NOVA ORDEM ALVIVERDE?

Acostumado nos últimos a olhar para o passado de glórias para amenizar o atual momento de insucessos, o Palmeiras enfim largou mão dessa coisa de espelhar suas expectativas vindouras no simbolismo de suas eras douradas. Pelo menos em seu uniforme.

Volta o verde mais clássico, esmeraldino, e com ele o emblema da atual Sociedade Esportiva Palmeiras no lugar do emblema do fardamento anterior, que remetia a 1951, ano da conquista da Taça Rio.

No detalhamento da camisa, marcas d´agua em formatos triangulares e um discurso na apresentação dando conta de uma visão mais futurista, tanto do clube quanto da Adidas.

Em tempos onde a temática da Nova Era Mundial ganha cada vez mais espaço e seu simbolismo, muitas vezes retratado com formações piramidais ou triangulares, passa a fazer parte do imaginário coletivo, estará o Palmeiras aderindo ou tentando absorver essa perspectiva para os seus dias vindouros?

Piadinha à parte, ao menos em campo o time mostrou certa evolução na primeira partida contra o Atlético PR pelas 4ª´s de final da Copa do Brasil.

O inicio foi tenebroso e o Furacão se aproveitou da cada vez mais crônica deficiência do time de Felipão – o sistema defensivo. Erros infantis, formação equivocada e falhas individuais colocaram aos pés de Guerrón e Cia a chance de liquidar a fatura antes da 1ª metade do jogo.

Não bastasse o trio de volantes com sua já decantada ineficiência na marcação, além dos laterais que apóiam e não recebem cobertura, dessa vez um vácuo cósmico criou-se entre zaga e meio. Tudo aconteceu ali. O Furacão tocava a pelota como se fosse um treino leve na manhã anterior. E o pior só não ocorreu por deficiência do próprio Furacão e porque ofensivamente o alviverde foi muito bem.

Retaguarda e ataque palmeirense pareciam times distintos, dada a imensa diferença na conclusão de suas responsabilidades.

Valdívia e Barcos estavam inspirados e o Mago mostrou que ainda pode ser o 10 desse time. Com belos passes a Barcos e jogadas individuais insinuantes, o chileno começou a desmoronar a zaga atleticana. Mazinho por sua vez não repetiu a boa jornada contra o Paraná, o que também forçou mais descidas de Juninho e permitiu mais espaço para o contra-ataque do Atlético por ali.

Perdendo por 2X1, vendo o ataque em boa jornada, mas a defesa podendo colocar tudo a perder, Felipão sacou Mazinho e Cicinho e mandou a campo Luan e Maikon Leite, reforçando as alas e pressionando o Furacão em sua saída de bola, que não conseguiu mais armar seus contra-ataques.

Há tempos Felipão não mexia bem no time. Ontem foi impecável nesse sentido. Matou ali o Atlético e só não conseguiu virar a partida por capricho dos atacantes em algumas jogadas, além da péssima atuação da arbitragem, que validou gol ilegal, após impedimento de Guerrón e deixou de marcar ao menos uma penalidade ao alviverde.

Maikon Leite após jogada individual, meteu a bola no ângulo e deixou tudo igual no placar. Desigual em campo, onde o Palmeiras era superior.

O resultado entretanto foi muito bom. Como muito boa foi a apresentação ofensiva do time. Mas defensivamente as falhas tornam-se cada vez mais gritantes e irritantes.

Se quiser mesmo entrar em uma nova ordem, Felipão precisa urgentemente acertar essa questão. O brilhantismo de Barcos e Valdívia e a tendência futurista da nova camisa não garantem isso sozinhos.

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