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Top 5 – Finais históricas do Paulistão.

Dando continuidade a saga das 5 finais de Paulistão que mais me marcaram.

PALMEIRAS 1×2 INTERNACIONAL DE LIMEIRA – 1986

Essa final é o 1º grande momento do futebol que tenho registrado em minha memória com certa riqueza de detalhes. Com 7 anos, eu já havia acompanhado a Copa de 82, dentre outras competições, mas apenas alguns flashes povoam minha mente. Essa final de Paulistão foi a 1ª que posso descrever, quase que na totalidade, com minhas próprias lembranças.
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Os barulhos dos fogos ainda estalam em minha cabeça.

Já era o 10º ano da fila palmeirense, e depois de anos montando times medíocres, enfim o Palmeiras tinha um time para ser campeão. Sob o comando do técnico Carbone, o Verdão eliminou o arquirival Corinthians nas semifinais, sendo derrotado na 1ª partida por 1X0, mas vencendo a 2ª por 3X0. Mais do que credenciado a encerrar a já latente agonia de sua torcida, o Verdão chegou como favorito à final.

O adversário era a Internacional de Limeira, que havia surpreendido e eliminado o Santos nas semifinais. Placares de 2X0 na Vila e 2X1 no Limeirão.

Com o Limeirão vetado para a final, os dois jogos foram realizados no Morumbi. O 1º deles, com mando da Inter, terminou empatada em 0X0. Essa partida teve impressionantes 104.136 pagantes. A torcida palmeirense dava o título como ganho, ainda que o empate fosse bom para a Inter. Parece que o time também entrou no oba-oba.

Setenta mil pessoas pintaram o Morumbi de verde na 2ª partida e a vitória era dada como certa. Mas como desprezar o time que havia eliminado o Santos na fase anterior ? Pois é, a Inter tinha um belíssimo time e o seu ataque contava com o artilheiro Kita.

Houve equilíbrio na 1ª etapa, o Palmeiras mandou bolas na trave, mas a Inter também incomodou o goleiro Martorelli. Lembro-me que meu pai e meus tios cornetavam demais o técnico Carboni e dia desses li, não me lembro onde, que aquele Palmeiras era um time sem comando.

De toda forma, o que se sucedeu na 2ª etapa foi mais do que falta de comando.

Logo aos 5 minutos do 2º tempo, o artilheiro Kita abriu o placar com um chutaço de fora da área.

Aos nove minutos, o lateral esquerdo Denis protagonizou o lance que pode ter dado outros rumos a sua carreira. Num lançamento que foi mais um bicão pra frente, Tato foi lançado, só que a bola estava muito mais para o lateral Denis. Mas a alegria de alguns, muitas vezes passa pela desgraça dos outros, que passa pela tragédia de outro. O pobre Denis tentou recuar, dominar, sabe-se lá o que, a bola bateu em sua barriga e Tato, que vinha em velocidade, ganhou a bola, driblou Martorelli e tocou para gol livre.

Um silêncio “ensurdecedor” tomou conta do Morumbi. Quebrado apenas pelo grupo de torcedores da Inter que lá estava, e manifestado de forma espantosa com os fogos que espocavam nos céus da paulicéia.

Daí em diante o Palmeiras atirou-se todo ao ataque e a pressão foi enorme, com chances perdidas de todas as maneiras, também criadas na base do desespero.

Aos 29 minutos a torcida alviverde enxergou uma centelha de esperança com o gol de cabeça de Amarildo. Outros gols foram perdidos, também pela Inter. Mas aos 47 minutos, Dulcídio Vanderley Boschilla pediu a bola e encerrou a partida. A Inter de Limeira era a 1ª equipe do interior a ser campeã paulista e com todos os méritos. O apito final fez também o sofrimento palmeirense ser prorrogado por mais 6 anos. Mas isso fica para um outro capítulo.

Por onde andam?

Kita: Tem uma locadora em Passo Fundo – RS
Tato: É vendedor de materiais esportivos e dá palestras em Limeira.
Denis: É dono de uma escolinha de futebol na Praia Grande. (Gosta de dizer que ninguém se lembra do chapéu que deu em Maradona, em amistoso entre São Paulo X Napoli em 1987. Só da falha na final de 1986)

Palmeiras 1X2 Internacional de Limeira
Gols: Kita (5m), e Tato (9m), para a Inter; Amarildo (29m), para o Palmeiras.
Local: Estádio Cícero Pompeu de Toledo (Morumbi).
Data: 03-Set-1986.
Árbitro: Dulcídio Vanderley Boschilla.
Público: 68.564.
Renda: Cz$ 2.443.610,00.

Palmeiras: Martorelli — Diogo (Ditinho), Márcio, Amarildo, e Denis — Lino (Jorge Mendonça), Gerson, e Jorginho — Mirandinha, Edmar, e Éder.
Treinador: Carbone.

Internacional de Limeira: Silas — João Luís, Juarez, Bolívar, e Pecos — Manguinha, Gilberto Costa, e João Batista (Alves) — Tato, Kita, e Lê (Carlos Silva).
Treinador: Pepe.

Veja como foi:

Top 5 – Finais históricas do Paulistão.

O LANCENET! perguntou aos seus leitores quais foram as 10 finais de Paulistão mais legais de todos os tempos. O feroz Mauro Beting aproveitou o embalo e listou as suas 10 finais mais legais em seu blog.

Eu não irei tão longe e me limitarei a apenas 5 finais. Uma final por dia, até próximo sábado. E antes que o feroz aí me pergunte – “pô, mas e as mitológicas finais de 77, de 50, de 82?”. Aviso que se trata das 5 melhores finais que eu acompanhei, que eu vivenciei, que eu curti, que eu consegui mensurar suas importâncias. Sacou?

Ainda não fechei minha lista, então pode ser que apareçam fora de ordem cronológica. Vamos à elas:

GUARANI 0x1 CORINTHIANS – 1988

Em uma época onde o futebol do interior não apenas incomodava os grandes, como brigava por títulos, o Guarani transcendia essa condição e muitas vezes era a equipe a ser batida. Em 1988 o Bugre Campineiro tinha um timaço e era o favorito a conquista do Paulistão, ainda que tivesse como rival o maior campeão do estado. No 1º jogo, empate em 1X1, no Morumbi, com Neto fazendo gol histórico de bicicleta.

No 2º, o clima de oba-oba tomou conta do elenco bugrino. O time contava com Wágner Bacharel, Ricardo Rocha, Paulo Isidoro, Barbiéri, Marco Antônio Boiadeiro, Neto, Evair e João Paulo – Um timaço.

Durante a partida houve equilíbrio e o placar de 0X0 provocou a prorrogação. Novo empate e o título seria do Guarani, por ter tido melhor campanha ao longo da competição. Mas bastaram 5 minutos e Viola apareceu no jogo, apareceu para o futebol e escreveu seu nome na história do clube alvinegro. Em chute de Wilson Mano, Viola desviou e matou o goleiro do Bugre. Ainda assim, foi a melhor campanha do Guarani na história dos Paulistas. Foi também o 20º título Paulista do Corinthians.

Local: Estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas-SP
Árbitro: Arnaldo César Coelho-SP

Público: 49.604 pagantes
Cartões vermelhos: Paulo Isidoro (Guarani) e Paulinho Carioca (Corinthians)
Gol: Viola, aos 4’/1T (Prorrogação)

Guarani:Sérgio Nery; Marquinhos Capixaba, Wágner Bacharel, Ricardo Rocha e Albéris; Paulo Isidoro, Barbiéri (Mário Maguila), Marco Antônio Boiadeiro e Neto (Careca Bianchesi); Evair e João Paulo.
Técnico: José Luiz Carbone

Corinthians: Ronaldo; Edson Abobrão, Marcelo Dijian, Denílson e Dida; Biro-Biro, Márcio Bittencourt (Paulinho Gaúcho), Éverton e João Paulo; Viola e Paulinho Carioca.
Técnico: Jair Pereira

Corinthians 1X1 Guarani: Gol de bicicleta do Neto (infelizmente não achei o gol de empate do Corinthians):

Guarani 0X1 Corinthians: Gol de Viola (lamento também o fato de só ter conseguido esse vídeo de baixa qualidade):

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Convido agora o feroz leitor a exercitar sua memória, a escolher as suas finais inesquecíveis.

Amanhã tem mais.

Pira na Chulipa – De pernas pro ar


Foi assim que ficou o Palestra Itália depois do circo de horrores que foi o jogo desse sábado, desde papagaiadas com o pobre torcedor extra-campo, também tivemos um jogo daqueles pra nunca mais esquecer, infelizmente mais pro mal sentido do que pelo contrário.

Diferente da partida anterior, rico em raça, jogado na bola, com emoção e às vezes até com alguma técnica, esse foi marcado pelo nervosismo do time da casa. Diferente do Palmeiras dos primeiros 3 meses, esse time desaprendeu a jogar, nao sabia sair com a bola, errava muitos passes dando muitos contra ataques pro time santista, que era extremamente rápido com seus dois moleques, Madson e Neymar. E num desses clichês do futebol, Neymar, com um lindo toque na bola, lança o velocista Madson. 0 x 1 Santos, o que se repetiu de novo em nova arrancada dessa vez do próprio Neymar no começo do segundo tempo, mas dessa vez impedido de chutar a gol por Mauricio Ramos, que acabou sendo expulso na jogada por levar o segundo amarelo. Pênalti cobrado por ele, Kleber “gol” Pereira, o Palameiras continuava terrível na partida, e quem acha que as emoções acabaram por aí, engano.
Num chute meio espanado de Pierre (um prêmio merecido), Fábio “o peru” Costa, deixa passar um frango que nem os Trapalhões fariam melhor, e como todo roteiro maluco, do drama pra comédia, da comédia pra ação, Domingos que acabara de entrar em campo inicia uma cena bisonha com Diego Souza, diante de 27 mil torcedores, atuações que só o palco Palestra Itália é capaz de apresentar. Insultos, insanidade, fúria, um jogo até então “calmo”, vira um ringue de luta livre, só que nesse ponto é nota 0 pra quem vai pra cima e nota 0 pra quem provoca.
Que mais esse jogo sirva como exemplo de como o ser humano pode ser tão medíocre!
Aguardemos por dias melhores!
Me despeço de todos ouvindo o belissimo Songs of Faith and Devotion da banda Depeche Mode, porque sempre é preciso acreditar, mesmo que seja no ser humano.

Vira na Vila

Com um certo atraso, mas sem deixar de comentar, sábado passado, o publico da Vila Belmiro presenciou um dos melhores jogos do ano até aqui. Raça, técnica, sorte, um jogo como eu digo sempre “de encher a barriga”, muito se deve ao sempre excelente gramado da Vila, que proporciona aos times jogar como numa mesa de bilhar, e como no bilhar quem encaçapou a bola do jogo, foi a jóia da Vila, Neymar,  de 17 anos, que mesmo antes da imprensa insinuar que ele não seja decisivo em decisões ja tratou logo de mostrar a que veio.
O jogo iniciou com o Palmeiras se impondo, o time vinha de uma disputa épica na Ilha do Retiro contra o Sport, e mostrou logo a mesma pegada, batendo de frente com o Santos na sua casa, e o resultado veio logo, passe de Diego pra Cleyton, de Cleyton para Keirrison, de Keirrison para as redes, o artilheiro assinalava mais um tento pra sua coleção.
Porém, se o Verdão tem K9, o Santos tambem tem, e foi ele Kleber Pereira, numa bobeada da zaga no escanteio santista, meteu um chutão pra empatar a partida. E assim terminou o primeiro tempo. 
E foi praticamente no segundo que outra figura apareceu pra parar o ataque alvi-verde, a “fera”  deu as caras na Vila, a cada defesa que Fábio Costa fazia era uma vibração como fosse um gol, com tanta raça e vontade, eis que o Santos vira a partida numa jogada linda do garoto Neymar, bola no contrapé de Marcos, 2 a 1 peixe.
O placar seguiu assim até o fim, graças as excelentes defesas de Fábio “a Fera” Costa, e tambem de Marcos “o Santo” (adoro essas denominações a la luta livre de alguns jogadores). Agora é aguardar o jogo de volta, que promete ser tão eletrizante quanto esse primeiro jogo, porém, com mando do Palmeiras, no Palestra Itália.

La Mano de Dios – O fim da invencibilidade

O fim da invencibilidade

Mostrando um bom futebol desde o começo do campeonato, o Palmeiras poderia ser campeão paulista invicto. Mas tinha o São Paulo no caminho, e o que é pior, no Morumbi, onde o Verdão não vence a 14 jogos.

À rigor, cada equipe jogou 45 minutos. No primeiro tempo só deu São Paulo, marcando a saída de bola palmeirense no campo de ataque e utilizando o contra-ataque que o Verdão, afobado, proporcionava. Além disso, dessa vez as jogadas são paulinas de linha de fundo se concretizaram e a zaga palmeirense mais uma vez deixou a desejar na bola aérea.

A bem da verdade, o gol de Washington aos 2 minutos do primeiro tempo foi fruto de uma bela jogada são paulina, com um lançamento perfeito de Hernanes, jogando cada vez mais como um meia direita.

Com o resultado a seu favor, o São Paulo veio para o segundo tempo disposto a aproveitar as jogadas de contra ataque, o que fez com que o time amolecesse um pouco na marcação no campo adversário. Essa estratégia mostrou-se arriscada, pois Williams e Cleiton Xavier mais de uma vez levaram perigo à área tricolor. Aliás, foi de Cleiton Xavier a bola na trave no fim do segundo tempo, numa das poucas conclusões certas do Verdão.

O resultado não muda muita coisa na tabela. Palmeiras em primeiro deve pegar Santos ou Portuguesa na semi final, e o São Paulo provavelmente vai decidir o mata-mata contra o Corinthians. Mas serviu para mostrar que o Palmeiras tem ainda muitos problemas quando atua sobre forte marcação e que o São Paulo, quando quer, joga um bom futebol.

Ao som de Public Enemy – Don’t Believe the Hype. Vem bem a calhar…

Rapidinhas: Lenny quando entrou infernizou a zaga tricolor. O moleque nem de longe é aquele jogador apático de 2008.

Um empate no Equador foi bom para a seleção. Agora, como disse um jogador brasileiro na saída de campo, “é ir pra cima do Peru”. Sei…