Fazendo uma tabela com o post anterior, dá pra dizer que a Libertadores é o dragão do corinthiano. A mídia vende o medo e parte da torcida compra. Não sei se afeta os jogadores por tabela, mas o fato é que no jogo contra o Desportes Tabela no Pacaembu, não acertou uma tolima. Quer dizer…

Analisando mais friamente, o Corinthians não jogou tão mal quanto fez acreditar o apito final do 0x0.

Na verdade, foi justamente nos últimos minutos que o time mostrou melhora significativa, e ajudou há entender um pouco mais do que esperar do Timão nesse momento, quando não conseguimos impor nosso mando de campo.

Chicão, assim como eu, ainda lamenta o empate contra o Goiás na última rodada do BR2010. Ele também fez a tabela (ok, vou parar) com as conseqüências de outro jogo, aonde talvez tenha “faltado um algo a mais” como diria Ataliba. O adversário tem sua qualidade e questões táticas merecem explicações.  Mas a “preguiça” como definiu Casão ao ser interpelado por Cléber Machado, não é a palavra.

É RAÇA, algo que no Corinthians não se pede. Um contrato que se assina com a torcida em letras GARRAFAIS. Chicão, raçudo até no nome, é um dos que honram esse contrato e essa camisa. Mas é Ronaldo o capitão.

No organograma no vestiário, Ronaldo é um líder carismático. Em campo, um líder “técnico”, em quem se pode jogar a bola para resolver, mas o fato é que não tem resolvido. Líderes devem liderar pelo exemplo, e me parece que el Gordito não está mais apto para a função. Como disse Luís Cláudio Quartarollo e endossou José Roberto Malia: “Ronaldo é cada vez mais Fenômeno por conseguir entrar em campo, não pelo belíssimo futebol que jogava”  

Triste realidade.

Mas a culpa reside entre ombros menos largos também. Roberto Carlos engana a muitos, mas nunca enganou meu pai. “Joga com o nome, não serve pro Corinthians.” Na verdade, ele fez bons jogos ano passado e até foi destaque na pré-temporada (Paulista). Vigor físico ele ainda tem de sobra, assim como soberba.  Seu declínio técnico é evidente, visto que falha no posicionamento defensivo constantemente, raramente acerta um chute a gol ou lançamento tocando mais para o lado e para trás. A desculpa esfarrapada de uma lesão já foi desmentida pelos médicos, e acabou completamente com o crédito que RC tinha aqui em casa.

Dentinho foi adotado por Ronaldo e ao lado dele mostrou muito futebol em temporadas passadas.

Mas tal qual o ídolo, a bola não parece ser mais sua prioridade. O conceito do “futebol alegre” parece impedir Dentinho de ser objetivo, e a participação do talentoso atacante no jogo foi nula. Talvez o Prof. Carpegiani tivesse razão ao dizer que “Bruno Bonfim” era um nome mais bonito. Dentinho virou um personagem, mas Bruno ainda é jovem e deve sair dessa fase.

Tite parece ser bom sujeito, tranqüilo no trato e entendedor de futebol. Mas não parece ter força o suficiente para comandar uma nação 70 milhões de loucos. Se Adílson inventava demais e era um Kamikaze, Tite preferiu imitar seu conterrâneo Mano Menezes no esquema, escalar os favoritos da torcida e rezar pra dar tudo certo. Não deu. Jucilei não é Elias, B. Cezar não é Douglas.

Ainda que Ronaldo e Roberto Carlos sejam intocáveis, o time não pode se dar o luxo de ter Danilo e M. Oliveira na banco.

O primeiro é contestado desde que chegou, por sua passagem (vitoriosa) pelo SPFC e por ser um jogador sem marketing, desengonçado, um falso lento. Danilo é um legítimo camisa 10 que ajuda na marcação, tem infiltração na área e chuta a média distância. No time titular, daria liberdade para B. Cezar resgatar seu futebol. Pra mim, entraria num 4-4-2 clássico no lugar de Dentinho. M. Oliveira tem comido a bola quando lhe é dada à chance, e talvez essa seja sua hora, com a “lesão” de Roberto Carlos. Edno também entrou bem, criando boas situações. Pode entrar numa eventual manutenção do 4-4-3.

O fato amigos, é que a água bateu na bunda do milionário elenco corinthiano, e no caso de Tite não ter visitado o novo site do Ferozes Futebol Clube ainda, restará ao time jogar muito mais bola, num jogo que promete ser sofrido como deve ser.

Os rivais estão secando, a mídia está em cima e perder esse jogo seria não só comprometer a temporada, mas alimentar o “Dragão da Libertadores”. É hora de lutar e saber que AQUI É CORINTHIANS, seja em SP, na Colômbia ou na lua.