Parazão 2009: Remo no fio da navalha


Por Leonardo Aquino*

O campeonato paraense de futebol (vulgo Parazão) está a três jogos de definir o seu campeão na temporada 2009. Neste domingo, Remo e São Raimundo duelam pelo título do segundo turno do certame. Quem vencer enfrenta na decisão o Paysandu, que faturou o primeiro turno. A finalíssima é em dois jogos: nos dias 3 e 10 de maio.

O duelo deste fim de semana é o mais cercado de tensão. Em disputa, está não apenas a vaga na final do campeonato estadual, mas também um lugar na recém-criada série D do campeonato brasileiro e outro na Copa do Brasil de 2010. Quem vencer, garante esse prêmio triplo.

Para o Remo, esse “combo” é uma questão de honra. Afinal de contas, o clube não conseguiu se manter na série C do Brasileirão depois que o campeonato foi afunilado de 64 para 20 participantes. Assim, o Leão Azul do Norte tem que se submeter à necessidade de uma boa campanha no campeonato paraense para estar na novíssima “Quartona”. Como foi mal no primeiro turno, a chance é agora. Caso vá mal, o Remo não terá mais competições oficiais para disputar até o final do ano.

O São Raimundo leva uma dupla vantagem na decisão do segundo turno. Por ter a melhor campanha, joga em casa (na cidade de Santarém, a 1000km de Belém) e só precisa de um empate para ser campeão. O Pantera Negra, como o clube é conhecido, é a melhor surpresa do Parazão 2009. Tem um elenco modesto, mas bem disciplinado taticamente. Méritos do técnico Válter Lima, desconhecido fora das divisas paraenses. Além disso, o São Raimundo tem jogadores habilidosos como o lateral João Pedro, o meio-campo Michel e o atacante Hélcio, artilheiro do campeonato.

O Paysandu espera de camarote a definição do adversário na final. O Papão passeou no primeiro turno, com um time bem mais arrumado do que os rivais. No segundo turno, fraquejou. Perdeu para o Águia na última rodada da fase de classificação e para o Remo na semifinal. Acabou ganhando um intervalo de três semanas para aparar as arestas. Deve ter um desfalque grave pelo menos para o primeiro jogo da final: o meio-campo Vélber, que acabou de passar por uma cirurgia no joelho. Além disso, conta com a recuperação de jogadores que foram decisivos na primeira metade do campeonato e andam em má fase, como o atacante Zé Carlos.

E é assim que anda um campeonato que em outras épocas tinha o seu charme exótico para o restante do Brasil, mas que agora tem perdido atrativos, público e qualidade. O estado que tem uma das torcidas mais apaixonadas e um dos estádios mais belos do país merecia mais.

*Leonardo Aquino é editor-chefe do Globo Esporte no Pará e blogueiro do Travinha (http://travinha.wordpress.com/)

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