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O 12 DE JUNHO DE NOSSAS VIDAS

A cada novo ano da data comemorada, uma nova esperança de dias como aquele. Da esperança renovada, da dignidade retomada. Não da felicidade, não de se viver e de ser Palmeiras. A renovação dessa paixão se dá dia após dia, com vitória ou com derrota. Gritando “é campeão!” ou nos quintos dos infernos da segunda divisão. Sou feliz a cada dia despertado, a cada ciclo renovado. Todo dia sendo verde na paixão. Com o Palmeiras na vida, na alma e no coração.

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São vinte vezes 12 de junho. 20 vezes onde o dia do amor é exercido e exaltado por gente que muitas vezes nem tem um amor da vida para amar. Mas que tem desde o início da vida um amor de vida a declamar.

O 12 de junho é de todos. Mas todos os 12 de todos os junhos são há 20 anos de um povo só.

Tentei por anos, já dentro desses hoje vinte completados, achar a definição ideal para aquela data. É duro o percalço do que tenta transformar em palavras um sentimento da alma. Por vezes elas me faltam.

Em 2008 cravei: “Foi o dia dos namorados mais doce da minha vida. E nem namorada eu ainda tinha”. E hoje, por mais que eu tente renovar o discurso, só ele consegue chegar próximo da exatidão dessa paixão.

Eram 14 dos meus anos de vida dentro dos já quase 17 daquele maldito ostracismo. Eram 14 anos que já traziam na bagagem passagens de decepções dos gramados. De 86, de 89, de 92. De quase duas décadas não sendo aquilo pelo qual sua existência lhe dignifica ser.

Eram 17 anos de tantos e tantos anos da minha estirpe alviverde. Da gente palestrina que me dignificou a usar essas cores, que mesmo dentro de toda aquela dureza dos anos de chumbo, não desanimavam da esperança de reviver momentos pelo qual a grandeza existencial e institucional lhes fez cansar de viver. Que eu mesmo nunca tinha tido o prazer de exercer.

Não era fácil ser adolescente palmeirense naqueles anos. Não havia sido fácil ter sido criança. Não é fácil ser adulto hoje em dia. Não é mera coincidência a triste semelhança daqueles e dos tempos de hoje. Daqueles vivemos e sobrevivemos. Destes, para aqueles olhamos e usamos de espelho.

Daquela tarde gelada, do dia do amor sem namorada. Contra eles. Contra aqueles que 19 anos no passado padeciam da prorrogação de sua dura agonia diante do rival que naquela tarde seu papel invertia. A expectativa era de conseguir sua vingança tardia.

A mais fria tarde que tenho lembranças. Os namorados comemoravam a sua data, enquanto eu queria que aquele se transformasse em meu dia.

Surgiu no gol de uma perna direita que praticamente só servia de apoio ao canhoto Zinho, a certeza que esperança ainda havia. Mesmo sentindo que a derrota do jogo anterior na alma ainda ardia.

De erros de lá e de cá, de expulsões acertadas e outras exageradas. Gol de Evair, gol de Edilson. Viola não imitou mais o porco. Neto não exerceu o seu jogo.

Patético regulamento que colocava em pé de igualdade 1X0 e 3X0. Prolongada a agonia em uma prorrogação sem sentido. Mas que ao final fez o maior de todos aqueles sentidos.

A paixão nunca se fez de taça de ocasião. Não por acaso transformamos a lealdade em padrão. Nunca fomos de vomitar discurso numérico. Exaltamos nossa existência, por ele, pelo que representa em nossa vivência.

No pé direito do Matador de corações, mais que gritar o que há tempos não se sabia verbalizar, estava a retomada da vocação de nossa paixão. Estava o aprender a exercer a grandeza que dele nunca se esvaiu, mas que dele muitas vezes se tentou destituir.

A bola rolou. O goleiro, Evair apenas deslocou. E definitivamente em nosso patamar nos recolocou.

Fez do 12 de junho de todos os anos subsequentes o nosso dia dos namorados. De quem não tem e de quem tem namorada(o). De quem tem também guardado no canto esquerdo do peito o seu amor de estirpe, o seu amor de berço.

Meu primeiro dia dos namorados. Minha primeira vez, naquele 12 de junho de 1993.

evair-1993

VALEU, EVAIR!

Foi no 21 de fevereiro de 1965 que nasceu para a vida. Mas foi no 12 de junho de 1993 que eternizou-se para o mundo da bola, para o mundo do esporte, para o mundo de verde.

No 21 de fevereiro de 65 nasceu Evair Aparecido Paulino. No 12 de junho de 93 imortalizou-se como o Matador – de gols, de rivais, de corações.

Nasceu no quente mês de fevereiro, mas foi na fria tarde de 12 de junho de 1993 que ele proporcionou o mais caloroso e doce dia dos namorados da vida de todo palmeirense.

A camisa 9 do Verdão nunca mais vestiu ninguém que a honrasse como ele. A camisa 9 do Verdão que continua em sua busca por um novo dono e que se hoje tivesse alguém que a preenchesse com 10% de sua condição, o líder do Paulistão não penaria contra os Mogis da vida em insensatos placares “oxos”.

O Palmeiras merece um novo Evair. E por ter sido Evair, o Matador merece todas as honras e glórias que os mais de 16 milhões de alviverdes pelo mundo afora lhe oferecem em todo 21 de fevereiro. Em todo 12 de junho, que seja do ano que for, continua sendo eternamente o de 1993.

Valeu, Matador!

Chazinho de Coca – 12 de junho.

12 de junho.

Pergunte para um corintiano, para um são-paulino, santista, lusitano, flamenguista, qualquer torcedor, o que significa o dia 12 de junho. Certamente irão responder que é o dia dos namorados, o que não deixa de estar certo. Mas experimente perguntar para um palmeirense. Ele irá responder que é a data mais doce de sua vida de torcedor, e claro, dia dos namorados.

Dia 12 de junho de 1993, uma tarde fria de sábado, uma partida histórica. Zinho, Evair(2 x), Edílson. Esses são os nomes, essa é a data. Era o fim de um ciclo de derrotas, um ciclo de tristezas, um ciclo de gozações. Era o resgate da dignidade, o retorno dos anos de ouro, a afirmação de uma nova academia. Era o fim da fila de 17 anos e justo contra o maior rival. Não poderia terminar de maneira mais gloriosa, uma era tão escassa de glórias.

Sérgio, Mazinho, Antonio Carlos, Tonhão e Roberto Carlos; Daniel Frasson, César Sampaio, Edílson e Zinho; Edmundo e Evair.

Evair resume a importância da data da seguinte forma:
– Foi o dia mais marcante da minha carreira. Colocamos fim a um ciclo. A conquista valorizou todo mundo e fez com que o Palmeiras acabasse com um jejum. Para mim, foi mais importante do que a Libertadores (de 1999) . (Fonte Lance.Net)

“E Agora eu vou soltar a minha voz…Palmeiras Campeão Paulista de 1993!” (Assim narrou José Silvério)

Um dia dos namorados para palestrino nenhum jamais se esquecer.