Arquivo da tag: Chazinho de Coca

CHAZINHO DE COCA – VERDÃO TEM CAMPANHA DE CAMPEÃO – FORA DE CASA.

Texto: João Paulo Tozo

Foto: Paulo Sérgio (p/ o Lancenet)

A campanha do Palmeiras em jogos fora de seus domínios é de time que briga pelo título. Em casa a campanha não é nada boa.

Nos últimos anos, quando o time ainda atuava no Palestra Italia, a piada corrente era a de que um sapo havia sido enterrado no Jardim Suspenso. Sem o Palestra, o sapo deve ter sido transferido para o Pacaembu, onde alguns sugerem ser mais do que sapo, mas zica mandada pelo mandante mais costumeiro do estádio público.

Seja lá o que for, essa escrita vem sendo mantida na íntegra nesse BR10. Em uma campanha de altos e baixos, os altos costumam acontecer fora, os baixos em casa. Não por acaso a 1ª sequencia de duas vitórias do Verdão no BR10 veio justamente quando o time fez dois jogos fora de casa. O segundo deles contra o Flamengo, algoz alviverde no 1º turno, já no Pacaembu.

A expectativa era a de ver pela 1ª vez o trio Valdívia, Kleber e Lincoln em campo.Entretanto Felipão, receoso com o retorno recente de Lincoln aos treinamentos, mandou apenas os dois primeiros no time titular. Tinga e Marcos Assunção completaram o meio campo Verde.

Estranhamente os rubro-negros deixaram o chileno verde livre. O que não foi nada inteligente. O camisa 10 comandou todas as ações ofensivas do Palmeiras e cansou de deixar Kleber em condições de marcar.

Com 30 minutos o Verdão já vencia por 2X0, dois gols de Kleber, em duas jogadas de Valdívia. Aos 45 o mesmo Kleber poderia ter fechado a conta ao perder o 3º gol cara a cara com Marcelo Lomba.

O rubro-negro que vem sobrevivendo da inspiração de Leo Moura, sucumbiu a marcação forte que o lateral direito recebeu. O meio campo em jornada pífia, nada produziu.

Na 2ª etapa Silas mandou Corrêa na vaga de Toró para dar um pouco de cérebro ao time. Mas foi muito pouco. O Palmeiras parecia atuar em casa.

Valdívia armou outra grande jogada com Vitor e ainda apareceu na área para receber o cruzamento e quase marcar de cabeça.

Sem grandes esforços, o Palmeiras passou a viver dos contra-ataques cedidos pelo Flamengo. Silas tentou Petkovic e jogou um pouco de luz a escuridão técnica flamenguista. Num afobado abafa o Flamengo conseguiu um pênalti. Pet diminuiu. Aos 34 minutos.

Aos 35 Valdívia deu lugar a Lincoln – não foi dessa vez que a torcida viu a dupla de criação atuando .

O afobado Flamengo continuou permitindo ao time verde matar o jogo a qualquer momento. O que aconteceu aos 44, com Lincoln.

Longe de ser brilhante, o Palmeiras foi frio e atuou com inteligência. Valdívia e Kleber funcionaram muito bem e agora podem ganhar a qualidade de Lincoln, que deve assumir a titularidade.

Quem me acompanha no blog FFC, no Esporte Interativo ou no Programa Ferozes Futebol Clube as segundas, sabe minha opinião sobre a campanha pouco condizente com a qualidade do time do Palmeiras. Pode não ser um timaço, como nenhum no BR10 é, mas tem condições de brigar na parte de cima da tabela.

Mas para isso precisa parar de atuar como mandante só na casa do adversário. Se conseguir esse equilíbrio, a torcida pode sim sonhar com vôos mais altos nesse BR10.

———————-

Gostam de David Bowie? A despedida musical de hoje é uma das obras do velho Mestre. Vos deixo na Cia agradabilíssima de David Bowie, com Heroes:

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=YYjBQKIOb-w&feature=player_embedded[/youtube]

CONVITE: Segunda-feira, às 20:00, ao vivo, rola o Programa Ferozes Futebol Clube, na rádio web da Universidade Cidade de São Paulo. Eu e meus comparsas comentaremos a rodada do final de semana na companhia das boas e alternativas sonoridades. Acompanhe pelo link:

http://comunicacidade.unicid.br/radiotape_ferozes.htm

Adicionem-me no twitter e vamos trocar boas idéias sobre futebol, música e cultura útil e inútil:

http://twitter.com/joaopaulotozo

Cheers,

CHAZINHO DE COCA – O G4 FOI PARA O ESPAÇO.

Texto: João Paulo Tozo

Feliz por que seu time está no G4 do BR10? Se a vaga na Libertadores te deixa contente, então torça pra que ele fique pelo menos em 3º.O G4 foi pro espaço.

A partir de agora o país do time campeão da Libertadores perde a vaga extra, que era a 4ª vaga do BR até ontem.

Bem a cara da Conmebol mudar as regras no meio das competições, embora a Libertadores tenha virado um torneio inchado e cheio de time meia boca nos últimos anos e a medida vá diminuir um pouco isso.

Lembro-me que até o final dos anos 90, para se chegar à maior competição de clubes do continente o time precisava ser campeão, nem vice chegava. Só o campeão da Copa do Brasil e do Brasileirão, só, sem choro. O que dava a Libertadores um nível técnico MUUUUITO maior que o que temos aí hoje.

A medida é uma boa, mas não acho justo que se mudem as regras em meio às competições. Estoura planejamento, arrebenta projeções.

As vagas agora são distribuídas da seguinte forma:

Campeonato Brasileiro – 3 vagas

Copa do Brasil – 1 vaga

Além da Sulamericana, que agora garante ao campeão uma vaga na Libertadores. Pelo menos até o fechamento dessa coluna.

POST – IT SOBRE OS ESTÁDIOS DELES: DESORDEIROS PÚBLICOS. MANDATÁRIOS DO PÃO E CIRCO.

– Por que a reforma de um estádio que já existe para a Copa custaria 600 milhões, sendo que um estádio que será levantado do zero custará “apenas” 350 milhões?

– Baseado nas questões acima, o que será feito de tão fora do comum na reforma do Maracanã que irá gerar um custo de mais de 1 BILHÃO?

– Por que para o estádio do clube X, todos os projetos apresentados não servem e para o clube Y o seu projeto não precisou nem existir para receber o aval da mesma entidade que vetou os projetos do time X?

– E o projeto de reforma do estádio do time K, que é anterior a qualquer conversa furada de Copa do Mundo e que já havia sido aprovado. Por que agora surgem CADES, PAVES, e sabem-se lá mais O QUES que solicitam relatórios absurdos como a previsão do número de pessoas que irão de carro nos futuros eventos que irá receber. Ou até mesmo um estudo para prever o nível de decibéis que serão gerados pelos fogos de artifício e possíveis vuvuzelas em dias de jogos? O estádio existe desde 1900 e guaraná (que até lhe concede nome) com rolha e nunca precisou dessas patacoadas. Todos os estádios que estão em funcionamento hoje, funcionam desde sempre sem que se tenha apresentado nenhum número de estudo cretino desse tipo.

– Grupo de moradores que adquiriram suas moradias, empresas, escritórios em torno de estádios hoje vem reclamar dos mesmos? Os estádios lá estavam muito tempo antes de seus edifícios, casas e seja lá que edificação for.

– E Shopping Center não atrapalha trânsito? Suas obras não alteram as rotinas desses moradores? Quem são esses moradores?

– Por que mandatários públicos envolvem-se com mandatários privados, com mandatários que em nada mandam, com mandatários que mandam há anos sem compromisso com qualquer democratização do órgão do mandão?

Por que mandar é palavra de ordem que causa desordem – pública, ética e moral?

Por que os porquês nunca ganham respostas?

Quem é que gosta de pão e circo? Você gosta?

Eu não.

CHAZINHO DE COCA – O MAIOR RIVAL

Texto: João Paulo Tozo

Não há razões para tratá-lo bem. Não há espaço para ele e o meu. Não há motivos para que ele se vanglorie em cima de alguém que menos vezes venceu. Não há razões para que eu o parabenize, mas sim relembre toda vez que por causa do meu, ele sofreu.

Intransferível sentimento somente a ele pertencente.

Por que os outros são rivais, são triviais. Ele é inimigo de alma, de história, de bola.

O meu não é o maior porque ele existe. Mas ele é grande como é porque é o maior rival do meu.

O meu já seria o maior existisse ele ou não. Mas a rivalidade que alimenta a história, que se arrebenta de glória, essa não seria tão vistosa fosse ele qualquer outro time da moda.

O Centenário é seu. Mas a rivalidade é nossa. Sofisticada, atemporal, temperamental.

Obrigado meu Palmeiras por ser o maioral.

Parabéns Corinthians por ser nosso eterno maior rival.

CHAZINHO DE COCA – A VIDA DURA DE FELIPÃO.

Este é o atacante Everthon. E sim, ele esteve em campo ontem. Pode acreditar.

Texto João Paulo Tozo

Imagem: Romildo de Jesus (p/ o Lancenet!)

Rivaldo, “o original”, rescindiu seu contrato com o Bunyodkor e acendeu a esperança de boa parte da torcida alviverde em revê-lo vestindo a camisa com a qual conquistou o BR94, o Paulistão de 96, dentre outros títulos. Mas Felipão tratou de jogar um balde de água fria nas esperanças desse torcedor e descartou o retorno do meia.

Bem no dia em que o seu Palmeiras estreou com derrota na Copa Sulamericana, tida por muitos como a prioridade do ano, além de estrear o Rivaldo “genérico”.

Alguém sabe me dizer se essa declaração de Felipão foi antes ou depois da partida contra o Vitória?

Caso tenha sido antes, certamente ele está revendo esse posicionamento.

Sem Kleber e Lincoln, Felipão armou o Palmeiras com QUATRO volantes e com Tadeu no ataque, teoricamente ao lado de Everthon – na prática atuando sozinho, como já vem atuando Kleber.

Ou seja, sem a criatividade necessária para fazer a bola chegar a frente e sem ter quem saiba o que fazer com ela nos raros momentos em que a Jabulani de plantão rompeu a barreira defensiva do Vitória.

Não deve estar sendo fácil ser o Felipão. Mas ele faz certo quando pede que as críticas sejam voltadas a ele. Então façamos o que pede o Chefe.

Quatro volantes contra o Vitória?

É certo que o empate fora de casa é bom negócio nesse tipo de competição. Mas ele tem que acontecer por acaso, não por obra do planejamento. Empatar jogando bem é diferente de empatar jogando por ele. Até por que jogar pelo empate aumenta as probabilidades de derrota, como ocorreu ontem. Você mantém o rival mais tempo próximo de seu gol. Em contrapartida, quando se joga buscando a vitória, ocorre o oposto. Pensamento óbvio e que o amigo palmeirense, inteligente que é, deve saber de trás para frente. Só o inseri aqui para ilustrar o que vi ontem no Barradão.

Vejam, caríssimos alviverdes que aqui também lamentam mais esse pífio resultado do Palmeiras, não estou criticando o trabalho de Felipão, nem tenho moral para isso e nem quero fazê-lo, mas penso, se o Tinga é o único articulador disponível e ele está como opção, porque não usá-lo desde o princípio?

Rivaldo, o “genérico”, foi escalado como meia. Mas o próprio já disse que sua posição é de 2º volante.

Os recentes êxitos do mundo da bola tem nos mostrado que a tendência é que os meias sejam adaptados como volantes, e não o contrário. É a nova prática do futebol ofensivo. Vide a Espanha campeã do Mundo.

Pierre e Edinho são ótimos, mas um ou outro. Os dois juntos é muita volúpia destrutiva e nenhuma criativa.

Recua o “genérico” para fazer a função com Edinho ou Pierre, entra com o Tinga e deixa o Araujo flutuando em campo como no clássico contra o Corinthians, que não por acaso foi a melhor partida dele no Palmeiras e a melhor do time sob o comando de Scolari.

Não deve estar sendo fácil ser o Felipão. Mas e ser palmeirense, tem sido fácil? Pergunto aos amigos que acompanham esse espaço virtual.

Vale a pena comentar sobre a atuação do Everthon? Creio ser melhor deixar para quando ela acontecer.

Tadeu isolado, e desolando a torcida e Felipão, obrigou o técnico a olhar para o banco. Então ele vê que tem como opção o simpático Max, velho conhecido do torcedor. Não pelos gols e por boas jornadas, pelo contrário.

Pobre Felipão, que vida dura.

É bem verdade também que os gols do Vitória saíram em jogadas de bola parada. Mas se aconteceram é por que alguém as possibilitou. É por que o adversário manteve-se muito tempo próximo a área alviverde. É por que Max, ao contrário do que dizem as más línguas, sabe sim marcar seus gols. Ainda que contra.

E o amigo me pergunta por que iniciei a coluna ponderando sobre o Rivaldo, o genuíno.

É por que com 38 anos, ainda que jogue 50% do que já jogou, ele tem espaço em qualquer time do Brasil e na maior parte dos times do planeta. E nesse Palmeiras, sobretudo no Palmeiras de ontem, sem Kleber, sem Lincoln e ainda sem Valdívia, o “Genuíno” joga com uma das pernas amarrada.

Felipão disse ontem ao final do cotejo: “Se não dá com A e com B, tento o C e o D. Se não houver melhora, o que pode piorar? Zero.”

Bem que esse C ou D poderia ser o R de Rivaldo, o original.

E bem que hoje a diretoria poderia apresentar uns 10 Valdívias.

——————-

Pensando nas mudanças necessárias ao Verdão e já pensando em deixar os nobres alviverdes e demais entusiastas da bola em boa companhia, despeço-me da camaradagem ao som do grande David Bowie – Changes:

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=n8v486aUYu0[/youtube]

Cheers,