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ENFIM, A AMÉRICA É DO POVO !

52 anos de espera, 9 eliminações dolorosas, piadas intermináveis dos rivais e um sonho que parecia que nunca se tornaria realidade. Tudo isso machucava a alma de cada torcedor corintiano até o dia 04/07/2012, o dia da conquista mais importante da história do clube, o dia de 30 milhões de vozes ecoarem pela América !

A trajetória corintiana na competição foi impecável, de forma invicta e simplesmente com a melhor defesa da história da competição, além disso, gols nos últimos suspiros, vitórias apertadas e muita raça e eficiência dentro de campo construíram um roteiro com a ”cara” do Corinthians. O triunfo sobre o Boca torna a conquista ainda maior e mais saborosa, pois desbancar o clube argentino detentor de nada mais nada menos que 18 títulos internacionais é um feito para poucos. De fato, um título que lava a alma de cada torcedor e consolida o time como o 9° clube brasileiro a desbravar o continente, o 2° invicto, afinal de contas só o Santos de Pelé havia conseguido tal façanha.

Muitos fatores contribuíram para essa conquista e também alguns heróis inusitados. Em primeiro lugar vale enaltecer o ex-presidente do clube Andres Sanchez que mesmo após a fatídica eliminação na pré Libertadores para o Tolima bancou a permanência do técnico Tite e quebrou uma das mais lamentáveis práticas do futebol brasileiro, a constante troca de técnicos. O trabalho a longo prazo deu resultado e em pouco mais de 1 ano e meio foram 2 títulos e um futebol que se não é brilhante, pelo menos é o mais competitivo do Brasil e da América, os números e conquistas estão aí para provar.

Outro fator crucial foi disputar a Libertadores seguidamente, pois isso torna uma equipe ”cascuda” e eficiente e foi isso que esse Corinthians de 2012 provou. A bola não queimava mais nos pés dos jogadores como em outrora, a equipe se comportou como se já houvesse triunfado na competição sul americana e a frieza demonstrada nos momentos mais decisivos culminaram na conquista do título. A final evidencia tal fato,  já que os argentinos sempre tão frios e acostumados a esse tipo de decisão, principalmente o Boca Juniors que tem 3 títulos conquistados aqui no Brasil, foram neutralizados e após os gols se mostraram completamente entregues, configurando talvez um dos jogos mais ”fáceis” para o Corinthians em toda a competição, por mais incrível que isso possa parecer.

Alguns heróis inusitados e que contribuíram indiretamente para a conquista também valem a pena serem lembrados, casos da Ponte Preta e de Diego Souza. O primeiro foi o clube que expôs de uma vez as deficiências técnicas do goleiro Júlio César que inteligentemente foi sacado por Tite para a entrada de Cássio, goleiro que sofreu apenas dois gols ao longo do torneio e fechou o gol alvinegro nas partidas decisivas, a cereja que faltava ao bolo da forte defesa corintiana. Já Diego Souza foi o autor de um dos gols mais perdidos do ano, tento que colocaria um ponto final precoce ao sonho corintiano e faria o torcedor amargar mais um ano de piadinhas e zombarias sem limites.

Porém, nada foi capaz de tirar esse título da galeria alvinegra, e convenhamos, nem seria justo se isso acontecesse. A forma como a equipe atuou, o peso dos adversários eliminados, os poucos gols sofridos e a eficiência tática apresentada foram mais do que suficientes para colocarem o Corinthians no topo da América. Portanto palmas para a diretoria, para o Tite, para o planejamento feito, para os jogadores e principalmente a torcida corintiana que nunca deixou de acreditar que tudo isso fosse possível.

Por isso não me resta muita coisa a dizer, apenas um sonoro: Parabéns nação corintiana, enfim, a América é do povo E COM JUSTIÇA !


OBS: Quem puder ler esse post vai achar muito estranho a presença dele nessa humilde coluna, a qual administro, porém daqui pra frente será comum tratar de outros temas que não sejam o Santos e quis o destino que o primeiro deles fosse para o seu maior rival, afinal de contas um clube só é grande se possui adversários grandes. 

NA FINAL, AFINAL!

Ao longo desse pouco mais de um ano em que faço parte deste portal, critiquei muito o trabalho de Tite e de alguns jogadores do elenco corintiano. Mas tenho que admitir que o padrão da equipe comandada pelo Adenor é hoje único no Brasil. No jogo que garantiu a inédita classificação do Timão para a sua primeira final de Libertadores, o Corinthians começou muito recuado, como se considerasse mesmo que o melhor seria segurar o resultado garantido no jogo anterior. Ledo engano, que foi punido com o gol de Neymar. O resultado levaria a decisão para os pênaltis. Emoção demais para quem esperava por esta classificação. Mas ao contrário da eliminação para o Flamengo em 2010, o Timão não esmoreceu ao tomar o gol. Foi pra cima de um Santos (no momento atual) limitado e logo no início do segundo tempo, com Tite corrigindo o erro de jogar sem centroavante, promovendo a entrada de Liedson no lugar de um inoperante Willian, foi premiado pelo belo gol de Danilo, originado na cobrança de falta de Alex.

O gigante Cássio comemora a classificação.

Aliás, se Alex ainda não foi um jogador com a regularidade que se espera, ao menos ontem foi muito bem nas bolas paradas, embora não tenha acertado todas. Alessandro se destacou ao não deixar Neymar jogar por seu lado, e também por dar um baita susto na Fiel ao tirar uma bola dando um chutão em direção à meta de Cássio.

Muricy errou ao apostar novamente em um futebol pouco criativo, que mesmo com três atacantes foi pouco efetivo. E há que se avaliar até que ponto foi positivo adiantar o retorno de Ganso após a cirurgia no joelho. Mas aí teríamos que avaliar desde o início da história. Por mais que não tenha sido tão marcante em sua passagem pelo Santos, não seria melhor ter mantido Ibson na equipe ao menos até o final da participação do clube na Libertadores?

Do alvinegro praiano, o grande destaque mesmo foi o goleiro Rafael, que com excelentes defesas, evitou que o placar fosse mais elástico.

Do nosso lado, o gigante Cássio tomou seu primeiro gol na Libertadores, mas nos demais lances teve agilidade nas saídas do gol.

Estamos na final, meus caros! Nesse momento, ao contrário do que preguei recentemente (olha eu me contradizendo de novo) vai ser inevitável usar os reservas no clássico contra o Palmeiras. Eu manteria ao menos o goleiro titular, mas vou dar essa moral pro Tite. Ele sabe o que está fazendo.

Danilo fez o gol que colocou o Timão na final.

E vai, Corinthians!

Pra finalizar, um dos momentos mais fantásticos da partida: o bandeirinha com alma de pichador. Um abraço.

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Sobre heróis e vilões

José Paulo Bezerra Maciel Junior, 23 anos. Diego de Souza Andrade, 26. Cássio Ramos, 24. Alessandro Mori Nunes, 33.

Os cidadãos acima foram os personagens principais de uma história de cerca de 180 minutos, iniciada num mar de lama do dia 16 e terminada com a redenção do time paulista contra o carioca, avançando para uma semifinal  inédita há 12 anos.

O primeiro citado, conhecido como Paulinho, é hoje o principal nome do time do Corinthians. À boca pequena, especula-se que tem proposta para deixar o clube, rumo ao futebol italiano. Por enquanto, só especulação. Mas não é de se estranhar, já que o volante anda muito mais decisivo do que o ataque do clube alvinegro, carente de um centroavante, já que Liedson não vive bom momento, e está relegado ao banco de reservas. Bem marcado o tempo todo pelo Vasco, Paulinho esteve nos dois jogos mais dedicado à marcação, sem conseguir subir ao ataque ou finalizar. Isso até os 42 minutos do segundo tempo, quando, numa cobrança de falta de Alex, houve o cruzamento para a cabeçada do volante (a bem da verdade, Paulinho também teve a chance de fazer o seu gol antes, aos 31´, mas o goleiro Fernando Prass defendeu muito bem). Paulinho virou o grande nome da classificação.

Paulinho fez o gol da vitória.

 

 

 

No outro capítulo da história, três protagonistas: Alessandro, Diego Souza e Cássio. O primeiro já não vinha bem antes de se machucar e ficar afastado do time, perdendo a vaga para o improvisado Edenílson, que – puro azar – fraturou o pé e ficou de fora da decisão. E Alessandro voltou. Voltou e poderia figurar como vilão desta história, porque vacilou e deixou uma bola limpa para Diego Souza tentar o gol que classificaria o Vasco. Mas tinha um Cássio no meio do caminho, no meio do caminho tinha um Cássio (me desculpe, Carlos Drummond de Andrade!). 

Guinei, Coelho, Roger Guerreiro e Moacir mandam um fraterno abraço a Alessandro.

Não se pode dizer que o goleiro Cássio era a calma em pessoa. Pelo contrário: em alguns momentos, pareceu bastante nervoso, rebatendo bolas que deveria agarrar. Mas teve seu momento de herói, defendendo a bola que poderia definir o jogo para a equipe de São Januário (porque veja bem, depois de um gol do Vasco, seria difícil reverter). E o lance capital caiu na conta de Diego Souza. O que não é justo com o meia, diga-se. Porque se falhou, Diego não foi o único. O atacante Alecsandro, por exemplo, não parecia estar no jogo. E Rômulo errou todos os passes, além de ter cabeceado para fora após um bom cruzamento de Fagner.

Apelidado de Frankenstein, Cássio foi o pior pesadelo para Diego Souza.

E o Corinthians avançou. Na raça e no talento individual. E a vida segue.

Da lama ao caos

Se no primeiro jogo contra o Vasco o time titular do Corinthians teve como empecilho a lama do gramado de São Januário, com o time reserva, no Pacaembu, contra os também reservas do Fluminense, o problema foi mesmo de deficiência técnica. Os destaques negativos foram Gilsinho e Douglas, que parece não conseguir entrar em forma. O que acontece com o outrora chamado de “maestro”? Desafinou?

Émerson fazendo um tratamento de pele na lama de São Januário.

 

Como destaque positivo, o jovem zagueiro Marquinhos fez mais uma boa atuação. Mas isso não impediu que o goleiro Cássio, único titular presente no jogo, tomasse seu primeiro gol vestindo a camisa do Corinthians. Uma prova de que – mesmo tendo montado duas frentes de trabalho para as competições das quais participa – não tem um grande elenco. Falta mão de obra especializada em algumas posições. Num campeonato de pontos corridos, isso pesa.