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Grupo A – Rússia, Arábia, Egito e Uruguai – Análise

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Como vem acontecendo desde a Copa da Alemanha em 2006, o grupo A sempre é a divisão com o anfitrião do torneio. Mas desta vez o dono da casa não terá vida tão simples assim, apesar de toda a torcida a favor. Posicionada na colocação de número 65 do ranking da FIFA, a Rússia terá missão difícil, mesmo em um grupo que parece ser fácil.

Com muitas limitações técnicas, a vida russa será dificultada pelo Uruguai, time bi-campeão do mundo e que conta com um ataque de peso; pelo Egito, que tem em seu plantel uma das sensações do futebol mundial; e nem tanto assim pela Arábia Saudita, país que coleciona duas copas seguidas não disputadas, três técnicos demitidos em menos de um ano e boa parte do seu elenco em uma espécie de exílio na Espanha. Contra os sauditas, muito provavelmente, a Rússia realizará, o que promete ser, o pior jogo de abertura da história dos mundiais, no dia 14 de junho.

Confira abaixo a análise desse que pode ser um dos grupos menos brilhantes, porém, mais disputados e emocionantes da competição.

A-Russia

 

 

Talvez a seleção anfitriã mais fraca da história, junto com a África do Sul em 2010. Com um time que joga praticamente inteiro na liga russa, a seleção europeia tem como maior vantagem o fator casa, o que é muito pouco para um grupo que parece ser muito mais fácil do que de fato é.

Pelo fato de ser o país-sede e não ter disputado as eliminatórias, o time russo fez poucos jogos e teve uma atuação pífia na Copa das Confederações do ano passado, não perdendo apenas o jogo contra a fraca Nova Zelândia. Como se isso fosse pouco, ainda existe o fato de que o melhor centroavante do país, Igor Denisov, se envolveu em uma briga com o técnico Cherchesov ainda em tempos de Dínamo de Moscou e não foi convocado.

É um time com sérias dificuldades técnicas, que por vezes troca a tática pela raça e não consegue se mostrar competitivo o suficiente para almejar qualquer tipo de campanha heróica, como por exemplo, a Coreia do Sul em 2002.

A-arabia

 

 

A Arábia Saudita ou os falcões verdes, como é conhecida a seleção asiática, é uma verdadeira trituradora de técnicos. Foram três só no último ano. O holandês Bert Van Marwijk conseguiu o feito de classificar a seleção para a primeira copa desde 2006, mas ao se recusar a ficar alguns meses a mais no país preparando a equipe, foi prontamente substituído por Edgardo Bauza, que por sua vez foi demitido dois meses depois e teve a sua vaga preenchida por Juan Antonio Pizzi, que carimbou o seu passaporte para a Rússia (ao que tudo indica) mesmo depois de ter fracassado na missão de classificar o Chile para o mundial.

É uma seleção inexperiente que tentou minimizar este problema emprestando alguns de seus jogadores á clubes espanhóis com o objetivo de ganhar bagagem para a copa. O que acabou gerando uma certa polêmica entre a Associação de Futebolistas Espanhóis e a “La Liga”. A associação alegou que o acordo priorizava o aspecto econômico em detrimento do esportivo, além de prejudicar a revelação de novos talentos na Espanha. Aguardemos o pontapé inicial da Copa para ver se a medida surtirá efeito, mas a verdade é que a Arábia terá feito grande campanha se não sofrer goleadas homéricas como o 8×0 que levou da Alemanha em 2002.

A-egito

 

 

Pode ser uma grata surpresa nessa copa. O futebol africano sempre encanta pela leveza, criatividade, força e ofensividade. Bem, definitivamente não é o caso desta seleção africana. O time comandado pelo argentino Héctor Cúper é criticado pelo jogo truncado e falta de criatividade, porém conta com um sólido sistema defensivo e tem se mostrado uma seleção muito mais competitiva do que a anfitriã Rússia, por exemplo. Chegou a final da Copa Africana de Nações de 2017 onde perdeu de virada para Camarões por 2×1 e sofreu apenas duas derrotas nas dificílimas eliminatórias africanas.

O maior campeão do torneio continental africano, com 7 títulos, vive uma boa fase, muito por conta da incrível performance atual da estrela do time, Mohamed Salah, eleito o melhor jogador da Premier League e quase eleito presidente do Egito. Bem, este segundo funcionou apenas como piada ou protesto, o atacante do Liverpool ficou em segundo lugar nas eleições presidenciais do seu país, mas a sua missão não é tão complexa assim, precisa conduzir os Faraós à segunda fase da Copa fazendo o que vem fazendo nos últimos meses, decidindo jogos enquanto a retranca egípcia funciona. Salah participou de sete dos oito gols que sua seleção marcou.

A-uruguai

 

 

Com um dos ataques mais estrelados do planeta e a segunda colocação nas eliminatórias sul-americanas, o Uruguai é o franco favorito do grupo A. Venceu duas Copas do Mundo, tem camisa, história, um time equilibrado e uma dupla de ataque de rara eficiência, formada por Edinson Cavani e Luis Suárez. Mais atrás o destaque vai para o entrosamento da dupla de zaga do Atlético de Madrid, Gimenez e Godín. Trata-se de uma seleção com muita experiência na frente e um meio campo muito jovem, que garantiram à celeste uma rara classificação tranquila para a Copa de 2018, o que não acontecia em anos anteriores onde pareciam ter assentos reservados nas temíveis repescagens entre América do Sul e Oceania.

Se fosse Fórmula 1, diríamos que o jogo ofensivo definido pelo técnico Óscar Tabárez parecem ter dado sinais de perda de potência nos últimos dois amistosos, mas também foi essa filosofia que garantiu uma bela campanha nas seletivas do cone sul. Algumas modificações na equipe precisam ser feitas para que o voo uruguaio se faça mais tranquilo na primeira fase e chegue mais estável às oitavas, onde aí sim a Celeste encontrará verdadeiros desafios, provavelmente ibéricos, Portugal ou Espanha.

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Rússia – Yuri Zhirkov

A-03-destaque-russiaFonte: Twitter FC Zenit

O canhoto de 34 anos nascido ainda na União Soviética, atua pelo Zenit da Rússia, suas passagens mais relevantes foram pelo CSKA e pelo Chelsea, onde protagonizou a maior transação da história do futebol russo, 18 milhões de libras. Jogando como meio campo e por vezes na lateral, é um oásis de técnica no nem tão técnico elenco da dona da casa. Viveu seu auge quando foi escolhido um dos melhores jogadores da Eurocopa de 2008, onde, atuando de lateral esquerdo, ajudou a levar a Rússia até as surpreendentes semifinais do torneio, sendo eliminada pela campeã Espanha.

Arábia Saudita – Al-Muwallad

A-03-destaque-arabiaFonte: AFP

O meia de 23 anos é um dos nove jogadores envolvidos no polêmico empréstimo ao futebol espanhol realizado pela federação árabe com o objetivo de fazer alguns atletas ganharem experiência para a Copa. Um plano nem tão efetivo assim visto que, Al-Muwallad, pouco tem sido relacionado, jogou apenas um jogo depois de protestar sumindo por dias após ir ao funeral de um parente. Estava no banco durante a heróica vitória por 5 a 4 do Levante sobre o Barcelona, evitando assim o título invicto do time catalão, de qualquer forma, nele está contido e se apoia boa parte das esperanças sauditas de protagonizar qualquer tipo de supresa na Copa.

Egito – Mohamed Salah

A-03-destaque-egitoFonte: PA

Salah está na crista da onda, vive um momento mágico. Eleito o melhor jogador do ano na liga inglesa e cogitado para ser eleito o melhor do mundo, ainda que ele mesmo afirme não estar no nível de Messi e CR7, o atacante do Liverpool tomou o protagonismo da temporada com números impressionantes. Seu poder de drible, criação de jogadas e de finalizações vem encantando o planeta inteiro, a ponto de já podermos considerar o Egito um dos queridinhos da Copa. Tanto carisma já rendeu inclusive uma música da conservadora torcida inglesa dizendo que virariam muçulmanos por ele, vamos ver se ele consegue repetir seu grande desempenho do Liverpool nesse mundial, mesmo que isolado na frente em uma seleção que não disputa uma Copa a 28 anos.

Uruguai – Luis Suárez

A-03-destaque-uruguaiFonte: Andrés Cristaldo/EFE

Um dos tripés do trio de ataque que andou encantando o planeta a algumas temporadas, o uruguaio de 31 anos vem para essa copa mais leve após enfrentar uma seca de gols no início do ano no Barcelona. É um dos jogadores mais completos do mundo, veloz e imprevisível, bate bem com ambas as pernas, marca de cabeça, tem boa presença de área, faz muitos gols e dá muitas assistências, é o motor do atual trio MSC e com certeza é o sonho de consumo de muitos dos principais times do globo, mesmo apesar de ter uma postura um tanto quanto controversa em campo. Se conseguir controlar os seus impulsos caninos, com certeza será de suma importância para a Celeste.

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A-sons

RÚSSIA
Kino – Posledni Geroi

ARÁBIA SAUDITA
Talal Maddah – Zaman al Samt

EGITO
Hamid El Shaery – Ayonha

URUGUAI
Limonada – Ojos Que Miran Lejos

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