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INSIGHTS ALVIVERDES E O PALMEIRAS NA SEMIFINAL DA SULAMERICANA

Texto: João Paulo Tozo
Imagem: Tom Dib (p/ o Lancenet)

Lembro-me que na infância o meu grande sonho era ser uma daquelas crianças que entram com os jogadores do Palmeiras antes do início das partidas. Nunca cheguei nem perto disso.

Fui ter meus primeiros contatos com ídolos alviverdes depois de “velho”, devido, sobretudo, as minhas atividades junto ao Ferozes FC. Ademir da Guia, Dudu, Cesar Maluco. Gênio e Craques bandeiras da instituição, da nação. Momentos de raríssima felicidade. Mas “ultrajados” pela maturidade da idade. Deixar a “furtiva lacrima” escorrer diante do ídolo é aceitável para um trintão. Mas puxá-lo pelo braço e implorar para que ele demande toda sua atenção somente a você, não. Isso é aceitável somente se você for uma criança. Há 2 décadas deixei de ser. Perdi a chance, deixei o bonde passar. Posso, em algum tempo, com a minha futura prole, permitir que sintam o que eu não senti. Certamente o farei.

Como a molecada de ontem. Como um deles em especial. Não sei seu nome. Não sei quem ele é. Não sei nem porque eu estava atento ao seu clamor por atenção. Agarrado ao braço de Tinga, que apesar de ter condições de tornar-se ídolo, não é ainda um personagem histórico do Palmeiras. Mas ali, naquele momento, para aquele garoto, Tinga era Divino. Nunca será o Divino. Mas foi para o garoto. Na realidade Tinga era “apenas” o portador de uma paixão alheia. Da paixão do garoto. E o garoto era o que eu sempre quis ser quando criança. Ainda sozinho, sentado na mesa do L´osteria Palestra Italia, tomando a primeira de tantas cervejas que me fizeram companhia. Inflamei meu orgulho de pertencer a essa estirpe. De ficar feliz pelo meu próximo. Minha noite estava ganha. Meu palestrinidade estava enorme. Mais um dos meus tantos insights esmeraldinos.

A noite foi de festa. A classificação já estava bem encaminhada. O Palmeiras completo. O Pacaembu repleto.

A triste constatação de que o craque Valdívia tem certamente algo além de uma mera fibrose preocupa. Não por ontem. Pelo que está por vir. Ele é o diferente do time. É dele que se espera a jogada improvável, o fator decisivo no momento de dificuldade.

Contra Goiás ou provavelmente Avaí – ambos os times próximos de deixar de pertencer a elite – talvez Valdívia possa ser substituído por Lincoln que, em conjunto com Marcos Assunção, gera um eficiente nível de qualidade no setor de criação do time. Vide a partida de ontem, diante do bom mistão do Galo. A belíssima jogada do segundo gol, marcado pelo esforçado Luan, foi articulada por Lincoln.

Mas Lincoln é inconstante. A atuação destacada de ontem é conflitante com as anteriores, onde esteve mal. Bom de bola ele é. Mas não é Valdívia. E em uma provável final contra LDU ou Independiente (ou Tolima) é do Valdívia que o time irá precisar. Quem sabe, ao lado de Lincoln. Quem sabe, com Assunção metendo bolas na gaveta em cobranças de falta como as oito anteriores. Como ontem e seu 1º gol olímpico na carreira.

Contando com o ótimo setor defensivo dos bons Maurício Ramos e Fabrício, do excelente Danilo e do sensacional Deola, legítima cria da melhor escola de goleiros do planeta bola . Um setor que quase não é vencido. Que dificilmente leva mais que um gol. Que é o 2º melhor índice do BR10.

Felipão, “o cara” das decisões, “o cara” dos mata-matas, tem em mãos um time qualificado para levantar a 1ª Taça Internacional do Palmeiras desde a Libertadores de 1999. A sonhada Libertadores, que pode e deve chegar através da revitalizada Sulamericana. Assim como em 1998, quando juntos, Palmeiras e Felipão ergueram a Mercosul e pavimentaram o caminho rumo ao título da Libertadores seguinte.

Pode o clube repetir o feito agora. Mas a trajetória começa em 2010, com a Sulamericana e necessariamente passa pela presença e pelos pés habilidosos de Valdívia, o “diferente”.

E ele é tão diferente que até canta o hino do Brasil. Mano Menezes deve se coçar para não convocá-lo (risos).

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CHAZINHO DE COCA – MARCOS “TOMAHAWK” ASSUNÇÃO DECIDE OUTRA VEZ

Texto: João Paulo Tozo
Imagem: Reuters

No caminho do Palmeiras rumo ao título da Libertadores de 99 houve uma Sulamericana no ano anterior – Copa Mercosul era a competição equivalente a Sulamericana atual.

Naquele time recheado de craques, havia um especialista em bola parada: o lateral direito Arce.

De seu pé direito saiu o gol do título da Copa Mercosul no dia 29 de dezembro de 1998, contra o Cruzeiro, no Palestra Italia.

Passados 12 anos daquele momento em que a América era verde e o Palmeiras volta a encarar a 2ª competição mais importante do continente com o foco na Libertadores. E se o elenco atual não é recheado de “foras de série” como era aquele Palmeiras de 98/99 (e hoje ninguém tem um elenco assim), ainda existem individualidades que podem decidir os jogos para o time. Entretanto, na Sulamericana, quem vem decidindo tudo é outro pé direito calibrado: O do volante Marcos Assunção.

Não é exagero afirmar que o Palmeiras tem hoje a bola parada mais letal do futebol brasileiro, de longe. E parece que na Sulamericana Assunção capricha ainda mais. Saiu de seus pés o golaço que decidiu a classificação do Palmeiras na 1ª fase, contra o Vitória. E ontem mais uma vez, em cobrança perfeita, contra o fraco Universitário de Sucre, ele colocou na gaveta. Dando uma vitória ao alviverde que poderia ter sido bem mais imponente, não fossem os erros crassos da arbitragem, que anulou um gol legal de Lincoln e deixou de anotar um pênalti claro em Rivaldo, já no final da partida. Se 3X0 selaria a classificação do Verdão, o gol salvador de Assunção deixa o time em ótima condição no jogo de volta, na Arena Barueri. Aqui basta um empate para o Palmeiras chegar às 4ª´s de final.

Mas convenhamos, esse time chileno é de uma fragilidade latente.

Felipão reclamou da arbitragem, mas rasgou elogios a postura do time. Na altitude, Scolari armou um time paciente, atraindo o Sucre e esperando encaixar contra-ataques. Apesar da maior posse de bola, no 1º tempo os chilenos quase não ameaçaram. Já na 2ª etapa e vencendo por 1X0, o Verdão mostrou sinais de cansaço e sintomas da altitude e levou alguns sustos. Aí Deola mostrou que está em grande fase e operou alguns milagres.
Ao final ocorreram as falhas grotescas da arbitragem, em um momento em que o Verdão voltou a ter as ações do jogo.

Se por um lado o Palmeiras comemora mais um grande resultado, por outro lamenta a contusão de Valdívia. O Mago, que assim como Kleber, não jogaria contra o Ceará no domingo por suspensão, agora passa a ser dúvida para o jogo da volta. Parece que até mesmo para o clássico contra o Corinthians no domingo da próxima semana.

Sem Valdívia, decidir jogos com a bola rolando complica demais. Mas Assunção lá está, com seu pé direito “tomahawk”, pronto para fuzilar as metas adversárias.

Despeço –me do camarada que me acompanha com um petardo sonoro do guitarrista dos Red Hot Chilli Peppers em sua carreira solo: John Frusciante – Going Inside

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