Chazinho de Coca – Liderança virtual.

Estivesse o Palmeiras verdadeiramente na liderança, vindo de resultados compatíveis a sua condição de favorito ao título e o empate de ontem contra o Sport, nas condições em que aconteceu, teria sido heróico, histórico, símbolo de uma arrancada rumo ao penta. Mas dos últimos 24 pontos disputados, somente 6 foram conquistados. Alguns jogadores fazem papel patético e covarde em campo. Muricy demora dias para alterar algo que todo mundo vê que não funciona e o esquema adotado pelo time nos últimos jogos é baseado no chuveirinho ou no “Muricyball”, como gosta de dizer um bom amigo.

Os gritos da arquibancada eram de “Pierre, Pierre, Pierre”, mas poderiam ser traduzidos como “raça, raça, raça”. Pegando leve na tradução, claro.

O começo até foi animador, mas bastou o primeiro revés e tudo veio ao chão. O 2º gol do Sport mostra um misto de desordem defensiva com apatia. Já reflexo da zona tática na qual o time se transformou. Armero estava atrás de Wilson quando esse dominou a bola livre dentro da área. Imediatamente atrás e não deu bote. Apaticamente perdido.

Na base desse “muricyball”, aos trancos e barrancos, o time criou chances, inúmeras chances. Bola na trave de Ortigoza e defesa espetacular de Magrão em cabeçada fulminante de Obina, foram espetadas doloridas no já combalido coração alviverde.

No 2º tempo Muricy trouxe a campo Dayvid Sacconi e Pierre. Com o camisa 5 voltou a raça, a disposição e a eficiência na marcação. E tudo isso estando ele visivelmente fora de ritmo. Ainda assim, ainda que estivesse com uma perna amarrada, Pierre joga mais do que aquele meio campo todinho. Sozinho ele tem mais coração do que o time todo, exceto Marcos.

A presença do Guerreiro fez muito bem ao time, que passou a dominar amplamente o jogo, mas ainda insistia no “muricyball”.

Sacconi também entrou muito bem, mais uma vez, preenchendo o buraco deixado por Cleiton Xavier. A bola passou a correr mais e Diego Souza conseguiu ser mais efetivo.

Aos 22 minutos Durval foi expulso, após receber 2º amarelo – Foi falta, mas pra amarelo? Não sei – No 1º momento eu daria. Vendo pela TV, não mais.

Imediatamente Muricy mandou Marquinhos a campo e sacou Edmilson, em péssima fase.
Marquinhos foi o mesmo de sempre. Afobado, pecando nos fundamentos, mas deu velocidade pela esquerda. Virou jogo de ataque contra defesa.

Aos 26 minutos, Sacconi pegou sobra da zaga e diminuiu. O Palestra Itália quase veio abaixo.

Aos 39 minutos, outro dos que parece sempre dar algo mais pelo time, resolveu agir. Em bola alçada na área, a zaga saiu para deixá-lo em impedimento, mas Elder Granja ficou, dando condição para Danilo, o zagueiro herói, manter a chama da esperança alviverde acesa.

Contudo, o lance foi polêmico. No que a bola foi cruzada, o árbitro Elmo Alves Cunha apitou indicando impedimento. Seria mais um erro crasso, grotesco da arbitragem contra o Palmeiras. Mas o seu auxiliar apontou lance normal, fazendo com que Elmo validasse o gol.

Gol legal. Ilegal foi a ação do juiz na jogada. As reclamações de Elder Granja fazem sentido. Ele só parou por que o juiz apitou.

Fatos inexplicáveis, complicados de se aceitar, ações burras, estapafúrdias da péssima arbitragem brasileira. De uma arbitragem que erra mesmo quando acerta.

Engraçado, mas o Palmeiras é líder, momentaneamente, mas é. Apesar de tudo, apesar da ruindade que tem sido o time. Mas é uma liderança enganosa, já que pode terminar a rodada na 4ª colocação. Flamengo, Atlético e São Paulo não podem vencer seus jogos. O SP não pode nem empatar.

Mas de virtualmente fora da briga com a derrota que era iminente, com o empate o Verdão continua na briga, quase virtualmente.

Na saída do gramado, Marcos e Danilo foram os únicos a dar explicações, para variar. Marcão e Danilo não aliviaram.

– Eu ouvi o apito do árbitro, mas pimenta no c… dos outros é refresco. Não estava impedido e fiz o gol. Se não estava impedido, então vão reclamar do quê? O bandeirinha que correu para o meio. O Simon nos roubou e ninguém falou nada. (Fonte: Lancenet)

Já Marcão soltou o verbo contra o próprio time.

– Quando é contratado para jogar no Palmeiras, o cara acha que vai ganhar 40, 50 mil por mês, que a torcida vai só apoiar, vai sair na rua e pergar as menininhas, mas não sabe que o time vai ter cobrança para ganhar? Se tem capacidade para ganhar um filho, tem capacidade para suportar pressão. Ganha bem para isso. Eu fico muito aborrecido, porque os outros têm 20 anos e podem ser campeões brasileiros em outros lugares. Se não der certo no Palmeiras, vão para o Corinthians, para o Sport, para o Náutico… Para eu que tenho 36 anos é diferente, a gente vê o título desse ano ficar distante de novo. Acho que é uma das maiores decepções que eu vou ter na minha carreira futebolística. (Fonte: Lancenet)

Despeço-me da realeza que nos visita, não sem antes deixá-los na boa companhia musical de Cut Copy, com Lights & Music – Petardo!

Cheers,

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