Arquivo da categoria: Intervalo Musical

Lançamentos musicais, a cena, o que rola no mundo dos bons sons.

Intervalo Musical – Lançamento na Área – B.R.M.C.

Começa o ano, começa o campeonato, a bola já está rolando e os 15 minutos de bola parada entre o 1º e o 2º tempo, conhecido como intervalo, não poderia faltar, pois é o momento onde falamos sobre os dribles, as faltas, as grandes jogadas e os melhores momentos… só que da música, pois aqui, o Intervalo é Musical.

O lançamento na área ainda não foi feito, mas está previsto para o dia 8 de Março de 2010.

Considerando o trio que compõe a seleção, o tempo que estão treinando e os lançamentos anteriores, acredito que o próximo lançamento resultará em mais um belo gol da banda Black Rebel Motorcycle Club.

“Beat The Devil’s Tattoo”, o próximo e 6º álbum do B.R.M.C. será composto pelas seguinte músicas:
01 – Beat the Devil’sTattoo
02 – Conscience Killer
03 – Bad Blood
04 – War Machine
05 – Sweet Feeling
06 – Evol
07 – Mama Taught Me Better
08 – River Styx
09 – The Toll
10 – Aya
11 – Shadow’s Keeper
12 – Long Way Down
13 – Half-State

Para quem não conhece esta preciosidade:
Nasceu em 1998 na cidade de São Francisco (EUA) a banda Black Rebel Motorcycle Club, nome tirado de gangue do filme “O Selvagem” (de 1953) e composta inicialmente por Peter Hayes, Robert Tuner e Nick Jago. Nick entre suas idas e vindas, atualmente é substituído por Leah Shapiro.

 Em 2001 lançam o primeiro disco, que leva o nome da banda, e com o single “Whatever Happened to My Rock’n’Roll” pegam carona no sucesso das bandas conhecidas como novo rock. É ai que acontece o grande ‘boom’ comercial, a explosão da banda na mídia. No entanto a influência de Jesus & Mary Chain e o neo-psicodelismo, notado até no visual, acabou atraindo um público seleto e mais velho o que acabou afastando a banda do hype.“Take Them On, On Your Own” (2003), segundo álbum, segue a fórmula do primeiro, mas não tem a mesma força. Em 2005 o aclamado “Howl” chega com músicas que passeiam entre rock, folk, blues, com pitadas de melancolia, um disco incrível na minha opinião. “Baby 81” em 2007, sintetiza todos os álbuns anteriores. E em 2008 “The Effects of 333”, 5º disco, primeiro independente, comercializado digitalmente, com 10 faixas instrumentais, diferente e associado a ‘ambient music’.

Esta é uma das minhas bandas de cabeceira. Vale a pena conhecer todo o trabalho deles, pois cada lançamento é uma surpresa sempre agradável aos ouvidos, ao corpo e a alma. É por isso que aguardo ansiosamente o “Beat The Devil’s Tattoo” .

DJ, toca esta por gentileza.

Top 5 Discos Ferozes 2009

 
João Paulo Tozo

Alice In Chains –Black Gives Way To Blue

Em essência, Layne Staley está vivo em Black Gives Way to Blue.

Substituir o mitológico vocalista do Alice in Chains, considerado um dos maiores de todos os tempos, não apenas é complicado, como impossível. Mas o AIC achou em William Duvall uma possibilidade real de seguir adiante com grandes discos. Ajuda também o fato de Jerry Cantrell cantar em quase todas as faixas.

14 anos após seu último trabalho, foi estranho imaginar a volta do Alice In Chains.
Dinheiro? Ostracismo? As razões que apontavam para esse retorno eram tenebrosas. Mas Jerry Cantrell continua um fantástico guitarrista, assim como Mike Inez (baixo) e Sean Kinney (bateria) continuam com a mesma pegada de outrora.

Das bandas que levantaram a cena grunge de Seattle, o AIC foi certamente a que mais abusou do peso do metal e se aproveitou de uma atmosfera sinistra com os vocais de Staley.

E tudo isso está de volta. Menos Staley, infelizmente.

O disco pode ser datado, mas está inserido nesse contexto a inventividade do Alice in Chains. É datado mas não há outra banda que faça algo parecido. Nem outra banda que tenha feito um disco tão sensacional em 2009.

Comece escutando a faixa inaugural, “All Secrets Known”, e mergulhe na atmosfera sombria do AIC.

Em “Check My Brain” e na fantástica Looking in a View, para mim o single do ano, você vai de encontro ao AIC cheio de vigor do começo dos anos 90.

Um discaço fez o Alice in Chains. Brindaram os fãs, onde me incluo, com um retorno retumbante e sem ressalva alguma.

Para os que não acreditam no que digo, deixo aqui o clipe da música do ano – Alice in Chains – Looking in a View: http://www.youtube.com/watch?v=lr_tyst3SVE

Yeah Yeah Yeah´s – It´s Blitz

Os desavisados podem ter achado se tratar de uma nova banda quando escutaram na rádio o petardo “Zero”. Fato é que desde “Show Your Bones” que o Yeah Yeah Yeah´s mostram sinais claros de maturidade. Não que a anarquização de Fever to Tell não seja sensacional. Tanto que ainda é meu disco favorito de Karen O e Cia.

Dave Sitek do “TV On The Radio” tem grande parcela de culpa nessa remodelação do YYY´s, já que foi responsável pela produção da maravilha.

A Faixa “Zero”, com todo o seu despejo de sintetizadores, só não é a música do ano porque o YYY´s teve o “azar” de lançar sua obra no mesmo ano de uma das maiores bandas de todos os tempos.

Vale também destaque para a deliciosa “Heads Will Roll”.

Camera Obscura –My Maudlin Career

Ex pequena do Stuart Murdoch do Belle&Sebastian, Tracyanne Campbell tem uma voz de fazer qualquer um abrir largo sorriso de satisfação.

Tem um “que” de B&S, claro. Mas o seu “indie pop” me agrada bem mais. Fosse lançado em outra época e teria potencial para se tornar um disco clássico.

As faixas “French Navy” e “Swans” estão entre os grandes sons do ano, na minha humildíssima opinião.

Marilyn Manson – The High End of Low

Tio Twiggy faz um bem danado ao tio Manson. O retorno de seu eterno braço direito trouxe também a agressividade musical e algumas texturas esquecidas nos últimos discos da banda.

Sem o peso de outrora, mas ainda assim é possível fazer paralelos com a trinca clássica de Manson. “Pretty as a Swastika” pode fazer boa tabelinha com “Little Horn”, de Antichrist Superstar. Assim como “Running To The Edge of The World” remete a Speed Of Pain, do Mechanical Animals. Já em Four Rusted Horses, Manson e Twiggy buscam referencias em Johnny Cash.

Abismado? Eu também fiquei.

Muse – Resistance

Eu poderia aqui na 5ª colocação citar o Animal Collective ou o Wild Swans. Mas por mais bacanas que seus álbuns tenham sido, são bandas que não fazem o tipo de som que pira completamente o meu cabeçote.

O Muse por outro lado é banda de cabeceira e, por mais que esse último trabalho dos caras seja em grande parte um pastiche do Queen (diga-se de passagem, os próprios dizem que esse disco foi totalmente influenciado pela banda de Freddy Mercury), além de ser o trabalho menos genial dos caras, ainda assim me agrada demais aos ouvidos. Ainda assim, um álbum que tenha a faixa “United States Of Eurasia” não pode ser desconsiderado.

Sinal de que o ano foi uma droga? Que nada. Animal Collective e Wild Swans são bacanissimos e, não fosse eu um turrão que não abre mão de louvar as bandas do coração, certamente estariam aqui na lista.
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Angelo Malka

Dinosaur Jr. – Farm

Este disco é o segundo do Dinosaur desde seu retorno em 2007, a banda que influenciou ícones como Pixies e Nirvana mostra o bom e velho rock dos anos 90 que de certa forma foram eles que ajudaram a moldar. Com as guitarras cheias de flanger e wah wah comendo solto na hora dos solos, o power trio engata excelentes músicas como “plans” e “over it”, esta última com clipe lançado que tem um certo clima nostálgico, e para quem viveu aquela época (como nós do blog Ferozes FC) talvez traga até certa estranheza ao ver que idade chega para todo mundo, não é um sentimento bom nem ruim, só a certeza de que isso acontece a todo mundo.

O fato é que o novo cd da banda está repleto de melodias excelentes que me remetem aos dias em que remava em cima do meu skate (é, já fiz muito isso) sem me preocupar com as contas a pagar, as matérias a escrever, as noites em discotecar, e sempre é bom lembrar desta época.

The XX – Self Titled

Este disco e esta banda me foram apresentados este ano aos 48 do segundo tempo e conquistou meu coração. O cd é regado a canções lentas, com vocais masculino e feminino cantando juntos (gosto deste tipo de duo na linha de algumas músicas do Pixies) e com o tema geralmente voltado ao sexo. A banda e o cd não tem nenhuma música considerada um HIT e tudo o mais, mas o mais bacana do cd é o balanço ao qual ele te leva em um chilli out ou até mesmo durante uma tarde ensolarada, as melodias tem aquele “easy listening” e não tem nenhuma faixa que possa irritar aos ouvidos por ser aguda ou grave demais, tudo parece muito bem colocado em cada canção.

Se fossemos seguir uma lista de bandas que você pode lembrar quando ouve o som dos caras, podemos dizer que em algumas guitarras lembramos de Interpol, em alguns momentos temos surtos de Radiohead, mas em geral não lembro de ter achado alguma canção totalmente influênciada por algum artista. Como música favorita voto em “crystalised” pela melodia, pela letra, e pelo sentimento que ela me trás, que não vou revelar a vocês para que possam ouvir e tirar as próprias conclusões e sentimentos dela.

The Pains of Being Pure at Heart – The Pains of Being Pure at Heart

Quando a princípio ouvi o nome dessa banda, achei fantástica a idéia dele, gosto de nomes grandes para bandas, como por exemplo: “and you will know us by the trail of dead” ou “nine inch nails” ou ainda “does it offend you, yeah?”. Quando ouvi a primeira vez as músicas via You Tube me apaixonei no mesmo instante, as guitarras e a influência descarada do guitar pop junto com os vocais da tecladista Peggy Wang-East que são doces demais acompanhando do vocal amador e cativante de Kip Berman, fazem você se sentir numa garagem com guitarras no último volume tocando aquele som pop despretensioso que você sempre quis ouvir em uma tarde de verão.

Deste cd eu consigo eleger as primeiras 8 músicas como fantásticas e as duas últimas como muito boas, por tocar um rock simples, sem pensar muito na estética como hoje se faz com todas as bandas, tocando algo sincero, o The Pains of Being Pure at Heart conseguiu compor o que na minha opinião constitui como o melhor disco de rock do ano.

Florence and the Machine – Lungs

Esta banda com certeza é uma das coisas mais geniais que descobri este ano, imagine você tirar as pessoas do filme Hair, pegar aquela estética toda dos anos 70, flower power, com um toque de vocais na linha Kate Bush, influências de divas de todas as décadas, um pouco de rock e indie pop, juntar com coreografias imensas, vídeos extravagantes e todo um clima psicodélico e jogar em uma banda só, este é o Florence and the Machine, uma banda fantástica.

Os vocais de Florence ‘Flossie’ Welch são de uma potência que há tempos não via em uma cantora pop, potência esta que é testada em “drumming song” onde em grande parte a voz e a percurssão são os únicos instrumentos presentes, lindas canções como “dog days are over” estão presentes no álbum também, o lançamento da banda foi feito com uma canção que não resume bem o estado de espírito deles e se chama “kiss with a fist” é mais pro lado do rock garagem, porém, apesar de não combinar muito com a banda a música não deixa de ser boa, mas se você quer realmente captar a essência desta banda ouça a música “Rabbit Heart (Raise it up)” que considero como a melhor do grupo. Compre, baixe ou ouça em streaming mas não deixe de conhecer Florence + the machine.

The Loves – Three

Esta banda, The Loves, você provavelmente nunca ouviu falar, mas não se desanime, eu também não tinha ouvido falar, nem ninguém que eu conheça. Essa banda é daquelas que um dia sem querer você tropeça no meio da internet e acha fantástica, isso foi o que aconteceu entre eu e o The Loves. Estava ouvindo um dia uma coletânea de bandas alternativas de um canal de vídeos do You Tube, e entre todos os clássicos tinha essa banda no meio, não sei se porque quem fez a lista foi alguém da banda, ou se como eu gostou muito quando ouviu. O fato é que esta banda é de Liverpool e toca basicamente em pequenos eventos e garagens pela Inglaterra, sem grandes shows, sem grandes fãs, sem grandes públicos, até mesmo em sua terra natal o The Loves não é muito conhecido, apesar disso tem um EP e três maravilhosos discos, sendo que um deles o “three” saiu este ano.

O som do The Loves lembra bem aquela fase áurea do Teenage Fanclub, com influências da fase mais pop dos Beatles, e todo o rock grudento que você canta facilmente depois de ouvir uma vez só. Rock para meninos e meninas, jovens ou adultos, The Loves faz o estilo de quase todo mundo. Coloco o link do last FM deles, porque esta banda realmente é difícil de achar: http://www.lastfm.com.br/music/The+Loves/Three

Destaque para as faixas do álbum: “the ex-gurlfriend”, “everybody is in love” e “sweet sister Delia”

Esta foi minha seleção de melhores álbuns de 2009, espero que tenham gostado, e se quiserem trocar figurinhas ou me mostrar um álbum novo que támbem goste, mande e-mail para: malkaviano_etejs@hotmail.com ! OBRIGADO!
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Karen Bachega

The Pains of Being Pure at Heart – The Pains of Being Pure at Heart
Este é o primeiro disco desta banda norte-americana, lançado em fevereiro. Foi o achado do ano para mim. Com melodia pop, guitarra distorcida e letras sobre o amor,.tem influência de tudo o que eu gosto, shoegaze bem definido, portanto contam com um público apaixonado, assim como eu.

Gutaf Spetz – Good Night Mr. Spetz

Este artista sueco é pretensioso, mas não é à toa. Músico talentoso, toca piano e compôs um dos melhores discos do ano na minha opinião. Suas melodias são daquelas que me faz deitar na cama, olhar para o teto e viajar em meio a boas sensações.

The Raveonettes – In and Out of Control

No Intervalo Musical de 02/10/2009 falei sobre este disco, pois o achei merecedor de uma coluna só para ele. Como já disse, não fugiu da fórmula dos discos anteriores, mas como eu adoro este duo dinamarquês e acho divinas todas as suas músicas, não poderia ficar fora do meu top 5. Se quiser saber mais, olha aqui: http://ferozesfc.blogspot.com/2009/10/intervalo-musical-raveonettes-2009.html.

Dinosaur Jr. – Farm

Este disco é “Dinosaur Jr.” e ponto final, sem inovações. Se você aprecia a carreira da banda, vai adorar o disco. Rock jovem, despretensioso, sem repetições e com letras interessantes, essa é a marca da banda que foi influência de outras tantas grandes bandas.

Yo La Tengo – Popular Songs

Este disco de popular só tem o nome. Álbum cuja a essência é musica pop, com pitadas de soul, r’n’b, folk e country, tudo isso sem esquecer do passado guitar band da banda. Criatividade sem perder a mão, com músicas para todas as ocasiões.

Fica aqui o meu top 5, com a difícil missão de escolher 1 música entre tantas nestes 5 discos maravilhosos.

DJ, toca esta por gentileza. http://www.youtube.com/watch?v=B4itzHRpltQ
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Rene Crema

Yeah yeah yeahs – its blitz

Segundo disco da banda, mostrando que Karen O chegou pra dar as cartas, e com toda sua elegância, botou a galera pra dançar com seu hit Zero, música que fecha o ótimo disco! Um dos meus critérios pra fazer minhas escolhas esta no quantidade de vezes que ouvi o disco, por prazer, por viciar, e esse me fez gastar o player!

The Raveonettes – In and Out of Control

O Pop rock de melhor qualidade pra mim, musicas fáceis e pegajosas (no bom sentido), o disco acaba e me faz querer ouvir mais, a cada disco a dupla da um salto de qualidade, se continuar na escalada todo mundo só tem a ganhar.

Alice in Chains – Black Gives Way To Blue

O retorno de um dos ícones dos anos 90, Layne Stanley não esta mais ali, mas seu sucessor Willian DuVall deixou todos de queixo caído com seu timbre parecidíssimo, músicas fortes, a velha pegada que a banda nunca esqueceu, disco de encher a barriga! Não podia ficar de fora!

Hearts Of Black Science – The Ghost You Left Behind

Ultima audição que viciei no ano, arranjos que adornam uma viagem deliciosa, uma massagem nos ouvidos, melodias que prendem, caiu em cheio ao meu gosto pessoal, uma mistura eletrônica com instrumentos que me fascinou! Acredito que ouviremos falar muito ainda deles!

The Horrors – Primary Colours

Insano, quando todo mundo achava que o Horrors era uma banda tipo Y, os malucos vem e fazem um disco tipo X, viajante, hipnotizante, riffs de arrepiar, atmosfera única que Horrors conseguiu criar, maravilha de disco!

Intervalo Musical – The Organ

9ª rodada do Intervalo Musical com uma novidade antiga.

Acho maravilhoso viver cercada por amigos que gostam de futebol e música. A reta final do BR09 somada à quantidade de bandas que surgem a todo instante, são excelentes motivos para nos reunirmos, apreciarmos uma boa bebida com alguns petiscos e trocarmos muitas informações sobre estes dois assuntos tão aprazíveis. A melhor parte nisso tudo é que sempre sou apresentada a alguma novidade musical.

Algumas vezes é novidade só para mim, como aconteceu sábado passado. Estava em uma festa onde aconteceu um mini especial do The Smiths, e durante a música This Charming Man, um amigo ao lado, percebendo minha animação ao ouvi-la, disse: “Você conhece The Organ? Se você gosta de Smiths, Cure e Joy, você tem que ouvir”.

Claro que no dia seguinte eu procurei, encontrei e ouvi. Foi paixão à primeira audição !

 
The Organ, banda canadense, formada por: Katie Sketch (Vocais), Jenny Smyth (Orgão), Debora Cohen (Guitarra), Shmoo Ritchie (Baixo) e Shelby Stocks (Bateria), nasceu em 2001 com os 2 pés nos anos 80.
Eu sei, eu sei! A moda dos anos 80 foi embora, estamos todos cansados deste assunto e confesso que não é minha década musical preferida, mas não podemos esquecer que a década de 80 também deixou sua marca e influencia até hoje muitas bandas. Se Joy Division influenciou Interpol (adoro) e Jesus And Mary Chain influcenciou The Raveonettes e Black Rebel Motorcycle Club (2 bandas sensacionais) , então porque não falar de uma banda que, além de Joy, tem influência de The Smiths, The Cure, Echo & the Bunnymen e Siouxsie & The Banshee?


Em 2004 lançaram o primeiro, majestoso e único álbum, o “Grab That Gun”, para o deleite de quem gosta das influências do The Organ. O teclado oportuno realça o ritmo dançante e torna as canções contagiantes.

Em 2006 The Organ assinou um contrato com a Too Pure Records, relançando e facilitando o acesso ao álbum. Mesmo assim eu só descobri em 2009, que infortúnio !

Para aumentar minha tristeza, eu acabei de conhecer a banda e já descobri que ela acabou em 2006 mesmo. Entre 2001 e 2006, temos o único albúm e mais 7 maravilhas entre Singles e EP’s.

Brother”, a 1ª faixa do álbum, logo ‘de cara’ lembrou-me Joy. Na 2ª música, “Steven Smith”, senti um pouco de nostalgia. Quando chegou em “I Am Not Suprised” estava com muita vontade dançar. O disco encerra com “Hidden Track” e seus 37 segundos de órgão. Não é necessário pular nenhuma faixa, todas as músicas são ótimas.

Fica aqui minha breve dica, para quem gosta dos anos 80 e não conhecia esta velha novidade.

DJ, toca esta por gentileza.

Ósculos e Amplexos.

Intervalo Musical – Mulheres Que “Batem Um Bolão”

Apita o árbitro. Entra em campo a seleção feminina da música !

Você já parou para pensar na quantidade de músicas que homens fizeram para mulheres?
Quantas músicas você ouviu que homenageiam um homem? (neste momento só lembro de Fabio Jr. cantando “Pai”)
Não, não sou feminista, só quero mostrar o quanto a mulher com suas qualidades e/ou defeitos, é importante para a música. Mas interessante mesmo, é quando a mulher aplica as suas qualidades compondo, cantando, tocando e dançando.

Um belo exemplo para começar é a poderosa diva Billie Holiday. Era negra, pobre, filha de pais adolescentes, vítima de abuso na infância, passou por todos os sofrimentos possíveis, e mesmo assim se consagrou como uma das melhores cantoras de jazz de todos os tempos. Dona de uma voz única, levemente rouca, tinha sensualidade à flor da voz, expressava tanta emoção que comovia qualquer pessoa apreciadora de música, com suas canções repletas de ‘swing’ e cumplicidade.

No futebol também temos uma mulher guerreira, assim como Billie Holiday foi e que, só depois de muita luta teve o merecido reconhecimento, Marta Vieira da Silva, nossa “Pelé de saia”, a Rainha Marta, a atacante da seleção brasileira.

Quando se fala de mulher musicalmente poderosa no Brasil, a primeira que lembro é Elis Regina. A primeira vez que assisti Elis interpretando “Atrás da Porta” confesso que fiquei perplexa. Aquele piano suave e a voz dela cantando “Quando olhaste bem nos olhos meus. E o teu olhar era de adeus, juro que não acreditei. Eu te estranhei, me debrucei. Sobre o teu corpo e duvidei. E me arrastei, e te arranhei… “ me deu a sensação que ela estava realmente sofrendo. Elis era uma estrela com luz própria, sem dúvidas. Lembrei do Botafogo, a estrela solitária.

Como seria Mutantes sem Rita Lee? Não consigo imaginar. O mesmo seria imaginar o Corinthians sem o Sócrates no período de 1978 a 1984.

Para não ficar aqui escrevendo 1000 linhas sobre mulheres talentosas, e não tornar o assunto cansativo, vou lembrar de algumas mulheres que desempenham muito bem seu papel na música mundial, independente de data ou estilo, e que adoro !

Em 1976 surge ela, linda e loira, Debora Harry, com sua banda Blondie, para deleite dos marmanjos e a alegria de todos.

Uma música do Blondie, para ouvir enquanto você continua lendo:

Tracy Tracy da banda The Primitives, mais uma loira belíssima, trouxe inspiração ao grupo melhorando as melodias das canções.

The Pretenders, banda do Reino Unido liderada pela norte-americana Chrissie Hynde, cantora, compositora, guitarrista e notável ativista defensora dos direitos dos animais. Mulher rara, que obteve o respeito e admiração de músicos, críticos e fãs. (Quando crescer quero ser igual à Hynde).

A embaixadora cultural da Islândia, Björk, cantora, compositora, atriz e mãe, reconhecida pelo seu experimentalismo musical e excentricidade. Em 1977, com 13 anos, começa sua carreira solo, passa pelas bandas Spit and Snot, Exodus, Jam-80, Tappi Tikarras, KUKL, The Elgar Sisters e The Sugarcubes (pensei que não acabaria a lista de bandas), até que em 1992 volta a carreira solo. Mulher que sempre ‘respirou’ música.

Cantoras do universo pop tem muitas. Madonna a mais famosa. A inesquecível Cindy Lauper. Mas Kate Pierson, uma das vocalistas e fundadora do B-52’s tem a mais bela voz pop que conheço, além de tocar teclado, guitarra e baixo.

Susan Janet Ballion, conhecida como Siouxsie, vocalista da Siouxsie And The Banshees, outra mulher que demonstra todo o seu poder em um palco.

Beth Gibbons cantando no Portshead, acho incrível.

My Bloody Valentine, uma das bandas mais influentes da cena independente britânica, em boa parte responsável pela popularidade do estilo musical shoegaze e, uma das minhas bandas preferidas, tem no elenco Bilinda Butcher cantando e tocando guitarra, e Debbie Googe tocando baixo, ambas fantásticas.

Els Pynoo, a “fashionista” que brilha soberana e hipnotiza à frente do Vive La Fetê.

Já vibrei muito na pista ouvindo músicas do Superchunk, banda onde Laura Ballance toca baixo com louvor.

Impossível não lembrar das duas Kim, a Deal e a Gordon, a primeira outrora do Pixies e depois Breeders, e a segunda do Sonic Youth, duas referências quando o assunto é mulher e rock.

Cat Power, americana. PJ Harvey, inglesa. Sia, australiana (só poderia ser mulher para gravar uma música chamada “Death by Chocolate”). Isabel Monteiro, brasileira (que foi fazer sucesso na Inglaterra cantando no Drugstore). Enfim, não importa a nacionalidade, quando tem talento faz sucesso, e ponto final.

Bikini Kill, Veruca Salt, L7 e The Donnas, bandas 100% “riot girls”. Yo La Tengo, Velocity Girl, Yeah Yeah Yeahs e Bettie Serveert, bandas onde mulheres foram importantíssimas para o sucesso do grupo.

Não importa cor, nacionalidade, religião, estado civil, time do coração, estilo musical… nada impede quando uma mulher decide que vai fazer sucesso !

Tenho certeza que você lembra de alguma mulher que quando entra em campo bate um bolão, e não citei aqui. Fique à vontade.

DJ, toca esta por gentileza:

Ósculos e Amplexos

Intervalo Musical – O Diabo é o Pai do Rock

Intervalo Musical em clima de Halloween. O juiz apita e solta as bruxas hoje. Mistérios entram em campo.

 
Existem muitas histórias e lendas na música, acontecimentos bizarros e grandes fatalidades que geram tristeza.
Sim, todos conhecem “A lenda da morte de Paul McCartney”, dizem que o atual Paul é um sósia do anterior. E sim, todos conhecem “A lenda Elvis não morreu”, dizem até que ele foi morar na Argentina, mas ninguém agüenta mais falar sobre estas lendas.

O universo musical é cercado de acidentes, assassinatos e suicídios, na maioria dos casos mortes estranhas e chocantes. A lista de engasgados com o próprio vômito e/ou por uso exagerado de drogas, ilícitas ou não, é imensa: Bon Scott, Jimi Hendrix, John Belushi, John Bonham e Sid Vicious, este tinha acabado de sair da prisão acusado de assassinar a facadas a sua namorada Nancy, um mistério que nunca foi provado, pois Sid jurava não lembrar de nada.

James Sheppard surrado até à morte. Ian Curtis e Paul Hester, enforcados. Kurt Cobain suicidou-se com um tiro. Johnny Ace brincou de roleta russa. Marvin Gaye baleado e morto pelo pai. John Lennon, assassinado por um fã, impossível medir a dimensão desta tragédia. Jeff Buckley afogou-se no rio Mississipi, para mim uma perda irreparável. Michael Hutchence, morto asfixiado enquanto masturbava-se em um quarto de hotel, “bizarríssimo”. E o gênio do pop Michael Jackson, a morte mais especulada de todos os tempos, história de vida conturbada e repleta de lendas sobre as transformações físicas do cantor.

Mortes difíceis de aceitar (só não vou citar o padre Adelir Antonio de Carli, também conhecido como “padre voador”, porque ele não era músico) são: Les Harvey, eletrocutado no palco por mexer em um microfone com os pés molhados, e Bob Marley, diagnosticado com câncer no dedão do pé direito, recusou-se a amputar o dedo, devido aos princípios rastafari.

Artistas, e em alguns casos fãs, não perdem tempo quando os assuntos são lendas e mistérios.

Mistério que existe há 14 anos é o desaparecimento do guitarrista e compositor do Manic Street Preachers, Richey Edwards. O seu carro foi deixado junto a uma ponte popular entre os suicidas, mas o seu corpo nunca foi encontrado. Desde então, muitos fãs garantem ter visto Richey em lugares como Ilhas Canárias e Goa. Ainda bem que a banda não acabou, pois está entre as minhas preferidas.

O álbum “Journal For Plague Lovers” do Manic Street Preacher, teve a capa censurada em diversas lojas por provocar sentimentos como angustia e perplexidade. Mas é nas letras que o nono álbum na discografia da banda revela sua força. Todas as canções foram escritas por Richey Edwards em uma espécie de diário que o músico deixou com o baixista Nicky Wire semanas antes de sumir, em fevereiro de 1995. Deixo aqui a música “Jackie Collins Existential Question Time” deste álbum.

Um desses mistérios insondáveis ganhou corpo com o documentário “Jandek on Corwood”. Jandek, veterando do blues e folk norte-americano, lançou 35 álbuns desde 1978. Recluso, ninguém sabe com certeza quem ele é. As capas dos discos não dizem nada sobre esta músico. O documentário é realizado recorrendo a testemunhos e opiniões de críticos, jornalistas e DJs, e também à única entrevista telefônica concedida pelo artista em 1985, e ainda assim, não se sabe se foi ele mesmo o entrevistado. Este Jandek sabe como estimular a curiosidade das pessoas.

Você já ouviu falar do “Enigma de Publius”? O enigma trata-se de um provável quebra-cabeça que teria sido montado pelo Pink Floyd nos últimos discos, havendo um possível prêmio para aquele que descobrir. Este enigma mobilizou milhares de pessoa em todo o mundo.

Quando o Kiss estava no auge da sua carreira, foram lançados HQ’s da banda. Houve rumores que os 100 primeiros exemplares tinham sangue dos integrantes da banda misturados à tinta da impressão. Gene Simons vomitando sangue e cuspindo fogo levou parte da opinião pública a chamar a banda de satanista, e o nome “KISS” chegou a ser interpretado como a sigla para “Knights In Satan’s Service” (Cavaleiros à Serviço de Satan).

Os Rolling Stones tem muitas “histórias”. As que envolvem o Keith Richards eu até acho graça, como ele ter trocado todo o seu sangue e ter cheirado as cinzas do pai. Mas Mick Jagger declarou que o fundador da Igreja de Satan, Antony LaVey, foi o inspirador da música Simpathy For The Devil, canção onde o personagem principal é o demônio cantando em primeira pessoa.

Black Sabbath, quero somente lembrar, pois o nome da banda e o vocalista Ozzy “príncipe das trevas mordedor de morcego” já diz tudo !

Eagles, aparentemente nada nesta banda remete ao assunto, mas descobriu-se que a música Hotel Califórnia possuía mensagens satânicas gravadas ao inverso e que tratava sobre a sede da Igreja de Satan, que havia sido anteriormente no hotel.

The Doors e seu vocalista Jim Morrison, sempre polêmico, casou-se em um ritual pagão com uma bruxa, além de dizer que trazia dentro de si o espírito de um índio feiticeiro.

AC/DC grava um álbum chamado “Highway to Hell” (Auto Estrada para o Inferno). Depois vem um famoso assassino psicopata conhecido como “Night Stalker” que, afirma matar influenciado pelas letras da banda. Não poderia ficar fora da lista dos malévolos.

Iron Maiden, tem como mascote um simpático morto vivo sempre associado a um demônio, chamado Eddie. Lança um disco com o nome “The Number of The Beast” (O Numero da Besta). Resultado: Apareceu em 1985 um garoto de 14 anos, com um grande “666” tatuado no peito, que matou 3 pessoas alegando estar dominado por Eddie.

E não pensem que o diabo é o pai somente do rock. Música erudita também pode ter má influência. Há 200 anos atrás, Nicolo Paganini, compositor e violinista considerado um gênio, usava cordas de tripa de carneiro em seu violino, até ai é somente estranho, mas a lenda sobre o encordoamento de seu violino vai além, dizem que ele substituía carneiro por humanos, ganhando uma sonoridade sobrenatural que levava as pessoas ao pavor ou ao êxtase.

No futebol, não lembro de histórias onde a bruxa estava solta em campo, mas uma que ficará na memória é a final do Paulistão 99, Corinthians x Palmeiras. Edílson jogador do Corinthians, conhecido como “O Capetinha”, briga com, Paulo Nunes, jogador do Palmeiras, conhecido como “O Diabo Loiro”. A briga entre o “capeta” e o “diabo” em campo, causou uma confusão generalizada acabando com o jogo antes dos 45 minutos.

Dos relatos acima, muitos são verídicos e trágicos. Outros somente lendários e que nunca serão comprovados, mas fica claro que muitas vezes a música provoca efeitos imprevisíveis. Acredito que a forma como a música “toca” o coração, a mente e a alma das pessoas, gera toda esta magia, seja ela boa ou não.

Este vídeo não é musical. É um curta em stop-motion do Tim Burton, uma homenagem ao consagrado ator Vincent Price, conhecido por contracenar em filmes de suspense e terror, narrado pelo próprio Price. Cinema também tem magia, mistério e terror. Adoro !

E você, lembra de alguma história bizarra ou lenda, da música ou do futebol ?

Happy Halloween !
Ósculos e Amplexos.