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LOLLAPALOOZA 2012 EM SÃO PAULO

Já está todo mundo comentando sobre o festival. A minha empolgação ao saber que Foo Fighters viria para o Brasil foi grande! Pena que ela se acabou rapidinho quando eu soube do alto custo dos ingressos… e quando finalmente foi divulgada a programação o choque foi maior ainda… por que Foo Fighters estava separado de todo o resto que eu gostaria de ver? Já não valeria à pena pagar tão caro… logo desisti. Para quem ainda não sabe do que estamos falando leia o texto a seguir.

Nos dias 7 e 8 de abril o Lollapalooza vem pela primeira vez ao Brasil, comemorando 20 anos de festival. Este grande evento vem sendo realizado anualmente desde 1991 quando foi criado por Perry Farrell, vocalista da banda Jane’s addiction. O festival fez fama pela América do Norte, em forma de turnê. Acabou em 1997 e reviveu em 2003. Em 2005 o festival se fixou como evento anual no Grant Park em Chicago, e hoje é considerado um dos maiores festivais de música rock do mundo, assim como o Reading Festival e o Coachella, que também acontecerá em abril. O Lollapalooza será no Jockey Club, onde mais de 50 atracões – entre elas Foo Fighters, Artic Monkeys e a própria Jane’s Addiction – serão divididas em 2 dias de festival. Veja o line up abaixo. 

Serão 5 Palcos: Palco Butantã, Palco Cidade Jardim, Palco do Perry, Palco Alternativo e Palco Kidzapalooza. Nos Palcos Cidade Jardim e Butantã tocarão grandes nomes do rock. O Palco Alternativo trará os novos nomes e as novas vertentes do rock. O Palco do Perry é um espaço para dançar e curtir música eletrônica durante todo o dia. Veja o mapa dos palcos abaixo.

Os ingressos estão à venda no local e no site oficial do Lollapalooza.

http://www.lollapaloozabr.com/

O preço do ingresso individual é R$300,00 (inteira) e R$150,00 (meia entrada). O Lollapass vale para os 2 dias e custa R$500,00 e R$250,00. A venda está limitada a compra de 04 itens por pessoa.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=oyJWeNKgNpY[/youtube]

O Reading Festival, na Inglaterra, foi uma das inspirações para o Lollapalooza. Perry Farrell se empolgou com um show do Jane’s Addiction lá em 1990 e sentiu vontade de fazer algo assim nos EUA. A intenção do festival é unir manifestações artísticas e trazer variadas atrações culturais, inspirando-se também no antigo Woodstock.

Curiosidade: o nome Lollapalooza significa “algo e/ou alguém excepcional e/ou maravilhoso”, segundo Perry Farrell. Nas suas palavras, “os brasileiros têm uma rica tradição de celebrar a vida. Com o Lolla se juntando a eles, não se pode imaginar até onde esta festa pode chegar”.

No site http://www.lollapalooza.com/timecapsule/ podemos ver a linha do tempo do Lollapalooza. No site do festival podemos monitor nossa própria line up de acordo com suas preferências. O meu seria mais ou menos assim:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 O Festival de Coachella é realizado na cidade Indio no Estado da Califórnia, EUA. Veja abaixo o lineup oficial do Coachella 2012, que este ano acontece em DOIS finais de semana na Califórnia: 13 a 15 de abril e 20 a 22 de abril. Na minha opinião a line up do Coachella está bem mais interessante…  o que acham?

Vale à pena fazer um pesquisa de preços e comparar os gastos que tivemos com shows em 1 ano no Brasil com os gastos que teríamos indo em um festival internacional. No caso do Coachella gasta-se entre R$ 3500 e R$ 5000. Depende do hotel que se escolhe, do conforto que se quer, da comida, do transporte – alugar carro, depender de taxi, ficar no camping, etc. Você pode analisar o quanto quer e pode gastar com cada coisa: 

1) Voo Brasil/EUA

2) Tickets

3) Translados

4) hospedagem

5) comida

Assim você aproveita para fazer um passeio e conhecer outro país. Veja a experiência descrita por um grupo de amigos que fizeram essa viagem no ano passado: 

http://www.agenteviaja.com/cultura/4621/coachella-festival-2012-rock-e-amigos-na-california/

 

Deve ser uma experiência única!

  

O NATAL DO SHE & HIM

Se você gosta de fofuras natalinas, a trilha sonora do seu 25 de dezembro já tem nome – A Very She & Him Christmas”, disco natalino recém anunciado, ainda não lançado, da “fofura” em pessoa Zooey Deschannel e de seu parceiro M. Ward.

No link abaixo você confere o duo mandando “Have yourself a merry little christmas”, no backstage do Programa de Conan O´Brien, com o próprio apresentador participando.

http://video.teamcoco.com/video/conan.jsp?oid=237459&eref=sharethisUrl

A previsão de lançamento é 25 de outubro. Um disco natalino lançado em pleno Halloween, instigante.

O She & Him já tem dois trabalhos lançados, “Volume One”, de 2008 e “Volume Two”, de 2010. O 1º dos dois volumes é o predileto deste feroz que lhes direciona a palavra, mas o trabalho da dupla como um todo passa no crivo e recebe o carimbo FFC de Qualidade.

Confira a tracklist de “A Very She & Him Christmas”

01. The Christmas Waltz
02. Christmas Day
03. Have Yourself a Merry Little Christmas
04. I’ll Be Home for Christmas
05. Christmas Wish
06. Sleigh Ride
07. Rockin’ Around the Christmas Tree
08. Silver Bells
09. Baby, It’s Cold Outside
10. Blue Christmas
11. Little Saint Nick
12. The Christmas Song

Na mesma noite do vídeo anterior, o S & H tocou, já no palco do programa, uma versão do clássico “I Put Spell On You”, de Jay Hawkins e ficou bem legal.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=Nc-mWT2a7zU[/youtube]

Merry Christmas,

Hoje Johnny vai cantar…

Uma das versões para a capa.

Quem gosta de Raul Seixas deve saber que o cantor chegou a ser produtor de discos na CBS, chegando a produzir e compor sucessos de artistas como Jerry Adriani, entre outros (é de autoria dele “Doce doce amor”, sucesso de Jerry, por exemplo). O que poucos devem saber é que há um destes discos que permaneceu inédito por muitos anos, tendo sido lançado somente 25 anos após sua gravação. Trata-se de “Vida e obra de Johnny McCartney”, gravado entre 1970 e 1971, do cantor Leno.

Gileno Azevedo é um cantor que fez sucesso na Jovem Guarda, formando dupla com Lilian Knapp. Em 1970, com a dupla já desfeita, resolveu gravar este “Vida e obra…”, dividindo composições e a produção com Raulzito. Para tal, convocou o grupo A Bolha como banda de apoio, além de contar com nomes de peso como Renato e Paulo César Barros (do Renato e seus Blue Caps), os Golden Boys e o próprio Raul fazendo algumas vozes (a mais notória é um “évéribódi” em “Sr. Imposto de Renda”).

A capa do disco lançado em 1995.

Ao que parece, o tom irônico-político desagradou profundamente a censura, que vetou praticamente metade do disco. Assim, a CBS achou por bem arquivar o projeto, que só viu a luz do dia em 1995, por obra de Marcelo Fróes, jornalista e pesquisador carioca.

Para saber mais, vale uma lida nos artigos:

http://www.osarmenios.com.br/2006/08/a-vida-e-obra-de-johnny-mccartney-e-as-aventuras-de-raul-seixas-na-sociedade-da-gra-ordem-kavernista/

http://www.osarmenios.com.br/2009/03/leno-%E2%80%9Cvida-e-obra-de-johnny-mccartney%E2%80%9D-e-relancado-nos-eua/

http://brnuggets.blogspot.com/2007/04/download-faixas-01.html

Aqui, faço um faixa-a-faixa, com algumas amostras de músicas via youtube:

 1.                 Johnny McCartney

Puro rock and roll, tem letra em primeira pessoa, falando sobre alguém que almeja o sucesso, inclusive dizendo “na casa do Roberto eu vou jantar”. Apresenta o personagem-tema do disco. Parceria de Leno e Raulzito.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=yrgREuZxS8g&feature=related[/youtube]

 2.                 Por que não?

 Composição de Leno. Faz referência direta (leia-se “plagia”) “All right now”, do Free.

 3.                 Lady baby

 Tem um quê de Beatles em sua fase psicodélica. De Raulzito e Carlos Augusto.

 4.                 Sentado no arco-íris

 Mais uma que investe no som pesado, tipo hard-rock setentista, com letra que fala em buscar em vão saber aonde Deus está. Outra parceria de Leno e Raul.

 5.                 Pobre do rei

 Balada, remete a uma história infantil, “o rei que não sabia de nada”, acrescentando algumas passagens mais picantes ou irônicas, como o trecho “ver a gente amando na grama”. Obviamente, a censura enxergou sacanagem e vetou. Composta por Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle.

 6.                 Sr. Imposto de Renda

 Minha predileta, atual até hoje, tem cara de improviso, diversão. Reproduzo a letra desta:

“Sr. Imposto de Renda
Que renda o Sr. tem me imposto!
Em cada posto que eu passo
O Sr. quer que eu me renda

Sr. Imposto de Renda
Eu me rendo ao seu imposto
Sr. Imposto de Renda
Eu me rendo a seu imposto”

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=Ke5sadSw078[/youtube]

 7.                 Peguei uma Apollo

 Composta por Arnaldo Brandão (sim, aquele que posteriormente teve o grupo Hanói Hanói, lembram-se?). Rock and roll básico.

 8.                 Não há lei em Grilo City

 De Leno, um country-rock. A letra metafórica usa referências de faroeste.

 9.                 Convite para Ângela

Outra parceria do cantor com Raulzito, é curta. Curiosidade: anos depois, Raul usou a mesma melodia na composição de “Sapato36”, sem dar crédito a Leno.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=tCxU0a1-J5Q&feature=related[/youtube]

 10.             Deixo o tempo me levar

 Bela balada de Leno com arranjo orquestral e backing vocals dos Golden Boys.

 11.             Contatos urbanos

 Composição de Ian Guest, tem vocais do Trio Ternura. Fala de um flerte em um semáforo.

 12.             Bis

 A mais pop do disco, de Leno e Raul, com refrão pegajoso, em que inventa o verbo “bisar” (de dar bis): “Oh fica / O show não terminou / Pra gente nunca é tarde, pense bem, mas bisa comigo”. Emenda com um pequeno trecho de “Johnny McCartney” fechando o disco.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=Z3qdmv02W8M&feature=related[/youtube]

Recentemente, Leno gravou um novo disco, com algumas destas e mais outras parcerias com Raul. Está disponível para audição na página do cantor: http://www.leno.com.br/index.html

A química nossa de cada dia

A história da fita é manjada, mas é curiosa
A história contada não é nada mais que uma viagem completamente inverossímil. Mas é um bom pretexto para apresentar “Everyday Chemistry”, coleção de mashups de canções das carreiras-solo de John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr, compiladas como se fossem gravações inéditas dos Beatles. Segundo nos conta o sujeito que adota o nome fictício de James Richards, ele passeava de carro pelo deserto com seu cão. Ao fazer uma parada no acostamento, acaba sofrendo um acidente, pisando em falso no que parecia ser uma toca de coelho e batendo a cabeça. Segundo ele, acorda em uma casa, para onde foi levado por um homem que diz se chamar Jonas, e que diz viver em um mundo paralelo. Pra encurtar esta história, neste mundo paralelo, os Beatles ainda tocam juntos. Inclusive George e John estão vivos. Jonas mostra a ele gravações “inéditas” do quarteto. Impedido pelo tal sujeito de outra dimensão a levar a fita, Richards acaba surrupiando uma delas. De volta ao mundo real, apresenta então esta gravação através do site “The Beatles Never Broke Up“, além de contar a absurda história. Enfim…
Trazendo a história para o mundo real (de verdade), o tal “Everyday Chemistry” não parece eficaz em mostrar uma hipótese do que poderia vir a ser um disco dos Beatles se eles continuassem juntos. Principalmente pela bateria eletrônica que permeia as gravações, o que talvez fosse necessário para fazer com que as colagens ficassem coesas. Como curiosidade, é extremamente interessante. Mas é só. Pra quem deseja conhecer, basta baixar o álbum completo aqui. De cara, logo na primeira canção, “Four Guys”, dá pra sacar as misturas de canções da carreira-solo de Paul McCartney (maioria no disco), principalmente “Band on the run”.
Seja como for, vale conhecer.

Veja aqui “Four Guys”:

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=OSoW78BdjHY&feature=related[/youtube]

De joelhos

Quem é viciado em música como eu, possui alguns discos que servem como trilha sonora da vida em algum determinado momento. Na minha apresentação, descrevi meu primeiro contato com o rock and roll, por meio de um disco de David Bowie. É interessante notar coisas que ficam eternizadas e saem do contexto do ano em que foram lançadas, e que acabam fazendo parte de um novo significado. Além do citado disco do Bowie (o LP “Pin ups”), meu contato com a música se dava pelo fato de meu saudoso pai ter trabalhado na gravadora RCA-Victor como prensista de discos de vinil. Além do chocolate ou lanchinho que ele recebia e guardava para o filho caçula (este que vos escreve), algumas vezes ele trazia discos. Na sua maioria, coisas mais populares, Roberto Carlos, etc.  Ouvir discos em uma velha vitrolinha portátil fez parte da minha formação musical. Tive até um disco autografado do Bozo!

Eu nasci em 1976. Portanto, fui adolescente nos anos 90. Era o início da era grunge, e a gente já começava a se interessar por instrumentos musicais e montar as primeiras bandinhas de garagem.  A essa altura, juntando os discos que meu pai ganhava com os que meus irmãos e eu comprávamos, devíamos ter cerca de 300 discos. Uma quantidade até modesta, comparada com a coleção de grande parte dos audiófilos. Não contente, um amigo da família trouxe alguns vinis, para convertermos em fitas k-7. Ah, esqueci: nesta época, já éramos conhecidos por termos um bom 3 em 1 (inclusive com CD-Player, pouca gente tinha no bairro). Entre estes discos, um deles se tornou grande xodó: “São Paulo 1554 – Hoje”, do Joelho de Porco, gravado no ano em que nasci.

O disco foi lançado em CD com esta capa.

O legal do disco é que a banda mescla letras bem-humoradas com músicas cheias de referências musicais, que vão de Beatles ao hard-rock dos anos 70. O estilo escrachado influenciou bandas como Língua de Trapo, por exemplo.

O disco começa leve com a quase-vinheta “Hey Gordão” ao piano, para logo em seguida cair no rockão “Boeing 723897”. Em grande parte das canções, além dos instrumentos elétricos, um violão de 12 cordas traz sofisticação aos arranjos. Havia a democrática divisão de vozes entre Próspero Albanese, fundador da banda e o baixista Tico Terpins. Completavam a banda Walter Baillot e Flávio Pimenta, guitarrista e baterista, respectivamente. Em formações posteriores, a banda chegou a ter o mestre Zé Rodrix, além do vocalista argentino Billy Bond. A banda voltou a se apresentar recentemente, capitaneada por Albanese, com outros músicos que já passaram pela banda. Grandes ausências dos já falecidos Terpins, Rodrix e Baillot.

O encarte original

Aqui, um faixa a faixa:

  1. “Hey Gordão”: canção curta, com letra que “aconselha” o tal gordão a esquecer o macarrão e “voar como uma pluma”. Boa abertura.
  2. “Boeing 723897”: cantada por Tico Terpins, cita Roberto Carlos (“Quero que tudo vá para o inferno”), até cair em um anunciado andamento seis por oito.
  3. “Mardito fiapo de manga”: a mais bem-humorada do disco, fala sobre o desespero de ter o citado fiapo preso entre os dentes. Piano e violão de 12 cordas conduzem a música.
  4. “Cruzei meus braços… fui um palhaço!”: a primeira que explicita a influência Beatle. O andamento e a guitarra principal são nitidamente influenciadas por George Harrison, especialmente lembrando “While my guitar gently weeps” em alguns momentos.
  5. “Debaixo das palmeiras”: letra que faz referências ao cinema e à música. Em alguns momentos lembra Led Zeppelin, para no final cair num jazz-rock eletrizante, ao estilo de “Lazy” do Deep Purple, para logo em seguida cair no samba e na “Aquarela do Brasil”, citada na letra.
  6. “México lindo”: com um portunhol manjadíssimo, a letra descreve a ida a uma festa em Acapulco com Beatles na eletrola. Apesar de citar “She loves you”, a harmonia lembra mesmo é “Oh, Darling!”.
  7. “Aeroporto de Congonhas”: fala sobre a mania dos paulistanos de – sem opção de praia por perto – levarem a família pra ficar vendo os pousos e decolagens dos aviões. Não sei se isso ainda é comum hoje em dia.
  8. “São Paulo by day”: a letra fala dos trombadinhas que circulam pelo centro de São Paulo. A letra continua atual, com a diferença de que hoje eles já não bebericam cachaça. As drogas mudaram.
  9. “A lâmpada de Edison”: bonita balada, não sei como alguma dessas cantoras chiques ainda não a regravou. Compara os ídolos brasileiros Éder Jofre e Roberto Carlos aos americanos Cassius Clay e Frank Sinatra. “Hoje é o passado do futuro…”, diz a letra.
  10. “Meus vinte e seis anos”: Quase um heavy metal, com riffs de fazer inveja a Toni Iommi, com letra falando sobre pais que projetam uma profissão ou um destino para os filhos, sem que estes possam decidir sozinhos o que querem.

O disco saiu em CD há um tempo, com uma capa diferente do LP. Comprei em CD e faz parte do meu acervo pessoal, junto aos outros dos quais fiz questão de não passar para frente. Compre, baixe, dê um jeito de ouvir.

Enfim, neste meu primeiro texto sobre música para o Ferozes FC, quis contar um pouco sobre uma de minhas influências. Espero que tenham gostado. Aqui, posto “Mardito fiapo de manga”, que alguém resolveu compartilhar pelo Youtube.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=29rmzywzm6w[/youtube]