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Intervalo Musical – The Raveonettes 2009


O juiz apita, hora do intervalo. Na quarta rodada aqui no FFC entra o Intervalo Musical, com um belíssimo lançamento na área.
Mesmo sem fugir muito da fórmula já utilizada, afinal, em time que está ganhando não se mexe, porém, com uma porção à mais de pop, achei este disco excelente e merecedor de muitos elogios, o mesmo sentimento que tive com os discos anteriores.Não consigo dizer que este é o melhor álbum da banda, alias, não consigo definir o melhor e o pior entre os 5 albuns. Sem perder algumas características marcantes que identifica a banda, cada um tem algo que lhe é peculiar. Acho todos ótimos.

Conferi esta preciosidade e digo que é altamente recomendável !

A seguir, a 5 faixa do no disco. DJ, toca esta por gentileza.

Entra em campo The Raveonettes, fazendo um gol de placa com o lançamento do seu 5º álbum, In and Out of Control

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Os Raveonettes, formado por Sune Rose Wagner e Sharin Foo, duo dinamarquês de rock, usuários fiéis de instrumentos Fender, uniram-se em 2001 e até hoje me proporcionam prazer quando ouço suas músicas. Sharin, linda e dona de uma voz doce, encanta qualquer um tocando baixo, junto com Sune, vocalista e guitarrista competente que, com harmonia não deixam à desejar quando o assunto é rock.

Em Setembro de 2005, The Raveonettes era apenas um coadjuvante na edição do Curitiba Rock Festival, quando todas as atenções estavam voltadas para Weezer e Mercury Rev. Com bom entrosamente e presença de palco fizeram uma apresentação memorável. No final estava extasiada, fico feliz por não ter perdido este show.

Uma das musicas preferidas

 

Você ainda não conhece o In and Out of Control? Quer saber se vai gostar? Então vá direto a faixa 7, Suicide, senão ficar com vontade de ouvir novamente e nem de balançar o corpo, esqueça, Raveonettes não é a sua praia. Na primeira faixa, Bang!, a velha, boa e agradável melodia pop que logo de cara me conquistou. Destaque para Break Up Girls!, com guitarras “barulhentas” que lembram Jesus and Mary Chain, coisa que aprecio muito (não é por acaso que sou fã). E nada melhor que “Wine” para finalizar brindando tranqüilamente um grande disco.

Intervalo Musical – 90′s

90’s – O RETORNO

Certa vez assisti na TV Edgard Scandurra (guitarrista do Ira) falando, não me lembro das palavras exatas mas era algo do tipo, “no mundo rola uma coisa cíclica, e a cada 20 anos a moda volta”. Pensei nisso e achei perfeito.

Prova disso é que toda nostalgia que estava girando em torno da década de 80 está acabando, que bom, pois acho a moda nesta época desagradável, salvo uma porção de bandas. E quem está chegando? A década de 90. O que muito me alegra, pois foi a “minha época”, estava descobrindo o mundo, formando minha opinião e principalmente ouvindo muita música.

Quero deixar claro, gosto de música de todas as épocas, mas hoje o assunto será limitado.

Em meio a tantos avanços, mudanças e fatos históricos como o fim da guerra fria, globalização, popularização do celular, final de Copa do Mundo e um grito ecoando nos quatro cantos do Brasil “é tééééétra, é tééééétra”, vídeo games, dvd, Corinthians tricampeão brasileiro, browser, clonagem, São Paulo bicampeão da Libertadores, alimentos geneticamente modificados, reciclagem, fim da fila para o Palmeiras e uma Libertadores, teoria das cordas, dogma 95…, a década de 90 começa bem com a popularização do computador pessoal e da internet, junto com a explosão da MTV no Brasil, facilitando demais o acesso à música. Novas bandas surgiam a cada instante, e todas estas facilidades somadas a alta velocidade da informação, contribuíram muito para a divulgação e surgimento de novos estilos mas, simplesmente por gostar muito vou destacar bandas de rock, principalmente as independentes que são as maiores beneficiadas.

A música eletrônica se difunde com o rock e aparecem bandas como Nine Inch Nails, Rammstein, KMFDM e Ministry

Nas paradas de sucesso surge o grunge, trazido por bandas como Nirvana, Alice in Chains, Soundgarden, Stone Temple Pilots, Mudhoney e Pearl Jam. Tudo isso era bom, mas tinha muito mais para conhecer.

Simultaneamente conheci o pop rock britânico e, imediatamente me apaixonei. A grande maioria Influenciada por bandas da 1ª Invasão Britânica (quem leu a estréia do Intervalo Musical – The Rolling Stones, sabe do que estou falando, mas tratasse de outra década, portanto vamos manter o foco), surgem as conhecidas Oasis, Blur, Placebo, The Verve, The Charlatans, Belle & Sebastian, as minhas queridas Manic Street Preachers, Muse, Ocean Colour Scene, Pulp, Suede, Super Furry Animals, Ash…, sem esquecer a espetacular Spiritulized. Enfim, a lista é aparentemente infinita.

Acho Spiritualized tão espetacular que quero compartilhar:

Viajando para outro continente, chegando precisamente nos Estados Unidos da América, aparece outra lista gigantesca de bandas que descobri ao longo da década de 90, mas que até hoje eu ouço com prazer imenso. Bettie Serveert, Superchunck, Pavement, Weezer, Buffalo Tom, Velocity Girl e Nada Surf fazem parte desta lista.

E finalmente no Brasil, período fortemente marcado por Chico Science & Nação Zumbi e Mundo Livre S/A grandes colaboradores do movimento manguebeat, algo que considero realmente diferente além de ótimo e felizmente apareceu aqui, ainda mais considerando outras bandas que surgiram como Jota Quest, Raimundos e Charlie Brown Jr., que na minha opinião “ninguém merece”.
Lembro com carinho e sinto orgulho em dizer que fui nos shows do Brincando de Deus, Pelvs, Second Come e Low Dream, pois representaram muito bem o Brasil, e eu adoro.

Neste momento descobri o quanto é difícil falar de um assunto tão abrangente tentando não deixa-lo cansativo. Está faltando muito, portanto fique à vontade para citar alguma lembrança desta época que eu pequei deixando de escrever aqui.

Recebo de braços abertos o retorno da década de 90. Não sou retrógrada, também gosto do novo, mas um pouco de nostalgia não faz mal. É só para relembrar dos anos que eu efetivamente comecei a “viver”. Os anos dourados da minha vida.

Apesar de ser de 1983, esta banda marcou minha década de 90, presenciei muito “air guitar” nas pistas e é uma das minhas paixões da época. Sempre peço:

“DJ, toca esta por gentileza”

Intervalo Musical – Beirut

No ar, mais um Intervalo Musical. Bola parada. Vamos falar de música.

Beirut

Não vou falar da capital do Líbano nem de comida árabe, vou falar de um show que assisti sexta-feira passada e que me impressionou muito.

Beirut é a banda liderada por Zach Condon que além de compor todas as músicas e cantar, também toca trompete e ukulele, nativo do México, com 23 anos só recebe elogios da imprensa por ser um jovem prodigioso. Tocam na banda: Perrin Cloutier (cello/acordeão), Jason Poranski (guitarra/mandolin), Nick Petree (bateria), Kristin Ferebee (violino), Paul Collins (órgão/ukulele), Jon Natchez (sax barítono/glockenspiel) e Kelly Pratt (trompete).

A discografia da banda tem dois álbuns, “Gulag Orkestar” (2006) e “The Flying Club Cup” (2007), além de quatro Eps.

A banda norte-americana, nasceu da paixão de Zach pela música cigana do Bálcãs quando estava imerso na cultura do leste europeu, muito marcante em seu primeiro álbum, depois vem a influência de música francesa, mexicana, um pouco de eletrônica e folk.

Você deve estar pensando: “Que loucura, que mistura absurda!”.
Falando assim parece mesmo, mas o resultado é admirável, garanto.

No Brasil, o Beirut ficou conhecido quando uma de suas músicas, “Elephant Gun”, foi parar na trilha sonora da minissérie “Capitu”, exibida pela Rede Globo. (Agora você sabe de quem era aquela música).

Como fã, antes mesmo de assistir o show eu já esperava que fosse excelente e mesmo esperando muito, Beirut conseguiu me surpreender e emocionar (assim com o Corinthians faz sempre), com muita simpatia e interação com o público, fez com que todos levantassem de suas cadeiras para acompanha-los naquela maravilhosa sensação de alegria que suas melodias trazem. (Melhor ainda com Zach sóbrio, diferente do show anterior em Salvador).

O show começou e até a segunda música estava bom, pois estava próximo do que eu esperava, mas assim como no futebol, show “só acaba quando termina”, portanto continuei ansiosa por algo mais. Na terceira música, Cozak, um solo de trompete espetacular tirou o meu fôlego, sou apaixonada por metais, foi como se eu tivesse tomado um choque que fizesse meu queixo cair. Neste momento percebi que o show superaria minhas expectativas.

Pronto, chegou o momento do grande hit, Elephant Gun, confesso que meus olhos ficaram marejados com lágrimas, foi incrível ver todas aquelas vozes da platéia animadíssima cantando junto com a banda.

Depois o show só melhorou, a alegria já estava instaurada naquele lugar. No palco acordeão, trompetes e até tuba, além do baixo, bateria, glockenspiel (uma espécie de xilofone) e Zach não poderia deixar de tocar o seu ukulele (um tipo de cavaquinho, tocado pelos havaianos).

Algumas musicas antes do show acabar, a banda convidou todos os presentes para se aproximarem do palco, e imediatamente, a frente do palco do Via Funchal se tornou o metro quadrado mais disputado de São Paulo.

Em meio a inúmeros gritos dizendo “lindo, lindo, lindo” o Beirut fez bonito, e enlouqueceu os fãs quando retornou para o bis. Com uma bandeira do Brasil, que atiram no palco, nos ombros do vocalista, tocaram uma versão em inglês de Aquarela do Brasil, de Ary Barroso, uma homenagem ao Brasil (país da música, além do futebol), lembrando que Zach é fã confesso da nossa Tropicália, e já tocou Leãozinho do Caetano Veloso em outros shows.

Vídeo do show para conferência deste momento “abrasileirado” lindo

Fica aqui minha dica para quem gosta de música sem rótulos, sem ‘muros’, simplesmente música.

E no caso do Beirut, música para cantar, dançar, descansar, namorar, emocionar… música para qualquer ocasião.

DJ, toca esta por gentileza:
(vídeo também do show, momento emocionante acima relatado).

Chamada: No próximo Intervalo musical, não vamos falar de uma banda, vamos falar de uma década.

Intervalo Musical – A Seleção do Rock

Durante as partidas de futebol existe um intervalo de 15 minutos onde a bola NÃO está rolando.
Vamos aproveitar este intervalo para bater aquele papo descontraído, 100% informal, sobre algo que assim como o futebol, faz a gente vibrar muito, traz lembranças, nos faz rir e até chorar e, para não deixar toda a emoção que o futebol traz ‘esfriar’ neste intervalo, vamos falar de música.
Assim como cada um tem seu time do coração, cada um tem sua predileção por um estilo de música.
Eu sou apaixonada pelo Corinthians e pelo tal do Rock’n Roll. Pronto falei !
Por isso vamos conversar sobre rock e todas as suas incontáveis vertentes. Às vezes, pode aparecer por aqui algo sobre pop, jazz, mpb, eletrônico, samba de raiz, entre outros estilos, afinal boa música é sempre bem-vinda.

The Rolling Stones – A Seleção do Rock

Você deve estar pensando: “que clichê falar de rock e Rolling Stones!”.
Eu pergunto: “Quem poderia representar melhor o rock?”

Vamos aos fatos:
Pense em uma banda que nasceu 1962, cresceu e não esqueceu de acompanhar as mudanças do mundo durante 47 anos com tanto sucesso.
No atual elenco temos Mick Jagger, Keith Richards, Charlie Watts e Ron Wood (Ron Wood, que antes tocava com a banda The Faces, liderada pelo maroto Rod Stewart). Darryl Jones, que é baixista contratado, não é considerado membro oficial. E não vamos esquecer de quem marcou presença nos Stones, o gigante Brian Jones, Bill Wyman e Mick Taylor.
Conhecida como uma das bandas da “Invasão Britânica” que foi a grande explosão da música inglesa na América do Norte (lembrando que este tipo de representatividade no futebol só quem tem é o Corinthians, com a invasão de 1976 no Maracanã), começou sob a forte influência de R&B e Rock, com covers de canções de Chuck Berry e Muddy Waters e a composição I Wanna Be Your Man da dupla John Lennon e Paul McCartney – que eu adoro. O álbum Stick Fingers teve a capa idealizada pelo Andy Warhol. Parcerias incríveis que vão de Buddy Guy a Jack White fazem parte da história da banda. Hits como Satisfaction, Start Me Up, Sympathy For The Devil, Jumping Jack Flash, Miss You e Angie fizeram dos Stones uma das bandas mais conhecidas do rock, mas também os levaram aos grandes clichês do gênero porém, é impossível negar que são músicas espetaculares e destaco Gimme Shelter que considero um marco na história, chega a dividir o rock em “AGS” (Antes de Gimme Shelter) e “DGS” (Depois de Gimme Shelter). Impossível não sentir uma vibração intensa e inexplicável quando se escuta estas músicas. Jean Luc Godard fez Sympathy For The Devil, um documentário sobre apenas uma das músicas da banda e o Martin Scorcese fez Shine A Light, um documentário sobre apenas um show da banda, ambos ótimos.
Os Rolling Stones já venderam mais de 500 milhões de álbuns no mundo inteiro. Facilmente se enche um estádio de futebol anunciando que lá haverá um show dos Rolling Stones e, em um único show, eles podem fazer mais de 1,5 milhões de pessoas “cantar, pular, gritar, rir e chorar”. (isso não lembra futebol ?).
Recepções efusivas da crítica, problemas com drogas, conflito de egos, tudo isso faz parte da rotina de grandes rockstars, nada que desabone os Stones na minha opinião. O fato deles serem populares e de ouvir músicas deles em todas as rádios não me incomoda; faz tempo que aprendi a discernir entre popular bom e popular ruim.
Em um breve resumo citei grandes nomes da música e da arte, lembrei de grandes shows. Poderia falar páginas e mais páginas sobre a grandiosidade desta banda e tudo o que ela representa para o rock. Com certeza você também se lembra de algo não citado aqui que descreve a magnitude desta banda, mesmo que você não goste dela.
E por estas e outras que The Rolling Stones está no meu Top 5.
E agora? Você ainda acha que eu deveria fazer minha estréia aqui, falar sobre rock, e não falar de Rolling Stones?

É isso ai ! Espero revê-los em breve. Críticas, sugestões e elogios são bem-vindos, afinal “Sua opinião é muito importante para nós”

Pode trazer quem quiser, é só chegar, puxar a cadeira e ficar à vontade.

Agradecimentos: Luciana Cury e Viviane Santana pela colaboração e incentivo e João Paulo Tozo pelo convite para participar desta equipe.

Chamada: Na próxima vai rolar Show do Beirut e, não é promoção de restaurante árabe.

DJ, toca esta por gentileza !