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VALEU, PAULINHO!

Ao longo do tempo em que escrevo neste portal (aproximadamente dois anos e meio), inúmeras vezes fui obrigado a dar a mão à palmatória. Como qualquer ser humano, cometi muitos enganos em meus julgamentos, e expressei muito mais aquele lado do torcedor que fala muito mais com a emoção do que com a razão. Apelo a estes clichês inevitáveis para dizer que meu maior engano é com relação ao homenageado deste texto, e todos devem saber o porquê.

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Na ocasião da saída de Elias, aquele que tinha papel importante no meio campo corintiano, que já havia sido alçado ao status de craque, de jogador de seleção (um pouco por seus méritos no Corinthians, um pouco pelo seu prestígio com Mano Menezes, à época recém-chegado ao comando do time canarinho), eu tive muitas dúvidas a respeito de quem seria o seu substituto. A escolha natural era por Jucilei, que também não ficou muito tempo no Timão. E também não tinha o mesmo estilo e porte. Era um jogador bem diferente, na verdade. Sobrou então Paulinho (observando agora, como eu poderia usar a expressão ‘sobrou’ sem aspas?).

Vindo do Bragantino, com aquela política de se revelar jovens promessas, Paulinho começou no banco de reservas, e havia – por parte deste que vos escreve – toda a dúvida possível a respeito de seu desempenho. No caso de Elias, meia de origem, a adaptação à função de volante serviu muito bem. Havia aquela liberdade para os chutes de longe, muitas vezes decisivos. Quanto a Paulinho, foi um pouco diferente. Chegou ao Corinthians já como volante, mas já foi se adaptando a uma função bem parecida com a de Elias. No início, não impressionava tanto no que diz respeito aos chutes de fora da área, mas aos poucos foi evoluindo até superar seu antecessor. Afinal de contas, a quantas anda Elias hoje, pulando de clube em clube até chegar no Flamengo, onde ainda não conseguiu emplacar? Hoje, eu diria que seria uma opção como possível substituto de Paulinho, caso estivesse disponível para negociação. No entanto, quem diria, terá que evoluir muito para tal. Ou ao menos se readaptar ao estilo de jogo do Timão.

Substituto natural mesmo – e isso é um ponto muito positivo na atual administração corintiana – é Guilherme, vindo da Portuguesa há um ano, e que vem entrando aos poucos no time. Há também Ibson, sobre quem não se carrega muita expectativa, nem por parte da torcida, nem por parte da imprensa especializada. Podemos nos enganar novamente? Podemos. Mesmo assim, prefiro apostar no jovem volante, mais adaptado à função. Ibson é meia. Que enfrente a concorrência de Danilo (intocável, é verdade), Renato Augusto (que vinha muito bem antes da lesão) e Douglas (cheio de altos e baixos). Edenilson, a outra possibilidade, vem sendo preparado para ser lateral-direito, e sua chance de ser titular está chegando. Há também Jocinei, que entra naquela política de ser uma aposta. Quem vai saber?

A ida para o Tottenham era praticamente inevitável, e o valor pago é bem peculiar no que diz respeito a um volante. Mas faz muita justiça à atual fase de Paulinho, preponderante também na Seleção campeã da Copa das Confederações.

Por hora, o que nos resta é desejar sorte ao cara que honrou (e muito) a camisa cujo número já pertenceu a ninguém menos que o Dr. Sócrates, e torcer para que esta despedida seja apenas um ‘até breve’. Valeu, Paulinho! Foi incrível.

Jogando pelo Corinthians, Paulinho chegou à Seleção Brasileira.
Jogando pelo Corinthians, Paulinho chegou à Seleção Brasileira.

IDAS E VINDAS

“Costumo brincar que cheguei ao Corinthians pela porta dos fundos, pois assinei meu contrato no mesmo dia em que o Ronaldo Fenômeno foi apresentado. Poucos me conheciam. Mas, independentemente da maneira com que aconteceu meu desligamento, considero que saio pela porta da frente. Não tenho nenhuma dúvida de que escrevi meu nome na história deste maravilhoso clube. Com esta camisa conquistei tudo.
Aqui fiz amigos e passei por grandes momentos, como o nascimento dos meus filhos. Não quero entrar em detalhes do que aconteceu. Tenho meus julgamentos, mas vou guardar para mim. Tenho um carinho especial por várias pessoas no clube e é este carinho que quero levar comigo para o resto da vida. Aproveito para agradecer o Duílio (Monteiro) e o Edu (Gaspar) e o Roberto (Andrade). Grandes profissionais.

Sobre os torcedores fica difícil até de falar. Eles são fantásticos! Sei que terei meu nome lembrado pela torcida por muitos anos. Obrigado demais pelo carinho durante todos esses anos, pelo apoio nos momentos alegres e tristes e por todos os pedidos para que eu permanecesse, mas não dependia de mim. Faço questão de repetir o meu muito obrigado.”

Assim termina a vitoriosa passagem de Jorge Henrique pelo Corinthians. Me parece que a situação que culminou em sua negociação com seu novo clube, o Internacional, deve ter sido mesmo insustentável. Uma pena. Fica para nós a lembrança do baixinho raçudo, que sempre honrou a camisa do Timão, com belas jogadas e muita vontade, especialmente na marcação. Não é um craque, mas é um jogador que, como eu mesmo disse há alguns posts atrás, transcende a esquemas táticos. Deve ser muito útil ao Internacional, e provavelmente fará falta ao Corinthians. Agradecemos pelos serviços prestados.

Encerrou-se o ciclo de Jorge Henrique no Corinthians.
Encerrou-se o ciclo de Jorge Henrique no Corinthians.

Dito isso, tem início no Timão a busca por reforços para dar sequência à disputa do Brasileiro. Já chegaram os volantes Maldonado (inexplicável contratação, espero que nos surpreenda) e Jocinei (uma aposta. Por enquanto, temos apenas que torcer para que jogue parecido com seu “quase xará” Jucilei). Devem chegar o zagueiro Wanderson, do Sertãozinho, e Ibson (outra contratação inexplicável, se pensarmos nos últimos anos de atuação do meia pelo Santos e pelo Flamengo, clube que o revelou), recém saído da Gávea.

Paulinho, autor do gol salvador no empate da Seleção Brasileira com a Inglaterra, também deve sair em breve. O assédio tem sido forte, embora não haja propostas. Seu substituto direto, Guilherme, ainda não está pronto para a posição, mas não tem comprometido.

Tite disse que Ibson não vem para brigar por uma vaga de volante, numa hipotética saída de Paulinho. Será um meia. Sendo assim, disputa vaga com Danilo, Douglas, Renato Augusto e até Romarinho. Como Danilo é um dos motores do time, a chance de sair é pequena. Renato Augusto começou muito bem até se machucar, e espera-se que volte no mesmo nível. Douglas vem jogando muito bem ultimamente, e até ganhou vaga no time titular. Romarinho briga mais por vaga no ataque.

Já o ciclo de Ibson está se iniciando. Espera-se que afaste as atuações abaixo da média recentes.
Já o ciclo de Ibson está se iniciando. Espera-se que afaste as atuações abaixo da média recentes.

Não dá pra saber o que vem disso, mas o que se espera é que a equipe decole no campeonato, até porque até agora o que se vê não são apresentações de encher os olhos. Que os reforços possam mudar isso.