100 mais.

 

Data: 27/03/2011.

Local: Arena Barueri.

Vítima: Corinthians.

Dono da tarde: Rogério Ceni.

 

Todos queriam essa vitória em cima do Corinthians. Todos queriam ver Rogério Ceni brilhar e fazer o gol que marcaria sua carreira para sempre. Todos queriam pausar aquele momento. Com pensamentos, todos empurravam e seguiram a bola até o fundo da rede. Todos vibraram, muitos choraram e muitos pulavam.

Mas o fato é que Rogério Ceni fez seu gol de número 100 e o que Júlio César também entrou para a história, porque assim como Andrada levou o gol 1000 de Pelé, ele levou o gol 100 de Rogério Ceni e o primeiro gol de falta do goleiro no clássico. E novamente em um campeonato Paulista. Sim porque Rogério Ceni até ontem só tinha feito dois gols no rival, e ambos de pênalti, mas ontem… Ontem foi magnífico.

O dia era só dele. Nem Fernandinho que foi citado como dono da Arena Barueri, por suas atuações no estádio, teve chance perante a grandeza do nome de Rogério. Um gol para consagrar a carreira de um dos maiores goleiros que já vi jogar, senão o maior.

Há quem conteste os 100 gols.

Rogério respeita o critério FIFA e diz: não fiz gol no exército, a FIFA contesta, mas enaltece em seu site o gol de número 100 da carreira de Rogério Ceni.

Não importa em qual adversário tenha sido, o que importa é que pela grandeza do goleiro à frente do São Paulo, pela sua carreira, vontade, dignidade e garra, o gol merecia sair ontem e de falta, no ângulo. Um lindo gol, em uma carreira brilhante.

100 mais. Um mito. Uma lenda. Um ídolo. Um monstro. E agora o centenário. Assim saiu no site oficial do São Paulo.

Gostaria muito de ter a oportunidade de entrevistar esse grande goleiro brasileiro, porque queira ou não queira, Rogério é brasileiro, pertence ao povo e essa marca também é de todos os brasileiros que sempre torceram pelo mito Rogério Ceni.

 

Ao todo foram 56 gols de falta e 44 de pênaltis, mas o goleiro tricolor quer mais, como diz abaixo em entrevista exclusiva ao site oficial do São Paulo.

 

 

COMEÇO

A primeira vez que pensei em bater faltas foi em 1996. Comecei a treinar e bati 15 mil faltas naquele ano. Lembro que a primeira cobrança foi contra o Fluminense, depois contra o Flamengo no Maracanã. Aí logo depois saiu o primeiro gol. Se não tivesse saído aquele gol, talvez eu não tivesse dado sequência.

 

INFLUÊNCIA

Na época não tinha esta riqueza de informações que tem hoje. Não existia internet. Não tinha a possibilidade de ver tantas pessoas. Nunca tinha visto o Chilavert bater. Mas depois que comecei, me lembro do Zico, Neto, Raí… Não tive influência. Ia batendo da maneira que eu me sentia melhor. Fui desenvolvendo a força e a caída da bola no gol.

 

AJUDA

O Muricy Ramalho foi o que mais me ajudou. Ele me via treinando todos os dias. Para qualquer coisa na vida tem sempre alguém te olhando. Na época foi uma polêmica. A imprensa dizia que era um absurdo o goleiro bater faltas. Tinha um preconceito. O Rojas, que era meu preparador de goleiro na época, também me ajudou bastante.

 

PARCEIROS

Meu maior parceiro de gols foi o Aloísio. Ele gostava muito do contato físico. Provavelmente foi o cara que mais sofreu faltas para esta contage, Sou muito grato a ele. Quando ele dominava a bola, só paravam na falta. Era um estilo de jogo dele. E o França foi um dos mais inteligentes que trabalhei. Eu pegava a bola, ele já abria pelos lados do campo para arrumar o contra-ataque. Fizemos muitos gols assim. Ele era inteligente na movimentação.

 

MÁRIO SÉRGIO

Eu gosto muito dele. Mas ele chegou aqui no São Paulo com esta ideia fixa na cabeça para que eu não batesse faltas. Foi um ponto importante na minha carreira. Foi a reprovação de alguém. Poderia me abalar naquele momento, mas para mim foi bom. Se o cara que comanda o time disser que não, é não.

 

GOL MAIS EMOCIONANTE

Até hoje é o primeiro. Não sabia comemorar nem para onde correr. Foi uma grande novidade naquele momento. Poucos esperavam que eu fosse bater, tão pouco fazer. Foi muito inesperado. E um gol que eu vibrei muito foi contra o River Plate, na Libertadores de 2005, no Morumbi.

 

TORCIDA

O dia mais emocionante foi contra o Rosário Central, em 2004. Um estádio lotado. Depois de 10 anos nós voltamos para a Libertadores. Aquele dia eu vi as pessoas chorando, em lágrimas. Eu faço minha parte nesta hora. É um orgulho ir para casa, deitar e ver que venci mais um dia na minha vida. É muito legal ver as pessoas felizes. O futebol propicia as maiores emoções.

 

CENTÉSIMO E MILÉSIMO

É uma marca importante. É um motivo de orgulho receber todo este carinho e confiança do torcedor. Mas Pelé foi único. Não apareceu um igual. É uma história que ficará marcada. Não o centésimo em si, mas também toda a história, conjunto… De chegar nesta situação em um clube com a grandeza do São Paulo.

 

FICAR NA HISTÓRIA

Meu nome será lembrado para sempre. Mas, o mais importante do clube? Isso é uma coisa que o tempo vai dizer. Cada década surge novos ídolos que vão fazer sua história. Mas tenho certeza de que as pessoas vão sempre se lembrar do atleta, do nome Rogério Ceni. O São Paulo é minha vida e espero fazer parte da vida de muitos torcedores são-paulinos.

 

Mais em: http://www.saopaulofc.net/noticias/noticias/roger100/2011/3/27/um-mito-centenario/

 

Parabéns grande goleiro, por todos os gols, por todos os momentos de emoções, todos os títulos e todas as vitórias.

Tu és grande e entre os grandes, és o primeiro.

Salve o maior goleiro artilheiro do mundo!!!

 

 

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