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Intervalo Musical – Mulheres Que “Batem Um Bolão”

Apita o árbitro. Entra em campo a seleção feminina da música !

Você já parou para pensar na quantidade de músicas que homens fizeram para mulheres?
Quantas músicas você ouviu que homenageiam um homem? (neste momento só lembro de Fabio Jr. cantando “Pai”)
Não, não sou feminista, só quero mostrar o quanto a mulher com suas qualidades e/ou defeitos, é importante para a música. Mas interessante mesmo, é quando a mulher aplica as suas qualidades compondo, cantando, tocando e dançando.

Um belo exemplo para começar é a poderosa diva Billie Holiday. Era negra, pobre, filha de pais adolescentes, vítima de abuso na infância, passou por todos os sofrimentos possíveis, e mesmo assim se consagrou como uma das melhores cantoras de jazz de todos os tempos. Dona de uma voz única, levemente rouca, tinha sensualidade à flor da voz, expressava tanta emoção que comovia qualquer pessoa apreciadora de música, com suas canções repletas de ‘swing’ e cumplicidade.

No futebol também temos uma mulher guerreira, assim como Billie Holiday foi e que, só depois de muita luta teve o merecido reconhecimento, Marta Vieira da Silva, nossa “Pelé de saia”, a Rainha Marta, a atacante da seleção brasileira.

Quando se fala de mulher musicalmente poderosa no Brasil, a primeira que lembro é Elis Regina. A primeira vez que assisti Elis interpretando “Atrás da Porta” confesso que fiquei perplexa. Aquele piano suave e a voz dela cantando “Quando olhaste bem nos olhos meus. E o teu olhar era de adeus, juro que não acreditei. Eu te estranhei, me debrucei. Sobre o teu corpo e duvidei. E me arrastei, e te arranhei… “ me deu a sensação que ela estava realmente sofrendo. Elis era uma estrela com luz própria, sem dúvidas. Lembrei do Botafogo, a estrela solitária.

Como seria Mutantes sem Rita Lee? Não consigo imaginar. O mesmo seria imaginar o Corinthians sem o Sócrates no período de 1978 a 1984.

Para não ficar aqui escrevendo 1000 linhas sobre mulheres talentosas, e não tornar o assunto cansativo, vou lembrar de algumas mulheres que desempenham muito bem seu papel na música mundial, independente de data ou estilo, e que adoro !

Em 1976 surge ela, linda e loira, Debora Harry, com sua banda Blondie, para deleite dos marmanjos e a alegria de todos.

Uma música do Blondie, para ouvir enquanto você continua lendo:

Tracy Tracy da banda The Primitives, mais uma loira belíssima, trouxe inspiração ao grupo melhorando as melodias das canções.

The Pretenders, banda do Reino Unido liderada pela norte-americana Chrissie Hynde, cantora, compositora, guitarrista e notável ativista defensora dos direitos dos animais. Mulher rara, que obteve o respeito e admiração de músicos, críticos e fãs. (Quando crescer quero ser igual à Hynde).

A embaixadora cultural da Islândia, Björk, cantora, compositora, atriz e mãe, reconhecida pelo seu experimentalismo musical e excentricidade. Em 1977, com 13 anos, começa sua carreira solo, passa pelas bandas Spit and Snot, Exodus, Jam-80, Tappi Tikarras, KUKL, The Elgar Sisters e The Sugarcubes (pensei que não acabaria a lista de bandas), até que em 1992 volta a carreira solo. Mulher que sempre ‘respirou’ música.

Cantoras do universo pop tem muitas. Madonna a mais famosa. A inesquecível Cindy Lauper. Mas Kate Pierson, uma das vocalistas e fundadora do B-52’s tem a mais bela voz pop que conheço, além de tocar teclado, guitarra e baixo.

Susan Janet Ballion, conhecida como Siouxsie, vocalista da Siouxsie And The Banshees, outra mulher que demonstra todo o seu poder em um palco.

Beth Gibbons cantando no Portshead, acho incrível.

My Bloody Valentine, uma das bandas mais influentes da cena independente britânica, em boa parte responsável pela popularidade do estilo musical shoegaze e, uma das minhas bandas preferidas, tem no elenco Bilinda Butcher cantando e tocando guitarra, e Debbie Googe tocando baixo, ambas fantásticas.

Els Pynoo, a “fashionista” que brilha soberana e hipnotiza à frente do Vive La Fetê.

Já vibrei muito na pista ouvindo músicas do Superchunk, banda onde Laura Ballance toca baixo com louvor.

Impossível não lembrar das duas Kim, a Deal e a Gordon, a primeira outrora do Pixies e depois Breeders, e a segunda do Sonic Youth, duas referências quando o assunto é mulher e rock.

Cat Power, americana. PJ Harvey, inglesa. Sia, australiana (só poderia ser mulher para gravar uma música chamada “Death by Chocolate”). Isabel Monteiro, brasileira (que foi fazer sucesso na Inglaterra cantando no Drugstore). Enfim, não importa a nacionalidade, quando tem talento faz sucesso, e ponto final.

Bikini Kill, Veruca Salt, L7 e The Donnas, bandas 100% “riot girls”. Yo La Tengo, Velocity Girl, Yeah Yeah Yeahs e Bettie Serveert, bandas onde mulheres foram importantíssimas para o sucesso do grupo.

Não importa cor, nacionalidade, religião, estado civil, time do coração, estilo musical… nada impede quando uma mulher decide que vai fazer sucesso !

Tenho certeza que você lembra de alguma mulher que quando entra em campo bate um bolão, e não citei aqui. Fique à vontade.

DJ, toca esta por gentileza:

Ósculos e Amplexos

Intervalo Musical – O Diabo é o Pai do Rock

Intervalo Musical em clima de Halloween. O juiz apita e solta as bruxas hoje. Mistérios entram em campo.

 
Existem muitas histórias e lendas na música, acontecimentos bizarros e grandes fatalidades que geram tristeza.
Sim, todos conhecem “A lenda da morte de Paul McCartney”, dizem que o atual Paul é um sósia do anterior. E sim, todos conhecem “A lenda Elvis não morreu”, dizem até que ele foi morar na Argentina, mas ninguém agüenta mais falar sobre estas lendas.

O universo musical é cercado de acidentes, assassinatos e suicídios, na maioria dos casos mortes estranhas e chocantes. A lista de engasgados com o próprio vômito e/ou por uso exagerado de drogas, ilícitas ou não, é imensa: Bon Scott, Jimi Hendrix, John Belushi, John Bonham e Sid Vicious, este tinha acabado de sair da prisão acusado de assassinar a facadas a sua namorada Nancy, um mistério que nunca foi provado, pois Sid jurava não lembrar de nada.

James Sheppard surrado até à morte. Ian Curtis e Paul Hester, enforcados. Kurt Cobain suicidou-se com um tiro. Johnny Ace brincou de roleta russa. Marvin Gaye baleado e morto pelo pai. John Lennon, assassinado por um fã, impossível medir a dimensão desta tragédia. Jeff Buckley afogou-se no rio Mississipi, para mim uma perda irreparável. Michael Hutchence, morto asfixiado enquanto masturbava-se em um quarto de hotel, “bizarríssimo”. E o gênio do pop Michael Jackson, a morte mais especulada de todos os tempos, história de vida conturbada e repleta de lendas sobre as transformações físicas do cantor.

Mortes difíceis de aceitar (só não vou citar o padre Adelir Antonio de Carli, também conhecido como “padre voador”, porque ele não era músico) são: Les Harvey, eletrocutado no palco por mexer em um microfone com os pés molhados, e Bob Marley, diagnosticado com câncer no dedão do pé direito, recusou-se a amputar o dedo, devido aos princípios rastafari.

Artistas, e em alguns casos fãs, não perdem tempo quando os assuntos são lendas e mistérios.

Mistério que existe há 14 anos é o desaparecimento do guitarrista e compositor do Manic Street Preachers, Richey Edwards. O seu carro foi deixado junto a uma ponte popular entre os suicidas, mas o seu corpo nunca foi encontrado. Desde então, muitos fãs garantem ter visto Richey em lugares como Ilhas Canárias e Goa. Ainda bem que a banda não acabou, pois está entre as minhas preferidas.

O álbum “Journal For Plague Lovers” do Manic Street Preacher, teve a capa censurada em diversas lojas por provocar sentimentos como angustia e perplexidade. Mas é nas letras que o nono álbum na discografia da banda revela sua força. Todas as canções foram escritas por Richey Edwards em uma espécie de diário que o músico deixou com o baixista Nicky Wire semanas antes de sumir, em fevereiro de 1995. Deixo aqui a música “Jackie Collins Existential Question Time” deste álbum.

Um desses mistérios insondáveis ganhou corpo com o documentário “Jandek on Corwood”. Jandek, veterando do blues e folk norte-americano, lançou 35 álbuns desde 1978. Recluso, ninguém sabe com certeza quem ele é. As capas dos discos não dizem nada sobre esta músico. O documentário é realizado recorrendo a testemunhos e opiniões de críticos, jornalistas e DJs, e também à única entrevista telefônica concedida pelo artista em 1985, e ainda assim, não se sabe se foi ele mesmo o entrevistado. Este Jandek sabe como estimular a curiosidade das pessoas.

Você já ouviu falar do “Enigma de Publius”? O enigma trata-se de um provável quebra-cabeça que teria sido montado pelo Pink Floyd nos últimos discos, havendo um possível prêmio para aquele que descobrir. Este enigma mobilizou milhares de pessoa em todo o mundo.

Quando o Kiss estava no auge da sua carreira, foram lançados HQ’s da banda. Houve rumores que os 100 primeiros exemplares tinham sangue dos integrantes da banda misturados à tinta da impressão. Gene Simons vomitando sangue e cuspindo fogo levou parte da opinião pública a chamar a banda de satanista, e o nome “KISS” chegou a ser interpretado como a sigla para “Knights In Satan’s Service” (Cavaleiros à Serviço de Satan).

Os Rolling Stones tem muitas “histórias”. As que envolvem o Keith Richards eu até acho graça, como ele ter trocado todo o seu sangue e ter cheirado as cinzas do pai. Mas Mick Jagger declarou que o fundador da Igreja de Satan, Antony LaVey, foi o inspirador da música Simpathy For The Devil, canção onde o personagem principal é o demônio cantando em primeira pessoa.

Black Sabbath, quero somente lembrar, pois o nome da banda e o vocalista Ozzy “príncipe das trevas mordedor de morcego” já diz tudo !

Eagles, aparentemente nada nesta banda remete ao assunto, mas descobriu-se que a música Hotel Califórnia possuía mensagens satânicas gravadas ao inverso e que tratava sobre a sede da Igreja de Satan, que havia sido anteriormente no hotel.

The Doors e seu vocalista Jim Morrison, sempre polêmico, casou-se em um ritual pagão com uma bruxa, além de dizer que trazia dentro de si o espírito de um índio feiticeiro.

AC/DC grava um álbum chamado “Highway to Hell” (Auto Estrada para o Inferno). Depois vem um famoso assassino psicopata conhecido como “Night Stalker” que, afirma matar influenciado pelas letras da banda. Não poderia ficar fora da lista dos malévolos.

Iron Maiden, tem como mascote um simpático morto vivo sempre associado a um demônio, chamado Eddie. Lança um disco com o nome “The Number of The Beast” (O Numero da Besta). Resultado: Apareceu em 1985 um garoto de 14 anos, com um grande “666” tatuado no peito, que matou 3 pessoas alegando estar dominado por Eddie.

E não pensem que o diabo é o pai somente do rock. Música erudita também pode ter má influência. Há 200 anos atrás, Nicolo Paganini, compositor e violinista considerado um gênio, usava cordas de tripa de carneiro em seu violino, até ai é somente estranho, mas a lenda sobre o encordoamento de seu violino vai além, dizem que ele substituía carneiro por humanos, ganhando uma sonoridade sobrenatural que levava as pessoas ao pavor ou ao êxtase.

No futebol, não lembro de histórias onde a bruxa estava solta em campo, mas uma que ficará na memória é a final do Paulistão 99, Corinthians x Palmeiras. Edílson jogador do Corinthians, conhecido como “O Capetinha”, briga com, Paulo Nunes, jogador do Palmeiras, conhecido como “O Diabo Loiro”. A briga entre o “capeta” e o “diabo” em campo, causou uma confusão generalizada acabando com o jogo antes dos 45 minutos.

Dos relatos acima, muitos são verídicos e trágicos. Outros somente lendários e que nunca serão comprovados, mas fica claro que muitas vezes a música provoca efeitos imprevisíveis. Acredito que a forma como a música “toca” o coração, a mente e a alma das pessoas, gera toda esta magia, seja ela boa ou não.

Este vídeo não é musical. É um curta em stop-motion do Tim Burton, uma homenagem ao consagrado ator Vincent Price, conhecido por contracenar em filmes de suspense e terror, narrado pelo próprio Price. Cinema também tem magia, mistério e terror. Adoro !

E você, lembra de alguma história bizarra ou lenda, da música ou do futebol ?

Happy Halloween !
Ósculos e Amplexos.

Intervalo Musical – Vamos Voltar à Pilantragem

Apita o árbitro ! Final do primeiro tempo. Hora o intervalo. E hoje vamos falar de música, cinema e futebol.

Em maio deste ano, assisti no cinema o documentário ‘Ninguém Sabe o Duro que Dei’, e recomendo, goste você ou não de Wilson Simonal.

Vamos à apresentação: Wilson Simonal de Castro, cantor, brasileiro, (Rio de Janeiro, 23/02/1938 – 25/06/2000), filho de empregada doméstica, era cabo do exército antes de começar a cantar e deu “um duro danado” ate revelar-se um “showman”. Começou cantando calipsos e rock em inglês e, de baile em baile, foi descoberto pelo compositor Carlos Imperial, o pai da ‘Pilantragem‘, que o levou para o seu programa de TV ‘Os Brotos Comandam’. No auge da carreira apresentava o programa ‘Show em Si Monal’ (primeiro programa de TV apresentado exclusivamente por um negro no Brasil)

 

O que era a Pilantragem?
Movimento cultural idealizado por Carlos Imperial, à pedido de Simonal, era o samba inspirado no soul e no rock (fazendo concessão ao uso da guitarra elétrica nos arranjos). Segundo o próprio Carlos Imperial: “pilantragem é a apoteose da irresponsabilidade consciente”.

O documentário mostra a vida deste artista genial, capaz de reger um coro de 15 mil vozes no Maracanãzinho (esta cena no documentário é de arrepiar). Mas além de mostrar o sucesso, mostra também a decadência e a pergunta que nunca calou “Simonal era ou não era um dedo-duro do DOPS (Departamento da Ordem Política e Social)?”.

O Crime:
Simonal achava que seu contador o estava roubando, contratou dois agentes do DOPS para torturar seu contador. Simonal, que já não tinha uma posição política claramente definida na época, declara: “Ninguém mexa comigo porque eu tenho amigos no DOPS”. Processado sob acusação de extorsão mediante seqüestro do contador, Simonal levou como testemunha o agente, que o apontou em julgamento como informante do DOPS, foi julgado culpado pelo seqüestro e referido como colaborador das Forças Armadas. Neste momento foi decretada a morte da carreira do Simonal, que foi banido por músicos e jornalistas, caindo no ostracismo. Somente em 2003 Simonal foi moralmente reabilitado pela Comissão Nacional de Direitos Humanos, em julgamento simbólico. Tarde demais, infelizmente.

Com as declarações de Chico Anysio, Sergio Cabral, Miele (maravilhoso), Ziraldo e Jaguar, este que chora acompanhado de uma garrafa de cachaça, o documentário mostra que Simonal foi sim arrogante e pretensioso, ao mesmo tempo ingênuo, mas não um dedo-duro.

Algo que não sabia e descobri no documentário, foi sobre a amizade entre Simonal e Pelé. Simonal era garoto propaganda da Shell. O patrocínio ao cantor se misturava com o patrocínio à seleção brasileira da Copa de 1970. A Shell o levou ao México com seu grande amigo Pelé e cia., ele na condição de cantor oficial do Brasil.


Momento muito engraçado no documentário, é quando o próprio Pelé conta sobre a escalação de Wilson Simonal para jogar pela seleção na Copa. No primeiro treino Simonal quase morre com falta de ar, sem a menor condição física para jogar sai de campo carregado. Claro que tudo não passou de uma grande brincadeira, mas por incrível que pareça, Simonal acreditou que defenderia a “seleção canarinho” em um jogo de Copa do Mundo.

Fundador de um movimento cultural, apresentador de programa de TV, um grande comunicador cheio de empatia, carisma e “swing”. Gravou 21 LP’s, entre eles, ‘Quem não tem swing morre com a boca cheia de formiga’, só o nome do álbum já é espetacular, ‘Jóia’, que realmente é uma preciosidade, ‘Alegria, Alegria!’ e ‘Homenagem à graça, à beleza, ao charme e ao veneno da mulher brasileira’ .Cantou uma série de sucessos inesquecíveis como, ‘Mamãe Passou Açucar em Mim‘, ‘Sá Marina’, ‘Tributo a Martin Luther King’, ‘Meu Limão, Meu Limoeiro’ e ‘País Tropical’. Cantou contra o racismo e à mulher, cantou a alegria, a beleza e o amor.

Com muito gingado e uma voz poderosa, cantando “Nem Vem Que Não Tem, Nem vem de garfo, Que hoje é dia de sopa, Esquenta o ferro, Passa a minha roupa, Eu nesse embalo, Vou botar prá quebrar, Sacudim, sacundá, Sacundim, gundim, gundá!”, Simonal representou a pilantragem, conquistando tudo e à todos.

Culpado ou inocente?
Isso não importa mais. No final o que realmente pesa na história deste grande cantor, é a interrupção de uma carreira brilhante. Isso no país que adora esquecer e/ou perdoar pessoas como Jânio, Collor, PC e agora Sarney, Simonal pagou sua pena até o fim da vida, sem direito a anistia.

Hoje foi muito difícil escolher uma música.

DJ, toca esta por gentileza.

Chamada para próxima terça-feira: Intervalo Musical – Halloween

Intervalo Musical – Sons Preferidos

Chegou a hora do intervalo, portanto, 15 minutos para falarmos sobre música.

Não é novidade ou sequer algo desconhecido, mas como estou aqui sempre falando sobre o que eu gosto, sinto-me obrigada a falar deste álbum que, considero um dos melhores de todos os tempos. E não só eu, sempre que são feitas listas de melhores álbuns de todos os tempos por músicos e críticos, em qualquer veículo de comunicação, este disco sempre aparece entre os 10 melhores.

Comparo este LP à seleção brasileira de 1970, considerada a melhor equipe de futebol de todos os tempos com Pelé, em sua última edição de Copa do Mundo, Carlos Alberto Torres, Jairzinho, Tostão, Gérson, Piazza, Clodoaldo e Rivelino. É como se cada uma das músicas que compõem este disco, fosse um jogador desta seleção.

Pet Sounds, 11º álbum da banda The Beach Boys, de 1966.

The Beach Boys, nasceu na Califórnia em 1961, formada originalmente pelo genial Brian Wilson, seus 2 irmãos de Dennis e Carl, o primo Mike Love e o amigo Alan Jardine. Sofreram inúmeras alterações tanto na formação, devido a problemas com abuso de drogas, mortes e batalhas legais entre os integrantes, coisa de ‘estrelas’, quanto no estilo musical, influenciados por surf music, musica erudita, country, soul, blues, pop, rock, chegaram no art rock, este estilo caracterizado por seus ambiciosos temas e experimentações, teve seu inicio marcado com o lançamento do Pet Sounds.

O criativo Brian Wilson, surdo de um ouvido, insatisfeito com o seu grupo musical, após ouvir Rubber Soul dos Beatles e fortemente influenciado por Phil Spectro na época, contratou mais músicos de estúdio, utilizou instrumentos não usuais como cordas orquestradas, sinos de bicicleta, órgãos, flautas, sons de instrumentos havaianos de corda, latas de refrigerante, cães latindo, enfim, muitas idéias experimentais, e produziu o perfeito Pet Sounds.

Resultado: Um disco nobre, com letras, instrumentos e vozes na mais perfeita e sofisticada harmonia. Não existe uma única música mediana neste disco espetacular, possuindo uma das canções mais belas do mundo, inclusive na opinião de Paul McCartney, God Only Know, uma declaração de amor, um pedido de desculpas de Brian para sua esposa por seu comportamento instável, cantando “Só Deus sabe o que eu seria sem você”.

Meus pensamentos agora:
“Só Deus sabe o quanto este disco influenciou grandes nomes da música posteriormente.”
“Só Deus sabe o que seria de nós amantes do futebol sem você nossos times do coração.”

Incrivelmente não foi o disco mais vendido, aliás não passou a 10ª posição nas paradas Norte Americana, mas foi o que abriu as portas do Reino Unido para os rapazes da Califórnia.

Considerado o melhor álbum do rock dos anos 60 através das palavras do produtor George Martin (maestro e produtor dos Beatles) afirmando que “sem Pet Sounds não existiria Sgt. Pepper´s”, influenciou Beatles, que outrora foi influência, e também The Who. Até os Rolling Stones apreciaram muito e fizeram uma campanha para que seus fãs comprassem o disco. Sentiram o peso destes nomes? Deu para ter uma noção da importância deste disco? Se ainda existe dúvida, escute!

As demais faixas deste disco são todas merecedoras de incontáveis audições. Desde à surpreendente abertura com Wouldn’t It Be Nice e seus metais, passando pela dançante Sloop John B, até Caroline, No e sua letra lindíssima, todas únicas e inigualáveis.

Foto da capa, tirada no zoológico de San Diego.

 Faixas: “Wouldn’t It Be Nice”, “You Still Believe In Me”, “That’s Not Me”, “Don’t Talk (Put Your Head On My Shoulder)”, “I’m Waiting For The Day”, “Let’s Go Away For A While”, “Sloop John B”, “God Only Knows”, “I Know There’s An Answer”, “Here Today”, “I Just Wasn’t Made For These Times”, “Pet Sounds”, “Caroline, No” e “Hang On To Your Ego” (bônus incluído em algumas edições).

Curiosidade: O grande single, Good Vibrations, foi produzido durante a gravação do Pet Sounds, mas Brian excluiu do disco e lançou apenas em compacto. Sua justificativa foi não querer mistura-la com as outras faixas do álbum para não mascarar a força da composição.

Em Novembro de 2004 senti um imenso prazer, pois tive a possibilidade de assistir o show do Brian Wilson, jamais perderia este show. Ele e sua banda tocaram algumas músicas deste disco, e mais uma vez sorri, chorei, cantei e dancei, em meio a pessoas de todos os tipos e idades, embalada por meus “sons preferidos”, embalada por músicas que encantam sempre.

Esta é para você !

Intervalo Musical Bônus – Saudosismo Corintiano !

Hoje teremos Intervalo Musical Bônus, pois prorrogamos para TODAS AS TERÇAS-FEIRAS.

Mas, já que estamos aqui, vou aproveitar para mostrar dois presentes lindos que ganhei da minha amiga Luciana Cury.

Ela bem sabe que sou corintiana e também que sou apaixonada por música, por isso foi revirar sua imensa, antiga e divina coleção de discos de vinil para me presentear com estes 2 compactos históricos, para mim algo “invendável, inegociável e imprestável” (Parafraseando Vicente Matheus, referente o Sócrates)

Todos sabem que 1977 foi um grande ano para o Corinthians, quando o Timão ganhou o título de Campeão Paulista, pondo fim a um jejum de 22 anos e, em meio a uma grande festa veio o lançamento destes compactos:

TIMÃO MARAVILHA

Lado 1:
1-Timão Maravilha – Rick, Rock & Robyn

Lado 2:
1-Mulher Corintiana – Odair Cabeça de Poeta

Que maravilha, uma música para mim !

CAMPEÃO PAULISTA 77 – OS DEMÔNIOS DA GAROA

Lado 1:
1-Oi Nois Aqui Traveis
2-Hino do Corinthians

Lado 2:
– O Timão

Homenagem do corintianíssimo Demônios da Garoa, que dispensa qualquer apresentação.

VEJO TODOS AQUI NA TERÇA-FEIRA.

(ouvindo: The Pains Of Being Pure At Heart – Hey Paul).