Arquivo da tag: Sócrates

Filósofo, doutor, craque, brasileiro

Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira. Alguns o chamam de Magrão. Outros o chamam de Doutor. Jogador raro. Formado em Medicina. Culto, fazendo jus ao nome. Nos anos em que defendeu o Corinthians, foi um dos líderes da Democracia Corintiana, movimento que fez história por exigir maior participação dos jogadores nas decisões administrativas do clube. Bem diferente da relação “paga que eu jogo” (ou “finge que paga que eu finjo que jogo”) dos tempos atuais. Teve papel importante na campanha das Diretas já. Como se não bastasse tudo isso, o Doutor foi craque. Quem vai se esquecer dos toques de calcanhar, característica marcante em seu estilo?
Os belos gols do Magrão contra a União Soviética não foram suficientes para que a Seleção Brasileira comandada por Telê Santana fosse campeã em 1982, mas certamente ajudaram a formar a opinião de muitos que julgam esta como uma das maiores seleções de todos os tempos. Infelizmente, o destino fez com que Paolo Rossi impedisse a sagração do belo futebol daquela Copa do Mundo. Aliás, foi a primeira Copa que eu assisti
Há os torcedores são-paulinos que chamam Sócrates de “o irmão do Raí”, apontando inclusive o irmão mais novo como mais talentoso. Pode ser, amigos, pode ser. Mas não haveria Raí se não tivesse havido Sócrates, convenhamos.
Pois bem: quis também o destino que o mestre, autor da frase “eu fumo, eu bebo e eu penso”, fosse acometido de uma cirrose, que o colocou internado em estado grave. Uma vez recuperado, retornou agora, e respira por aparelhos. Um transplante de fígado não está descartado.
Todo nosso pensamento positivo para o ídolo. Doutor Sócrates tem que sair dessa. Afinal, numa época em que há dúvida sobre TODO o investimento que se faz no que diz respeito à Copa de 2014, precisamos do contestador, sensato e certeiro colunista da Carta Capital e comentarista do Cartão Verde. De todos os adjetivos que o próprio Sócrates atribuiu a si, é justamente o “eu penso” o que é indispensável para nós. Força, Magrão!
Contra o Flamengo, parece que o time do Corinthians entrará com uma homenagem ao Doutor na camisa. Isso não significa que as coisas andam bem entre Sócrates e o presidente Andres Sanchez, desafetos de longa data. Isso não nos surpreende, mas que bom que há o reconhecimento a um ídolo.

E finalmente Tite percebeu que Alex vive uma melhor fase do que Danilo. Vejamos no que vai dar.

Hoje quebro o protocolo e não indico música. Abraços.

De tradições e glórias mil!

101 anos.

 Hoje é dia de comemorar mais um bom resultado no Campeonato Brasileiro e… ah, pensando bem, dane-se o resultado!

 

Doutor Sócrates sempre representou a raça corintiana

Hoje é dia mesmo de me lembrar do barraquinho que tinha no fundo do quintal da casa dos meus pais, onde em meio a pôsteres de Rolling Stones, Led Zeppelin e outros, figuravam também imagens do Doutor Sócrates e de Casagrande. O ano era 1984, eu tinha oito anos e vi meu irmão de quatorze fundar o nobre “Corinthinhans” (hahaha), ou seja, um Corinthians mirim. O time chegou a ter a equipe “principal”, com garotos na faixa dos 13 a 15 anos e a “dente-de-leite”, na qual jogavam os meninos da minha idade. Cheguei a entrar no campo de terra, e me lembro de ter ficado uns 5 minutos em campo, até pedir pra sair, hahaha! Sempre fui mais espectador do que jogador. O mundo não foi capaz de entender meu estilo “meia-direita com dois pés esquerdos”. Uma pena. Das reuniões do time, me lembro de muito pouco, só lembro que eram muito divertidas. Camisetas baratas foram compradas, tingidas e nelas foi colocado o símbolo do time, que pouco lembrava o escudo do Timão, mas tava valendo.

Dessa época, e de um pouco antes, lembro-me dos movimentos da Democracia Corintiana, mas estaria mentindo se dissesse que me lembro nitidamente das atuações do Dr. Sócrates. Ainda assim, essa época foi determinante para consolidar minha paixão pelo Timão.

Aí chegou a década de 90. Neto, Ronaldo, Tupãzinho, Ezequiel, Viola, Marcelinho, Gamarra, Edilson, Ricardinho (apesar dos pesares), Vampeta, Luizão, Dida. Alguns craques, alguns sem muita técnica, todos com muita raça. Algumas conquistas, outras derrotas.  Alguns “acidentes de percurso”, como a permissão a Paulo Nunes de vestir nosso manto. Errar é humano, ao menos sua passagem foi rápida. Edmundo também foi um estranho no ninho, mas não dá pra dizer que sua passagem foi ridícula. Não era um bom momento para ele, mas foi ok.  Atravessamos para os anos 2000. O Mundial de Clubes da Fifa, eternamente contestado pelos rivais, Copa do Brasil, Brasileirão e Paulistão. Foi um bom retrospecto de lá para cá.

E claro, não posso deixar de mencionar o Fenômeno, que embora tenha prolongado sua carreira mais do que deveria, fez parte da história do Timão, coroando sua passagem com os títulos da Copa do Brasil e do Campeonato Paulista.  Junto com ele, bons jogadores como Chicão, Cristian, Elias, Jorge Henrique, Dentinho, Ralf. Alguns dignos de lembrança, outros nem tanto. Mas quase todos cientes do que significa vestir esta camisa.

E a torcida grita, incentiva e comemora!

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=ZbBrZLBY5tI[/youtube]

E nesse dia do Corinthians, nada poderia ser mais sincronizado: acabo de ser avisado que chegou ao meu apartamento uma encomenda. Ei-la: 

Vou usar esta camisa para ir a um concerto. =)

Surpreendente (de novo)!

 

Em queda: Liedson não conseguiu resolver sozinho a escassez de boas jogadas. Foto: Ale Vianna.

Sim, amigo leitor. Você leu certinho. Repeti o título da coluna anterior. Só que desta vez o Corinthians surpreendeu negativamente. Mas tem uma coisa: mesmo o maior crítico do Adenor (crítico este que não sou eu) jamais acreditaria que o treinador repetiria contra o Figueirense a formação que começou jogando e tomando sufoco contra o Atlético-MG. Mas ele o fez, inclusive com Weldinho na lateral esquerda. Com o time tomando um sufoco inexplicável do time catarinense, Tite tentou salvar a lavoura aplicando a mesma tática do jogo anterior: colocando Jorge Henrique na lateral e promovendo a entrada do Sheik. Desta vez não funcionou. Talvez tenha sido o clima frio que tomava conta da cidade de São Paulo no dia do jogo. Fato é que até o capitão Chicão teve uma atuação pra lá de irregular, praticamente irreconhecível em campo.

 

Correm boatos de que Adenor estaria balançando no cargo. Foto: Ale Vianna.

Já há quem fale em uma iminente queda de Tite, com possibilidade de ser substituído por Ney Franco. Não acredito, sinceramente, e até acho precoce. Afinal, seja como for, ainda somos líderes. O que não pode acontecer é que se continue perdendo estes pontos bobos. Pode fazer falta lá na frente, especialmente se o Timão depender de um adversário no fim do campeonato. É bom pensar nisso.

De joelhos: Sheik não foi decisivo como no jogo anterior. Foto: Ale Vianna.

Meu palpite é que o maior candidato a sair do time é Danilo, que não vem repetindo as boas atuações do início do campeonato, para a entrada de um atacante (Willian ou Sheik) para jogar ao lado do Liedson, para que o Levezinho não seja obrigado a ficar saindo da área pra buscar a bola. Também espero que tenhamos uma opção melhor para a lateral esquerda no próximo jogo. E vai, Corinthians!

***

Esta coluna não pode deixar de mencionar a internação do grande ídolo Sócrates e desejar melhoras ao Doutor. Não acompanhei plenamente a carreira dele, porque era muito pequeno na época da Democracia Corintiana, mas sei do inestimável valor que ele tem para a torcida do Timão. Força, Doutor! Estamos todos mandando vibrações positivas.

***

Mais uma vez, agradeço ao Ale Vianna pelas fotos que ilustram este post.

Hoje indico o som do ex-vocalista da banda curitibana Poléxia, com seu novo projeto, o Lemoskine, com “Cabeça de disco”:

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=hsZbQ2AHyBA[/youtube]