La Mano de Dios – Dois se foram…

Dois se foram…

Pois é, meus amigos, final das oitavas na Libertadores e as coisas não foram as mil maravilhas para os times brasileiros.

Depois de um vexame histórico, o Flamengo se despediu do campeonato em pleno Maracanã. Como disse Muricy Ramalho, o time do Flamengo entrou comemorando o título carioca. Se despedindo de Joel Santana, esqueceu de jogar bola e tomou um nabo dos mexicanos. Agora é bola pra frente, concentração total no Brasileirão que começa com um técnico novo. Resta saber se Caio Jr. vai agüentar a bucha…

E o Cruzeiro, pobre Cruzeiro! Vinha em ótima campanha, com um time bom, de encher os olhos, bem arrumado, com jogadores de excepcional nível técnico como Ramires… mas pegou o Boca Juniors. E o Boca, meu amigo, é como pizza: mesmo quando é ruim, é bom.

Fazer um gol no Mineirão parecia tarefa fácil, ainda mais depois dos cinco de uma semana atrás. Mas não se brinca com um time do tamanho do Boca, com Riquelme, Palacio e Palermo em noites inspiradas. Com muita frieza, o time argentino definiu o placar logo no primeiro tempo e o Cruzeiro também deu adeus à Libertadores.

Fica aqui uma nota de apoio ao time mineiro, que teve o maior azar do mundo. Mesmo assim, deve ter muito orgulho não só do que fez em campo, mas também de sua torcida. Os sessenta mil que viram o jogo no Mineirão não pararam de gritar um só minuto.

O São Paulo passou fácil pelo Nacional no Morumbi, numa noite fria. Fria como o jogo do Tricolor, calmo, sem correria. Não foi uma beleza e está longe de sê-lo, mas soube aproveitar as oportunidades, jogando da forma como tinha que jogar contra um time que veio para ganhar.

Trabalho de formiga, de água em pedra, que tanto bateu até furar. E foi justamente numa furada da zaga que Adriano marcou o primeiro. O segundo, depois da expulsão do jogador uruguaio, parecia ser só questão de tempo, mas por um momento o Nacional foi mais time e perigou sair classificado. Mas vencer o Tricolor em casa, embalado por sua linda torcida que cantou o jogo todo, não é pra qualquer um.

Aos 44 do segundo tempo Dagoberto sacramentou a vitória, acabando com o jejum de seis meses e mostrando que as coisas podem melhorar para o time do Morumbi. E tudo isso sem o motorzinho Jorge Wagner em campo. Agora, meu amigo, é rumo ao título!

O Fluminense caminha a cada semana superando marcas históricas. Nunca tinha chegado às quartas da Libertadores e o 1×0 bastou para resolver. Por um momento parecia que as coisas não iam dar certo, mas a Fortuna sorriu para o time que, como o Fla, achou que tinha entrado classificado.

Thiago Neves funciona muito mais quando joga como atacante, e Renato Gaúcho não desprezou. Flu 1×0, segue firme e forte na competição. As quartas de final prometem, com duelo brasileiro e tricolor. Resta saber quem será mais time, e se a camisa e a tradição irão pesar.

O Santos, quem diria, vem comendo pelas beiradas. Leão parece que definiu a zaga depois da chegada de Fabão. Betão na lateral direita é até agora um improviso que deu certo, e o que o time perde em ofensividade ganha em proteção, aliviando a barra para Kleber mandar bala pelo lado esquerdo. Molina e Kleber Pereira continuam em ótima fase, e o Peixão sacramentou a passagem para as quartas após uma tranqüila vitória contra o freguês Cúcuta.

Pois é, camaradinhas, de cinco, três continuam firmes e fortes. Resta saber quem chegará vivo até o final, ainda mais agora que o Brasileirão está começando. As quartas pegarão fogo, com duelos nacionais imperdíveis, um Boca que agora ninguém segura, além de San Lorenzo, LDU, América e Atlas.

Há tempos a Libertadores não era tanta emoção!

Me despeço aqui ao som deles, Rolling Stones, com os singles de começo de carreira, belezinha que não sai da vitrola. Alguém sabia que a ABCKO lançou há um tempo atrás três caixas com os singles e EPs dos Stones, de 1963 a 1971? Vale a pena procurar…

Rapidinhas: não foi só Maracanazo que impressionou nessas oitavas. No Monumental de Nuñez, num dos duelos mais sensacionais da Libertadores, o San Lorenzo eliminou o River Plate na frente de mais de sessenta mil torcedores. Jogão! D’Alessandro e Placente orquestraram o levante rubro-negro pra cima dos millionarios de Falcão Garcia e “Loco” Abreu, que não conseguiram segurar a barra no segundo tempo. O San Lorenzo, em primeiro no Clausura e classificado para as quartas-de-final, ao contrário de um certo Galo mineiro, mostra o que um time deve fazer em ano de centenário. Monumentazo!

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