso inflamado.

Imagine você, ao final das últimas eleições para prefeitura de São Paulo, com a vitória de Kassab assegurada , se seria possível vermos ele e sua rival, Marta Suplicy, saírem juntos da sede do governo, segurando a bandeira da cidade e cantando o hino nacional, por exemplo.

Utopia que o mais fervoroso palmeirense (onde me incluo), jamais imaginou ver nas sempre conturbadas e polêmicas eleições do Palmeiras.

Ao final da eleição, com Belluzzo declarado vencedor, o torcedor teve a oportunidade de ver, de sentir, de imaginar que, pela 1ª vez em anos, talvez na história, o clube, a marca, a nação pela qual ele escolheu torcer, amar e viver, terá uma unidade política, terá uma cúpula formada por pessoas integras, inteligentes e que sobretudo irão batalhar pelo bem do clube, afinal, assim como eu, como você, como os 15 milhões que estavam ontem de olhos e ouvidos voltados para o Palestra Itália, eles são legítimos palmeirenses.

A imagem fala por si – Frizzo abraçado a Belluzzo, ambos segurando a bandeira do clube, saem juntos do salão nobre e vão comemorar a vitória – não do Belluzzo, mas do Palmeiras – junto da torcida. Acompanhando os dois, Gilberto Cipullo foi cantar o hino com a torcida.

Frizzo e Belluzzo comemoram juntos com a torcida

– Não é hora de ressentimentos. É hora de somar – afirmou Frizzo.

– Foi a melhor eleição de todos os tempos – vibrou Belluzzo.– Vamos continuar o trabalho, com mais apetite – disse Cipullo.

Belluzzo sugeriu a colaboração de Frizzo nesses 2 anos de mandato.

Para um clube que viveu anos de trevas políticas, sob a ditadura de um antigo e ultrapassado presidente, essas eleições marcam um ponto final nas maléficas pretensões desse moribundo cidadão e marcam também uma nova era política, de integração, de inovação, de projetos focados na grandiosidade, na história dessa Sociedade Esportiva Palmeiras.

Parabéns Belluzzo, Frizzo e Cipullo, parabéns torcedor, parabéns Palmeiras.

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PS: Imagens e declarações dos personagens extraídos do lance.net.