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Os dois lados da moeda: esse Romerito não é paraguaio!

Em meados dos anos 80 O Fluminense tinha um belo time – sagrou-se campeão brasileiro de 1984 e eternizou o “Casal 20” Assis e Washington. Mas o craque mesmo, aquele que quando pegava na bola fazia um flamenguista como eu tremer nas bases nos Fla-Flus, era o paraguaio Romerito. Como jogava bem o Romerito paraguaio!

Ontem na Ilha do Retiro o Romerito do Sport teve atuação digna do seu homônimo. Com três gols seus ainda no primeiro tempo (e mais um golaço de Dutra no segundo) o Campeão pernambucano despcachou o Palmeiras da Copa do Brasil.

Acende uma luz amarela para a torcida alvi-verde: o Palmeiras tem um bom time, certamete o melhor escrete reunido no Parque Antárica nos últimos anos. Mas para dizerem-se “os melhores do Brasil” (como se ouve aqui ou ali) ainda falta.

Hoje a equipe do Palmeiras é do mesmo nível dos times decentes do Brasil: São Paulo, Flamengo, Botafogo, Fluminense, Cruzeiro, Inter… e quem sabe o próprio Sport. Nem mais, nem menos.

Os dois lados da moeda: Fla e Flu se garantem na Libertadores.

1. FLAMENGO

Quarenta e cinco minutos que valeram por muitos – e muito – mais. Que jogão de bola foi o Flamengo e América/MEX no segundo tempo. Esse texto está baseado na segunda etapa da partida – da primeira só vi os melhores momentos.

Enfim, os 45 minutos finais do jogo iniciaram-se com jogo empatado em 1×1 – o rubro-negro abriu o placar com gol de Marcinho e a equipe mexicana empatou. O empate não era mau resultado para o Fla, que, imaginei, poderia até ter optado por gás para a finalíssima do carioca no próximo final de semana.

Para minha agradável surpresa, os rapazes capitaneados pelo grande Joel consideraram as possibilidades do jogo e resolveram arriscar. O que tinha tudo para se tornar um jogo retrancado, ou mesmo complicado para o Flamengo, transformou-se numa das partidas mais emocionantes dos últimos tempos: os dois times jogando aberto em busca do gol. Parecia uma pelada.

Depois de oportunidades criadas mas mal concluídas, Marcinho abriu o placar do segundo tempo. Pouco tempo depois o América empatou. Pensei: “que broxada, os mexicanos vão pressionar e vai ser duro segurar o rojão”. E assim foi por alguns minutos.

O Flamengo, então, mostrou enorme poder de recuperação e retomou o controle do jogo. Resultado final: Flamengo 4×2 America. Marcaram para o rubro-negro, além de Marcinho, Tardelli e Léo Moura.

Muito da vitória do Flamengo deve ser atribuída ao já saudoso Joel Santana – nosso querido Tio do Churrasco – e sua prancheta mágica. Joel arriscou alto, abriu o jogo improvisando nas laterais – Juan no primeiro tempo e Leonardo Moura só segundo.Tal qual na primeira partida final contra o Botafogo, o Fla terminou a partida com mais atacantes do que começou, três: Tardelli, Marcinho, Obina (que entrou no segundo tempo no lugar de Souza).

É momento, também, de saudar a diretoria do clube, que esse ano não cometeu a bobagem de contratar um grande nome de alto custo e investiu no elenco. Souza, Obina, Marcinho e Tardelli podem não ser imperadores, mas, como aplicados obreiros, permitem ao técnico variações durante o jogo. Prefiro assim.

2. FLUMINENSE

Ainda não assisti o jogo do tricolor carioca, mas vale registrar também a vitória fora de casa dos comandados por Renato Gaucho por 2×1 contra o Atlético de Nacional de Médelin, na Colômbia. A próxima fase da Libertadores tem tudo para ter dois times do Rio.

Os dois lados da moeda: A final do Estadual Carioca

A final do Campeonato Carioca reunirá, novamente, Flamengo e Botafogo. Como no ano passado, a promessa é de emoção até o minuto derradeiro do embate entre as duas equipes cariocas que tem apresentado o melhor futebol nos últimos anos.

O Fluminense tentou esse ano. Contratou três centro-avantes tops! A disputa por posições tão decantada no começo do ano acabou reservando uma grande surpresa aos tricolores! Leandro Amaral teve que voltar ao Vasco – voltar ainda que não tenha propriamente voltado. Dodô não pôde atuar contra seu ex-time. Restou Washington, Coração-de-Leão. Atacante de inegável talento, não decepcionou o campeonato inteiro mas, depois de uma lesão, em seu retorno ao time, estrela que restou solitária (que ironia!), talvez na ânsia de chegar à artilharia do campeonato, perdeu o pênalti que precipitou a classificação do Botafogo.

Acirrando a rivalidade recentemente reacendida, Botafogo e Flamengo farão um duelo de arrepiar. De um lado a garra rubro-negra com sua torcida que, certamente, botará fogo (trocadilho irresistível) no Maracanã. De outro, o time mais romântico do futebol carioca.

Que as luzes de Garrincha e Zico iluminem, mais uma vez, esse embate!

E o texto foi redigido ao som dos pianos carioquíssimos de Ivan Lins e Marcos Valle.