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Do Populacho! – E que vontade!

Fonte foto: globoesporte.com


Sexta-feira, chuvinha na cidade de São Paulo.

Mas vamos falar de quarta à noite! A estreia de RC, mais conhecido como Roberto Carlos, o novo(?) lateral esquerdo do Corinthians, no jogo contra o Bragantino, pelo Paulistão 2010.

O jogador mostrou que, de fato, é craque. Joga muito. Clichês de lado, RC demonstrou vontade demais na partida, tanto que atingiu, em um carrinho após pique, os companheiros no banco de reservas. Não apresentou o melhor, que já vimos e aguardam os torcedores, é fato, mas já deu mostras do que é capaz (de fazer de novo).

Tanta vontade, no entanto, lhe renderam uma passagem de bola pelas costas, quando voltava para compor o sistema defensivo, o que resultou em gol do Braga. Levando-se em conta que o craque pouco subiu ao ataque poderia preocupar. Poderia …mas não preocupa.

Há de se levar em consideração que esta foi a estréia, e não deve ser fácil estrear com aquele mundo de gente gritando seu nome, por mais experiente que seja. Não que isto abale tanto RC, vivido, rodado, que demonstrou em seu primeiro jogo a tão falada raça, a gana, vontade de mostrar à Fiel Torcida que “aqui tem mais um louco”. Opa…essa frase é de outro…craque.

Ronaldo estreou sem muito brilho, apesar de ser Ronaldo. Pouco fez, nada marcou, mas é, com certeza, titular absoluto só pelo que representa em campo (e não estou falando de jogar com o nome, não). Dentro das 4 linhas R9 demanda muita correria e observação constante por parte dos adversários. Bem mostra quando pegou a bola na entrada da área e foi presenteado com três (não um, nem dois, mas três) marcadores do Braga e, não fosse a estréia, que implica em falta de ritmo e essas coisas, teria passado com um toque sutil, que acabou nas pernas de um dos (três) zagueiros.

Melhor, e este sim já estreou de verdade, foi Jorge Henrique (doravante referido como JH). Seguindo a linha do que foi falado pelos grandes comentaristas do esporte (mesmo porque não há como se contra-argumentar), o Voluntarioso JH se doou, como vem se doando a muito, para o esquema do treinador Mano Menezes.

JH assume o que seria a ponta direita, compõe o meio campo e as laterais, e assim foi quando RC foi substituído por boquita. Jogador de rara mobilidade tática no futebol. Pedra preciosa com quem o Timão 2010 pode contar, JH vem, o que é importantíssimo, observando e treinando fundamentos, como o chute que lhe rendeu um golaço na partida. E, melhor, é humilde. Não tem vergonha de ser sincero ao dizer que aprende com os grandes, bem como não se acanha em demonstrar sua felicidade por colher os frutos de seu esforço. Serve de exemplo para a nova geração (e à antiga também), para mostrar que treino, treino e treino não faz mal.

Garotada, deixem de lado os celulares, o glamour, e vam jogá bola, pô!

Sem mais…

Chazinho de Coca – Um casamento perfeito!

Um Casamento Perfeito!

Muitos são os momentos, muitas são as razões, muitos são os temas. Mas não é de hoje que a música acompanha o futebol numa perfeita harmonia. Desde “We Are The Champions” do Queen, entoada pelos torcedores ingleses na comemoração de alguma conquista, passando pelas torcidas brasileiras que se utilizam de hits do momento para criar suas cantorias. Esse é um tema repleto de exemplos e que com certeza irá voltar a ganhar destaque por aqui.
Hoje especificamente quero me apegar a dois exemplos, ocorridos com dois grandes rivais, naqueles que tenham sido, talvez, os momentos mais difíceis em suas gloriosas histórias – Palmeiras e Corinthians.
A Sociedade Esportiva Palmeiras passou em 2002, pela pior fase em sua vida, encerrando a temporada como o antepenúltimo colocado no brasileirão, o que culminou com a queda para a 2ª divisão. Em 2003, com uma campanha irretocável, resgatou o orgulho de sua torcida e retornou ao seu verdadeiro lugar. Na semana seguinte ao retorno, muita festa, muitas homenagens nos programas esportivos, mas uma dessas homenagens me marcou bastante e nela, a música tema foi – “O Portão” do Rei Roberto Carlos. A música é de 1974, mas o casamento foi tão perfeito que em 2003, ou seja, quase 30 anos depois, era como se ela, ou parte dela, tivesse sido feita para aquela situação vivida pelo Palmeiras. Segue o trecho:

Tudo estava igual
Como era antes
Quase nada se modificou
Acho que só eu mesmo mudei
E voltei!…

Eu voltei!
Agora pra ficar
Porque aqui!
Aqui é meu lugar
Eu voltei pr’as coisas
Que eu deixei
Eu voltei!…

E continua…

… Onde andei!
Não deu para ficar
Porque aqui!
Aqui é meu lugar
Eu voltei!
Pr’as coisas que eu deixei
Eu voltei!…

Poucos anos depois, outro gigante do futebol brasileiro passou pela mesma amargura, o Corinthians. Com uma campanha pífia no brasileirão de 2007, o Timão acabou rebaixado. Quando todos esperavam um ano complicado, onde o time deveria focar apenas na volta à elite, eis que o alvinegro paulista ressurge de forma fantástica, já chegando a final da Copa do Brasil, podendo ser, ainda que na segunda divisão, o primeiro representante brasileiro assegurado na próxima edição da Libertadores.
Ainda no início do ano, quando o timão patinava no Paulistão, um programa de televisão fez uma matéria mostrando as dificuldades do Corinthians, a dureza que seria para a torcida o ano de 2008 e como tema, escolheram a música “Dias Melhores”, do Jota Quest, a qual diz o seguinte:

Vivemos esperando
Dias melhores
Dias de paz, dias a mais
Dias que não deixaremos
Para trás
Oh! Oh! Oh! Oh!…

E mais…

Vivemos esperando
O dia em que seremos
Para sempre
Vivemos esperando
Oh! Oh! Oh!
Dias melhores pra sempre
Dias melhores pra sempre
(Pra sempre!)…

Independente da predileção musical de cada um de nós ou do clube para qual torçamos, é inegável que esse casamento entre futebol e música seja um dos mais bem sucedidos. Seja na alegria ou na tristeza, na saúde ou na doença, estou para encontrar algum outro que demonstre tanta química.

Essa coluna foi escrita ao som de U2 – Gloria