Chazinho de Coca – Males que vem para o bem.

Ontem poucos minutos antes do jogo entre Espanha e EUA, meu camarada de blog, bares e outras empreitadas, Gustavo, chamou a mim e ao nosso outro comparsa , Rene e lançou um rápido bolão acerca do jogo. Com os seguintes chutes:

João Paulo Tozo: Espanha 4X0 EUA

Rene Crema: Espanha 4X1 EUA

Gustavo Dean: EUA vence a Espanha.

Salvo a “Chicolanguiada” nos placares arriscados por mim e pelo Rene,já que estávamos em um momento de descontração, a vitória Espanhola era certa para 99, 999999999% das pessoas, menos para o Gus (risos).

E não quero aqui falar sobre a forma com que a vitória estadunidense foi construída, mas falar do resultado em si e do que se sucedeu após o surpreendente resultado.

Do dia pra noite a Espanha deixou de ser o assombro do planeta e voltou a ser a eterna amarelona. Não é para tanto, meus caros. Por poucos eles não superam o recorde de invencibilidade que hoje é do Brasil. Isso é muito significativo.

Esqueçam a Grécia campeã da Eurocopa, na maior zebra do futebol de todos os tempos. Ninguém vence o 2º mais importante torneio de seleções por acaso. É lógico que cair do cavalo como caíram os espanhóis ontem não é lá uma delícia. Mas seria muito pior cair quando de fato a coisa estiver valendo, lá em 2010.

Essa Copa das Confederações não quer dizer muita coisa não. Pegando apenas 2 exemplos bem vivos para nós. A França campeã do Mundo em 98, campeã da Eurocopa em 2000, o bicho papão do mundo. Chegou na Copa das Confederações em 2001 com toda a soberba que o seu favoritismo lhe permitia ter, sem Zidane. Atropelou todo mundo, com direito a eliminar o Brasil, (para variar) nas semifinais e vencendo o anfitrião Japão na final. Marcou 11 gols e sofreu apenas 2. Robert Pires jogou muito naquela edição.

Em 2002, com Zidane no time, era a favorita ao bi na Copa do Mundo. Zidane, machucado, participou somente do 3º jogo e só com uma perna, e a França deu adeus na 1ª fase sem marcar um golzinho sequer.

Em 2005 o assombro da vez era o Brasil, atual campeão do mundo, campeão da Copa América, trouxe na bagagem a vice-campeã Argentina para ser a representante sulamericana naquela edição. Quarteto mágico, super time, tudo quanto é tipo de Ronaldo. Classificou-se em 2º no seu grupo, deixando a liderança para o México. Nas semifinais despachou os alemães, donos da casa e na final massacrou os pobres hermanitos por 4X1. Terminou com 12 gols marcados e 5 sofridos.

Em 2002, a preparação para a Copa foi patética, um circo completo. O tal do quarteto mágico desandou e mais uma vez fomos eliminados pela França de Zidane.

Tivessem França e Brasil caído de seus esbeltos cavalos nas Copa Das Confederações que venceram e talvez tivessem detectado as falhas que o mundo todo enxergou e se preparou para atacar nas Copas em que ambas prestaram papelote frente aos olhos atônitos dos fãs da bola.

Seriam males muito bem vindos.

Ontem a Espanha mostrou que não é imbatível, mas não deixou de ser um timaço e favorita em 2010 por causa dessa derrota. Da mesma maneira que o Brasil não é essa 8ª maravilha do mundo só porque bateu nas secundárias seleções uruguaia, egípcia e paraguaia e porque se aproveitou de uma desesperada Itália, que precisou fazer o que não sabe, atacar. Justamente o que não pode fazer nenhuma seleção quando o oponente é o Brasil de Kaká, Ramirez, Luis Fabiano e Robinho, a não ser a Espanha, que tem efetivamente uma característica e muita qualidade ofensiva.

Alguém realmente acha que em um hipotético reencontro com os brasileiros em 2010, a Itália irá se atirar toda ao ataque e deixar o seu campo aberto para o passeio das individualidades brazucas? Pense bem.

Hoje, se a África do Sul se meter a besta e partir pra cima, a seleção Teixeiristica mete uns 4 no time do Natalino. Se ficar na sua, fechadinha e esperando uma atitude do time do Dunga, poderão se valer da falta de visão do técnico verde e amarelo e, quem sabe, arrancar um empate, levar para os pênaltis. Quem sabe repetir o feito estadunidense? Acho difícil. Mas o impossível não existe no mundo da bola. Vide a Espanha.

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