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Do Populacho – Ah! Federação.

Estádio do Pacaembú, São Paulo – SP. Dia 7 de fevereiro de 2009, por volta de 18h.
Chove torrencialmente, parecendo uma tempestade marítima monstruosa. A água verte das arquibancadas. A torcida, maioria corinthiana, que enfrentara momentos antes calor escaldante, pula para se aquecer. A chuva, impossivelmente, aperta, piora. A torcida se mantém firme. Mas por quanto tempo?
Eis que de repente uma voz, grave, encorpada, ressoa entre as trovoadas, dizendo:
-“O jogo foi cancelado em decorrência da forte chuva e será remarcado.”
Incrédulos, os que pagaram começam a resfriar. Os jogadores já haviam saído de campo a algum tempo, depois de um 1º tempo de Corínthians 0X0 Portuguesa morno, pra não dizer chato. Era vez de a torcida debandar, fugir daquele dilúvio, sem guarda-chuva.
Saídas entupidas. Homens, mulheres, crianças, todos (ou 70% dos presentes) vão embora…tristes. Mas tudo bem, assistamos em outra oportunidade.
Acha que não poderia piorar?
PIOROU.
Ao chegar no carro liguei o rádio e , pra minha surpresa, ouço a notícia: -“…vai recomeçar por decisão da federação…”.
Pensei comigo: O QUÊ, nesta chuva, vai recomeçar??????? – …O jogo, me responde o intrépido reporter.
Sim, caros, sim. Não podem imaginar a quantidade de gente que havia deixado o Pacaembú, lotando o já precário sistema de transporte público. Todos ensopados, com frio.
Ainda deu tempo de ouvir o técnico Mano Menezes falar sobre o tal telefone do futebol brasileiro, mas nada do árbitro, que deveria ser a autoridade máxima em campo, ceder entrevista.
Mais tarde, apurados os fatos, descobriu-se que o MPdN, da FPF, MANDOU, exigiu, que o jogo continuasse. Custe o que custar. Os jogadores já estavam de banho tomado, trocados e alimentados. Havia o risco de contusão ou coisa pior.
A torcida já havia se retirado, mas os que ficaram corriam o risco de serem eletrocutados por um raio, ou de se acidentarem na arquibancada que mais parecia um toboágua.
Mas nada disso tem importância para os coronéis da bola.
Só me pergunto: quem lucra tanto com isso?
Mais uma coisa…quero meu dinheiro de volta…
A propósito, o jogo terminou 1×1.
Sem mais…
sigo ouvindo a Tonga da Milonga do Cabuletê….

DO POPULACHO – Especifidades corinthianas.

O Corinthians – Têm Chicão. Um zagueiro. Bom zagueiro digamos. Raçudo, e com bela batida na bola. Ele é também o artilheiro do time. Maaaas nada que não possa ser superado.

Não por ser o Chicão, nada disso. Tenho cá minhas admirações por tão determinado zagueiro. Minhas restrições são quanto ao fato de ele, o zagueiro, ser o artilheiro. Pô, concordo…cobra falta, bate penales…mas os caras da “frente” não deveriam fazer os gols?

Sim, sim…eu entendo, todos devem fazer tudo. Então fica aqui registrada minha admiração, Chicão, desde que cumpras também tua função. Z.a.g.u.e.i.r.o!

O Morais – Está voltando. Sim, como era esperado (benedicto para alguns X maledeto per altri). Sua pena foi reduzida pela metade, tendo que pagar 40 Cestas básicas. Convenhamos que – seguindo a última moda – talvez isto não faça parte de vosso interesse. O importante é que jogue, como vinha jogando o ano passado – no Corinthians, é claro.

O Souza – Tem que chutar no gol. Que penalti mal batido né companheiro…
*********—–PANIS ET CIRCENCES.—–*****************
Quanto à Copa de 2014, assunto já abordado no blog.

Assim disse…talvez tenha-se previsto que a copa de 2014 fosse no Brasil e, imediatamente, um documento expedido pela força maior determinou(ará) que se finde o mundo.

A Copa de 2014, Caríssimos, ela acontecerá.

Serão feitos inúmeros investimentos de ordem pública, sem garantia nenhuma de uso popular posterior.

Acontecerá então o que sempre acontece…:o povo, suinamente, calar-se-á entre ônibus lotados e salários inumanos.

Sim companheiros, dêem o ópio ao povo. Outrora chamado de “religare”, é agora o esporte bretão quem vos acalanta a alma, que, emergindo da poeira e da lama que se chama sociedade nos domingos e quartas, neste caso sempre após a dose inicial, é claro, faz-nos sonhar alto e descansa quando vemos o gramado.
Futebol é nossa grande paixão, mas não deve nunca alienar.
Ademais fico, hoje, por aqui, ao som do absoluto silêncio (não encontrei nada digno de meu humor gripado).

Do Populacho – Da vitória corinthiana por 2×0 aos cordeiros operários (ou seria operários cordeiros?).

Alô leitores do ferozes

Após ilustre convite compareço em contribuição ao Ferozes. Posso dizer que quero ser mais um Feroz entre esse bando de Ferozes.

Bom, para começar pensei em falar sobre a vitória do Corinthians sobre o Botafogo de Ribeirão…e vou…mas primeiro quero lembrar a triste notícia veiculada neste começo de noite informando de que trabalhadores de uma fábrica de motores diesel aceitaram reduzir seu salário em troca de 4 meses e meio de estabilidade. Como se os trabalhadores já não ganhassem ridiculamente pouco e, convenhamos, 4 meses e meio não é tempo hábil para se fazer uma reserva digna de sobrevivência pós aviso prévio.

Insistindo neste assunto me pergunto: cadê a dinheirada derramada pelo governo nas montadoras automobilísticas? O dinheiro se perdeu? Não foi repassado aos fornecedores? Porque as montadoras estão demitindo se foram ajudadas?

Melhor seria a greve geral.

Voltando ao Corinthians – Será que aguenta um clássico? Penso que o time está se acertando.

A ausência de Douglas (fora por 3 semanas por questões médicas) atrapalha, pois é, de fato, o maestro daquele meio de campo.

Opinativamente, o Corinthians já tem uma “cara” melhor formada do que a do ano passado e é, como os outros grandes, favorito aos campeonatos a disputar. Contra o Botafogo faltou gols, para não contar a apaticidade durante alguns momentos. Faltou gols sim (apesar dos 2×0), mesmo porque não foi muito efetivo, ou convincente, à frente. Mas melhora com o tempo e, para a saúde do relacionamento entre torcida, presidência, técnico e jogadores, este tempo tem de ser curto.