Intervalo Musical – Beirut

No ar, mais um Intervalo Musical. Bola parada. Vamos falar de música.

Beirut

Não vou falar da capital do Líbano nem de comida árabe, vou falar de um show que assisti sexta-feira passada e que me impressionou muito.

Beirut é a banda liderada por Zach Condon que além de compor todas as músicas e cantar, também toca trompete e ukulele, nativo do México, com 23 anos só recebe elogios da imprensa por ser um jovem prodigioso. Tocam na banda: Perrin Cloutier (cello/acordeão), Jason Poranski (guitarra/mandolin), Nick Petree (bateria), Kristin Ferebee (violino), Paul Collins (órgão/ukulele), Jon Natchez (sax barítono/glockenspiel) e Kelly Pratt (trompete).

A discografia da banda tem dois álbuns, “Gulag Orkestar” (2006) e “The Flying Club Cup” (2007), além de quatro Eps.

A banda norte-americana, nasceu da paixão de Zach pela música cigana do Bálcãs quando estava imerso na cultura do leste europeu, muito marcante em seu primeiro álbum, depois vem a influência de música francesa, mexicana, um pouco de eletrônica e folk.

Você deve estar pensando: “Que loucura, que mistura absurda!”.
Falando assim parece mesmo, mas o resultado é admirável, garanto.

No Brasil, o Beirut ficou conhecido quando uma de suas músicas, “Elephant Gun”, foi parar na trilha sonora da minissérie “Capitu”, exibida pela Rede Globo. (Agora você sabe de quem era aquela música).

Como fã, antes mesmo de assistir o show eu já esperava que fosse excelente e mesmo esperando muito, Beirut conseguiu me surpreender e emocionar (assim com o Corinthians faz sempre), com muita simpatia e interação com o público, fez com que todos levantassem de suas cadeiras para acompanha-los naquela maravilhosa sensação de alegria que suas melodias trazem. (Melhor ainda com Zach sóbrio, diferente do show anterior em Salvador).

O show começou e até a segunda música estava bom, pois estava próximo do que eu esperava, mas assim como no futebol, show “só acaba quando termina”, portanto continuei ansiosa por algo mais. Na terceira música, Cozak, um solo de trompete espetacular tirou o meu fôlego, sou apaixonada por metais, foi como se eu tivesse tomado um choque que fizesse meu queixo cair. Neste momento percebi que o show superaria minhas expectativas.

Pronto, chegou o momento do grande hit, Elephant Gun, confesso que meus olhos ficaram marejados com lágrimas, foi incrível ver todas aquelas vozes da platéia animadíssima cantando junto com a banda.

Depois o show só melhorou, a alegria já estava instaurada naquele lugar. No palco acordeão, trompetes e até tuba, além do baixo, bateria, glockenspiel (uma espécie de xilofone) e Zach não poderia deixar de tocar o seu ukulele (um tipo de cavaquinho, tocado pelos havaianos).

Algumas musicas antes do show acabar, a banda convidou todos os presentes para se aproximarem do palco, e imediatamente, a frente do palco do Via Funchal se tornou o metro quadrado mais disputado de São Paulo.

Em meio a inúmeros gritos dizendo “lindo, lindo, lindo” o Beirut fez bonito, e enlouqueceu os fãs quando retornou para o bis. Com uma bandeira do Brasil, que atiram no palco, nos ombros do vocalista, tocaram uma versão em inglês de Aquarela do Brasil, de Ary Barroso, uma homenagem ao Brasil (país da música, além do futebol), lembrando que Zach é fã confesso da nossa Tropicália, e já tocou Leãozinho do Caetano Veloso em outros shows.

Vídeo do show para conferência deste momento “abrasileirado” lindo

Fica aqui minha dica para quem gosta de música sem rótulos, sem ‘muros’, simplesmente música.

E no caso do Beirut, música para cantar, dançar, descansar, namorar, emocionar… música para qualquer ocasião.

DJ, toca esta por gentileza:
(vídeo também do show, momento emocionante acima relatado).

Chamada: No próximo Intervalo musical, não vamos falar de uma banda, vamos falar de uma década.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *