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O TRUNFO PARA 2012

A temporada 2012 começou para valer e o Palmeiras veio a campo contra o Bragantino com: Bruno; Cicinho, Henrique, Leandro Amaro e Juninho; Márcio Araújo, Marcos Assunção, Tinga (Maikon Leite) e Valdivia (Chico); Luan e Ricardo Bueno (Fernandão)

Exceto pela presença de Bruno na vaga do lesionado Deola e do lateral Juninho, trata-se do mesmo time que naufragou em 2011. E mesmo sabendo que o time ainda tem mais 3 estréias a realizar, dentre as quais o tão sonhado matador, o grande reforço alviverde esteve em campo ontem mesmo.

A cobrança vem sempre de acordo a expectativa que se cria. E Valdívia sabe que a expectativa em torno de seu jogo é muito grande e que desde seu retorno ele não fez por onde merecer qualquer elogio.

Ontem contra o Bragantino, porém, foi ele o referencial técnico e de desequilíbrio para o Palmeiras. É só o 1º jogo do ano, mas nos quase 90 minutos que esteve em campo já fez mais do que nesse ano e meio de seu retorno.

Afirmo sem medo de errar. Desde que em perfeitas condições físicas e ainda sem saber como será a temporada de PH Ganso, Valdívia é para mim o mais qualificado meia em atividade no futebol brasileiro.

E Ricardo Bueno bem que tentou jogar para o mato a bela estréia do chileno. Coisa que se espera que Barcos não faça. Coisa que Maikon Leite tratou de reparar ontem mesmo, marcando o gol da vitória após outra grande jogada do camisa 10. Palmeiras 2X1.

É só o primeiro jogo da temporada e pouca coisa ou quase nada ele aponta taticamente para o que pode ser de agora em diante. Mas o grande reforço palmeirense para 2012 jogou ontem o que não joga desde 2010. Valdívia é o trunfo para Felipão equiparar sua equipe aos outros grandes do país.

Despeço-me da camaradagem feroz com o petardo do Muse – I Belong To You:

Cheers,

Top 5 – Finais Históricas do Paulistão

Continuando a saga das finais históricas do Paulistão, trago hoje a histórica FINAL CAIPIRA.
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BRAGANTINO 1X1 NOVORIZONTINO – 1990

Se em 1986 nós tivemos a Inter de Limeira como 1º time do interior campeão Paulista, em 1990 nós acompanhamos a 1º final inteiramente interiorana. A final caipira, como ficou conhecida.

Bragantino e Novorizontino surpreenderam os grandes do estado e tornaram-se os grandes daquele ano.

O Braga vinha de uma temporada já vitoriosa em 1989, quando se sagrou campeão da série B nacional e credenciou-se para jogar na elite pela 1ª vez em sua história. A equipe era comandada pela revelação entre os técnicos do país, Wanderley Luxemburgo e contava em sua equipe jogadores que brilharam no cenário da bola, como Gil Baiano, que depois jogou no Palmeiras e chegou até a seleção brasileira. O Volante Mauro Silva, que em 1994 foi titular no tetracampeonato com a seleção. Além do centroavante Silvio,que depois seria vice-campeão da Copa América com a seleção.

Do outro lado estava o Novorizontino, treinado pelo também jovem treinador, Nelsinho Batista. Um duelo de treinadores que ganha capítulos até os dias de hoje.

O título para o time de Bragança Paulista veio depois de 2 resultados iguais. No “Jorjão”, em Novo Horizonte, empate em 0X0.

Na 2ª e decisiva partida, no estádio Marcelo Stéfani (hoje estádio Nabi Abi Chedid) novo empate, dessa vez por 1X1.

O Novorizontino pressionou ao longo do jogo. Em jogada de escanteio, Fernando testou forte e abriu o placar. Mas Tiba, pouco tempo depois empatou a partida.

O jogo seguiu mais pegado e equilibrado, mas o placar permaneceu inalterado. O resultado levou o jogo para a prorrogação. O Bragantino podendo empatar, não quis saber de garantir o placar e partiu pra cima e perdeu chances incríveis.

O apito final coroou o melhor time, o melhor trabalho. O Bragantino era o 2º clube do interior a se tornar o melhor time do estado, fazendo valer o apelido de “Lingüiça Caipira” – referências a Holanda de 1974 e ao fato de Bragança Paulista ser conhecida por ser a “Terra da Lingüiça”.

Na temporada de 1991 o Braga perdeu Wanderlei Luxemburgo e trouxe para o seu lugar Carlos Alberto Parreira. O treinador levou o time a final do Campeonato Brasileiro, que viria perder para o São Paulo. Até 1995 o clube esteve sempre na linha de frente de todos os campeonatos que disputou.

Já o Novorizontino não teve a mesma sorte. Em 1994 ainda conquistou a série C do Brasileirão. Mas em 1996 o time disputou a 1ª divisão do Paulista pela última vez. Em 1998 fez sua última exibição no profissionalismo, na derrota para a Paraguaçuense por 4X0. Em 1998, sem dinheiro, o clube não pagou as taxas para a FPF e viu sua história receber um ponto final.

Relembre como foi a final caipira do Campeonato Paulista:

Bragantino: Marcelo, Gil Baiano, Junior, Carlos Augusto e Biro-Biro; Ivair, Mauro Silva (Franklin), Robert e Tiba; Mário (Silvio) e João Santos.
Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

Novorizontino: Maurício, Odair, Fernando, Válter e Jerônimo; Luis Carlos Goiano, Tiãozinho (Marcão) e Édson; Paulo Sérgi0, Barbosa e Róbson (Edmílson).
Técnico: Nelsinho Baptista

Local: Estádio Marcelo Stéfani
Público pagante: 15.000

Chazinho de Coca – "Coalhada" garante Verdão nas semifinais.

No jogo que marcou o retorno do pentacampeão Marcos a meta palmeirense, o Verdão bateu a sua asa negra, o Bragantino por 2X1 e garantiu a vaga nas semifinais do Paulistão.

Na mesma partida o Palmeiras variou do 3-5-2 para o 4-4-2. Não só variou o esquema, como variou a qualidade do jogo.

Entrou no contestado 3-5-2, com apenas Jumar de volante efetivo, já que Pierre não participou do jogo. A zaga com Jéci, Maurício Ramos e Marcão – Meu Deus!

Se você tem Baresi, Gamarra e Luis Pereira de zagueiros, ótimo. Mas dos 3 zagueiros escalados, apenas Maurício Ramos está em boa fase. Acho que quanto mais zagueiros em má fase (digamos assim) você colocar, maiores as chances de algo dar errado. E deu!

Jumar recebia a ajuda de Cleiton Xavier na marcação, mas espera aí. Cleiton é um dos líderes em assistências da temporada, mas atuando ofensivamente, não jogando como 2º volante. O resultado foi um ataque pouco acionado, fazendo com que Keirrison ficasse apagado em campo, ainda que Marquinhos buscasse maior movimentação. Diego Souza também estava sumido. Com a cobertura de Jumar sendo insuficiente, o fraco trio de zagueiros ficou exposto e mais uma vez sofreu um gol besta, além de contra de Jéci.

Vendo que seu 3-5-2 mais uma vez naufragava, Luxemburgo sacou Jéci e colocou Ortigoza.

Mais ofensivo sim, mas não perigoso na mesma proporção. Contudo o Palmeiras retomou o domínio das ações e no finalzinho da 1ª etapa, em ótima jogada de Diego Souza, que passou por 2 adversários e cruzou, ele, o “Coalhada”, estava bem posicionado para encher o pé e marcar o seu 1º gol com a camisa alviverde.

No 2º tempo o time voltou bem melhor e logo aos 8 minutos, novamente em cruzamento de Diego Souza, a zaga se atrapalhou com o goleiro Gilvan e a bola sobrou novamente para Ortigol (como era conhecido no Paraguai) balançar as redes e virar o placar.


O jogo seguia tranqüilo para o Palmeiras. Marquinhos e Jefferson perderam ótimas chances. Mas aí Diego Souza que vinha muito bem no 2º tempo, resolveu dramatizar a vitória alviverde.

Já com um cartão amarelo, o meia puxou a camisa do adversário e foi expulso, não só desfalcando o Palmeiras em mais da metade da 2ª etapa, como já arrumando dor de cabeça para Luxemburgo armar o time para o clássico de sábado contra o São Paulo. Cleiton Xavier também pediu para sair reclamando de dor e é dúvida para o clássico.

Com um homem a mais, Marcelo Veiga mandou a campo o veteraníssimo e imortal Paulinho Kobayashi (lembra-se dele?) no lugar de um zagueiro.

Keirrison apagado ofensivamente, voltou para ajudar na marcação, assim como Ortigoza. Sem levar grandes sustos, o Palmeiras sustentou a vitória até o final. Com 40 pontos não pode mais ser alcançado pelo 5º colocado, confirmando assim sua classificação antecipada para as semifinais do Paulistão.

Confira os gols da partida:

Coalhada ou Williams?

Na cabeça de Luxemburgo, Williams ainda é o dono da vaga ao lado do K9. Disse que gosta de um atacante que possa atuar também como meia e por isso garante Williams na equipe que vai a campo sábado contra o São Paulo. De toda forma, elogiou o jovem paraguaio que começa a despontar e a agradar a torcida.

Em toda a temporada Williams tem sido titular, mas assinalou somente 1 gol. Ortigoza em 3 jogos, sendo apenas um como titular, marcou 2 gols, deu 2 assistências para os companheiros marcarem e ainda sofreu um pênalti.

Não se pode ser enfático com essas estatísticas, mas que elas devem atormentar a cabeça de um treinador, disso não tenho dúvidas.

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A coluna foi escrita ainda no embalo de Thom Yorke e cia, com a fantástica The National Anthem do Radiohead.

Cheers,