Arquivo da tag: Vasco da Gama

Chazinho de Coca – O Sentimento Não Pode Parar

Dor é o que sentimos ao nascer. É a primeira manifestação dada por nós em vida, é o nosso “olá mundo”.

Sentimos dor ao longo de todas as fases da vida. São dores provocadas pelas vicissitudes de nossa existência.

Dói o crescer dos primeiros dentes. Dói a perda de pessoas e de seres queridos. Dói a consciência. Dói o cotovelo. Tudo dói. E como dói!

Dói o desencanto de um amor não correspondido. Dói a perda de um amor nutrido, amadurecido, vivido e que por razões que fogem as mãos, se vê diminuído. Dói – e nesse eu não gosto nem de pensar – a perda do amor maior, do que foi a sua vida, do que fez de você vivo, aquele que ao seu lado fez surgir vida.

Dores certas, queiram ou não, lá estarão. Fazendo sempre par com o amor.

Relação que facilita a criação de rimas, mas que torna difícil a dádiva divina da vida.

Mais ainda para aqueles que escolhem sofrer de certas dores que poderiam ser evitadas. Já não bastam todas essas?

Existe uma besta quadrada chamada torcedor , que também rima com dor, mas que rima com amor. Um não vive sem o outro e todos eles juntos dão sentido há algo que ninguém explica – o amor por um clube de futebol.

Ninguém nasce torcedor, na pureza da concepção do termo. Não existe o campo “torcedor do time tal” na certidão de nascimento de ninguém. Mas não conheço um único sofredor – digo, torcedor – que em seus momentos de exaltação clubistica não afirme ter nascido torcedor do time tal.

Torcer para um clube de futebol é experimentar na pele, no coração, na alma, a avassaladora força do amor, tanto quanto a desastrosa força da dor.

O clube não pede para você amá-lo, você simplesmente o ama. Ele não te promete nada em troca, mas você empurra, você o conduz a vitórias. Em troca disso, muitas vezes, o que se tem é dor.

Dói perder para o rival. Dói perder uma final. Dói ver a sua gloriosa bandeira erguer a meio-pau, e descendo, caindo – cair – ir do céu ao inferno, da luz as trevas, do estrelato ao limbo. Ser rebaixado dói. Como dói!

Você o leva a glórias e em troca ele te conduz, muitas vezes, a escória. Mas o torcedor é bravo, ele tem um amor infinito. Ele chora o desastre, ele enrola a bandeira, mas ele não enrola ninguém quando vai de peito aberto ver seu time trilhar aquele interminável caminho de dor.

O clube está rebaixado, mas não há vergonha no mundo que faça o torcedor abaixar sua cabeça.

O torcedor mantém alta a sua crista de galo, de periquito (de porco), de mosqueteiro(s), de manéquinho, de tantos e tantos com ou sem crista. Mas com o mesmo amor, sentindo todos a mesma dor, em busca de um sorriso de esperança ao final de cada espinhosa peleja.

Amanhã, sábado, 06 de novembro de 2009. A casa do futebol, o teatro maior do esporte será palco de mais uma demonstração explícita de um amor que foi ao longo de todo o ano, alimentado por muitas e inglórias situações de dor. A recondução de um gigante ao seu posto de origem. A retomada de uma dignidade que nunca foi indigna, mas que foi conduzida por alguns petulantes indignos.


O Vasco, o Vascão, O time dos portugas, o time do Bacalhau. O time do Dinamite, o time do Animal.

Bacalhau não tem crista, mas a do vascaíno está alta, está em alta. Por que nesse 06 de novembro, nenhum amor do mundo será maior do que da torcida do Gigantesco da Colina.

Retorne Vascão da Gama – ” Por que o sentimento não pode parar”.

Cheers,

Chazinho de Coca – Timão na final. Valente, Vascão caí de pé.

Dorival Jr é hoje o melhor técnico do Brasil. Cravo essa afirmação, mas aceito as opiniões contrárias.

É espantosa a inatividade do ataque vascaíno na hora de concluir jogadas. Mas foi igualmente espantosa a disposição e a aplicação tática do Gigante da Colina.

Jogando em casa e com a vantagem do placar “oxo”, o Corinthians entrou excessivamente recuado, contra um time visivelmente inferior tecnicamente.

Dorival só não matou o jogo com sua postura tática porque falta ao seu time o matador. Geralmente os técnicos criam marcações especiais em cima dos craques adversários. Com Ronaldo tem sido assim. Ontem não foi.

O técnico vascaíno deu até certa liberdade para o Fenômeno que há alguns jogos não é fenomenal. O que ele fez foi impedir que a bola chegasse até ele. Amaral encostou em Douglas que nada fez. O baleado Jorge Henrique batia de frente com Paulo Sérgio que levava clara vantagem. Matando a origem das jogadas, Dorival liberou Léo Lima que fez bela partida até pregar em campo e para Carlos Alberto, que ficou devendo.

Pela esquerda o Vasco tem o bom Ramon, que era mais um ponta do que lateral e como um ponta, levava mais perigo à área do Timão do que os atacantes de ofício.

Ainda assim, sobretudo pela quase inexistente atuação ofensiva vascaína, o 1º tempo foi morno. A única grande chance foi na cabeçada de Elton que Felipe espalmou bem.

Os 1º´s 25 minutos da etapa final foram todos dos cariocas. O cenário era o mesmo, com os donos da casa tímidos demais e os visitantes buscando jogo. O Vasco insistia nos cruzamentos na área.

Vendo isso, Dorival sacou Pimpão e entrou com comprido Edgar. Alteração esperta, que não encontrou sustentação na esperteza de Edgar.

Essa empolgação vascaína começou a desandar após o pênalti de Chicão em Elton.

-Pênalti?

PÊNALTI!

Que o juiz que vejo tanto corintiano torcer o nariz, não marcou. Todavia era um momento poluído na grande área, o Vasco todo no ataque e o Timão quase todo se defendendo. Não acho que tenha havido má fé.

A partir daí o Corinthians ganhou forças e criou boas chances. Em dois chutes de Dentinho, o mais lúcido do time. Na 1ª Fernando fez boa defesa. Na 2ª a bola passou rente a trave.

O Vasco caiu de pé, com a certeza de que fez o que era possível. Dorival, o melhor do Brasil, vai conduzir o Gigante da Colina de volta ao seu devido lugar na elite. Disso eu tenho certeza.

O Corinthians não fez o que podia, mas atingiu seu objetivo e faz a final contra o Internacional, que se classificou mesmo com derrota para o Coxa.

Fosse o Inter esse time todo que dizem que é há 3 anos consecutivos e eu cravaria meu palpite em título Colorado. Mas pela história corintiana na Copa do Brasil, por achar que o time não voltará a jogar tão mal quanto ontem e por ter Ronaldo, ainda que ele também não esteja sendo aquele fenômeno todo. Acho que o tri corintiano está chegando.

Acompanhe o que rolou de bacana no jogo:

————————–

Hoje vou deixá-los na agradável companhia sonora de Rufus Wainwright, com a ótima Release the Stars.

Cheers,

Chazinho de Coca – Quarta-feira obesa do futebol

Ahhhh que saudades dos tempos onde minha única preocupação eram os estudos. As vezes pela manhã, as vezes pela noite. Fato é que, fosse naquela época e eu não perderia o jogaço entre Manchester United e Barcelona. Só os 2 melhores times do mundo. Só isso.

Vida de peão, caríssimos.

E essa quarta-feira é uma das mais gordas dos últimos tempos. Além da final da Champions League, mais tarde teremos 3 jogaços pelas quartas de final da Libertadores, além dos jogos pela Copa do Brasil. O 4º jogo válido pelas quartas da Libertadores acontece amanhã.

Sem muitas delongas, deixo aqui os meus palpites para os jogos de hoje e o de amanhã.

Champions League – Final:

Manchester United X Barcelona – Manchester United

Taça Libertadores da América – Quartas de final (jogos de ida):

Cruzeiro X São Paulo – empate (com gols)

Estudiantes X Defensor – Estudiantes

Caracas X Grêmio – empate (sem gols)

Palmeiras X Nacional – Palmeiras

Copa do Brasil – semifinais (jogos de ida):

Internacional X Coritiba – Internacional

Vasco da Gama X Corinthians – Empate (com gols). Fosse em São Januário e eu apostaria em vitória vascaína. A ausência de Carlos Alberto, hoje, no atual esquema do ótimo Dorival Jr, em minha opinião, será mais sentida do que a de Ronaldo pelo Corinthians.

E vocês, arriscam seus palpites marotos?

————————————–

PS: A senhora toda poderosa, detentora dos direitos de transmissão da Libertadores e da Copa do Brasil, considera a 2ª competição nacional, mais importante do que a 1ª competição continental. Dessa forma, na telinha aí da sua casa, desde que você não tenha TV a cabo e seja obrigado a acompanhar o que a Globo lhe impõe, irá assistir a Vasco X Corinthians e não Cruzeiro X São Paulo.

Entendo perfeitamente os interesses publicitários e de ibope, mas certas coisas transcendem esses méritos. Com todo o respeito que as gigantescas instituições Vasco da Gama e Corinthians merecem, as não menores instituições Cruzeiro e São Paulo também merecem tal respeito por parte da maior rede de televisão do país. São todos clubes do mesmo tamanho. Mas a Libertadores é MUUUUUITO mais importante que a Copa do Brasil. E aqui também, com todo o respeito que a competição nacional merece.

Grato,

La Mano de Dios – Dorival Júnior e o novo Vasco


Dorival Júnior e o novo Vasco



O Vasco vai para a próxima fase da Copa do Brasil de maneira honrosa.Depois de sapecar 4×0 no Vitória na primeira partida, garantiu um empate no Barradão e passou sem sufoco. Agora, pega o Corinthians ironicamente na mesma situação em que o Timão estava ano passado, ou seja, se recompondo na Série B.



O time da Cruz de Malta hoje é muito diferente daquele que caiu ano passado, mas a diferença não está tanto nos jogadores, embora alguns, como Carlos Alberto, contribuíram para a melhoria da qualidade do elenco.



O que é diferente no Vasco de hoje é a postura, resultado de um bem estruturado planejamento. E o nome responsável por isso tudo é Dorival Jr. É graças a ele, que traça objetivos claros e joga de acordo com o time que tem em mãos, que o Vasco hoje não só é forte favorito para voltar à elite como também será um adversário duro para o Corinthians.



Não será tarefa fácil para o Corinthians. O Vasco que o Timão tem como adversário não é o Vasco do BR-08, não é o Vasco da conturbada transição de Eurico para Dinamite. O Vasco de 2009 é muito parecido com o Corinthians de 2008, e todos sabemos hoje o que isso significa.



Ao som de ESG – Keep on Moving. Beleza de disco, batidas cadenciadas, minimalismo e muita imaginação. Ótimo lançamento da Soul Jazz.