Arquivo da tag: São Paulo 2013

AZAR DO GALO

No que me cabe ser sincero, até às 22:00 da quarta-feira, 17/04/13, eu tinha a convicção de que o São Paulo estava eliminado da Libertadores.

Convicção não, até por que lidamos com futebol, que é essa “enorme” pequena caixa de kinder ovos. Mas numa escala de 0 a 10, onde zero é eliminado e 10 está na barca, eu diria que a classificação do tricolor paulista estava na casa do 1,3.

E este “1,3” só se dava pelo fato de ser o São Paulo em campo, tricampeão e de tradição incomparavelmente maior que a do Galo na competição. Em todo o resto, de qualquer tocante e variante possíveis, o Atlético MG era favorito destacado.

As campanhas corroboram com minha análise. Os momentos de ambos me auxiliam no pensamento.

Sob risco de ter que encarar novamente o tricolor na fase seguinte, cabia ao Atlético de campanha irretocável, de time de técnica e futebol exuberantes, eliminar um time que, ainda que de campanha medíocre e moribundo, poderia ressurgir das cinzas e das cinzas formar corpo, se restabelecer mediante a sua retórica, sua capacidade técnica até aqui quase nada explorada.

E assim se deu, diante de um “apequenamento” tático e técnico, de certa empáfia até, o Galo até então tão forte e vingador, se postou como um aventureiro que não é, mas que bastou para dar ao antes descartado e escrachado São Paulo a brecha necessária para renascer e retomar, agora que tudo fica zerado na fase seguinte, sua condição de protagonista que a sua história na competição lhe compete.

Azar do Atlético, que nas 8ª´s de final volta a enfrentar o tricampeão da América no terreno onde ele mais gostar de estar e onde o Galo até hoje não conseguiu de galo cantar.

O São Paulo não virou favorito no duelo, mas equilibrou forças. Dignificou-se a fazer valer o que dele todo mundo sempre espera que aconteça em se tratando de Libertadores.

thumb

AS FACETAS DAS VITÓRIAS DE SÃO PAULO E PALMEIRAS.

A estréia do São Paulo na Libertadores não poderia ter sido melhor. Pelos 5X0 diante do fraco Bolivar, mas principalmente por permitir a Ney Franco mostrar aos adversários o seu vasto arsenal.

Para se ter uma ideia, Ganso começou no banco. No 4.3.3 de Ney Franco ele dificilmente terá vez no time titular. O esquema ainda é o que permitia a Lucas brilhar, por outro lado torna-se deficitário quando se tem em campo um jogador de futebol mais cadenciado como o de Ganso.

Jadson vai ocupando o espaço deixado por Lucas ate que Ney Franco adapte seu esquema para aproveitar o talento de Ganso.  Se é que irá fazê-lo.

O tricolor foi a campo com Rogério Ceni; Douglas, Lúcio, Rhodolfo e Cortez; Wellington, Denilson, e Jadson; Aloísio, Osvaldo e Luis Fabiano. Durante a partida entraram Casemiro, Ganso e Cañete. Um timaço.

Ainda que pese o fantástico grupo formado pelo Corinthians de Tite, em termos de opções de elenco o São Paulo é hoje o melhor time do país. Se irá dar o caldo necessário para chegar aos títulos esperados, são outros quinhentos. A impressão é que dará.

O jogo da volta contra o Bolivar tornou-se meramente protocolar.

Já no Campeonato Paulista o Palmeiras obteve a sua primeira vitória em 3 meses. Melhor do que a vitória sobre o Oeste, foi verificar a evolução do time em relação a estréia contra o Bragantino.

Do meio pra frente o time foi bem. Barcos voltou a brilhar e contou com as boas jornadas de Wesley, Souza e de Patrick Vieira.

Defensivamente o time voltou a apresentar problemas. Marcio Araujo é um ornamento em campo. Já Souza deixou de ser o leão de chácara de antigamente, atuando muitas vezes como um meia. Ainda assim marca mais que Araujo.

Henrique é um grande zagueiro, mas não é o Luis Pereira. Insistiu em subir ao ataque, deixando um enorme buraco as suas costas. Na verdade o técnico Gilson Kleina terá trabalho para povoar o vácuo cósmico entre o meio e a zaga. Ali o Oeste criou suas melhores chances, obrigando Fernando Prass trabalhar bastante em chutes de fora da área. Fosse um rival mais qualificado e o Verdão teria encontrado sérios problemas.

Na 2ª etapa Kleina atendeu aos pedidos do torcedor (sic) e mandou Valdívia na vaga de Patrick Vieira. E funcionou. Ao menos em sua primeira partida no ano o chileno mostrou disposição e lampejos de bom futebol. Depois o treinador mandou ainda a campo o contestado Luan. E quando tudo caminhava para um desfecho apertado no placar, em uma grande jogada trabalhada por Barcos e Valdívia, Luan marcou o terceiro gol e fechou a fatura em 3X1 para o alviverde.

O resultado e o bom jogo devem trazer tranqüilidade ao elenco e ao torcedor. Tudo o que precisava Paulo Nobre para começar com o pé direito a sua missão em reconstruir o clube.

Nobre que antes da partida já havia anunciado José Carlos Brunoro como o homem forte do clube.

Brunoro volta ao Palmeiras com a mesma tarefa daqueles anos 90. Realizar uma faxina profunda, removendo o pó e as múmias que infectam o clube há anos. Não terá o aporte financeiro da Parmalat, mas conta com um dos maiores orçamentos do futebol brasileiro.

Pode ainda levar ainda algum tempo, mas o Palmeiras deve entrar em seus eixos.