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Do Populacho! – Caso Jobson!

Um garoto deslumbrado com um salário que dificilmente – quase que impossível – seria alcançado por um jovem das classes mais baixas de um país com tamanhos abismos sociais e preconceitos diversos que se entrega às farras caras e recheadas de drogas. Ora, o cenário não é dos mais raros. Quantos jovens, crianças, alucinados com a possibilidade de ter tudo o que qualquer um deseja, instigado pelas propagandas e filmes técnica e minuciosamente criados para o consumo e aventuras, não enveredam por este caminho. Justiça seja feita, não é somente um problema das classes mais baixas.

O que leva um jovem com uma possibilidade de futuro se abrindo claramente a “cair” no mundo das drogas? A tão falada falta de preparo é uma resposta lógica. Falta preparo psicológico, intelectual e crítico aos jovens. Toda essa falta é decorrente de uma educação, falha, voltada para preencher vagas no mercado de trabalho mecanicamente, sem que seu aspecto mais importante, o humano, seja levado em conta. Desumanizado o jovem passa a pensar nos mais absurdos modos de vida, regada a muitos luxos e drogas, completamente desregrada.

O caso do jovem Jobson, recentemente veiculado pelo fato de o atleta ter sido pego duas vezes no exame antidoping por fazer uso de Cocaína, traz este assunto novamente à tona. Opiniões respeitadas se dividem enquanto julgam o garoto, que corre o risco de ser punido com o banimento do futebol profissional, o que significa, literalmente, fim de carreira. Mas os que o julgam esquecem que este é um problema social gravíssimo e antigo. Banir o rapaz teria qual objetivo? Punir, é claro! Mas nos esquecemos que o uso de drogas traz consigo um caráter epidêmico, é uma doença, que deve ser tratada, não pura e simplesmente punida.

Lembremos do caso do atacante Adriano, o “Imperador”, quando saiu da Internazionale (ITA) e se refugiou com “donos” de morro na cidade do Rio de Janeiro. A punição à este nem mesmo foi cogitada, ainda que fosse um desportista sabidamente de grande influência sobre as crianças.

Não, não acho que o fato de Jobson ter consumido drogas e jogado passe em branco, tem de ser punido com as devidas suspensões, seja de salários, de jogos, ou o que for. Mas banir um jovem em ascensão quando tantos tentam e são relegados à fome ou ao crime é, de fato, um crime.

Pra que fique claro, o garoto precisa de tratamento e apoio, não ser proibido de fazer aquilo que pode mudar a vida de toda sua família.

Sem mais….

Abraços.

Do Populacho! Rapidinha Sobre Roberto Carlos!

Notícias tem sido ventiladas a respeito do interesse do Corinthians no lateral esquerdo Roberto Carlos, aquele mesmo, o das meias, jogador do Fenerbahce.

O (ex)jogador tem contrato com seu clube até maio/2010, mas já estaria 80% acertado, segundo Neto, comentarista da TV Bandeirantes, e sua esposa já procuraria casa em Higienópolis, se é que esta última informação vale de alguma coisa.

O problema é que o comandante Mano Menezes não se agradou com a possibilidade e já solicitou outro nome à diretoria. O comentário oficial, disparado por Rosemberg, é que por causa da grande identificação do jogador com o Palmeiras não interessa ao Corinthians.

Porém R.C. é grande amigo de Ronaldo, atacante do Timão, que pode exercer grande pressão pela contratação.

O fato é que um time previsto pelos mais otimistas com Roberto Carlos, Ronaldo e Riquelme daria muito trabalho para qualquer treinador. Não, não por causa da técnica apurada, mas as consequencias de egos inflados em conflito podem ser desastrosas, ainda mais em ano de Libertadores.

A diretoria que abra os olhos pois nem sempre trazer a melhor peça disponível é trazer a peça certa, e um erro assim, nestes termo, pode se converter em derrocada do time e fim da lua-de-mel entre diretoria, treinador e torcida.

(fonte foto: www.terra.com.br)

Do Populacho! – Pelo menos uma!!

A torcida do Corinthians não aguentava mais, mas, finalmente, uma vitóriazinha para quebrar o gelo. Com belo gol do argentino De Federico o Timão deu uma alegria no fim de noite da quarta-feira, contra o Vitória-BA. Mas não se enganem…que joguinho morno.

O Corinthians ainda precisa de reforços, principalmente no meio e laterais. Riquelme, ao que parece, não vem, e se vier será só no ano que vem…e se vier terá de controlar seu conhecido humor. Chegou a especular-se a volta de Douglas, mas nada certo. Para as laterais nenhum comentário.

Os que chegaram a pouco não serviram, ainda, para as posições vagas. Federico é meia-atacante, como ele mesmo gosta de dizer, e Edno ainda não teve chance de mostrar o que pode fazer.

Mas a vitória sobre o Vitória não tem o mesmo peso que teria no clássico de domingo, contra o (até agora, faltando 5 minutos para começar o jogo contra o Goiás, ex)líder Palmeiras.

O timão realmente não tem mais o que fazer neste BR-09, mas isto não necessariamente tira a vontade de bagunçar a parte de cima da tabela.

Do Populacho! – mais uma em casa!

Não foi desta vez que o Corinthians “encaixou” o jogo. Perdeu, em casa, para o Cruzeiro. Não deu para Ronaldo ou qualquer outro. Num jogo morno o Cruzeiro marcou o único tento do jogo em uma bela seqüencia de troca de passes.

O gol de Gilberto (CRU), verdadeira pintura coletiva, aos 40′ do primeiro tempo parecia não ter preocupado os jogadores do Timão. A Raposa, no início do segundo tempo, parecia estar preparada para pressão. O jogo pareceu esquentar. O Corinthians tentou e tentou, mas parou, vez na zaga, vez no bom goleiro Fábio.

A partida esquentou mesmo com mais uma briga imbecil entre jogadores dos dois times. Tudo bem, não foi briga generalizada, mas poderia ter acabado mal. O que acabou mal foi o encontro, no centro de São Paulo, entre idiotas que se julgam torcedores, defensores de uma suposta honra “clubística” em, mais que torcer ou fanatizar, desfigurar a ‘cara’ alheia ou, pior, ceifá-los a vida. Imbecis! Como se fosse possível compensar a falta de intelecto, de humildade, de hombridade, com o sangue de outro sujeito, só pelo motivo, se é que existe um motivo, de a camisa ostentar outro símbolo. Outras cores. Outra paixão. Dementes! Não percebem que no dia seguinte vão todos, ou alguns dentre essa escória, acordar, pedir benção à mãe e ir trabalhar para garantir o pão?

Desabafo feito, a rodada terminou menos verde. Os clubes que estavam com certa distância se aproximaram do Palmeiras. O Verdão que se cuide…

Do Populacho! – Futebol e Ditadura!


Caros, segue transcrito abaixo, retirado do portal América Latina do site www.vermelho.org.br artigo sobre a classificação de Honduras.

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Déjà vu: Micheletti usa futebol para tampar a crise

Futebol e ditadura. A dupla é velha, mas não por isso menos efetiva. O governo de fato hondurenho mantinha, ontem (14) um estado de sítio em todo o território e, ao mesmo tempo, negociava pata tentar continuar no poder com representantes do presidende deposto, Manuel Zelaya. Sob esse clima, nada melhor que um clássico futebolístico por um lugar no Mundial da África do Sul para monopolizar não só todas as conversas, como também o noticiário e a programação televisiva.

“Nós vamos voltar com a cabeça erguida. Temos uma boa estratégia para derrotar o inimigo “, previu com tom marcial o governante de fato poucas horas antes da partida. O “inimigo”, nesse caso, era El Salvador. O mesmo que, há quarenta anos, invadiu o território hondurenho após um jogo que passaria à história como “a guerra do futebol”. Desta vez não houve guerra. Houve comemoração. (Honduras) ganhou e se classificou, com a ajuda dos Estados Unidos (que empatou na hora com a Costa Rica).


“O futebol e o chauvinismo, aqui é a mesma coisa”, disse Carlos Reyes, um candidato independente à presidência. Talvez, neste caso, a sentença tenha ficado aquém. Torcedores, bandeiras e declarações de guerra desportiva monopolizaram tudo. Os ônibus grátis para ir a El Salvador foram fornecidos pelo governo de fato.

A partida recebeu nos jornais tanta cobertura que encontrar uma notícia referente à eventual restituição de Manuel Zelaya não era uma tarefa fácil. A metáfora militar do ditador varreu as manchetes. “Invasão de Honduras em El Salvador,” foi o título principal do diário pró-golpista La Prensa. “Eles querem fazer amargar o povo hondurenho, mas vamos ferí-los”, disse o jornal La Tribuna.

“Carros cheios de fervor, euforia e patriotismo partiram de diferentes pontos do país para o campo inimigo. Estamos monopolizando todos os postos fronteiriços. Os catrachas (hondurenhos) se comprometeram a lutar “, declarou, por sua vez, o El Heraldo. Muito abaixo, nos sites das três publicações, foi possível encontrar notícias como “Consenso foi alcançado para o retorno de Zelaya. ”

Para que o clima fosse perfeito era necessário, também, criar traidores da causa nacional. “Irmãos salvadorenhos: o melhor presente que vocês nos podem dar é dar uma surra nesta equipe que representa os interesses da oligarquia usurpadora de nosso país”, teria gritado Juan Barahona, líder sindical e dirigente da frente de resistência contra o golpe estado, segundo um jornal.

O inimigo interno havia sido localizado. “Hoje, o tema é futebol, mas há um grupo de colegas que quer, pede e grita que Honduras perca para El Salvador. Este grupo de hondurenhos pertence à chamada resistência zelaysta”, dizia El Heraldo. Os e-mails com insultos à resistência, então, não tardaram a invadir o site na Internet do diario.

O inimigo, esse inimigo de que falou Micheletti, entrou em Honduras em 14 de julho de 1969. Ele fez isso em resposta à lei de reforma agrária com a qual o governo de Tegucigalpa tentou expulsar centenas de milhares de camponeses salvadorenhos e, assim, entregar essas terras a hondurenhos.

Três partidas entre os dois países pelas eliminatórias se encarregaram de insulflar os ânimos nacionalistas. Naquela época, em ambos os lados da fronteira havia ditaduras militares. Hoje, apenas Honduras mantém o costume, em El Salvador, no entanto, governa a esquerdista Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional.

Com a vitória de Honduras, ontem, no jogo contra El Salvador, a euforia do povo e as comemorações continuaram a tomar conta do noticiário. E o governo de fato decretou feriado nacional.

“Neste país o futebol é usado para tudo. Como a ditadura não o iria espremer ao máximo?”, disse Reina Centeno, professora e líder sindical. Qualquer semelhança com outras latitudes não é mera coincidência.