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DESVIRANDO A MESA

Manifestações públicas nas ruas contra a virada de mesa

Após ondas de protestos em todo o país, o campeonato argentino continuará com o formato atual de disputa. Pelo menos por enquanto. A decisão partiu da Associación de Fútbol Argentina (AFA) através de seu presidente, Julio Grondona.

 Que semana no futebol argentino! Tudo começou no último dia 25 de julho quando o manda-chuva local Grondona surgiu com duas notícias bombásticas.

 A primeira, nem tão inesperada, era a demissão de Sergio Batista do cargo de técnico da seleção. Batista não resistiu às pressões decorrentes da má campanha da equipe anfitriã da Copa América. Não ter ganho o torneio continental em casa sem sequer ter chegado próximo ao feito foi a gota d’água para a sobrevida do treinador.

 Já o segundo anúncio do todo poderoso cartola fez tremer as estruturas porteñas desde a província de Jujuy ao norte até a gélida Ushuaia na porta antártica do continente. Mudanças aconteceriam no campeonato argentino a partir de 2012. A proposta era a seguinte: promover a fusão dos 20 clubes da 1ª divisão com as 20 equipes da série B. Pois é, a Argentina teria um campeonato monstro de 40 equipes.

 Desnecessário dizer que as suspeitas gerais recaíram sobre o rebaixamento do River Plate como motivação para a virada de mesa.

 A versão oficial do objetivo da coisa era “federalizar o futebol”. Contudo, muitas outras versões sobre a decisão esdrúxula começariam a surgir ao longo de toda a semana.

 Várias histórias pipocaram na imprensa argentina. Além da óbvia teoria de favorecimento do River Plate, questões de ordem política também rolaram entre as especulações.

Julio Grondona

Vale lembrar que o governo argentino “estatizou” os direitos de transmissão do campeonato nacional. A tv pública paga pelos direitos da série A através do plano “Esporte para todos”. A medida contribuiu para aumentar o clima beligerante entre o governo Kirchner e o grupo privado de comunicações “Clarín” que detinha os direitos e mostrava os jogos em tv paga somente. Já Julio Grondona detém o poder na AFA há mais tempo que Ricardo Teixeira dá as cartas na CBF.

 O chefão da AFA mudaria o discurso. Se antes afirmara que nada o faria mudar de ideia, mais tarde começou a dizer que os dirigentes dos clubes decidiriam. Só que Grondona sabia que necessitaria de 80% de aprovação dentro de um colégio eleitoral de 49 pessoas. O risco de reprovação da proposta existia.

 Quaisquer que tenham sido os motivos da virada de mesa, o melhor de tudo foi a mobilização popular contrária à mudança.

Alejandro Sabella

Através da má repercussão da iniciativa por parte da galera e da negativa de dirigentes para a proposta, a infeliz ideia seria arquivada.

 Manifestações de protesto foram organizadas via redes sociais. A coisa bombou no Facebook. Milhares de pessoas foram às ruas contra as mudanças de regras do campeonato argentino.

 O resultado foi a vitória do povo. O campeonato monstro foi deixado de lado por Grondona.

 Mais uma vez o argentino mostrou conscientização, cultura e senso de politização e está mantido o campeonato nos moldes atuais com os famosos “promedios de puntos” e “promociones”. E o mais importante: o River Plate está sim na série B e terá que retornar à elite argentina via regras do jogo.

 A tempo, a AFA anunciou Alejandro Sabella como o novo técnico da seleção argentina. Sabella foi o treinador campeão da Libertadores de 2009 pelo Estudiantes ao derrotar o Cruzeiro na final.

QUANDO A METAFÍSICA ENTRA EM CAMPO

Retrato de Argentina x Uruguai

A filosofia aristotélica já tratava do assunto há séculos. Etimologicamente, metafísico é algo que vai além da física. Em sentido mais coloquial, popular, trata-se de algo abstrato, sutil e dotado de razão oculta. Traduzindo: quando o improvável acontece por alguma razão qualquer.

 Agora, imagine tudo isso aplicado à inexatíssima ciência do futebol. É prato cheio para o imponderável. E foi exatamente o que aconteceu no final de semana. Seja na Copa América, seja na Copa do Mundo feminina, os deuses do futebol deram as caras para determinar finais que desafiariam a vã e falível lógica humana.

 Copa América: favoritos fora

 Nas quartas-de-final da Copa América, alegria para Peru, Uruguai, Paraguai e Venezuela.

 Colômbia 0x2 Peru

 Que tal uma seleção chegando às quartas-de-final invicta e sem gols sofridos? Ainda mais quando essa seleção sai do grupo dos favoritíssimos anfitriões do evento, após tê-los enfrentado de igual para igual e, em muitos momentos, jogando melhor. Barbada! É a favorita. Bom, não é bem assim, não é Colômbia?

Colômbia e Peru em Córdoba

 

 Jogando em Córdoba, os colombianos entraram em campo com o mesmo planejamento de jogo de partidas anteriores, especialmente contra a Argentina. Só que esqueceram de avisá-los que o adversário do dia, o Peru, não era a Argentina e sequer jogava em casa. Portanto, o jogo colombiano de esperar o adversário no seu campo não funcionaria contra um time que também não queria saber de sair para jogar.

 A Colômbia se ligou da nova realidade somente no 2º tempo quando resolveu ir à luta e se lançar.

 Aos 20 minutos, Falcão García desperdiça pênalti. Dayro Moreno e Fredy Guarín bombardearam o gol peruano. Nada de gol. Prorrogação neles.

 No tempo extra, o Peru começou a gostar do jogo. Principalmente, quando Carlos Lobatón abre o placar aos 10 minutos, ainda na 1ª parte. Juan Vargas fechou o caixão colombiano aos 6 minutos do 2º tempo.

 Encerrada a aventura colombiana por terras porteñas. Outra vez, nadou e morreu na praia. A velha história de sempre: quando se imagina ser possível confiar na Colômbia, vem o tombo fatal. Peru classificado.

 Argentina 1 x 1 Uruguai

 O clássico mais antigo do mundo. Eis a reputação do duelo na cidade de Santa Fé que revivia a Copa América de 1987 disputada na própria Argentina. Clássico antigo, porém precoce nesta edição do evento, já que ambos passaram apenas em segundo lugar em seus grupos.

Argentina x Uruguai - momentos ásperos

 

 E foi jogão. Digno de todas as tradições de Argentina e Uruguai.

 Os visitantes abrem o placar com Diego Pérez logo aos 5 minutos de jogo. A partida prometia.

 Os argentinos não tardariam na reação. O gol de empate chegaria com Gonzalo Higuaín aos 17 minutos, de cabeça, após tentativa de Lionel Messi. O jogo pega fogo definitivamente.

 O Uruguai faz jus às suas tradições de garra e não se intimida com a atmosfera de pressão de Santa Fé.

 Aos 35 minutos, os uruguaios têm gol anulado. Aos 38, o autor do gol inicial, Diego Pérez, é expulso com segundo cartão amarelo. Aos 44 minutos, Diego Lugano encerra 1º tempo de gala com cabeceio no travessão.

 No 2º tempo, a Argentina volta com mais atitude. Lionel Messi, em boa apresentação, testa o goleiro Fernando Muslera. Angel di María faz o mesmo logo a seguir. O Uruguai era perigoso no jogo aéreo. Lugano quase chega lá com outro cabeceio aos 40 minutos. A seguir, Javier Mascherano é expulso. Fim dos 90 minutos de tirar o fôlego.

 Na prorrogação, os uruguaios voltaram a colocar as mangas de fora em duas oportunidades com Álvaro Pereira e Luis Suarez.

 Nos pênaltis, Carlos Tevez, que entrara no 2º tempo regulamentar, perde sua cobrança. Uruguai classificado, Argentina fora. Assim como em 1987, quando o Uruguai encarou e derrotou por 1 a 0 a Argentina de Diego Maradona através de gol de Antonio Alzamendi que pode ser revisto abaixo.

 Para a Argentina fica a indagação: Demitir Sergio Batista? Recolocar Diego Maradona no cargo? Nada contra Maradona, mas o “Pibe” mostrou-se perdido nas convocações e escalações em diversas ocasiões nas últimas eliminatórias. A Argentina de Batista venceu importantes amistosos contra Espanha e Brasil. Precipitação no calor da eliminação.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=E3a65F1FQ7k[/youtube] 

 Time da CBF 0x0 Paraguai

 La Plata mais uma vez recebia o time da CBF. Mais uma vez os brasileiros enfrentariam os paraguaios. Empate por 2 a 2 na fase de grupos em jogo equilibrado.

Os milagres de Villar

 

 Mas, se naquela oportunidade o Paraguai fizera frente aos brasileiros, o que se viu no último domingo foi um bombardeio amarelo no gol de Justo Villar. E foi Villar, e somente ele, que fez frente aos brasileiros dessa vez.

 Chances de gol criadas com Alexandre Pato, Neymar, assistências de Paulo Henrique Ganso, egoísmo de André Santos. Todas as investidas brasileiras paradas nos pés e nas mãos de Villar ou na trave paraguaia.

 Justiça seja feita, o time da CBF fez boa partida. Só que futebol não é apenas isso. A bola tem que entrar. E os brasileiros pecaram na conclusão a gol. Final 0 a 0.

 As penalidades foram episódio à parte na odisseia brasileira em terras argentinas. Sim, gramado ruim, região da área onde está a marca penal ainda pior. Areia demais em campo para esconder defeitos no gramado. Fato surpreendente em se tratando de Argentina. Afinal, não é o que se vê em partidas do campeonato local ou da Libertadores. Clima de inverno adverso? Pode ser, mas sempre foi assim lá nesta época do ano. Portanto, sem desculpas para o gramado. Falha de organização.

 Elano jogou a bola em Plutão. Coisa para os astronautas da Atlantis chamarem a base na Terra ao melhor estilo “Houston, we have a problem!”. Falharam também Thiago Silva, André Santos e Fred. Foi o grotesco em exposição. Se houve algo digno de vergonha para os brazucas, que fique claro, foram as penalidades toscas.

 Os paraguaios se adaptaram mais rapidamente ao gramado. Na dúvida, bateram forte. Nada de chutes colocados com pose de firula à brasileira. Foram duas cobranças na raça de Cristian Riveros e Marcelo Estigarribia. Paraguai classificado para delírio de Larissa Riquelme. A metafísica entrou em ação, quiseram os deuses do futebol que passasse o Paraguai sem ter sido o melhor.

 Time da CBF fora e vem o de sempre no pós-eliminação: avalanche de críticas. Assim como no caso argentino, pontos a ponderar: demitir Mano Menezes? Exagero. Menezes mostrou serviço no Corinthians e no Grêmio. Passa pelas agruras de técnico-funcionário da CBF como todos os seus antecessores. Todos questionados em algum momento. É o preço do cargo. Talvez seja o caso de admitir que o futebol brasileiro não seja mais o melhor tecnicamente. Não pela partida contra o Paraguai do último domingo. Tivesse passado o time da CBF, a conversa geral seria outra agora. A questão é o processo de assassinato da galinha dos ovos de ouro a conta-gotas. O modelo brasileiro de fabricação de talentos para exportação começa a se esgotar. Algo deve ser feito para reverter o fluxo. A economia do País já permite passos iniciais. Falta livrar-se de mazelas políticas do futebol local.

 Chile 1×2 Venezuela

 O jogo entre a seleção visitante com torcida mais apaixonada contra a  seleção sensação do torneio. Era o que prometia o jogo de San Juan.

Vizcarrendo para marcar

 

 A Venezuela foi melhor no 1º tempo, justificando a boa fase. O gol do time ex-cachorro morto da América do Sul veio aos 34 minutos com Oswaldo Vizcarrendo em cabeceio preciso.

 O Chile não tinha ligação para o ataque. Problema corrigido pelo técnico Cláudio Borghi na 2ª etapa com o palmeirense Jorge Valdívia em campo.

Os chilenos passaram a dominar o jogo. Valdívia quase fez ao acertar o travessão. Em seguida, Humberto Suazo recebe na área e acerta o alvo. Tudo igual em San Juan.

 Mas era dia venezuelano novamente. Gabriel Cíchero, aos 35 minutos, aproveita sobra de bola após falta de Arango, ninguém tocar na bola e o goleiro Claudio Bravo rebater. Gol fortuito, mas que garantiu a manutenção da surpresa. Venezuela nas semifinais.

 Copa do Mundo feminina: Japão campeão na superação

 Estados Unidos e Japão fizeram a final da disputada Copa do Mundo feminina na cidade de Frankfurt, Alemanha.

Japão levanta a taça: never say die!

 

 Liderada pela bela e competente goleira Hope Solo, a seleção estadunidense entrou em campo com o favoritismo de bicampeãs do mundo e notória aplicação tática em campo.

 As japonesas eliminaram a favorita e anfitriã Alemanha e a boa seleção da Suécia.

 E foi domínio total dos Estados Unidos no 1º tempo. Diversas oportunidades perdidas. Seleção americana jogando de forma diferente dos jogos contra Brasil e França. Se antes as americanas esperaram as adversárias no seu campo e marcaram muito, contra o Japão a iniciativa de jogo foi a tendência.

 Terminar o 1º tempo no 0 a 0 foi o primeiro grande pecado americano na final. O jogo poderia ter sido definido em 45 minutos. Não foi o que aconteceu.

Saki Kumagai converte sua cobrança. Hope Solo tentou sua mágica. Sem sucesso para a americana

As estadunidenses continuaram melhores na 2ª etapa, mas as japonesas começaram a gostar do jogo também e já davam sinais de vida. Hope Solo, que não viu a bola no 1º tempo, começou a se movimentar.

 Os Estados Unidos abriram o placar aos 24 minutos em bela conclusão de Alex Morgan aproveitando lançamento de longa distância. Parecia o fim do Japão.

 Mas, a defesa americana, sólida até então, bateu cabeça e Aya Miyama pôs para o gol aos 35 minutos. O Japão conseguira sobrevida e novo ânimo.

 Na prorrogação, os Estados Unidos ainda atacavam, mas não mais tão incisivamente como antes. Abby Wambach, mestre no jogo aéreo, fez mais um de cabeça. Parecia novamente o fim das japonesas.

Solo aplaudida, acena desolada para a galera

Aí surgiu o talento de Homare Sawa. Gol marcado após corner. Quase sem ângulo. Tudo isso a 3 minutos do final. As japonesas conseguiram levar o jogo para as penalidades.

 Neste momento, o lado metafísico deu as caras em Frankfurt. É como se o poder superior dissesse: “ei Estados Unidos, todos viram que vocês têm o melhor time, mas hoje vai dar Japão, afinal o país já sofreu demais neste ano! Elas merecem!”

 E foi o que aconteceu. Shannon Boxx, Carli Lloyd e Tobin Heath erraram as cobranças. Hope Solo ainda fez sua mágica ao defender penalidade de Yuki Nagasato. Em vão. Japão campeão.

 Méritos para a seleção que enfrentou e derrotou ao menos três seleções favoritas no mundial. Que o título traga alento para o país do sol nascente, vitimado por tragédias naturais (terremotos e tsunami) e nucleares (vazamento da usina de Fukushima).

ESPANTANDO A ZEBRA NA COPA AMÉRICA: ARGENTINA x URUGUAI NAS QUARTAS-DE-FINAL

Ressurgindo das cinzas como fênix, a Argentina finalmente venceu e convenceu na Copa América.

Jogando em Córdoba, os anfitriões derrotaram a seleção convidada da Costa Rica sub-22 por 3 a 0 com domínio total de posse de bola na partida. Mas, não se engane. Se o domínio argentino foi total, o primeiro gol surgiria somente no final do 1º tempo.

Após dois inesperados e decepcionantes empates (1 a 1 contra a Bolívia e 0 a 0 contra a Colômbia), os argentinos entraram em campo sob dúvidas e questionamentos por parte dos fãs. Sergio Batista, Lionel Messi, Ezequiel Lavezzi, enfim, muitos nomes postos em xeque. Algo que traria carga pesada para a atmosfera do jogo decisivo contra a Costa Rica.

Higuaín e Messi. Antes do gol, stress total.

Sufoco e apreensão no Estádio Mário Kempes até os 45 minutos de jogo. Sergio Aguero pôs fim ao desespero aproveitando rebote e, finalmente, colocando na rede.

O gol que desafogou a seleção argentina fez com que o futebol da equipe fluísse naturalmente. Logo aos 7 minutos da 2ª etapa Sergio Aguero novamente marca. O jogo, que já tinha o controle dos donos da casa, tornou-se fácil. Lionel Messi jogava à vontade, driblava em velocidade e assistia os companheiros com maestria. Em uma das assistências, o melhor do mundo serve Antonio di Maria para fechar o placar aos 18 minutos.

Apesar do adversário limitado, apenas um convidado da CONMEBOL para a Copa América, a vitória serviu para trazer de volta o bom futebol da Argentina. De sobra, trouxe também de volta o bom futebol de Lionel Messi e, mais importante, classificou os porteños para a próxima fase do torneio em 2º lugar no grupo A com 5 pontos, logo atrás da Colômbia que somou 7 pontos após vencer a Bolívia por 2 a 0 em Santa Fé.

Pelo grupo B, o time da CBF enfrentou o sempre difícil Paraguai e apenas empatou por 2 a 2 em Córdoba em partida disputada. Os brasileiros largaram na frente, permitiram a virada e conseguiram o empate no apagar das luzes dos 44 minutos do 2º tempo. Como a Argentina, Brasil e Paraguai precisarão de vitórias contra Equador e Venezuela, respectivamente. A propósito, Venezuela, ex-saco de pancada sul-americano, que lidera o grupo com 4 pontos após derrotar o Equador por 1 a 0 em Salta. Nem Hugo Chávez esperava tanto.

Álvaro Pereira, autor do gol da classificação uruguaia

Já o Uruguai, melhor sul-americano na última Copa do Mundo (4º lugar na África do Sul em 2010), ganhou do ”México cover-convidado-remendado” por 1 a 0 em La Plata com gol de Álvaro Pereira. A classificação uruguaia em segundo lugar foi sofrida até o fim. Tudo isso porque o time de Diego Forlán e companhia vinha de dois míseros empates. Após o 1 a 1 contra o Peru, a Celeste apenas repetiu o placar contra um Chile superior em campo em estádio repleto de chilenos na cidade de Mendoza. Claro, a proximidade geográfica da capital argentina do vinho com a fronteira e a cordilheira facilitaram a logística dos fãs. Só que a situação uruguaia havia ficado ainda pior após vitória peruana sobre os mexicanos (1 a 0). O Chile, novamente na acolhedora Mendoza, garantiu o primeiro lugar do grupo C ao vencer o Peru também por 1 a 0.

Resultado parcial de todas as surpresas decepcionantes da Copa América: Argentina e Uruguai se enfrentam já nas quartas-de-final em Santa Fé, desmontando o objetivo prévio dos cruzamentos da tabela montada para esta edição da Copa América. Leia-se: cruzamento entre Brasil e Uruguai nas semifinais e Argentina pegando talvez um Paraguai ou Colômbia. Lógico, se todos tivessem confirmado a lógica, algo que não passou nem perto de acontecer.

Salve Solo!

Hope Solo detonando em Dresden

E rola em terras alemãs a Copa do Mundo feminina. Aliás, já na reta final. No final de semana, o Japão, com gol na prorrogação eliminou as anfitriãs por 1 a 0. A Suécia bateu a Austrália por 3 a 1. Em jogo emocionante, a França eliminou a Inglaterra nos pênaltis após empate por 1 a 1. E em partida controvertida, os Estados Unidos venceram o Brasil nos pênaltis. Empate por 1 a 1 nos 90 minutos, outro 1 a 1 na prorrogação e 5 a 3 nas penalidades.

Em jogo de heroínas e vilãs, Daiane marcou contra logo no primeiro minuto de jogo. O Brasil empataria na 2ª etapa em pênalti duvidoso de Rachel Buehler (que seria expulsa) em Marta. Começaria a brilhar a estrela da goleira Hope Solo. Cristiane cobra e Solo defende. A arbitragem invalidou a cobrança, aparentemente pela goleira americana ter se adiantado. A única irregularidade encontrada na repetição foi invasão de área. Marta bateu e não desperdiçou.

Hope Solo, além de gata, pegou tudo e foi pra galera após jogo contra o Brasil

Prorrogação à vista e o Brasil em vantagem numérica de jogadoras marcou belo gol com a artilheira Marta, apesar de jogada nascida em lance fora de jogo pela ponta esquerda. Nos acréscimos do 2º tempo da prorrogação, Abby Wambach fez de cabeça. Festa total das americanas e do público presente em Dresden que, ciente dos erros da arbitragem, àquela altura torcia pelos Estados Unidos.

Nas penalidades, consagração total para Hope Solo que pegou a cobrança de Daiane e garantiu as estadunidenses nas semifinais.

Hope Solo para presidente!

Dia para Daiane esquecer. Autogol e pênalti desperdiçado na contabilidade pessoal. Dia para consagrar Hope Solo que, além de bela, é competente debaixo das traves e demonstrou personalidade perante as adversidades do jogo. Medo zero para todo o time americano. Já as brasileiras, sem apoio, sem profissionalização do esporte, contam com a craque Marta. Insuficiente para encarar seleções de países de chamado Primeiro Mundo onde preconceitos e falta de estrutura são coisa rara em comparação ao Brasil.

As semifinais da Copa do Mundo ficam entre Estados Unidos x França e Suécia x Japão. Quem vê as seleções hegemônicas do futebol feminino e as compara com quem dá as cartas no masculino acha que são modalidades esportivas completamente diferentes. Parece, mas não é. Trata-se do velho e bom esporte bretão em ambos os casos.

Gol olímpico

E não é que o veterano David Beckham ainda apronta das suas! A última foi em Los Angeles, em partida válida pela Major League Soccer. O marido de Victoria, a eterna Spice Girl, bate escanteio, a bola faz aquela curva malandra, passa pelas pernas do goleiro e caixa. Seria o gol que faria o Los Angeles Galaxy derrotar o Chicago Fire por 2 a 1. É só conferir abaixo.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=sRGnl-TMC00[/youtube]

ZIDANE ASSUME CARGO NO REAL MADRID E FALA DE NEYMAR. ARGENTINA A PERIGO.

Ele foi o maior jogador francês da história, campeão na Juventus e no Real Madrid e destroçou o time da CBF duas vezes em Copas do Mundo (quem não se lembra de França 3×0 Brasil de 1998 e França 1×0 Brasil de 2006).

 Zinedine Zidane, supercraque campeão do mundo, afirmou nesta semana que assumirá o cargo de diretor esportivo da equipe principal do Real Madrid.

Mourinho e Zidane

 Zizou deixou claro que o aval do técnico português José Mourinho foi fundamental para que ele se juntasse à diretoria madridista.

 Na verdade, Zidane assume posição que pertenceu ao argentino Jorge Valdano que não tinha bom relacionamento com Mourinho. O português, que possui fama de impositivo, teria batido de frente com o argentino e teria vencido a queda de braço nos bastidores do clube.

 Falando ao jornal esportivo “Marca” de Madri, Zidane falou sobre a contratação de seu compatriota de 18 anos, Raphael Verane, pelo Real Madrid frente ao Lens. Verane é um jovem promissor do futebol francês e o novo diretor do Real Madrid disse estar contente com o fato de Mourinho ter gostado do atleta.

 E Zizou também falou de Neymar. Disse: “Se parece muito com Robinho, mas tem um pouco mais de gol. É um jogador de talento que pode jogar no Real Madrid e pode interessar”.

 Complica-se ainda mais a situação da Argentina

 E a Costa Rica venceu a Bolívia por 2 a 0 pela Copa América. Com o resultado, os anfitriões caem para o terceiro lugar do grupo A, obrigando-os a vencer a própria Costa Rica na última rodada da 1ª fase. Aumenta o drama para o técnico argentino Sergio Batista. Agora será pressão total sobre os ombros dos jogadores porteños.

 Golaço nos Estados Unidos

 Pelo andamento da temporada da Major League Soccer (MLS), o campeonato profissional de futebol de Estados Unidos e Canadá, a equipe do Portland Timbers recebeu o Sporting Kansas City. Perdeu por 2 a 1, mas teve como consolação o belíssimo de Darlington Nagbe. Após cobrança de falta pela esquerda, o goleiro do SKC, Jimmy Nielsen, rebate de soco para fora da área. Eis que surge Nagbe que domina, dá duas embaixadas e fuzila cruzado no ângulo. O “rookie”, recém saído na universidade e recrutado pelo Portland, salvou o espetáculo. Merece menção honrosa na coluna. São os Estados Unidos tentando aplicar no “soccer” os procedimentos de recrutamento comuns aos esportes profissionais do país. Será que vai funcionar e fazê-los subir de patamar técnico no mundo da bola? Enquanto não há resposta, confira o petardo de Darlington Nagbe.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=2naoSiNRQ1w[/youtube]

MAIS UM FIASCO ARGENTINO NA COPA AMÉRICA

Burdisso faz pênalti ignorado pelo árbitro

E continua o martírio dos favoritos da Copa América. Exponencialmente pior quando o favorito em questão é time anfitrião. Piore o exponencialmente pior quando acontece com o anfitrião pela segunda vez. Foi o que aconteceu ontem em Santa Fé. A Argentina, jogando rigorosamente pouco, apenas empatou sem gols com a Colômbia que teve tudo para vencer.

 A partida começou com a Argentina tomando a iniciativa e a Colômbia na defesa e rápida nos contra-ataques. A primeira chance foi colombiana. Aos 19 minutos, Dayro Moreno cruzou para Gustavo Adrián Ramos perder na pequena área.

 A Argentina seria beneficiada após erro do árbitro brasileiro Sálvio Spínola Fagundes aos 25 minutos. No lance mais incrível da partida, Gabriel Milito recua mal, Ramos recupera, avança ao gol e é derrubado na área por Nicolas Burdisso. Pênalti que deveria ser marcado com ou sem vantagem. Na sequência, Dayro Moreno chuta para fora com o gol aberto.

Sergio Batista tentando de tudo para fazer sua seleção jogar

As coisas não estavam boas para os anfitriões. O time detinha a posse de bola, mas os jogadores permaneciam imóveis em campo. Para complicar, nada de chutes a gol. Enquanto isso, a Colômbia, fria e ligada no jogo, mantinha-se bem colocada na defesa e armava jogadas rápidas de contra-ataque. Lionel Messi e Carlos Tevez não se entendiam na frente. Faltava jogo coletivo da Argentina.

 Chegou a segunda etapa e a Argentina conseguiu ameaçar a meta adversária, mas somente através de chute rasteiro de longa distância de Javier Mascherano que Luiz Martinez espalmou sem ninguém no rebote.

 Sergio Batista tentaria mudar a sorte de sua equipe ao promover as entradas de Sergio Aguero, Gozalo Higuaín e Fernando Gago. Sem sucesso. O panorama da partida era o mesmo. Posse de bola argentina, sem objetividade, sem jogo coletivo. E futebol sempre tem o aspecto emocional. Time favorito, dono da casa, o melhor jogador do mundo nas fileiras, tempo passando e não rolando nada após estreia com empate frustrante. Sem erro, a seleção argentina se enervava a cada minuto que transcorria.

Messi impotente na seleção argentina

Aos 35 minutos, lance emblemático de Messi e da Argentina. Cobrança de falta que o melhor do mundo manda para longe do gol. Não é a Argentina da qual se esperava tanto e, principalmente, não é Lionel Messi do qual se esperava ao menos um pouco da magia que proporciona no Barcelona. Situação do craque argentino que faz lembrar Rivaldo na seleção brasileira antes de 2002, craque no Barça e decepção na seleção de seu país.

 Ao final 0 a 0, os rostos transtornados do técnico Sergio Batista e de seus comandados expressam bem os ânimos porteños a estas alturas da Copa América. Colômbia líder com 4 pontos, Argentina somente com 2 e no aguardo do que ocorrerá no complemento da rodada de seu grupo quando Bolívia e Costa Rica se enfrentam.

 Antes de Argentina e Colômbia, jogaram, valendo pelo grupo C, Uruguai e Peru. O empate de 1 a 1 dos uruguaios, após saírem perdendo o jogo, indicara a tendência de sofrimento do trio favorito para a competição (Argentina, Brasil e Uruguai).

 Milagrosamente, Chile e México fizeram partida com três gols! E deu Chile de virada: 2 a 1. Ainda assim, não deixa de ser um resultado apenas razoável para os chilenos, considerando que enfrentaram uma seleção mexicana sem diversos titulares, praticamente um time sub 21.

 Balanço parcial da Copa América: sofrível até o momento, com seleções e alguns principais craques decepcionantes.

 Já que a escassez de gols tem sido a regra na Copa América, que tal dar uma olhada em jogo de goleada? E foi nos Estados Unidos, mais precisamente no que talvez seja o primeiro estádio americano construído para o “soccer”, o Red Bull Arena, na cidade de Harrisson, Nova Jersey, próximo a Nova York. O jogo é entre New York Red Bulls (sim, a marca de bebida energética austríaca não vive somente de Fórmula 1) e o Toronto FC, válido pela Major League Soccer (MLS). A equipe de Nova York, que conta com o veterano francês Thierry Henry, não deu mole e goleou por 5 a 0. É só checar a seguir.

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