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Chazinho de Coca – Brasil e Holanda "a italiana".

O lendário e genial Johann Cruyff disse em entrevista que não pagaria para assistir essa seleção brasileira, a qual ele considera burocrática demais.

Ok. Concordo com o Cruyff. Mas é bom que ele saiba – e ele deve saber – que o mesmo se aplica a sua Holanda, que de “Carrossel” ou “Laranja Mecânica” só traz o apelido histórico.
Brasil e Holanda se encaram nessa sexta-feira, na partida inaugural das 4ª´s de final da Copa do Mundo. Enfrentarão também o 1º teste realmente de fogo de ambos, já que Chile e Eslováquia não foram adversários a altura.

O que essas duas seleções nos apresentaram até aqui na Copa?

Futebol arte é que não foi. Mostraram sim um jogo bastante competente, de singular frieza e de pragmatismo quase religioso. O espetáculo vem em 3º ou 4º planos. Pode ser que nem apareça.

Diferente dos três famosos encontros entre as duas escolas nas Copas de 1974, 1994 e 1998, onde o pragmatismo passou longe e a categoria dos jogadores proporcionou ao mundo embates históricos de técnica e superação, a peleja de amanhã promete ser algo mais estratégico do que qualquer outra coisa. As duas seleções jogam essa Copa “a italiana”.

Gary Kasparov deve estar ansioso pelo jogo.

A preocupação está mais em anular as armas do outro do que em criar mecanismos para que as suas sejam mais eficazes. É o futebol dessa Copa. É sobretudo o jogo dos dois selecionados. Paciência.

Branco faz o gol da vitória sobre a Holanda em 1994. O Goleirão não era o Nigel Mansell.

Não há favorito. Aliás, nos jogos das 4ª´s de final o único favorito de destaque em seu duelo é a Espanha diante do Paraguai. Nos outros cotejos qualquer resultado pode ser considerado normal.

Se do nosso lado temos Kaká, Robinho e Luis Fabiano. Eles têm Robben, Sneijder e Van Bommel. Ao menos nos protagonistas reside uma esperança de bom futebol.

Não vimos ainda os brasileiros sair atrás do placar nessa Copa. Nem os holandeses. Estiveram os dois times sempre com o controle dos jogos.

Reside aí a esperança de um jogo menos “italiano” amanhã.

Que o gol saia depressa. Se for para o nosso lado melhor ainda.

PS: Nada contra o jogo italiano. Mas Brasil e Holanda agradam mais quando jogam como Brasil e Holanda, não como Itália.

Cheers,

Chazinho de Coca – O oriental versus o horizontal.

O oriental e o horizontal

Holanda e Japão jogaram pela liderança do grupo. O 1º vinha de vitória sobre a Dinamarca e o 2º sobre Camarões.

Os japoneses que hoje não são mais apenas a seleção da correria, mostra hoje uma aplicação tática de fazer inveja. Embora contra a poderosa Holanda os japoneses entraram com a clara proposta de arrancar o empate. O futebol oriental dos japoneses por pouco não obtem o seu êxito.

A poderosa Holanda, credenciada como uma das favoritas ao título e também uma das esperanças de se ver um bom futebol pelos campos sul-africanos, decepcionou. Venceu é bem verdade. Mas foi muito pouco pelo tanto que se espera de Sneijder e Cia. Que ainda não puderam contar com Robben.

O 1º tempo foi mais cruel com os olhos de quem não gosta de jogos a la “suiça” do que a partida de ontem da Inglaterra.

Foram mais de 70% de uma inútil posse de bola holandesa. O futebol mais horizontal da Copa até aqui. Falta de criatividade de quem a tem. Passes para o lado a exaustão. Recuos descabidos para a intermediária. Uma incrícvel incapacidade de assustar a meta japonesa. Sneijder muito isolado.

Resultado? Nenhuma chance de gol criada. Pior. Nenhum futebol apresentado.

Na 2ª etapa a Holanda verticalizou minimamante o seu jogo e rapidamente obteve exito. Foram 10 ou 12 minutos onde o time produziu mais do que em todo o restante do jogo. E assim Sneijder abriu o placar, com um belo petardo, mas que contou com a ajuda do goleirão Kawashima. Mais uma “jabulanada” da Copa.

Então o Japão resolveu sair de seu casulo tático e até criou algumas chances, mas nada de muito agudo.

Satisfeita com a segura vitória, a Holanda só mexeu o caldo e cozinhou o jogo até o final.

Affelay, que entrou no 2º tempo, teve ainda duas chances para transformar um jogo sem graça em goleada, mas parou nas boas saídas de Kawashima.

Um jogo que como diz Mauro Beting, foi um 0X0 com gol.

Melhor para a Holanda, que segue tranquila e pode terminar o dia como classificada, dependendo do que acontecer na partida entre Dinamarca X Camarões.

Em termos de resultado foi muito bom. Até por que Robben ganha mais tempo para se recuperar e só entrar em campo quando estiver mesmo 100%. Ruim para o futebol, que viu mais um joguinho mequetrefe na Copa.

Cheers,

Café com Leite na Copa: Dinamarca e Holanda

Texto: Beto Almeida
Foto: UOL

– E aí, corinthiano… Vai tomar café mais cedo hoje?
– Pois é, passei a noite sem dormir, não teve jeito, agora é tomar um cafezinho pra ficar acordado e aproveitar o dia.
– Tá saindo, bem quente, que tá muito frio.
– Opa, brigado. Tá frio demais. Eu gosto do calor.
– Eu também, por isso que saí de Portugal e vim pra cá.
– Olha só, vai começar o jogo da Holanda e Dinamarca.
– Vai ser um jogaço, a Holanda ganhou tudo nas eliminatórias européias e a Dinamarca tem um time forte também. O problema da Holanda é que o Robben não vai jogar, tá machucado.
– É, mas eles tem um monte de craques no elenco. Vão passar por cima desses dinamarqueses, cê vai ver. Tô torcendo pra eles, tenho afinidade com o país.
– Eu também, eles são gente boa, todo mundo de laranja, é a camisa mais bonita, depois de Portugal.
– Ih, rapaz… Esse jogo tá muito amarrado no meio de campo, a Holanda não tá bem não…
– Verdade, a Dinamarca até tá encaixando uns contra-ataques nos caras.
– Acabou o primeiro tempo… Vamos ver se o técnico holandês muda o time no intervalo.
– A Dinamarca tem uns caras grandões, é difícil fazer gols nos caras.
– Ah, lá… Vai começar o segundo tempo, droga, vou ter de ir no banheiro…
– Vai lá, toma a chave.
– E aí, que aconteceu?
– Saiu o gol da Holanda, o Van Persie chegou na linha de fundo e cruzou na área, o zagueirão dinamarquês foi tirar de cabeça e fez contra.
– Caraca! Eu tava secando os laranjas…
– É, mas agora só dá Holanda, pressão total em cima deles.
– Pois é, tá demorando pra sair o segundo.
– O técnico holandês vai mudar… Tirou o Van der Vaart e colocou o Elia. O comentarista não gostou da mudança, não.
– Relaxa, esses caras só falam besteira. Aposto que ele vai arrebentar.
– É mesmo, o moleque é ligeiro, dribla todo mundo.
– Pô, essas vuvuzelas enchem o saco.
– É mesmo, não sei como eles agüentam esse barulho.
– Olha só o lançamento do Sneidjer pro Elia, ele vai fazer… Tocou na saída do goleiro, bateu na trave! O Kuit pegou o rebote, é GOOOOL!
– Agora já era, tá no final da partida.
– Pô, foi um jogaço, bem movimentado. A Holanda mandou muito bem, passou pelo adversário mais difícil.
– Eu acho que eles vão pegar o Brasil mais pra frente…
– Clássico das Copas. Eles são fregueses da gente.
– Eu torço pra Portugal.
– Ah, é.

Chazinho de Coca – Eurocopa 2008. Saldo das Quartas de Final.

Eurocopa 2008. Saldo das Quartas de Final.

Eram quatro espetaculares duelos, cada um deles com seus respectivos favoritos, os quatro vão assistir as semifinais de casa. Coisas que só o futebol pode proporcionar.

Alemanha e Portugal protagonizaram o primeiro duelo dessa fase. A seleção portuguesa era uma das sensações, tinha o melhor jogador do mundo, outros grandes jogadores e Felipão no banco. Por essas e outras, era apontada por muitos como favorita no duelo. Do outro lado estava a Alemanha, o que por si só já joga por terra qualquer favoritismo iminente de qualquer adversário, mas era também a Alemanha de Ballack, de Schweinsteiger, de Podolsk e esses fatores somados fizeram a diferença.

Os primeiros 30 minutos da Alemanha foram infernais e praticamente determinaram a sorte do jogo. Portugal reagiu, equilibrou a partida em certos momentos, mas suas principais armas não funcionaram, as da Alemanha decidiram e o jogo terminou 3X2.

O segundo jogo foi entre Croácia e Turquia. A partida foi terrível, de um nível técnico sofrível. A Croácia tem condições de jogar mais, mas parece se contentar com pouco. A Turquia fez o papel de franco atirador. Um jogo truncado, feio, sem emoções, que continuou da mesma maneira até os 28 minutos da prorrogação, quando numa saída errada do goleiro turco, permitiu um gol que foi praticamente um “golden gol”, devido a proximidade do desfecho da partida. Festa, choro, torcida eufórica, era a Croácia nas semifinais da Euro…era! Num daqueles momentos que só o futebol consegue nos proporcionar, já nos acréscimos da prorrogação, passados cinco segundos do tempo determinado pelo juizão, a bola sobrou na entrada da área, um tiraço a meia altura, suficiente para tirar do goleirão croata – gol da Turquia, da mesma Turquia que já havia conseguido um milagre diante da Rep. Tcheca. E de repente, um jogo que até então era morno, arrastado, chato, tornou-se mais um épico para ser lembrado por muitos e muitos anos.

Na decisão por pênaltis, o momento psicológico era todo favorável aos turcos. O que ficou comprovado nas três cobranças erradas dos Croatas e na reabilitação do goleiro Hustur, que passou de vilão a herói e levou a Turquia a uma inédita semifinal de Euro.

Holanda e Rússia nos brindaram com a melhor partida das quartas. A favoritíssima ao título Holanda entrou tentando imprimir seu ritmo de jogo, mas logo de cara encontrou a primeira seleção da Euro que a encarou de igual para igual. Com uma marcação adiantada e dia inspiradíssimo do trio Pavlyuchenko, Arshavin e Zirkhov, foi a Rússia quem ditou o ritmo do jogo, não permitindo que a Holanda organizasse seu meio campo e nem mesmo ousasse armar seus mortais contra ataques, mas ainda assim, não se podia apontar um domínio por parte da Rússia, o que ficou comprovado pelo 1X1 ao final do jogo.

Se no tempo regulamentar o equilíbrio predominou, na prorrogação a surpreendente Rússia deitou e rolou e colocou a até então sensação da Euro, na roda. Os 3X1 ao final da partida mostraram bem o que foi a partida. A Laranja Mecânica foi espremida pela Montanha Russa e mais uma vez ficou pelo caminho.

O quarto jogo marcou o duelo entre a eterna favorita Itália e a eterna candidata a “grande”, Espanha. O jogo foi feio, sem grandes emoções, com cara de Itália e nada favorável ao bom futebol demonstrado pela “fúria” até então. Um arrastado 0X0 no tempo normal e também na prorrogação. Ao menos nos pênaltis tivemos algum destaque e foi o goleirão da Espanha, Casilas, que defendeu duas penalidades, enquanto Buffon pegou uma. A Espanha momentaneamente esquece a síndrome de cavalo paraguaio e pode, quem sabe, se firmar como uma verdadeira potencia do futebol. A Itália, pelo futebol que não jogou nessa Euro, foi até longe demais.

As semifinais da Euro 2008 começam na próxima quarta-feira e os jogaços serão os seguintes:

Quarta-feira – 25/07: Alemanha X Turquia

Quinta-feira – 26/07: Espanha X Rússia

E aí, meus queridos, em quem vocês apostam? Eu não falo mais nada, até pra não zicar nenhuma das seleções que chegaram bravamente até aqui. Afinal, Portugal, Croácia, Holanda e Itália eram minhas favoritas e agora vão acompanhar o resto da competição de casa. Por sorte eu não sou de apostar dinheiro.

Ao som de The Dandy Warhols – Heavenly

Ótima semana para todos,

Montanha russa!


E quem diria!

A Holanda, que vinha comendo a bola , tropeçou e caiu!

O time russo comandado pelo holandês Guus Hiddink esmagou o time laranja de Van Basten! Os russos atacaram o tempo todo com muita rapidez e qualidade, o lateral Zhirkov, o meia Arshavin e o atacante Pavlyushenko não deram sossego à defesa holandesa… muito bateram até que conseguiram! Van der Sar aceitou três, mas poderiam ter sido muitas mais se os russos finalizassem com um pouquinho mais de qualidade…

A verdade é incontestável: a Holanda mais uma vez jogou como nunca e perdeu como sempre… Marco Van Basten despede-se da Oranje de cabeça baixa.

E que venha Itália ou Espanha, pois os russos não estão de brincadeira!