Sampa Noise agora no melhor estilo Noise.

 

DJ Dido Reis que escreve a coluna Sampa Noise estreia hoje seu lado DJ, produtor e conhecedor do que há de melhor na música eletrônica.

Meu primeiro contato com música eletrônica foi em 1994 em um clube na zona norte de São Paulo chamado Trump Town. Até então, meu contato com a música era o mais puro Rock’n’roll que me foi apresentado por meu pai, um grande amante do estilo e que ouvia muito David Bowie, Deep Purple, Ozzy e etc.

Mas em 1994 minha vida virou do avesso, quando já na pista do clubinho, ouvi as primeiras batidas descompassadas do Jungle. Aquilo foi arrebatador e incrivelmente apaixonante. Dali em diante, comecei a frequentar baladas e a descobrir muitas variações da música eletrônica, como o Underground, o Trance, o Techno e etc.

Em 1997 fiz um curso rápido de DJ. Sim rápido, porque na época não tinha dinheiro para pagar o curso, então fiz apenas as duas primeiras aulas que eram grátis, mas ali já comecei a entender como as coisas funcionavam. Saí das aulas muito empolgado e doido para comprar um par de toca-discos e sair tocando, o que naquele momento não foi possível. Então me contentei em participar de festinhas em que os amigos que conhecia nas baladas iriam tocar e assim aproveitava para saciar minha vontade.

Nessas festas conheci um grupo de DJs que fazia festas no bairro onde eu morava. Eles me convidaram para participar do grupo tocando Jungle e foi ali que minha vida começou a ter sentido. Toquei em muita festa de escola e festa de rua. Não era profissional e nem tinha tanto conhecimento, mas me divertia muito a cada música que tocava.

Não me lembro ao certo o ano em que conheci a balada que ficaria marcada para sempre em minha memória, mas lembro que era um sábado e que fui levado por um grande amigo até a Vila Matilde, quando conheci a Toco. Uma balada sensacional! Na parte de baixo tocava o melhor do Techno e vertentes, mas o grande barato da balada, estava na parte de cima, onde tocava um DJ pouco conhecido na época e que surgiu para abalar as estruturas da música eletrônica mundial, DJ Marky que comandava as pick-ups com muito Jungle. Ele fazia a parte superior da Toco estremecer com graves agressivos e batidas desconcertantes e foi ali que entendi que DJ não é aquele que dá play, e sim aquele que tem técnica. E o Marky tinha e tem de sobra.

Por volta de 2001 foi que realmente entrei na cena da música eletrônica. Fiz parte de um projeto chamado Twist Project, com um grande amigo e parceiro Diego Moreira, que na época foi apresentado ao Drum’n’Bass e tivemos a ideia de começar a produzir nossas próprias músicas. Depois de muito estudar e muitas cabeçadas, conseguimos lançar nosso primeiro EP, que não foi um sucesso, mas nos levou aos ouvidos de outras pessoas pelo mundo e nos abriu portas para tocar em grandes festas como foi o caso da Ziriguidrum, uma festa idealizada por DJ Slim e Thiago UN.

Chegamos a tocar em noites em que grandes nomes da música eletrônica tocariam, como DJ Andy, Bungle e DJ Marky. Mas tive que me dedicar a outra área de minha vida e acabei deixando o projeto, porém nunca abandonando a música eletrônica. Toquei algumas vezes sozinho em algumas baladas. Ainda produzo algumas coisas, contudo sem muitas pretensões. Gosto da música eletrônica porque gosto, não espero e nunca esperei ganhar dinheiro. O grande conceito está em se divertir e ouvir o que gosta, mas sempre respeitando o gosto alheio.

Em breve postarei alguns projetos que neste ano de 2011 fui convidado a participar. E para inaugurar a coluna vou continuar na nostalgia de meu resumo e colocar como dica musical do dia uma das música que me fez ficar apaixonado pela música eletrônica.

 

UK Apachi With Shy FX – Original Nuttah (Bass Intro) (1994)

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=_1E9DFlz6vE[/youtube]

 

 

 

4 thoughts on “Sampa Noise agora no melhor estilo Noise.”

  1. Cara, parabéns pela estréia musical. Somos remanescentes não só na idade, mas na formação musical tbm. Vim de criação rock n roll e em meados dos anos 90 conheci a música eletrônica com o jungle e principalmente com a trinca prodigy/chemical brother/daft punk. Mais tarde voltei ao rock n roll, mas o eletrônico nunca saiu de meu cardápio musical.

    Sou da Vila Carrão, vivi essa efervescencia que a Toco causou na ZL na época, embora tenha ido lá poucas vezes. Fiz minha vida eletrônica mais na saudosa Over Night.

    Em relação ao Marky, tive contato com o bichão quando ele tinha uma loja de discos no Carrão e desocupado que era, assava lá toda tarde com meus comparsas pra encher o saco do figura.

    Grande momento!

    Marcar a estréia com UK Apachi foi tiro certeiro, coisa de mestre.

    Paabéns 🙂

  2. Valew cara, tamo junto.
    Realmente Prodigy, Chemical e Daft Punk mostraram ao mundo do que a musica eletronica era capaz.
    Mas isso fica para as proximas matérias rsrs.
    abraços

  3. Valew cara, tamo junto.
    Realmente essa trica mostrou ao mundo do que a musica eletronica era capaz.
    Mas isso fica para as proximas matérias rsrs.
    abraços

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