Chazinho de Coca – Erros pontuais de Luxemburgo impedem vitória palmeirense na Libertadores.

Vanderlei Luxemburgo é um treinador vencedor? Óbvio que sim. Isso faz dele um profissional intocável, incontestável? De jeito nenhum.

Infelizmente o ego do técnico palmeirense o impede de aceitar JUSTAS críticas após certos tropeços. Não acho que todo resultado negativo de um time seja culpa do técnico, isso é pensamento arcaico, retrogrado. Mas ontem a vitória palmeirense escapou por entre os dedos alviverdes, sobretudo nas alterações de seu treinador.

O time já saiu escalado de forma estranha. Jogando em casa, precisava isolar Keirrison na frente? “Ah mas ele avançou Diego Souza e fez de Cleiton Xavier o armador do time”. Errado 2, errado 3 vezes. Oras, Diego sempre rende melhor atuando como meia. Cleiton “Chico” Xavier tem suas atuações mais destacadas atuando como o 2º volante que, com qualidade na saída de jogo, arma o time desde a retaguarda.

Luxa deslocou todos eles, entrou com o bom, mas ontem desnecessário Souza e insistiu com Capixaba na lateral direita. Na base da empolgação inicial, até que teve um bom começo. Mas depois o esquema começou a falhar, o Nacional (que nem é tudo isso) colocou a bola no chão e a se atirar ao chão. A cera uruguaia foi espantosa. Só não foi mais espantosa do que o acréscimo de apenas 1 minuto ao final do 1º tempo.

O Nacional quase abriu o placar, mas São Marcos fez um dos seus milagres costumeiros em cabeçada a queima roupa, no canto esquerdo.

Aos 27 Luxa deixou o time da maneira que deveria ter entrado. Acertou? Sim, mas o seu erro inicial fez com que esse acerto trouxesse também alguns malefícios, pois ele queimou 2 alterações ainda no 1º tempo. Saíram Souza e Capixaba, para as entradas de Marquinhos e “Golbina” (não sei se alguém já cravou essa. Mas era a minha idéia de título para o post, caso ele marcasse o dele. De toda forma, quero créditos de agora em diante. RSS).

O estádio em uníssono gritou pelo nome de Obina. Sinal dos tempos? A atmosfera ao menos era bastante favorável.

Cleiton voltou a ser o 2º volante e Diego Souza o armador. Keirrison ganhou um companheiro de ataque. E Obina não foi mal. Passou a ser referência importante na área, combateu saída de jogo uruguaia e, ao contrário do que tenho lido por aí, a meu ver melhorou o jogo do K9.

Tabelas passaram a ser feitas na entrada da área do Nacional. Por vezes Obina, por outras Keirrison, se intercalavam na função de garçom, atuando de costas, facilitando a aproximação dos meias. Em uma delas, Obina recebeu de costas para a zaga, rolou para Cleiton, que tocou em Diego, que com um lindo toque de letra achou Keirrison entrando pela direita. O K9 finalizou bem e a bola passou rente a trave. Seria um golaço.

Quando as costuras não aconteciam pelo meio, Armero aparecia muito bem pela esquerda e os seus cruzamentos assustavam a zaga adversária. Não era uma atuação brilhante do Palmeiras, mas o jogo estava desenhado para uma boa vitória.

Na segunda etapa o Verdão voltou contundente. Marquinhos avançava bem pela direita, mas pecava demais nos cruzamentos.

Aos 10 minutos, Cleiton Xavier pelo meio achou Keirrison na ponta esquerda da área uruguaia e rolou, o camisa 9 deu um tapa de leve na bola e achou Diego Souza vindo de trás. O camisa 7 encheu o pé no canto direito de Munoz. Belo gol e até então, um bom jogo alviverde.

O jogo caminhava muito bem para os donos da casa, mas Keirrison dava sinais de cansaço. Volto a dizer, para mim ele não fez uma má partida ontem.

Aos 30 minutos mais um erro de Luxemburgo.

Sacar Keirrison foi boa pedida àquela altura do jogo. Mas chamar o adversário pra dentro colocando um volante? Tinha o sempre aceso Ortigoza no banco. Era segurar a bola lá no ataque e continuar pressionando o adversário. O 2º gol era questão de tempo. Mas Luxa mandou Jumar a campo. A torcida não perdoou e as vaias no estádio foram para o treinador e não para Keirrison.

Foi-se.

O Nacional avançou com a entrada de Morales e começava a se atrever na frente. Enquanto isso, Luxemburgo discutia avidamente com UM ÚNICO torcedor da turma do amendoim. Situação patética. O treinador sequer olhava para o campo.

E quase aos 40, num chute sem direção de Morales, Morro Garcia deu uma canelada na bola, sem marcação, sem nada para atrapalhá-lo. O Nacional empatou, o Palmeiras se apagou.

Ao final do jogo, o Nacional comemorou como se já tivesse liquidado a fatura. Nos vestiários a comemoração continuou, com música alta e tudo mais.

E na coletiva Luxemburgo sugeriu que os jornalistas tirassem suas camisas do Corinthians. Mostrando sua insatisfação em relação as criticas recebidas. Domingo ele mandou o juiz tirar a camisa do São Paulo.

A torcida do Santos está cabrera por ver que seu clube não tem representantes nessas esferas futebolísticas. Piadinha à parte, Luxemburgo teve uma péssima jornada. Precisa ele vestir a camisa do Palmeiras.

O retrospecto do Palmeiras nessa Libertadores permite que o time e a torcida acreditem na classificação, a fase de Marcos também. Mas o perrengue será, mais uma vez, enorme.

Confira os melhores momentos da partida:

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Deixo com vocês um clássico da banda que não aprendeu a fazer música ruim. Um clássico em meio a tantos. Uma delícia sonora chamada Under My Thumb, dos Rolling Stones. Acompanhe uma apresentação antigaça dos bonitos:

Cheers,

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