Recentemente e nesta mesma coluna, foi publicado um texto do jornalista Andrew Jennings, relatando inúmeros detalhes da podridão que há por trás do órgão máximo que comanda o futebol mundial: a FIFA.
Nele, Jennings, jornalista que faz valer o sentido real da profissão, desmascara tudo, inclusive a participação de Blatter e sua trupe em vários esquemas de manipulação de resultados entre outras ilegalidades.
Sabemos que há tempos o futebol deixou de ser apenas esporte para se tornar fonte lucrativa de terceiros. A corrupção, propina, malas-pretas, negociatas, lavagem de dinheiro passaram a fazer parte do cenário futebolístico mundial.
A maioria dos atletas parecem ser, unica e exclusivamente, movidos pelas cifras. “Futebol-arte”? O que é isso? Amor a camisa? Pura utopia.
A impressão que se tem é que a garra, o empenho ou o corpo mole dos jogadores dependem do número de notas colocados em questão – afinal, o que menos importa nesse lucrativo jogo é a bola. Tampouco o torcedor.
Tudo isso tem sido fator fundamental para – aos poucos – acabar com aquilo que sempre nos fez sorrir, chorar, torcer, sofrer, gritar, ser feliz, ser humano, ser futebol. Nosso esporte está correndo risco de extinção.
Ontem, a Europol, organização da polícia européia, anunciou mais uma descoberta de uma extensa rede de manipulação de resultados, desta vez ocorridas na última temporada do velho continente.
Até mesmo jogos do torneio de clubes mais importante do planeta (Champions League) estão envolvidos. Jogos realizados na Grã-Bretanha, Alemanha, Holanda, Turquia, Eslovênia, Áustria e Hungria, além de partidas das Eliminatórias para a Copa do Mundo também serão investigados.
Segundo informações de alguns jornais internacionais, 50 pessoas diretamente envolvidas foram presas. 28 ainda estão sendo investigadas.
Em meio a tudo isso, tenho a impressão que tudo parece ter se tornado superficial para determinados tipos de torcedores. Afinal, se o time dele estiver bem, pouco importa o que foi feito para que tal chegasse àquele patamar vitorioso.
Se o time dele se classificou com absurdos minutos de acréscimos concedidos pela arbitragem, pouco importa. O que vale é bola na rede!
Se o árbitro foi comprado, pouco importa. Desde que ele cumpra com o combinado, seu dim dim estará em sua conta no dia seguinte.
Se o time dele e seus jogadores recebem dinheiro de casas de apostas, sobrevivem de ajuda do governo, se tornaram uma potência de uma hora para outra…Pouco importa. Méritos dos dirigentes, que se aliaram com pessoas graúdas e conseguiram exito nos objetivos.
A grande verdade é que o futebol necessita de pessoas transparentes. Não de bandidos. Não de Blatter’s, Teixeira’s, Havelange’s, Valcke’s e toda esta corja que emporcalha o mais belo dos esportes.
E se esse tipo de torcedor que citei acima continuar a dar de ombros para esta e outras situações, teremos chegado literalmente ao fim.
Em meio à inúmeros escândalos de corrupção cada vez mais corriqueiros do nosso futebol, ao menos vamos sobrevivendo com o que temos de melhor: a paixão. A paixão que nenhum dinheiro do mundo será capaz de comprar. A verdadeira paixão pelo futebol.
Até a próxima!