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Os dois lados da moeda: …e a America do Sul é colorada!!!….

O ano ia findando bucólico para a metade vermelha dos pampas. Apesar de um grande investimento o Inter fazia uma campanha irregular no brasileirão, com pouquisimas chances de título e vida durissima para chegar à libertadores. Foi ai que os colorados voltaram seus olhos para a américa do sul. Afinal, não seria nada mal fechar o ano ganhando um torneio continental, não é?

O Inter foi, passo a passo eliminando adversários até chegar no temido Boca – que calou-se perante o Gigante Vermelho. Veio a final com o Estudiantes, o Inter fatura a primeira partida fora de casa. Bastava ratificar o título no jogo de volta, em casa?

Não. A vitória veio na prorrogação – e com muito mais emoção que se supunha. Após perder no tempo normal pelo placar mínimo, o Inter, com gol chorado de Nilmar no final do tempo-extra, sagrou-se o primeiro time brasileiro campeão da Sul-Americana.

É bom se dizer que a dificuldade não se deu pelo habitual menosprezo que algumas equipes brasileiras tratam o adversário quando estão em situação de vantagem (algumas até o fazem em situação de desvantagem, né Fluminense). O time do Inter, tomado da seriedade habitual do futebol gaucho, pressionou intensamente o Estudiantes no primeiro tempo, criando um sem número de oportunidades de gol. A trave, no entanto, estava ao lado dos portenhos e impediu a abertura do placar Colorado.

O segundo tempo foi de menos oportunidades. O Estudiantes aproveitou aquela que teve e marcou – viria o drama? O Inter tentou alguns avanços mas mais na base do desespero do que com coordenação tática – sem sucesso, a partida foi para a prorrogação.

No tempo extra o Estudiantes não chegou a assustar a torcida colorada em momento algum. O Inter, por sua vez, aproveitou a um rebuliço na área após cobrança de escanteio e Nilmar, heroicamente, empurrou a pelota para as redes.

A partir dai a torcida colorada explodiu no Gigante da Beira-Rio e empurrou o Inter para a consagração, reafirmando a condição do time do Sul como um dos mais representativos do Brasil no cenário internacional.

A questão que fica é: será que após a vitória de um time brasileiro, a Sul-Americana emplaca no cenário nacional?


FFC registrando a torcida do Inter no jogo de ontem – numa churrascaria, obviamente.

La Mano de Dios – O Inter venceu com moral em La Plata

O Inter venceu com moral em La Plata

O jogo de ontem deu gosto de ver. Pegado, com belos lances e muito talento em campo.

O Internacional superou toda a pressão dos pinchas e de sua torcida e tem tudo para ser o campeão da Sul-Americana.

Com a expulsão de Guiñazu aos 25 do primeiro tempo, após uma falta infantil, parecia que o Inter não ia dar conta do recado. Mas com Alex recuado para o meio e D’Alessandro explorando a lateral, o Inter conseguiu ditar o ritmo em toda a partida e nem La Brujita Verón foi o bastante para parar o time Colorado. Além disso, o goleiro Lauro foi essencial em muitos dos lances de perigo do time argentino.

O gol saiu dos pés de Nilmar, após belo lançamento de D’Alessandro. Saiu dos pés de Nilmar, mas quem marcou foi Alex, de penalti. Isso mesmo. Após receber a bola, Nilmar ganha do zagueiro Desábato na velocidade e é tocado na área, pênalti claro, mas com uma queda cinematográfica do atacante colorado. Alex teve que bater duas vezes para sacramentar o gol, pois o juiz Carlos Amarilla mandou voltar a primeira cobrança.

Depois do gol o time do Estudiantes desmanchou-se em campo e só oferecia perigo com cruzamentos pouco eficazes de Verón. O Inter se fechou na defesa e saiu de campo com um belo e suado 1×0.

A decisão agora é no Beira-Rio e são grandes as chances do Colorado ser o primeiro time brasileiro a levantar a taça da Sul-Americana. Mas o Estudiantes não está morto.

Ao som de Femi Kuti – Do Your Best. Filho do homem! Filho do Fela! Afrobeat até osso! Aguardem, logo mais a lista dos 11 melhores discos de 2008 deste que vos escreve.

Rapidinhas: que vergonha esse chororô flamenguista. Vai dizer que aqueles 2 pontos conquistados. dos 21 possíveis, depois da venda do Marquinhos no meio do campeonato também são culpa do Simon, hein, Kléber Leite? Que vergonha!

Chazinho de Coca – Proposta de valorização da Sulamericana. Com golpe?

Proposta de valorização da Sulamericana. Com golpe?

Parece que o evidente descaso que os clubes brasileiros tratam a 2ª competição continental fez o pessoal da Conmebol se mexer.

Além do baixo valor pago ao vencedor, atualmente a competição não oferece mais nada ao campeão. Muitos dirigentes, técnicos e demais personagens cobram uma valorização da Copa Sulamericana, até para que ela possa ser inserida no cronograma anual das equipes e que valha um planejamento adequado.

Surgiu ontem, uma movimentação nos gabinetes obscuros da entidade que comanda o futebol sulamericano, para que a competição passe a dar direito ao campeão de disputar a Recopa, com possibilidade de, em caso de vitória, obter vaga na Taça Libertadores do próximo ano.
A valorização é essencial e a proposta pode ser boa – pode, desde que se leve em consideração alguns pontos.

Há uma tendência nas competições mundiais, como a Copa do Mundo e a Champions League, de que o campeão não tenha a vaga na próxima edição garantida. Nessas duas competições isso já ocorre. Contudo, caso o campeão da Champs não consiga garantir sua vaga na disputa de sua competição nacional, ele tem o direito de disputar uma espécie de repescagem contra algum time de um país inexpressivo no cenário da bola e fatalmente consegue a vaga.

Mas será que vale a pena copiar tudo o que se faz lá fora por aqui? Pergunto, pois a proposta de valorização da Conmebol visa colocar o campeão da Sulamericana para disputar a vaga na próxima Libertadores, com o atual campeão dessa competição.

É justo? Não seria mais razoável colocar o vice-campeão da Libertadores nessa disputa? Até para que o vice, que batalhou tanto quanto o campeão, não saia de mãos abanando e tenha recompensado seu esforço, seu planejamento?

Acredito que antes de se criar uma nova disputa do tipo, seja necessário readequar certos aspectos das duas competições. O número de vagas por país na Libertadores é enorme. A Venezuela, por exemplo, que nem tem o futebol como esporte principal, tem direito a 3 vagas na competição. Brasil e Argentina tem 5, podendo chegar a 6, caso aconteça do campeão passado ser de um dos países. É muita coisa. Até poucos anos classificavam-se apenas o campeão brasileiro e o da Copa do Brasil, ou seja, apenas os mais poderosos times do país. Na minha opinião caberia aí também o vice-campeão brasileiro, e nada mais.

Os outros times que terminarem a competição na atual faixa de classificação da Libertadores, disputariam a Sulamericana, tornando-a mais forte e atrativa e valorizando o campeão.

Enfim, idéias e propostas deve haver milhares, uma melhor do que a outra. Mas o que não pode acontecer é de se fazer valer essa proposta na atual edição da Sulamericana, como dizem, pretende fazer a Conmebol . Não é justo desclassificar a LDU, atual campeã da Libertadores e já contida no calendário 2009 da competição e fazê-los disputar a vaga com o campeão da Sulamericana desse ano. Isso seria golpe e um dos atos mais infelizes dos engravatados sulamericanos.

Sou a favor da valorização, mas que seja feita ordenadamente, sem atropelos e sem golpes.

Abraços,

La Mano de Dios – Uma nova tendência

Uma nova tendência

O Palmeiras desprendeu-se ontem no Estádio Diego Armando Maradona, em Buenos Aires, do fardo da Copa Sul-Americana.

Com um time quase todo composto por reservas, foi dominado pelo fraco time do Argentinos Juniors, 17° colocado no Apertura, tomando dois gols logo no primeiro tempo. Embora tenha feito boas jogadas com Martinez e Denílson, o time não produziu e terminou a partida buscando duas bolas no fundo das redes. Agora é só Brasileiro.

Mas talvez o mais interessante do jogo não aconteceu em campo, e sim nos estúdios da Rede Globo. Ao lado de Cléber Machado e Falcão, Vanderlei Luxemburgo comentou o jogo de seu time contra os argentinos, enquanto o auxiliar Nei Pandolfo comandava o time na Argentina.

Com isso, o já multi-facetado Vanderlei Luxemburgo inaugurou ontem um novo caminho para o futebol brasileiro: o de técnico e comentarista ao mesmo tempo. Foi destque nessa nova função o talento incontestável de Luxa, que em certo momento pediu licença aos outros comentaristas para fazer uma ligação a Buenos Aires e dar algumas diretrizes a quem estava no gramado.

Realmente, Luxemburgo é um homem de visão, muito à frente de seu tempo…

Você, leitor, já sentiu vergonha alheia?

Ao som de Thelonious Monk – Straight, No Chaser.

Rapidinhas: se Luxa pode ser comentarista e técnico simultaneamente, André Luis, do Botafogo, pode ser jogador e juiz. Mais uma vez o zagueiro botafoguense roubou a cena numa partida, da mesma forma negativa de sempre…

"Fique de olho no apito"

“Fique de olho no apito”



“É que nós respeitamos demais essa competição. Demos tudo para valorizar esse torneio que não tem nenhum valor. Ai vem esse árbitro aqui e faz isso.”

Palavras do preparador físico do Palmeiras, Antônio Mello, que sintetizam boa parte do que ocorreu ontem no Palestra Itália.

Muito bem lembrado por Mauro Beting em seu blog – “Depois de (R)Ubaldo Aquino, na Bombonera, na Libertadores-01, das piores arbitragens da história palmeirense.

Com Marcos, Diego Souza e Roque Jr, dos jogadores considerados titulares, o Palmeiras foi dono do jogo desde o início. Diego, além de Léo Lima e Denilson, eram os destaques. Tudo caminhava para uma vitória tranqüila do postulante ao título brasileiro, contra o postulante a série B argentina.

Aos 17 minutos do 1º tempo, Léo Lima cobra falta com classe, a bola caprichosamente tocou o travessão e, dessa vez, caiu dentro do gol. “Ahhh mas era um lance difícil!” Tornou-se difícil pois o bandeirinha estava marcando a linha do impedimento e o péssimo arbitro, como em todos os lances, estava distante uns 30 metros.

O pau rolava solto no Palestra e não era mostrado um amarelo sequer. Inversões de faltas, apontamentos estapafúrdios. José Buitrago fez um carnaval, um carnaval sem graça alguma.

Novamente aos 17 minutos, mas do 2º tempo, veio o lance capital da partida. Depois de bela jogada e arremate de Diego Souza, o goleiro argentino espalmou e, no rebote, Evandro emendou de 1ª. O zagueiro Escudero pôs a mão na bola – pênalti.

Demorou uma semana para o árbitro se dar conta do apontamento do bandeira, que aliás, praticamente apitava sozinho a partida, tamanha a omissão do juizão.

Diego Souza cobrou e marcou, mas o árbitro mandou voltar e ainda amarelou o meia palmeirense. O motivo? A paradinha tão usada e já tão discutida mundo afora. Detalhe que para o zagueiro que meteu a mão na bola ele não deu cartão amarelo.

Nova cobrança, mas dessa vez o goleiro defendeu. Defendeu não, quase agarrou a bola antes dela ser chutada por Diego. Uma adiantada poucas vezes vista. Mas dessa vez Buitrago mandou seguir.

Na sequência, talvez no único lance de gol dos argentinos, o mesmo Escudero que cometeu o pênalti, desceu bem pela esquerda e fuzilou.

O Palmeiras sentiu os gols anulados e o tomado e então se descontrolou. Evandro e Gladstone foram expulsos. Ao final da partida, mais confusão no gramado e Escudero, sempre ele, ameaçou o time alviverde para o jogo da volta.

Uma noite “inesquecível”.