SOMEDAY YOU MIGHT FIND YOUR HERO

Terminada apresentação de Noel Gallagher’s High Flying Birds, além de satisfeito por ter visto e ouvido mais uma vez um dos Gallaghers, voltei para casa pensando no que escrever sobre o show. Um misto de sensações tomou conta da minha moringa.

A única coisa que eu sabia era a de que Liam não seria citado em momento algum. Nem comparativamente, nem em lembranças, em nada. É chover no mesmo molhado sempre e não é justo nem com um e nem com o outro.

Cheguei em casa e como sempre faço com minhas colunas, escrevi tudo o que me vinha a mente antes de dormir e depois encaminhei para meu e-mail, onde agora pela manhã revisaria tudo, cortaria as costumeiras cagadas, diminuiria os rompantes de sempre e aquela coisa toda.

Maldita hora em que resolvi ler as colunas dos outros portais antes de finalizar a minha.

Todas elas encharcaram o molhado de sempre e para explicar o quão bom foi o show Noel Gallagher, precisaram diminuir o irmão mais novo do cara.

Assim sendo, apaguei todo o post original e o refiz, apontando o que me agradou e o que não ficou assim tão bom – porque eu não gostei de tudo, acredite. E podem me atacar as pedras – e para tanto vou usar o Gallagher mais invocado como paralelo também.

Os High Flying Birds são uma banda apenas OK. Quem brilha é Noel Gallagher. Nada mais justo. Então ponto para o Beady Eye e sua junção de Oasis com Ride e The La´s, certo? E falo da apresentação ao vivo.

O disco de estréia de Noel Gallagher é superior ao de Liam. É mais pretensioso, mais elaborado, levou mais tempo para ser concluído, tem cara de ter sido bem pensado e planejado. Bem Noel Gallagher. O do Beady Eye é cru, é visceral.

Noel toca as composições do Oasis. O Beady Eye (ainda) não. A chance de agradar aos incautos é infinitamente maior. Liam foi mais corajoso (ou marrento). Noel foi cerebral. E ao abrir o show com esplendida “(It´s Good) To Be Free” já ganhou o público de cara. Dai a mandar “Mucky Fingers” na sequencia foi apelação. E eu adorei. Por mim tocaria Oasis a noite inteira. E é aí que mora o perigo.

Depois emendou uma trinca com “Everybody´s On The Run” (magnífica), “Dream On e If I Had A Gun”, essa ganhou talvez o 2º maior coro da noite.

Após “The Death You And Me” a sensação era a de que o show perdia um pouco de intensidade. E “Freaky Teeth” evidenciou isso. Até que então…………até que então aconteceu um assassinato.

Se existe algo que me deixa p*** da vida em shows das bandas e artistas que gosto é quando os próprios alteram a versão original de seus clássicos. Mais ainda se o clássico for “Supersonic”.

“Supersonic” é um dos hinos mais vigorosos da história do rock. Consigo imaginá-la em versão punk rock, heavy metal, até techno, se algum ousadinho quiser tentar a sorte. Mas violãozinho e bla bla bla não! Liam deve gargalhar e depois chorar quando escuta seu irmão fazendo isso com uma das canções onde ele melhor deposita seu âmago rock n roll.

Nesse momento, em voz baixa, meu único comentário foi: “Puta que o pariu, Noel!”

Mas tudo bem, ainda havia tempo para redenções e o seu crédito é extenso. Te amo, Noel.

Depois chegou a poderosa – e minha predileta em seu trampo solo – ‘Aka…What a Life!’. Executada com maciça presença da bateria. Um verdadeiro tesão, na melodia que para mim sintetiza na melhor concepção do som o que é a pegada dos Hygh Flying Birds.

Colada a essa veio “Talk Tonight”. Se eu havia ficado zangado com Noel anteriormente, ali já estávamos de bem novamente. Era Noel Gallagher ali diante de mim e tocando Oasis. PORRA! Um gole na cerveja e um brinde ao velho mestre.

“(Stranded On) The Wrong Beach” dos HFB fechou a 1ª parte do show. Saidinha marota dos mallanders, aplausos, publico em transe. Expectativa.

Nesse meio tempo tive que expulsar uns malokers que tentavam a todo custo se apossar de minha posição privilegiada na pista. Nada muito estressante. Até brindamos juntos.

“Let the Lord Shine a Light on Me” trouxe a rapaziada de volta para o bis. E então começou a choradeira, amigo.

Dai em diante virou show do “Oasis”. E ‘Wathever’ fez a alma adolescente da multidão ressonar em uniforme energia. Lindo, espetacular. Queria chorar, mas ainda não era hora. Algo me dizia que tinha que guardá-las.

Lágrimas guardadas para ”Little By Little”, que veio na sequencia. Furtivamente escapando de meu olho esquerdo. Matreiramente eu as escondia e pensava “besteira ser o único dessas 6 mil pessoas a não derramar uma lágrima pelo menos, seu bundão”.

E então…”my soul slides away…”but don’t look back in anger…I heard you say”

Juro que não olho com rancor, meu velho. Mas com todas as saudades do mundo de quando sua música caminhava ao lado do rock n roll do teu par mais novo.

Obrigado por sempre.

Cheers,

http://www.youtube.com/watch?v=KIqw8UduRak

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