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Chzinho de Coca – Considerações finais acerca das Eliminatórias Sulamericanas.

@joaopaulotozo “Fosse transmitido pela TV aberta e o jogo entre URU X ARG daria mais audiência que qualquer um do Brasil nessas eliminatórias.”

Eu disse isso ontem, via twitter, há instantes do jogo entre URU X ARG. A rapaziada concordou comigo. A expectativa era realmente muito grande.

Acho que vão concordar também com a minha decepção com o que aconteceu. Não quanto ao resultado e a classificação dos hermanitos, embora não fosse isso que eu gostaria de ver, sinceramente, mas sobre a qualidade (ou a falta dela) do jogo. Embora, a julgar pela situação com que as duas seleções chegaram a essa última rodada, foi meio que inocência da minha parte esperar algo desse jogo que não fosse um jogo bravo, com ares de dramaticidade, com entradas do pescoço pra cima. Vimos sim um jogo duro, duríssimo de se assistir. Uma tristeza para a nossa querida bola, uma ofensa para os olhos que fitavam aquela partida com grande expectativa.

A Argentina é um remendo de alguns craques com um grande número de jogadores mequetrefes. Dos ditos craques, só Verón tentava algo dentro do que o mundo conhece dele. Messi? Senhor! É praticamente o Ronaldinho Gaúcho dos bons tempos. Ótimo em seu time, mas um fantasma vestido de jogador em sua seleção.

Não bastasse isso, o selecionado bicampeão mundial não tem técnico. Tem sim uma lenda viva que finge ser técnico. Que de tanto fingir ser algo que não é, quase consegue realizar uma tragédia nacional que certamente separaria a lenda do homem, ainda vivo.

A Argentina só não ficou de fora porque teve como adversário uma tragédia futebolística ainda maior que a sua. A mítica Celeste é uma tristeza aos olhos de quem espera algo minimamente bom dos grandes de nosso esporte mais querido.

Ainda que com um técnico de verdade sentado em seu banco de reservas, o Uruguai é um time lamentável e compatível a sua atual realidade. Disputar a repescagem é até um prêmio, tamanho a sua ineficiência técnica. Repescagem que deve promovê-los a seleção de Copa do Mundo, já que o adversário será a Costa Rica. “Louvados sejam esses cruzamentos que definem os classificados para a Copa”, devem pensar os Uruguaios.

Mas e o nosso Brasil, tá lindão?

A maioria acredita que sim. Eu sou reticente.

Se a Argentina não tem técnico, nós temos um ex-jogador, também com a sua historia vencedora, mas que apenas caminha em direção ao que pode se chamar de técnico. Ao menos ele caminha, enquanto Maradona estaciona.

“Nossa, que absurdo JP, o Brasil se classificou com os pés nas costas”. Evidente que sim e não fez nada mais do que a obrigação, tendo em vista o baixíssimo nível técnico das eliminatórias, sobretudo dessa que acaba de terminar.

Com a Argentina patinando em seus próprios erros e deficiências, seria derrota o Brasil não terminar líder. E olha que quase perdeu a ponta na ultima rodada. Com o lastimável empate diante da “poderosa” Venezuela, bastava ao Paraguai vencer seu jogo, em casa, para nos tomar a dianteira. Espantosamente o Paraguai perdeu de 2X0 para a desclassificada Colômbia e acabou cedendo a vice-liderança para o Chile, essa sim, a grande seleção dessas eliminatórias.

Os chilenos já classificados e em jogo de festa, fizeram o seu dever e bateram o Equador, que ainda sonhava com a vaga. Valdívia que ganhou a titularidade nas últimas rodadas comeu a bola e foi ao lado de Suazo, artilheiro das eliminatórias com 10 gols, o destaque do time do técnico Marcelo Bielsa nessa arrancada final.

Mas voltando ao Brasil…o empate em 0X0 contra a Venezuela foi o 4º da nossa seleção nessas eliminatórias, sendo que todos eles foram jogando aqui em casa. Coincidência?

Mais do que coincidência, ao menos para mim, isso demonstrar que Dunga não tem mesmo variáveis táticas. Pense comigo – Que seleção joga aberta contra o Brasil, sobretudo quando joga aqui em nosso país? O que se espera de uma seleção que é considerada a melhor do mundo e que possui craques em quase todas as posições?

Se respondeu alternativas táticas, acertou.

Mas o que se vê em situações como essas é um Brasil esperando um cruzamento acertado de Elano na cabeça de Luis Fabiano ou alguma jogada individual de Kaká. Só isso.

Só isso é muito pouco e será insuficiente para disputar a Copa do Mundo, onde o nível é muito maior, onde todas as seleções com seus técnicos, terão tempo suficiente para desenvolver bons trabalhos. Tempo que o Brasil também terá e que espero, seja muito bem aproveitado pelo Dunga.

Bom trabalho que se realizado por ele, ainda que não resulte em título, será muito bem vindo como um cala boca para os seus cornetas, entre os quais eu me enquadro.

Cheers,

Os Dois Lados da Moeda: Chile 0 x 3 Brasil. A história que se repete.

Acompanho a seleção brasileira desde 1982. Sempre é a mesma história. O técnico que está no cargo nunca é bom, seja ele quem for. Daí ele é retirado, o sucessor chega enchendo a torcida de esperança, é esculachado e, se for o caso, somente é redimido após uma competição selar a qualidade de seu trabalho. Se a seleção ganha o sujeito é bestial, se perde, é uma besta, como já dizia Otto Glória.

Foi assim com Tele Santana em duas Copas. Foi assim Carlos Alberto Silva. Lazaroni, à época um grande técnico no Vasco, conseguiu uma grande vitória na Copa América de 1989, disputada no Brasil. Em 1990, na Copa da Itália, foi decretada sua imbecilidade. Depois veio Falcão, incensado de forma semelhante a do Dunga após a desastrosa campanha na Copa de 2006, comandada por Parreira. O mesmo Parreira que foi achincalhado até, 24 anos depois, conduzir o Brasil a vitória no Mundial. Luxemburgo já era tido como o “melhor técnico do Brasil” quando chegou a seleção e saiu pela porta dos fundos depois de um trabalho sem resultados. Felipão foi contestado antes da Copa de 2002 e voltou do oriente como Rei. Mas ninguém deve saber melhor sobre esse cargo do que Zagallo e seu “vocês vão ter que me engolir”.

A mídia esportiva, em esmagadora maioria, é francamente incoerente acerca do trabalho do técnico da seleção. Por vezes – raro, mas acontece – a seleção exageradamente elogiada de antemão. Em 2006 viemos com a idéia do “quadrado mágico”. Eu assistia alguns treinos e achava tudo meio esquisito: era um fazendo embaixadinha, outro dando autógrafo. A mídia onipresente, cobria tudo com largo sorriso. “Olha a habilidade” desse, “olha o carisma” daquele…. “ah, o futebo brasileiro é uma beleza, não”? A mídia é a primeira a se encantar com os efeitos da mitificação que cria em torno de certos personagens. Trabalha-se seriamente em tais circunstâncias?

Por outro lado, a manutenção de um discurso racional nos momentos de derrota não deve vender jornais, deve baixar a audiência da TV, é um mistério.

Vamos ficar com as lembranças mais próximas. Lembro-me de um programa da TV a cabo acerca dos problemas para a preparação da seleção na Copa 2006. Uma das causas apontadas para o fracasso da seleção nesse programa foi o a falta de concentração do time derivada do público e da mídia onipresente. Ora, a mídia oniprsente, nesse caso, compunha-se também, e justamente, dos repórteres desse canal. Vai entender.

Talvez, se eu expusesse essa minha tese à diretoria do de uma rede de Tv, ele diria: bem, se a Seleção entende que isso lhe é prejudicial, ela não deveria permitir as filmagens dos treinos. O argumento seria ótimo, mas não foge de um contra-argumento: a pecha de antipático, inacessível, não estaria lançada no discurso da imprensa sobre o técnico e os jogadores do time imediatamente? O Dunga já sofre com isso por dar umas patadas a perguntas muitas vezes, sem-pé-nem-cabeça que lhe são feitas em coletivas.

Não joguemos tudo sobre os ombros da mídia no entanto. Nossos técnicos muitas vezes são cabeças-duras ao extremo. Parecem preferir morrer abraçados a uma má idéia do que mudá-la. Fiquemos em 2006. Só o Parreira não queria ver que aquele time, em campo, era horroroso. Só o Dunga não queria ver que o time do Brasil, com 4 volantes, não tinha condição alguma de furar as defesas armadas pelos times adversários nas Eliminatórias. De alguma forma, parece que técnico da seleção gosta de ser criticado, quando chega no limite faz um bem-bolado com as propostas que lê nos jornais e vamo-que-vamo. Se ganhar, o técnico e a midia fica felizes e tudo é perdoado. Se perder, perdemos todos.

Bem, chegamos aqui ao jogo de ontem. O Brasil entra em campo com a sua formação mais ofensiva até o presente momento num jogo de eliminatórias da Copa – como toda a mídia exigia. Já nos primeiros minutos o Chile mostra que não entrou em campo para se defender. Com pouco tempo de jogo já tinha locutor dizendo que o Brasil tinha que reforçar a defesa. Mas como só 11 podem jogar, se reforçamos a defesa o poder de ataque se reduz, como estava acontecendo antes. Dunga resolveu arriscar e manteve sua formação ofensiva. Para a sorte do bom futebol a investida valeu a pena. Resultado Final, Chile 0x3 Brasil.

No fim parece que o Dunga teve que ler na imprensa o óbvio: que com 4 volantes brucutus não se joga futebol. 3×0 Brasil. Ainda bem. Baseado na insensatez e falta de paciência geral da imprensa, se o time perdesse hoje já leríamos nos jornais que o certo seria um quadrado trágico de gladiadores para jogarmos contra a Bolívia no Rio de Janeiro.

Chazinho de Coca – Dá para torcer contra?

Dá para torcer contra?

A seleção brasileira de Robinho, joga domingo contra o Chile de Valdívia. A seleção pentacampeã do mundo encontra-se, talvez, no pior momento de sua gloriosa história e o técnico Dunga está ameaçadíssimo no cargo. Muitos apostam que, em caso de vitória chilena, Dunga caí na sequência.

Já levantei a questão em outra coluna e volto a insistir agora no assunto.

Muitos torcedores dizem que irão torcer contra o Brasil, obviamente para que ocorra a tão esperada queda de Dunga. Mas será mesmo possível torcer contra ó próprio país? Você vai conseguir se ver diante da TV, assistindo a seleção brasileira em campo e torcendo a favor do rival? Pois é, essa parece ser a tendência, ao menos para a partida desse domingo.

A enquete sobre a partida entre Brasil e Chile continua ativa alí no canto direito alto do blog. Participe!

Duelo a parte.

A partida entre Brasil e Chile irá marcar um duelo especial. Entre o atacante Robinho, recém envolvido numa das transações mais conturbadas e criticadas dos últimos tempos. E do ex palmeirense, o meia Valdívia, que também se viu envolvido em transação muito comentada na mídia.

Os dois já andaram se estranhando na última vez em que se encontraram. De certo será uma atração à parte, nesse tão aguardado jogo.



Quem leva a melhor no duelo de domingo?