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Golaço literário VII


Escalação:

Clarice Lispector

Carlos Drummond de Andrade
João Cabral de Melo Neto
João do Rio
José Miguel Wisnik

Luiz Ruffato
Chico Buarque
Mia Couto

Luís Fernando Veríssimo
Nelson Motta
Vinícius de Moraes

Reservas:

Aldir Blanc
Armando Freitas Filho
Francisco Bosco
Gastão Cruz
João Bosco
Jorge Ben Jor
Maurício Matos
Lima Barreto

Técnico: Eduardo Coelho

Tá bom ou quer mais?

Donos da Bola, de Eduardo Coelho (org.), editora Língua Geral, 2006.

Golaço literário VI – FUTEBOL É UMA CAIXINHA DE SURPRESAS

Futebol é uma caixinha de surpresas, de Luiz Fernando Bindi, pela Panda Books.

Gol de gandula? Sapo enterrado em campo? Jogador japonês na Itália? Como disse o jornalista Benjamin Wright, ‘O futebol é uma caixinha de surpresas’. E é exatamente isso que fascina Luiz Fernando Bindi, um fã alucinado por futebol, do tipo que assiste a jogos da Segunda Divisão e sai do estádio todo feliz.

Bindi é o maior colecionador de distintivos do mundo! Estamos falando de um arquivo de cerca de 50 mil emblemas. Mas a paixão vai além de colecionar. Bindi faz questão de saber a origem de cada pequeno detalhe de seus distintivos.

Ele sabe, por exemplo, o que significam aqueles ‘coraçõezinhos vermelhos’ do Heerevenveen, da Holanda, ou quem foi o índio Colo-Colo, que ilustra o emblema que dá nome ao time chileno.

Por este carinho, e por montes e montes de informações armazenadas e pesquisadas avidamente, Bindi pode ser considerado um arquivo vivo das ‘surpresas’ do futebol.

Como o comentarista Mauro Beting afirma no prefácio do livro, ‘Tem jornalista que consulta o Google, tecla o Yahoo!, vai aos livros. Eu chamo o Bindi’.

No livro ‘Futebol é uma caixinha de surpresas’, Luiz Fernando Bindi reúne as mais engraçadas e intrigantes curiosidades sobre o futebol mundial. Do técnico que invadiu o campo com seu Jipe atrás do árbitro ao goleiro que fez um lindo gol contra de bicicleta.

Golaço de Pelé 😉

Golaço literário V

Pois é, meus amigos, dando continuidade à série Golaço literário, hoje comento e recomendo um livro sobre o qual muita gente já falou pelo mundo virtual afora.

“Toda unanimidade é burra”, já diria o mais famoso torcedor do Fluminense, mas nesse caso os vários comentários (positivos) sobre o tal livro se justificam. Estamos falando de uma obra escrita por ninguém menos que Paulo Vinicius Coelho, o PVC.

Símbolo do que vem se chamando de “nova safra do jornalismo esportivo”, PVC é um fenômeno. Muita erudição, aliada a trabalho duro, sensibilidade e um palm top que não é desse mundo, garantem ao cara a alcunha de enciclopédia brasileira do futebol. Não é brincadeira. PVC sabe tudo, lembra de tudo e na maioria das vezes que arrisca palpites, acerta.

Antítese daqueles comentaristas românticos, PVC é um devoto dos números, das tabelas, das fichas, das pranchetas. E talvez por isso o futebol visto por ele seja de uma exuberância difícil de ser percebida. Cada vez que ouço o cara falar fico mais convencido de que conhecimento realmente é poder.

Mas vamos ao livro: o título é bem auto-explicativo. Aqui, o leitor encontrará aqueles que são, segundo um rigoroso júri composto pelos maiores comentaristas do futebol internacional, os 50 maiores jogos de todas as Copas. O primeiro, o com o maior número de gols, o com o menor, a vitória inesperada, a mais bela vitória, a derrota inesperada, a mais bela derrota, está tudo aqui, ricamente descrito pelas frases certeiras do autor.

E como não poderia deixar de ser em se tratando do PVC, temos a ficha técnica de cada um dos jogos, bem como várias pranchetas discutindo os esquemas táticos de muitas seleções, coisa que o autor domina como poucos.

O livro mostra que uma partida de futebol pode ser analisada friamente e, mesmo assim, ainda ser bela.

Os 50 Maiores Jogos das Copas do Mundo, de Paulo Vinicius Coelho, Panda Books, 2006.

Golaço literário IV


O primeiro livro da série “Golaço literário” foi dele. Daquela vez, falei do livro que narra através de suas crônicas aquela que talvez seja a conquista mais marcante do futebol brasileiro. Naquele livro João Saldanha mostra, página por página, a evolução da Seleção de 70.

Dessa vez, a história é mais triste, mas não menos bela. Sem afetação, sem “oba-oba”, como gostava de dizer, em O trauma da bola João sem-medo mostra por quê nossa linda seleção não levou o caneco. Sempre mordaz, incisivo, Saldanha traz à tona algumas falhas que muitos esquecemos. E mais, uma excelente entrevista de Saldanha abre a edição. Além disso, o livro da Cosac & Naify é recheado de lindas fotos, que dariam um belo quadro na sala de qualquer feroz amante desse esporte bretão.

Imperdível.

O trauma da bola – a copa de 82 por João Saldanha, de João Saldanha, editora Cosac & Naify, 2002.

Golaço literário III

Pois é, meus amigos, dando continuidade à série de pérolas escritas sobre futebol, hoje deixo a dica do último livro que eu li sobre o tema.

Sobre o autor, Nelson Rodrigues, qualquer coisa que eu disser será pouco. Gênio em todas as áreas em que atuou, polêmico, controverso e revolucionário. Sobre o livro, garanto que o que direi aqui já basta para deixar qualquer feroz curioso.

O Berro Impresso das Manchetes reúne na íntegra, pela primeira vez em livro, todas as crônicas esportivas de Nelson escritas para Manchete Esportiva de 1957 a 1959. A vasta gama de personagens dessas crônicas é surpreendente, indo dos grandes times do Rio de Janeiro e seus jogadores e técnicos mitológicos: Yustrich, Feola, Zezé Moreira e Solich, até os maiores símbolos do futebol brasileiro: Pelé, Coutinho, Didi, Mazzola, Zizinho, Zagallo, Barbosa… citar todos aqui seria tarefa impossível.

Além disso, o estilo de Nelson garante o prazer da leitura até mesmo para aqueles que não viveram essa época ou não se interessam tanto pelo futebol. Como um grande dramaturgo, o futebol, os estádios, são o pano de fundo para ação dos jogadores, esses atores trágicos, que encerram em si todo o drama da raça humana. Para Nelson, futebol e teatro caminhavam juntos.

Mais ainda, o livro reúne todas as crônicas sobre a Copa de 58 escritas pelo autor, inclusive aquela onde cunhou o termo exato que define o povo brasileiro desde 1500: o complexo de vira-latas. Seu ufanismo bem justificado, seu olho épico, transformam uma mera partida de futebol numa batalha que encerra em seus 25 participantes (Nelson nunca esquece do juiz e seus auxiliares) tudo o que define a passagem da raça humana na Terra.

Leitura mais do que obrigatória para todos aqueles que gostam não só de futebol, mas de boa literatura.

O Berro Impresso das Manchetes, de Nelson Rodrigues, pela editora Agir.